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História Viagem Para o Futuro - Dentre Xícaras, Taças e Tentações


Escrita por: DearDanvers

Notas do Autor


Desculpe a demora, estão fiz um capítulo grande também pra ficar justo. <333 Boa leitura e nos vemos lá em baixo.

Capítulo 13 - Dentre Xícaras, Taças e Tentações


Fanfic / Fanfiction Viagem Para o Futuro - Dentre Xícaras, Taças e Tentações

O som da porta principal ecoou pela casa ao ser fechada, alguém chegou...

O "casal" da família finalmente deve ter chegado após o trabalho. Dei um último suspiro ao ver o pequeno adormecido e voltei para o andar de origem. Shawn e Camila ainda estavam na entrada retirando os sapatos, rindo um pouco, o homem de roupa mais estilosa (típico dos músicos melosos) e a latina com suas roupas executivas, um perigo para minha sanidade, que aos poucos por amor e desejo, se esvaía pelas fantasias internas.

Cabello ao me ver descendo enrijeceu a postura desconfortavelmente porém o que me pareceu ser uma resposta natural quanto a minha imagem, pois logo relaxou e me deu um sorriso cansado e receptivo como um alívio em me ver.

— Dormiram? — perguntou carregando os sapatos na mão.

— Como anjos... — suspirei sentindo meus olhos arderem de sono. Ela me pareceu ainda mais aliviada.

— O que pediu para o jantar? — Shawn se manifestou desabotoando a blusa.

Esse aí quebra qualquer clima.

— Pedi comida brasileira. — a latina surpreendeu-se.— Espero que aproveitem.

— Não irá comer conosco? — o homem perguntou convidativo.

Peguei a jaqueta pendurada, a vesti e passei as mãos dentre os cabelos para retirá-los de seu interior.

— Oh não, eu lembrei que tenho algo a fazer. — respondi breve sem conseguir tirar os olhos da mulher.

Corou intensamente e evitou me fitar como se não estivesse vendo, quem dera poder me despedir dela agora como na última vez, com um agarre, um beijo no canto da boca... Sentindo o arrepio do seu corpo como reação à carícia. Me veio água na boca ao lembrar.

— Pois até a próxima, Lauren... — me estendeu a mão e o cumprimentei. — E muito obrigado por ter nos ajudado com as crianças. — sorriu sincero.

Estendi a mão para Camila e ela a olhou desconfiada, estar lembrada do que aconteceu anteriormente e possivelmente acontecer agora em frente ao marido deve ser um tanto desconsertante. Mas venceu o medo e tomou minha mão na sua, por minha vez, para marcar meu território, me curvei para beijar docemente sua mão.

— Adeus. — sussurrei enquanto ela me dava Aquele olhar.

Aquele que me transporta de volta aos dezessete, que faz aquela garotinha inocente se materializar em minha frente mesmo dentre as roupas sociais e saltos altos, a pureza de um anjo que está se descobrindo, os olhos de quem descobrira um sentimento novo. Eu vi. E se um ato fez tantos trejeitos se desenrolarem é porque não estou tendo devaneios, ela sentiu. Antes de tudo, ela sentiu aquela garota renascer, a mesma que ela evita como uma praga.

Retirei minhas chaves dos bolsos...

[...]

[...]

[...] 

Meus pescoço estava doendo, mas eu acabava por dobrar mais e mais o mesmo por não controlar o cansaço. Me encontrava dando cochilos na sala de espera em frente ao meu próprio escritório, esparramada no sofá próximo à bancada que Ally passava seus dias trabalhando. Após me despedir de Camila na noite anterior não fui para meu apartamento dormir, passei a noite treinando balizas, tentando controlar a velocidade e o próprio controle do volante do meu carro. Não dormi nada, ao amanhecer tratei de vir para a Feline. Vários funcionários que chegavam olhavam estranho com problemas para reconhecer minha imagem com roupas tão joviais e estilosas

— Senhorita Jauregui... — ouvi a voz doce acompanhada de um toque em meu rosto.

Abri meus olhos gradualmente vendo Ally bem próxima de mim, inclinada para checar-me. Fiquei tão feliz em vê-la que a surpreendi com um selinho brusco. Deu um pulo para trás e cobriu a boca com as mãos gargalhando discreta, como minha reação ainda preguiçosa, dei um sorriso libertino.

— Bom dia, AllyCat. — murmurei e senti um tapa leve no braço.

— Você não pode me beijar assim, vou casar na igreja em breve, sabia? — falou brincalhona e gargalhei fraca.

— Como está sua filha? Sei que você tem uma filha.

Sorriu exalando o ar.

— Grace está ótima, obrigada. — pegou uma pasta no balcão e sentou-se ao meu lado. — Como estão os seus?

Ajeitei minha postura e fiquei mais atentando afim de expulsar o cansaço.

— Estão ótimos! São tão lindos e talentosos pra tudo, temos absolutamente tudo parecido... — fiquei encantada ao lembrar. — Se eu pudesse passava cada segundo agarrada nos três!

— Três?! — franziu o cenho.

— O quê? — perguntei confusa.

— Você falou três filhos... E só tem dois... — explicou como se eu falasse abobrinhas.
       Analisei as últimas frases que disse para ver onde me perdi, pensei tanto em Matthew que o somei na conta de filhos.

Tenho uma ponta de razão, ele é tão perfeitinho quanto os meus!

— Oh desculpe! — limpei a garganta. — É que agora eu estou de babá do filho da Camila, o Matty, então o levo comigo para fazer seja lá o que for, estou começando a me apegar.

— Babá? Como isso aconteceu? — ficou mais atenta pela confusão.

— Foi um acordo que ela e eu fizemos para que eu pudesse ver os gêmeos, eu vou buscá-los na escola, fico durante a tarde, cuido deles e quando ela e o Mendes chegam eu vou para casa, assim durante uma semana até estabelecermos uma rotina de visitas fixa. — expliquei, em seguida bocejei.

— Por isso deve estar tão cansada... — esfregou minhas costas amigável.

— Na verdade, estou cansada porque passei a madrugada inteira treinando minhas habilidades no volante, despachei o motorista para ficar mais íntimo o ambiente, — bocejei novamente. — a Luna odeia velocidade e posso confessar que esqueci quase completamente da minha experiência nas estradas.

— É bonito da sua parte se sacrificar para fazer as vontades dos seus filhos. Eu nunca deixei de acreditar que um dia você faria o certo, as pessoas mudam. — me senti satisfeita em ouvir isso. — O que veio fazer aqui? Não aguentou ficar longe do trabalho?

— Vim falar com a Vero, é um assunto muito importante.

— Ela está no escritório no final do corredor. — apontou-no.

— Achei que ficaria no meu escritório. — estranhei.

— Pensou mesmo que ela se instalaria no seu Templo? Veronica consideraria isso um desrespeito. — levantou-se e puxou minha mão para que a acompanhasse.

Caminhamos até a porta do escritório de Vero. Conversamos um pouco ainda. Ally, no momento, planejava seu casamento, a mesma casara somente no papel com o Troy e têm uma filha, agora terão a oportunidade de casar na igreja. Numa linda festa. no qual estou convidada, na verdade todos de nosso ciclo estão convidados. Acontecerá em breve e espero que até lá eu possa ser o par de Camila.

Enquanto houver amor nela haverá esperança em mim.

A  porta se abriu após batermos nela e assim que foi aberta fui puxada bruscamente para dentro do recinto. Vero puxou-me com tanta força que mal pude ver seu movimento, quando pisquei os olhos estava dentro da sala em questão.

— Bom dia para você também, Vero. — murmurei quase sem fôlego pelo susto.

A Iglesias segurou ambos os meus ombros e me fitou séria.

— Preciso da sua ajuda! — largou-me e se dirigiu depressa à sua mesa vasculhando gavetas da mesma.

— Espero poder ajudar porque também preciso do seu auxílio. — me aproximei na esperança de capturar sua atenção.

Continuou a vasculhar as gavetas e mexer em papéis atrás de alguma especifidade.

— Precisa de mim para quê? Se for para fazer algum jantar meloso pra Cabello pode esquecer porque eu não vou me envol...

— Eu quero um divórcio. — falei de bruscamente.

Parou tudo o que estava fazendo para me olhar como uma fugitiva de sanatório.

— Lauren, não seja idiota. — avisou severa.

Sentei em cima da mesa para que a minha amiga me visse com clareza.

 — Sem dúvidas quero ficar com a Camila, mas pra isso não posso continuar casada. Nem sei direito com que casei, não conheço aquela loira ninfomaníaca. — expressei com indignação.

— Não se preocupe, — afirmou com total calma. — Candice nunca se importou com qualquer amante sua, e foram muitas... — arregalou os olhos na última palavra. — Ela não se importará se descobrir que você e a Cabello estão dormindo juntas ou não. — riu com deboche mas ficou sério de repente. — Não estão, não é?!

— Não... Bem... Ainda não. — murmurei sem jeito.

— Ótimo, é bom ir devagar mesmo. — respirou fundo. — Mas se você se divorciar ela fará um escândalo, acredite, portanto que vocês transem às vezes e você continue a pagar os gastos dela ficará tudo tranquilo.

— Da última vez que falamos a respeito você disse que ela me comeria viva. — falei confusa.

— Falei porque eu sei que você está apaixonada, por algum motivo do universo você inventou de se apaixonar justo pela outra cubana de novo! — levantou as mãos para os céus. — Sei que não será mais uma amante ou um caso de uma noite só, vocês não aguentarão muito tempo...

O que eu entendi por "Não aguentar por muito tempo" seria dizer que Camila nunca será um caso de uma noite só, ela é um caso de uma vida inteira, exclusiva em meu viver e, quando a gente menos imaginar, um divórcio será necessário. Eu sinto nesse instante que já é necessário porém entendo o lado da minha amiga e concordo que um passo de cada vez seria o certo a fazer para a nossa própria segurança.

— Irei com calma, mas — acentuei. — quando for necessário, eu vou me separar e vou ficar permanentemente com a Camz. — revirou os olhos. — Pois agora me diga o motivo de precisar da minha ajuda.

Pegou duas pastas e um conjunto de materiais para desenho.

— Preciso de uma coleção de anéis novos, pedras com formas extraordinárias e revolucionárias, temas novos, algo com história e singularidade. — me explicou inspirada.

— Como eu entro nisso? — arqueei a sobrancelha.

— Criando! — me entregou as pastas.

Olhei assustada para as mesmas, eram um conjunto de folhas de ofício prontas para serem usadas.

Como eu vou fazer isso?!

— Veronica! É impossível!

— Que nada... Tome o tempo que precisar, lembre-se que quanto mais breve, melhor.

— Mal posso esperar para que possamos voltar a trabalhar juntas... — suspirou. — Adivinha quem eu encontrei tomando um capuccino na AlleyWay Café? — perguntou animada.

— Quem?!

— Lucy Vives! Irá trabalhar aqui, uma das estagiárias contratadas. Foi ótimo conversar com ela novamente. — deu um suspiro encantado.

Não conheci Lucy muito bem, o que soube dela foram tópicos básicos, algo breve um pouco antes dessa viagem para o futuro começar. Sei que começou a ser colega da Vero bem nessa época, no momento me parece que a aproximação não durou.

— Boa sorte com ela. — falei inocentemente.

— O que quer dizer com isso?! — corou.

Arqueei a sobrancelha agora entendendo a malícia que ela detectou, não falei com más intenções mas as mesmas se passavam na cabeça da minha doce amiga.

— Vero, Vero... — murmurei sacana.

A morena revirou os olhos.

— Melhor tomarmos café, a fome está lhe dando alucinações. — puxou-me pela mão para fora do recinto.

[...]

[...]

[...]

Após tomar café com Vero e discutir tudo sobre minha condição atual, voltei para meu apartamento descansar um pouco, tomar um banho e relaxar. Posteriormente, tive que buscar meus filhos na escola. Tive o maior cuidado possível para não cometer gafes, pisei leve no acelerador, principalmente quando vi que Luna congelou apenas por estar sentada no banco, pude ouvi-la rezar em sussurros. Quanto ao Miguel, as viagens com ele continuavam silenciosas, seu senso de interação não se encontrava totalmente desenvolvido, lhe faltava um pouco de confiança. 

Cheguei na casa dos meus bebês, feliz, é estranho. Ver somente essas pessoinhas muda meu humor do dia inteiro, eu me sinto realizada em estar com eles, ser mãe deve ser assim, eu acho. Dizem que depender de alguém é algo horrível e deprimente mas eu dependo da vida deles, e me sinto muito feliz por isso, ser mãe muda tudo, muda até você mesmo.

Ver Luna e Miguel me alegrava mas eu estaria mentindo se dissesse que estaria satisfeita se não visse também o...

— Matty! — peguei o bebê dos braços da babá.

O enchi de beijos e o apertei forte contra mim.

Era mais que preocupante como eu estava emocionalmente ligada com o Matthew, a pobre criança não tinha culpa, eu, por outro lado, podia me culpar por não tomar controle do que sinto, nem pela Camila e nem pelo Matthew. Cheguei à conclusão que meu apego com ele é igual ao dos meus filhos porque sempre penso nos três como um conjunto, talvez seja pela rotina de ver os três integrados em tudo, queria eu que fosse um simples trabalho do meu subconsciente.

— Você dirigiu tão bem, Mãe 'Lo, que bom que esteja lembrando de como se faz. — Luna me abraçou.

— Me conte como estão os treinos vocais. — perguntei olhando para dentro da geladeira e pegando alguns ingredientes.

 — Estão ótimos! — exclamou animada. — O irmão da namorada do Miguel entrou na equipe do coral, ele tem uma voz muito bonita e nos tornamos amigos... Não é tão chato quanto o Miguel sempre diz que é. — sentou-se à mesa.

Coloquei o bebê na cadeirinha perto da irmã e a mesma começou a fazer caretas para que ele gargalhasse.

— Isso é bom para apaziguar a situação, pelo que vejo nossas famílias são inimigas por causa do Softball, talvez se ficarem amigos os conceitos mudem, não acha?

— Ah... Claro. — falou breve. O que eu estranhei profundamente.

Fiz três sanduíches simples e os coloquei no centro da mesa, Luna logo pegou o seu e o mordeu com vontade.

— Como é mesmo o nome desse rapaz?

Terminou de engolir e me respondeu.

— É Zahid. Ele é um cara legal.

— Que nome diferente, tão diferente quanto Aaliyah. — peguei na mão um dos sanduíches.

— Os três são de origem paquistanesa, sabe, asiáticos... Nomes árabes.

— Entendo, na época de colégio eu também tive um colega paquistanês que jogava Softball comigo mas éramos muito amigos... Mas você disse "três."

— Porque são três irmãos no total: Zaman, o mais velho; Zahid o jogador de Softball; e Aaliyah é a caçula namoradinha do meu irmão.

— E tudo isso num único dia com o rapaz, você é uma ótima espiã. — prendi seu nariz dentre meus dedos a fazendo se contorcer e rir.

— Posso participar da aula de natação hoje? — fiquei sem jeito porque a rejeitaria. — O meu irmão me contou sobre as aulas depois de você ter me contado. Somos gêmeos, não conseguimos esconder nada um do outro. — sorriu com a língua entre os dentes.

— Seu sorriso é idêntico ao da sua mãe, não consigo lhe negar nada!

Gargalhou travessa e começou a brincar com o pequeno a sua frente.

[...]

[...]

[...]

Luna fez questão de fazer os mesmos exercícios com o irmão, no momento ambos estavam mergulhando gradualmente e se locomovendo até as regiões mais fundas da piscina com muita paciência, fiquei observando ambos sentada na borda da piscina com a água molhando meus pés e Matthew, muito manhoso, agarrado à mim. Todos estavam com roupa de banho, eu usava meu conjunto, Luna o dela, Miguel sua sunga e para que o pequeno não ficasse deslocado, comprei para ele uma sunguinha azul.

Não conseguia tirar os olhos deles, quando não olhava os gêmeos interagindo e brincando inocentemente nas águas ficava a fazer cócegas e dava diversos beijinhos no bebê e naquela barriga fofa dele. Era um momento impagável. Matty começou a fazer cara de choro, se contorcendo e apontando para os irmãos.

— Quer entrar na água, meu anjinho? — assentiu.

Entrei e a mesma estava morna, Matty ficou muito animado em estar ali, era tão novo para ele ver tanta água num espaço só, agarrou mais firme em mim com um de seus braços e com o outro batia freneticamente na água vendo-a espirrar, virou-se e deu um gritinho me mostrando sua mãozinha molhada, a segurei e a beijei com carinho. Ele ficou acanhado corando muito.

— Miguel, vamos apostar quem fica mais tempo sentado no fundo da piscina?! — Luna sugeriu.

— Meu fôlego ainda não é dos melhores mas posso tentar. — o rapaz respondeu.

Ambos mergulharam cruzando as pernas para, de fato, sentarem no fundo e se manterem no mesmo. Matthew por sua vez, ao ver seus irmãos desaparecerem debaixo do azul vibrante, arregalou os olhos e estapeou com mais força a área tentando chamá-los de volta.

Luuu!!! Gueeel!! — esboçou o nome de ambos gritando bem alto. — Mama Tigue! — ficou desesperado apontando para a água me mostrando o local que ambos se afundaram.

— Calma, bebê, quer mergulhar comigo pra procurar por eles?!

Puxei ar com a boca inflando as bochechas ao fechá-la mostrando a ele o que fazer, ele fez o mesmo e tapei o seu nariz. Nós dois mergulhamos quando eu dobrei os joelhos, ficamos de olhos abertos debaixo d'água e era clara a imagem dos gêmeos sentados lado a lado numa meditação em busca de auto-controle.

Ao emergir, Matty passou as pequenas mãos nos olhos para enxergar e me abraçou contente. Luna emergiu logo em seguida e grunhiu frustrada, depois dela, Miguel!

— Ganhei de você, pirralha!! — fez uma dancinha em comemoração. — O que nasce primeiro sempre ganha!!

Ao ouvir a voz do irmão, Matty pediu para que o mesmo o segurasse nos braços, abriu e fechou as mãos diversas vezes até que o rapaz decidiu finalmente segurá-lo.

— Que surpresa, Matt, você quase nunca quer conversa comigo. — Miguel disse a ele fechando os olhos enquanto o miúdo passava os palmos em suas sobrancelhas molhadas.

Luna cruzou os braços.

— Se depender de mim ele não fará mais isso, só porque ganhou uma competição boba se acha O Rei do Mar... Vem comigo Matty! — estendeu os braços.

— Nada disso, ele quis ficar comigo porque eu sou um campeão nato, não é, irmãozinho? — o bebê estava distraído com a piscina até o ponto.

— Nem o bebê acha isso, seu bobo!

Me intrometi com certa ladainha.

— Eu sou a babá dele, ou seja, Matthew fica comigo. — me aproximei.

— Nada disso!! — ambos exclamaram.

— Então é bom os rapazes fugirem, porque eu e a Luna iremos até o fim para roubar esse bebê! — falei em puro drama.

— Segura firme, pirralho!! — o rapaz exclamou segurando firme o irmão.

Miguel arregalou os olhos e começou a fugir de nós dentre a piscina, ora boiava deslizando para longe, ora exercitava as pernas musculosas vencendo a resistência do fluido e correndo de nós, que em nossa vez tentávamos encurrala-los. Conseguia segurar um de seus braços e o caçula se desesperava e gritava eufórico. Ficamos nós quatro brincando por horas a fio, sem nos preocupar com mais nada.

Ficamos exaustos, um tipo bom de exaustos. Estávamos radiantes tanto quanto estávamos sem ofegantes, eu, particularmente, fiquei mais cansada do que imaginada, creio que seja efeito da idade. Entramos em casa quase congelando, os queixos dos meus filhos batiam e os lábios teimavam ficarem azulados, Miguel pegou alguns roupões para nos aquecer e eu me preocupei em pegar uma toalha para enrolar o bebê, e ficamos perto da lareira.

— Matthew, você parece um burrito assim. — Luna brincou com irmãozinho e deu uma mordida em sua bochecha. — É! Mas ainda tem gosto de bebê.

— Certamente o burrito mais delicioso desse mundo. — mordi seu pescoço e sua orelha, o menino se contorceu todo e descansou a cabeça em meu ombro.

Miguel, já com roupas secas, saiu da cozinha trazendo numa bandeja xícaras com alguma bebida quente, surpreendentemente o rapaz não se isolou, ficou no sofá conosco.

— Eu fiz um chá, não que eu saiba do que você gosta, sabe... A gente nem se conhece... Bem, dizem que somos muito parecidos então eu presumi que você gostasse de chá tanto quanto eu e a Luna e... — ficou sem jeito tentando parecer casual.

— Tudo bem, filho, eu entendo os seus motivos. — passei o palmo em seus cabelos negros.

Deu um lindo sorriso modesto e ficou todo vermelho, a única distância entre nós era a 'Lu quase desmaiada dormindo com a cabeça em meu ombro, todo encolhida agarrada a mim como se eu fosse o ser mais protetor desse mundo.

Ela tem total razão quanto a isso.

O rapaz abraçou a irmã para tirar um cochilo também.

Que fofura! Eles roncam em sincronia!

Comecei a tomar meu chá e relaxar um pouco, o bebê levantou a cabeça ainda atordoado me olhando confuso.

— Mama tigue... — murmurou manhoso.

— O que houve, meu bebê? — perguntei, ele apontou para a xícara. — Ah... É chá! — arregalou os olhos e começou a arfar. — Acho que você quer um pouquinho...

Abaixei a xícara até onde ele poderia encostar a boca mas ao invés de fazê-lo enfiou a mãozinha inteira na mesma, a levou até a boca para saborear o gosto do chá num picolé feito de mão, feito da própria mão.

Ótimo, meu chá vai ficar com gosto de mão de bebê.

Depois que o pequeno terminou de lamber a própria mão e roubar mais um pouco do meu chá acabou por adormecer, ficou todo mole e entregue em meus braços, decidi que era a hora de todos os meus bebês irem para seus quartos. Miguel acordou e carregou a irmã até seu recinto, assim que se deitaram dei um beijo na testa de cada um, todos os três estavam devidamente cuidados, alimentados e cheios de amor.

A campainha tocou, era a comida francesa que eu pedira para esta noite. Hora de organizar o jantar para o casal. E eu.

[...]

[...]

[...]

Mesa pronta, com vinho, macarrão ao molho branco e outras especiarias. Eu irei ficar para jantar dessa vez cortando qualquer clima romântico que os casados possam ter. Aporta bateu atrás de mim.

— Minha nossa... É um dos melhores jantares que presencio há meses. — Camila manisfestou-se e olhei para trás abruptamente.

Fiquei um pouco envergonhada, Camila usava um de seus trajes mais sofisticados, cabelos soltos e impecáveis. Enquanto eu estava de calça aberta mostrando a cueca, uma blusa mais confortável abotoada somente pela metade, sem sapatos e cabelos bagunçados. Numa necessidade de um pouco de formalidade puxei a cadeira mais próxima para que ela sentasse.

— Muito obrigada. — murmurou mantendo sua postura impecável ao sentar-se.

— E o Shawn...? — perguntei sentando de frente para ela.

— Ficará fora até de madrugada, — explicou fria. — de acordo com ele as dores dos hematomas da queda fazem o trabalho ficar mais difícil e tomará mais tempo no trabalho. — começou a saborear o macarrão.

— Afinal, como ele se machucou? — comecei a fazer o mesmo.

— Caiu do segundo andar de um prédio, está cheio de marcas e caiu por cima do violão, tem um buraco com o tamanho perfeito do nariz dele no instrumento e um muito sangue também. — falou tudo muito tranquila. — Achei estranho o fato dele supostamente ter caído do segundo andar do prédio da gravadora se ela não tem uma sacada, ou seja, ele atravessou uma janela de vidro mas não tinha vidro nos cabelos, nem nas roupas... — suspirou cansada. — Discutiremos isso mais tarde... Como foi o dia?

Para começar eu dei aulas de natação para o nosso filho, Luna brincou na piscina com ele, foi uma tarde muito feliz, adotei o seu filho caçula, ele comeu a própria mão porque tinha gosto de chá, eu fico com muito tesão vendo você aqui na minha frente, vamos fazer quinhentos bebês iguais ao Matthew, por favor, e segue tudo normal.

— Foi um dia normal, estamos cada vez mais próximos. — respondi somente isso.

— Matthew foi um bom menino? — perguntou mais derretida.

— Ele é um bom menino, estou completamente apaixonada por ele. — ficou contente e bebeu um pouco do vinho. — Será que eu posso fazer dele meu filho também?! — a mulher engasgou imediatamente.

Levantei assustada.

— Camila, você está bem?! — fui até ela e passei as mãos em suas costas.

— Estou... — limpou a gargante. — Irei precisar de muito mais vinho, só isso. — encheu a taça novamente.

Ela cumpriu a promessa de que beberia até demais, afinal, ela merecia se desligar um pouco da rotina agitada do mundo tanto da música como empresarial, quando chegasse em casa deveria cuidar dos filhos e do marido também, era muita coisa para uma única mulher, vejo que Shawn fica tão concentrado na própria música que esquece que tem um filho pequeno, uma esposa dedicada e uma casa para zelar.

Ao beber mais e mais ficando sincera contou sobre quão cansativa era sua rotina, passava os dias inteiros cuidado da imagem do marido, organizando papéis, atribuindo boa reputação a ele. Disse que ficava muito chateada por não ter muito tempo para ficar com os filhos, e que os mesmo sempre buscam diversão fora de casa. Esse foi o principal motivo pra ela ter deixado eu dar procedência ao acordo. Ela se preocupava quanto a felicidade das crianças.

Confessou que meus olhos verdes a deixavam intimidada, ri com algumas de suas constatações e principalmente quando começou a falar de sua vida sexual.

— Eu não transo há meses, muitos e muitos meses... — murmurou sonolenta com o queixo apoiado na mão.

— Isso é algo que você tem que conversar com seu marido, não é justo com você. — falei preocupada.

Eu poderia resolver isso. Bufei.

— Até parece... — riu sarcástica. — Irei dormir, ganho mais assim. — tentou levantar-se.

— Quer ajuda para subir? — levantei dando a volta na mesa.

— Ainda tenho um pouco de equilíbrio. — afirmou com convicção.

Acabou tropeçando nos próprios pés caindo em meus braços.

— Definitivamente vou te carregar até o quarto! — olhei severa para ela.

Todavia a única sendo intimidada naquela cozinha era eu, Camila desabotoou os poucos botões da minha blusa, parecia estar extremamente curiosa, depositou a mão em meu abdome e fez pressão mordendo o lábio pra depois me fitar com aquela mesma expressão. A agarrei pela cintura buscando mais contato contra ela, meu membro pressionado contra sua coxa, senti sua mão descer para a barra da minha boxer.

— Sua calça está aberta. — içou a barra da mesma com os dedos.

Queria fodê-la em cima daquela mesa mesmo, mas ela estava bêbada e eu sóbria. Isso é no mínimo abuso, eu não sou um monstro. Peguei-a nos braços, em recém-casados, evitando pensar no que poderia ter acontecido, ela segurou firme em minha nuca e gargalhou enquanto eu subia as escadas.

— Camz, você é um perigo com umas doses a mais, espero que nem se lembre disso. — revirei os olhos frustrada.

— Você é tão definida, dá vontade de lamber seu abdome... — soluçou. — E não me chama de Camz, eu odeio quando você me chama de Camz, me lembra quando a gente namorava e éramos felizes e transávamos o tempo todo! Uma pensa você ter virado uma vadia por uma coisa que eu nem fiz, e se tentar roubar qualquer um dos meus filhos eu prendo você, já basta ter feito a gente sofrer por tanto tempo! — exclamou embolada.

— As crianças estão dormindo, Camila, pelo amor de Cristo! — exclamei em sussurro.

Pela primeira vez entre no quarto do casal, que pelo visto, não era tão casal assim. Basicamente era branco, com um closet enorme, detalhes dourados na cama e móveis, a cama de casal era bem grande e deitei a mulher sobre a mesma, tudo isso por causa de uma garrafa de vinho. Ficou bodejando algumas coisas quase no estágio de sono profundo. A avisei que voltaria posteriormente para checar se estava tudo em ordem em seu quarto.

Desci para arrumar a cozinha, guardar o resto da comida para Mendes... Afinal eu quase dormi com a mulher dele então ele merece pelo menos uma comida francesa como consolo. Lavei os pratos, taças e talheres usados. Fechei a calça e abotoei por completo a blusa, as mesmas me causaram problemas demais por hoje e joguei fora a garrafa de vinho pelo mesmo motivo. Acredito ter ouvido alguns ruídos, deve ter sido Shawn que entrou de fininho e foi direto para o quarto, sinceramente penso que ele esteja envolvido com outra ou... Outro. Quem sabe?

Porém os ruídos que vinham do andar de cima ficaram mais intensos, como prometido, subi novamente para ver se estava tudo em ordem. Pairei em frente a porta da suíte, encostei o ouvido na mesma e gemidos abafados subiram ao mesmo. Camila estava gemendo como uma gata, alguns gemidos mais altos que outros. Uma ereção começou a surgir e arfei com a sensação.

Como eu sinto saudades desses gemidos pra mim... E se ela estiver descontando eles no Mendes?!

Só de pensar na possibilidade dela estar com aquele cara me deixou indignada, ela é minha e sempre será minha. Que nojo! Desci as escadas com rapidez sentindo angústia e principalmente nojo, era impensável ela estar com alguém que não fosse eu, é um egoísmo mas é muito para mim, mais do que posso aguentar como um ser humano. Guardei no bolso as chaves do carro e abri a porta com força de entrada e esbarrei com nada mais, nada mesmo do que...

— Shawn?! — indaguei perplexa.

— Oi, Lauren! — sorriu e ficou sério depois. — Houve algo?

Comecei a gargalhar desenfreada, até curvei o corpo para doer a barriga. Não conseguia acreditar que Camila preferia se masturbar pensando em mim do que transar com ele, acho que nunca estive tão radiante.

— Jauregui, está me assustando muito... — arqueou a sobrancelha.

— Não é nada. — respirei fundo. — Acho que vou indo. — passei por ele ainda segurando o riso.

— Se beber não dirija, Lauren. — alertou-me enquanto eu ia em direção ao carro.

Não foi eu quem bebeu, meu caro Mendes.

Chequei o celular uma última vez, várias ligações daquele número misterioso e uma só mensagem de texto.

...


Notas Finais


Camila bêbada, Melhor Camila!!

Quero agradecer quem sempre deixa comentários e espero sempre deixar, cada um deixe o seu, se possível, porque é bom para saber como está a qualidade e me sinto muito inspirada quando vejo vocês deixando suas opiniões e teorias. Então não esqueçam, certo?


O que acharam do capítulo?! Está bom?! Curtiram o momento quente? ;)

Falem comigo pelo Twitter https://twitter.com/fosterjergi

Desculpe por qualquer erro e até a próxima, amores <33


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