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História Veela, Draco? - Chapter XLVIII


Escrita por: SofiaDuarte

Capítulo 48 - Chapter XLVIII


Um ano novo, uma vida nova.

Pelo menos era assim que Ronald Billius Weasley se sentia.

Logo após o recesso de fim de ano ele apresentou sua carta de demissão no Ministério, se soltando das suas amarras de adrenalina. Agora já faziam três meses que ele trabalhava com seu irmão nas Gemialidades Weasley, e por mais que não fosse um gêmeo, conseguia administrar com sucesso a loja. Ainda era cobaia das invenções de George, mas não se incomodava mais.

Por esse motivo estava com a pele listrada como uma zebra no meio da sorveteria no Beco Diagonal. A intenção era de deixar a pele escamosa como um peixe, mas deveria ter alguma essência errada na fórmula. George tinha prometido que em no máximo dois dias ele encontraria algo para reverter o logro, mas até então ele teria de se acostumar com a pele listrada.

Recebendo olhares curiosos vindos da rua, nem se deu ao trabalho de responder aos amigos quando chegaram e se sentaram à mesa junto dele. Harry, Hermione e Rony tinham marcado de se encontrarem por não se verem a muito tempo. Agora que um deles não estava mais no Ministério, ficava difícil bater os horários.

-Gostei do visual. É permanente? – Harry tirava com sua cara. Tinha sido o primeiro a chegar.

-Eu espero que não. Não fico bem de listras.

-E que belo dia para você decidir usar uma camisa quadriculada....

Com estilo Agostinho Carrara forçado, Rony apenas balançou a cabeça. Era para ele se parecer com um peixinho dourado, não com uma zebra.

-Não sabia que tinha desistido da Grifinória. - Hermione comentou alguns minutos depois de Harry ter chegado, se sentando ao lado deles na pequena mesa redonda. O ambiente estava frio, conservando os sorvetes no balcão atrás deles.

-E porque eu faria isso?

-Zebras são presas naturais dos leões. A não ser que você queira ser comido por algum....

-É temporário. Espero ter minha pele de volta a tempo de sair com Susana.

Rony tinha começado a namorar com Susana Bones cerca de dois anos atrás. Tinham se reencontrado após uma missão dele no vilarejo em que ela morava, e como recompensa de terem ajudado ela com seu pequeno problema de invasores mágicos, ela o convidou para jantar. Rony não tinha nada a perder, aceitando de bom grado o convite e desde então não se separaram mais.

Não que todos fossem a favor disso. Draco tinha quase pulado em seu pescoço quando ele contara sobre seu relacionamento, o lembrando que ela quase o matara na escola.

“Mas eu não sou um veela” Fora tudo o que ele respondeu.

Embora tivesse diversos pés atrás, Hermione aceitava o namoro de seu amigo, mas sempre estava de olho para que a ruiva não aprontasse mais uma vez.

O que incluía levar a própria bebida de Draco nos encontros de amigos.

-O que tem que ela não pode te ver listrado? Pensei que não fosse tão vaidoso. – Harry estranhou, erguendo a mão e pedindo o sorvete para a atendente. – Por favor, um sorvete de alcaçuz.... E você, Mione?

-Um de menta, por favor.

-Um sorvete de alcaçuz e um de menta, por favor.

-Acho que não seria uma boa lembrança ser pedida em casamento por alguém parecendo uma zebra.

-Vai pedi-la em casamento?! – Hermione se espantou. Apesar de aceitar o relacionamento não levava muita fé na duração deles.

-Você se casou com Malfoy e eu não falei nada. – Rony apontou seu dedo indicador para a amiga, indicando o óbvio. – Acho que já está na hora de juntar nossas escovas de dentes.

-Meus parabéns, Rony! – Harry estava feliz com a decisão do amigo.

-Não queria ficar para atrás. Eu sou o único da família que continua solteiro.

-Ela te deu suco de abóbora? - Hermione cerrou os olhos desconfiada.

-Ela cozinhou para mim na semana passada, mas não me enfeitiçou, Hermione. Já disse que não sou um veela.

-Só checando.

-Sei que se preocupa comigo, mas precisa relaxar. Se eu começar a desconfiar de Draco toda vez que você aparece com uma mancha vermelha você não vai gostar.

Não eram exatamente chupões ou agressões, apenas marcas das presas de uma marcação recente.

-Você tem um ponto. – Hermone cerrou os olhos, enfiando uma grande colherada de sorvete na boca.

-Já tinha essa ideia quando pediu para sair do Ministério? – Harry estava curioso com os motivos do melhor amigo.

-Aham. Uma coisa sou arriscar o meu pescoço sozinho, mas estando com ela, não queria me compromoter. George precisava mesmo de muita ajuda, só juntei o útil ao agradável.

-E tem conseguido se manter?

-Harry, até parece que você se esqueceu de como os adolescentes e crianças compram logros! É um faturamento muito maior do que o Ministério.

-Certeza que quer continuar sentindo adrenalina, Harry?

-Alguém precisa cuidar de você no trabalho. – Harry falou azedo.

-Aconteceu mais alguma coisa? – Rony sabia muito bem sobre o eterno caso entre Hermione e os ataques aos trouxas sem explicação.

-Ela recebeu uma ameaça semana passada. Exigiam que ela parasse de se intrometer na diversão deles.

-Draco sabe disso?

-Óbvio que não. Se soubesse não me deixaria nunca mais sair de casa. Fiz Harry prometer segredo.

-De qualquer forma é um caso fechado no Departamento.

-Ainda não sabem os motivos dos ataques?

 -É tudo muito raso.... Conseguimos o depoimento de duas sobreviventes, mas infelizmente elas não resistiram.

-Ao que parece são jovens bastante atraentes que fisgam adolescentes interessadas no sobrenatural com o papo de serem bruxos e criaturas e depois que conseguem sua confiança, atacam.

-O avanço de romances sobrenaturais tem crescido bastante nos últimos anos. Comprei alguns exemplares desde que descobrimos isso e eu só consigo ficar surpresa.... Romances entre bruxos, sereias, vampiros, lobisomens, alienígenas estão sendo espalhados por aí como água. São histórias interessantes, mas a realidade é que estão se aproveitando disso para se exibirem por aí.

-Ah, esqueci de te falar. Encontramos mais um livro de fantasia em Londres. Era um lançamento internacional. – Harry puxou de sua pasta um livro de capa dura, com dois rostos familiares estampados na capa.

-A sorte é que Veelas não vão atacar ninguém. – Hermione brincou.

-Você já sabia disso?! – Harry estava espantado.

-Sófia pediu permissão para nós dois. Eu fiz a revisão final. Relaxa, não tem nada de comprometedor aí. Pelo menos Draco não é um vampiro.

-Não se importa de ser exibida ao mundo trouxa? – Rony estava chocado.

-Harry também foi e nem se importa.

-Como é que é? – Harry se assustou.

-Estava na lista que te dei. Não leu? Algum escritor transformou a nossa história em ficção e publicou por lá. Mas a questão é que estão se aproveitando disso para atacarem eles. Não creio que sejam ex-comensais. Talvez um bando de criaturas com tempo em excesso.

-Precisamos reforçar nossas medidas protetivas depois de descobrir isso. Pelo menos já temos uma base para pesquisarmos.

-Vai precisar de um trabalho de campo. Posso ir junto? Li bastante coisa para saber exatamente como agir.

-Te ameaçaram, Hermione. – Rony foi sensato.

-Mas infelizmente ela tem razão. Ela está no comando da missão desde o começo.

-Vão precisar de uma desculpa muito boa para contarem à Draco.

-Eu sei.

***

-A que devemos a honra de sua presença na nossa noite dos caras, Draco? – Blásio perturbava o melhor amigo por finalmente poder aparecer em um encontro.

Tinha se reaproximado de Theodore Nott, que finalmente se permitia estar no mesmo ambiente que Malfoy sem se sentir culpado pelo feitiço em Hermione seis anos antes.

-Sabe que eu estava estudando para os exames da faculdade.

-E onde Hermione está?

-Ela precisou sair com Harry.... Algo sobre ele precisar de ajuda para comprar um presente para Gina.

-Mas o dia dos namorados já passou. – Blásio estranhou.

-E eles se casaram em outubro.

-Mas o nosso aniversário está chegando. Vai que ela na verdade precisou da ajuda dele para preparar alguma coisa para a gente?

Blásio e Theo se entreolharam, dando de ombros. Poderia ser verdade.

-Então precisamos agradecer ao seu aniversário de casamento por você ter conseguido uma noite livre para sair com a gente. – Blásio pegou três copos de whisky de fogo no balcão do bar, depositando com força na mesa deles. – A nós! – Ele ergueu seu copo, propondo um brinde.

-A nós! – Os outros dois imitaram o gesto, virando o líquido ardente garganta a baixo.

-Argh! – Draco fez uma careta ao sentir sua garganta se rasgar com o álcool. – Você fala de mim, mas como andam as coisas com sua namoradinha?

-Mckinnon e eu não estamos namorando. Ainda.

-Estão saindo a quase um ano e anda não estão namorando? E ainda a chama pelo sobrenome? – Theo estava desacreditado, beliscando os canapés a sua frente.

-Não quero apressar as coisas, estive esse tempo todo analisando o que ela queria de verdade.

-E o que queria? – Draco perguntou.

Blásio apenas o respondeu com uma encarada sugestiva, arrancando gritos de comemoração dos dois amigos.

-SÉRIO?

-AAAHHH, QUE ISSO, GAROTO!

-Mas aparentemente estamos evoluindo para algo mais agora.

-Pretende levar isso a fundo?

-Se ela quiser.... Mas e você, Theo? Está saindo com alguém?

-É meio difícil quando elas se lembram que fui eu o responsável por mandar a grande senhora Malfoy para o hospital.

-Pelo contrário, Theo. Você a salvou. – Draco apertou sem ombro emocionado.

-Algumas entendem, mas outras não. De qualquer forma, a Marca espanta qualquer uma.

Draco tomou mais um pouco de whisky sabendo que se não fosse por seu amigo ele teria a mesma coisa em seu braço.

-Mas nas viagens que você fez durante as férias, seu rosto era desconhecido! Conseguiu encontrar alguém?

-Ah, consegui. Consegui sim. – Os garotos armaram um sorriso, se perdendo logo em seguida. – Encontrei com Pansy.

-Onde ela foi parar?

-Irlanda. Se casou com um puro sangue e ficou por lá mesmo. Disse que está feliz e que sente falta de vocês. Perguntei se tinha notícias de mais alguém, mas ela só sabia das irmãs Greengrass. Daphine conseguiu um emprego em uma revista na França, e Astória tentava seguir os passos da irmã, mas estava muito ressentida com você.

-Comigo?! – Draco abismou-se.

-Não conseguiu superar que você tenha se casado com a Granger.

-Mas eu nunca nem fiquei com ela!

-Vai entender...

***

Draco não podia estar mais errado.

Enquanto ele achava que Hermione e Harry estavam escolhendo um presente de casamento para ele, os dois estavam em um trabalho de campo em Londres. Draco sabia que sua esposa ajudava a investigar uma série de ataques ao seu povo, mas não tinha a menor ideia de que as coisas tinham se aprofundado. Que estava sob mira dos vilões, que se envolvia pessoalmente nos casos e muito menos que estava lá, entrando em um ambiente com possíveis criaturas prestes a encontrar mais uma vítima.

-Certeza que uma boate é o lugar certo, Mione? Não eram adolescentes? – Harry estava se incomodando com a barulheira que berrava em seus ouvidos.

-As últimas três vítimas eram maiores de idade, o que significa que os romances estão se alastrando para as outras idades. E todos os jovens vem a boates, então certamente terá alguma coisa aqui.

Tentaram se entrosar ao ambiente. Por mais que não tivessem levado uma gota de álcool na boca, Hermione e Harry dançaram juntos e separados, sempre de olho ao redor. Estavam camuflados ao ambiente trouxa, então nada melhor do que vestirem o auge da moda dos anos 2000: Harry vestia jeans escuros, com uma camisa curta de botões preta, sendo complementado com uma gravata vermelha. Seus cabelos pretos arrepiados o tinha levado a ser confundido com um cantor famoso. Já Hermione vestia calça jeans clara, com uma cintura extremente baixa, deixando a mostra o V abaixo de seu umbigo. Um cinto carregado de brilhantes enfeitava seu quadril, com uma blusa justa que acabava logo abaixo de seus seios, de mangas longoas e folgadas, rosa. Seus pés tinham tamancos, e na sua cabeça uma boina.

-Nunca pensei que fosse preferir as vestes bruxas. – Harry estava exasperado com tudo aquilo.

-Ah, para de show. Isso é moda, Harry! – Hermione o puxou para a pista de dança, sempre mexendo bem seus braços, balançando suas mangas. A varinha de Harry estava bem escondida em sua bota, enquanto Hermione se contentava com sua magia sem varinha.

Harry se perguntava como explicaria para Draco que sua esposa fora cantada por alguém na boate, quando percebeu uma movimentação estranha. Ignorando o homem que tentava abraçar sua amiga por trás e que estava recebendo uma cotovelada de repreensão e até mesmo a bebida que era oferecida a ele próprio por uma garota no bar.

-Hermione.... Alí atrás, perto do banheiro.

-Me larga, cara! – Ela empurrou o homem, direcionando sua atenção para Harry. – Tem um rapaz bem bonito conversando com uma garota. O que tem eles?

-Olha pros dedos dele.

Forçando a vista, ela conseguia enxergar unhas afiadas.

-É noite de lua cheia.

Ela imediatamente andou a passos largos até o casal, percebendo que talvez fosse tarde demais. O rapaz conduzia a garota para o lado de fora da boate, pela porta dos fundos. Desesperada para salvar aquela vida, Hermione correu boate a fora, pouco se importando para seu disfarce.

-Hermione, não! – Harry só conseguia ir atrás, sem ter muito o que fazer.

Ele estava pressionando a garota na parede do beco, com um sorriso ladino. A luz da lua estava prestes a alcança-los. Ela não tinha muito tempo.

-NEM PENSE EM JOGAR O PAPO FURADO DE LOBISOMEM APAIXONADO! – Hermione andou em passos largos, até onde a lua batia.

Seu grito despertou a fúria no homem e a indignação na garota, que em um primeiro momento ficou furiosa por ter sido interrompida. Ele podia ser um lobo aprisionado no corpo de um cara, mas só queria sua ajuda para quebrar a maldição! Mas ele sabia quem ela era, por isso não teve escrúpulos de se virar e deixar que suas presas, garras e olhos amarelos viessem à tona. A garota se apavorou quando viu o homem se transformar em uma criatura humanoide cheia de pelos e um rabo, rosnando para a mulher a sua frente, que apenas olhava com raiva. Ela jurava que lobisomens eram mais bonitos!

Gritou quando ele avançou contra a mulher, sendo jogando longe por um raio colorido que saía de suas mãos. O que raios ela era?!

-HERMIONE! – Harry puxava sua varinha e tentava proteger a amiga, que ignorava seus chamados e duelava com mais afinco contra o lobisomem, o ferindo o bastante para que ele saísse correndo chorando.

-Você está bem? – Ela perguntou para a garota em choque, ainda colada à parede.

-O-O que vocês são?!

-Pessoas que salvaram a sua vida. Agora, senão se importa, poderia nos acompanhar e responder algumas perguntas? Prometo não deixar que ele se aproxime de novo. – Harry mostrou a sua varinha, como uma oferta de paz.

Hermione conferiu seu corpo: não tinha nenhum arranhão.

Pelo menos sua teoria tinha se provado certa.

Mais tarde quando chegara em casa, Draco a perguntou se o presente surpresa para Gina era um perfume, confuso com a mistura de cheiros que seu nariz apurado sentia vindo da esposa.

-Claro, um perfume. Aquela loja estava uma confusão de essências, por isso demoramos tanto para conseguirmos encontrar o perfume certo.

É, o perfume lupino certo.

 

 

 



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