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História Velhas Emoções - Parte 1


Escrita por: LadyGriddlebone

Capítulo 1 - Parte 1


Fanfic / Fanfiction Velhas Emoções - Parte 1

Brilhos, ouro, música maravilhosa, trajes deslumbrantes, tudo isso lhe era familiar; não porque ela pertencia à realeza, mas sim porque seu melhor amigo pertencia e a levava em todo e qualquer lugar que fosse. Cerise era o nome da menina, a filha do padeiro da vila vizinha, ele que fornecia pão ao castelo, assim o Cuisinier preparava maravilhas da culinária francesa. Todos no castelo amavam a pequena Cerise e tinham-lhe imensa gratidão, pois ela trazia uma felicidade contagiante ao Príncipe.

Em um dia de sol, sem a autorização do marido, evidentemente, a senhora d'Aubigné foi acompanhar suas adoradas crianças ao jardim, assobiando uma bela melodia, uma canção antiga da qual a letra nem recordava-se mais; Cerise prestou bastante atenção naquela musiquinha e apaixonou-se, decidindo ela mesma adicionar uma letra.

 

Doce visão

Guardo em mim aquela emoção

Eu te levo no coração

Sempre estás comigo

 

Adam e sua mãe aplaudiram fervorosamente, e o pequeno jurou silenciosamente que sempre levaria esta canção consigo, assim como todos os momentos que passara e ainda passaria com sua amada amiga.

 

Algum tempo depois

 

"Adam?! Onde está, garoto?" Louis chamou pelo filho como um trovão anuncia uma tempestade; apressadamente o rapaz foi ao seu encontro, sorrindo alegremente, pois o pai raramente requisitava sua presença. O Rei levou o garoto até o leito da mãe - a peste a acometera - logo em seguida, puxou-o para encará-lo e ordenou em tom de voz surpreendentemente pacato "Eu não quero mais que você veja aquela garota, ouviu bem, Adam?" O Príncipe afastou-se e saiu do quarto, o jardim pareceu-lhe o recinto mais acolhedor do castelo inteiro; sentou-se ao lado das rosas brancas e pôs-se a chorar. Chorou pela mãe, por Cerise, até pelo pai, pois ele não era o responsável por sua conduta. Adam permaneceu sentado por horas a fio até que ouviu o portão sendo aberto, correu até lá e constatou que tratava-se de Monsieur Jacques e sua filha mais velha, Cerise não o acompanhou àquele dia. "Monsieur, onde está Cerise?" A expressão de Jacques entristeceu, preocupando ainda mais o jovem monarca. "Ela está com mamãe preparando as baguetes..." Logo depois uma voz diferente fez-se ouvir, grave e tempestuosa. "Jacques, pode ir, não queremos pães hoje." Acenando lamentavelmente, o velho padeiro segurou sua Donatienne pela mão e seguiu seu rumo para a aldeia.

"O senhor falou algo para Cerise, não é?" O jovem dirigiu-se ao pai, enfurecido e da mesma maneira, o Rei respondeu afirmativamente e ainda disse que tudo o que fazia era para o bem de seu único filho; Isso fez com que Adam fosse agitado ao portão, lançando ao pai um olhar desafiador e apressurou-se até a vila. Retornando ao Palácio, Louis ouviu a voz de sua esposa soar fracamente, chamando pelo filho; O Rei acalmou a mulher de sua vida, sentou-se ao seu lado e beijou-lhe a mão. Naquele instante, nada mais importava para ele. "Majestade..." O marido a silenciou, lançando-lhe um sorriso reconfortante e um tanto melancólico. A mão da Rainha, que estava sendo fortemente segurada pelo Rei, foi desprendendo-se suavemente, e assim ela deu seu último suspiro.

 

Após a morte de Françoise, Louis caiu em desespero e também faleceu; Adam tornou-se homem feito, ainda sentia falta da mãe, porém, foi ensinado a não demonstrar sentimentos, essas coisas não eram dignas de um futuro rei. Senhor (a) Leitor (a) deve estar perguntando-se 'E Cerise?' Bem, ela acatou as ordens de Louis e deixou Adam em paz, até que um convite chegou à suas mãos, convite para um baile no Palácio. A garota das bochechas coradas não podia negar que uma enorme onda de felicidade a invadiu e que no mundo não podia haver coisa melhor que aquele convite. Indo até seu quarto, recolheu seu material de costura e apanhou debaixo da cama um grande tecido vermelho-cereja, confeccionando então o mais belo vestido que já tivera!

Enfim chega o dia do baile e, jamais Cerise estivera mais ansiosa, seu pai, notando que ela retorcia tanto as mãos, aproximou-se e disse num tom de voz ameno "Está com medo de que ele não vá reconhecê-la neste belo traje? Querida, você pode derreter o mais duro coração, sabia disso? O Príncipe ficará ainda mais encantado por você, confie em seu velho pai." A jovem sentiu seus olhos marejarem e envolveu seu pai num caloroso abraço; Marie juntou-se aos dois, trazendo a outra filha, os olhos das duas brilhavam. "Está magnifique, irmã!" Cerise abraçou fortemente sua irmã mais velha, dizendo que ela poderia ir ao baile real também, porém, a mesma achou melhor ficar com os pais. Neste instante, todos ouviram o som de uma carruagem e mais que depressa foram ver do que se tratava: Monsieur Pierre viera buscar a moça, conforme o Príncipe havia ordenado, ela despediu-se da família e seguiu para o castelo.

Lá chegando, Cerise tratou de procurar seu melhor amigo e rapidamente o encontrou. "Adam? Oh meu Deus, é tão bom vê-lo!" Dizendo isso, a jovem correu abraçá-lo mais forte que nunca; o Príncipe fechou os olhos por um momento, travava uma batalha interna, trazia suas emoções à tona ou simplesmente a repelia, fingindo não importar-se? Afinal ela era uma das pessoas mais importantes de sua vida, porém sabia que seu coração não podia mais reger suas decisões. "Por Deus, está amarrotando meu melhor traje!" A garota de cabelos cor de mel petrificou-se, ainda assim pôde ver a sombra de uma piscada de olhos; não tinha certeza se ele estava interpretando um personagem ou se aquilo era o que havia tornado-se - um completo intratável. "Desde quando roupas são tão importantes para você, Vossa Alteza?" Dando um sorriso de canto, ela fez uma reverência, de modo a provocá-lo, e surtiu efeito. "Isto não é brincadeira, Cerise!" Levantando-se, ela possuía mais tristeza do que raiva em seu coração, mesmo assim proferiu um "Estou surpresa que tenha se lembrado de meu nome, Monsieur le Prince." e apressadamente saiu daquele aposento, indo até o salão de festas. Ela costumava brincar de princesa quando criança, Adam dançava com ela e beijava-lhe a mão docemente; naquela época o Príncipe era nobre de verdade. Os convidados para o baile real já iam se achegando, logo o salão foi tomado pelas mais variadas cores e vozes; Madame de Garderobe ensaiava sua belíssima voz para apresentar-se logo mais, Lumière e Horloge cortejavam as donzelas e Madame Samovar ajudava a preparar a refeição que seria servida mais tarde.

Apenas um rosto não estava sorridente, e era o de Cerise, mas ela deixou tudo isso tudo de lado e achou que seria bom dar um passeio pelo jardim. Não esperava, entretanto, que seria seguida por Sua Alteza! "Sabia que a encontraria aqui." Ele ainda não ostentava a maquiagem ou a pesada peruca, estava ao natural, como ela e pouquíssimas pessoas o conhecia. "Majestade..." O Príncipe a silenciou e os olhos de Cerise imediatamente acenderam-se com esperança; ele a pegou nos braços e iniciou uma doce dança, aproveitando a música suave regida pelo Maestro Cadenza e executada primorosamente por Madame de Garderobe; Cerise deu seu mais sincero sorriso, o que contagiou Adam. Eles não esperavam, porém, que à porta do terraço esperaria uma fabulosa dama, cujo nome era Emmanuelle - uma ex dama de companhia de Vossa Majestade, a Rainha, que passou a ser um dos confidentes do Príncipe. "Perdoem-me, Monsieur le Prince, esperam-te no salão de baile. Bonne nuit, mademoiselle!" A última frase foi dirigida à Cerise, que prontamente respondeu. O Príncipe então beijou a mão da dona de seu coração, com olhos repletos de promessa; logo depois foi ao seu quarto para terminar de arrumar-se e juntou-se a Emmanuelle e aos outros convivas no salão.

 



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