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História Viandante - Jikook - Quem é você?


Escrita por: Kimik182

Notas do Autor


Última chance de adivinhar hein. Tem dica no título e na capa da fic, e nos capítulos também :)
Bora ler então.

Capítulo 6 - Quem é você?


Fanfic / Fanfiction Viandante - Jikook - Quem é você?

Jimin saiu caminhando pela rua, meio sem rumo. Nem conseguiu saber como chegou em sua casa, pois se encontrava totalmente transtornado, com o rosto inchado de tanto chorar, a uma dor era esmagadora assolando seu peito. As lembranças dos momentos de diversão com Jungkook vinham como flashbacks em sua memória.

Será que era tudo fingimento? Será que ele não se envolveu nem um pouco comigo?

O chef simplesmente não sabia o que pensar. Se jogou no sofá e ficou uns minutos encarando o teto, se culpando por ter se deixado levar tão rapidamente.

Você é um idiota mesmo Jimin, como pôde se apaixonar por alguém que você mal conhecia? Como pôde confiar nele? BURRO BURRO BURRO! Eu sempre soube que se entregasse meu coração pra alguém, era isso que ia acontecer.

Cansado como nunca, ele olhou em seu relógio de pulso, vendo que eram cinco horas da manhã. Todavia, ainda que estivesse cansado, não conseguiria dormir nem mesmo se quisesse, pois sua mente era um turbilhão naquele momento.

Se eu ligar pro Taehyung ele vai me xingar, mas eu não sei o que fazer, preciso falar com alguém, preciso ver se ele ou o Hobi conseguem entender alguma coisa dessa história louca.

Mesmo se sentindo um egoísta por incomodar o amigo nesse horário, Jimin pegou o telefone e ligou para a casa dos amigos. Depois de chamar umas dez vezes, Hoseok atendeu, com a voz sonolenta.

— Alô!

— Oi hyung, é o Jimin...

— Espero que seja importante pra ligar essa hora, Jimin. Puta que pariu! O que aconteceu?

— Muita coisa amigo – sua voz saiu embargada pelo choro.

— O que foi? Por que você ta chorando? – só então Hoseok notou que algo estava errado, e se preocupou.

— Preciso de vocês dois aqui, por favor, ou eu vou até aí, tanto faz, só preciso falar com alguém.

— Tá, não quero que saia de casa assim transtornado. Vou chamar o Tae e nós vamos até aí. – disse sem nem pensar duas vezes.

— Obrigado hyung, estou esperando.

Passados mais uns 20 minutos, eles chegaram, e Jimin tentou contar tudo que acontecera mais cedo. Seus amigos ficaram bastante confusos, mas qualquer um teria dificuldades em entender aquela história sem pé nem cabeça.

— Calma, Jimin – Taehyung tentou controlar a situação. – Vem cá, você precisa de colo – pediu para que o outro deitasse a cabeça em suas pernas, fazendo um cafuné despretensioso.

– Vamos por partes. Fale com calma porque não entendemos nada. Conte desde o começo. – Hoseok solicitou.

— Ok, primeiro, eu fui pro hotel com ele depois que saímos do bar. E nós estávamos dando uns amassos, e de novo aconteceu o que eu tinha falado pro Taehyung.

— A história da ereção? – Tae perguntou.

— Sim, ele ficou todo esquisito de novo.

— Como assim? – Hoseok ainda não sabia do ocorrido.

— O Jimin falou que ele se assustou quando ficou duro, como se nunca tivesse ficado antes.

— Eu hein! – Hoseok exclamou, indignado. – Que coisa mais estranha.

— Aí beleza, eu desisti de tentar entender a cabeça dele e resolvi agir. Então, tivemos um momento mais quente...

— Isso eu quero saber! – Tae faz uma cara pervertida.

— Não foi nada demais tá, só toquei uma pra ele – Tae se decepcionou pela falta de detalhes por parte do amigo.

— E aí? – Hoseok pediu que ele continuasse.

— Depois eu entrei no assunto que vocês conseguiram descobrir no jogo. Perguntei sobre o que ele mentia. E ele disse que nunca teve pais, que nasceu e foi criado nessa mesma organização do governo para a qual ele diz trabalhar.

— Isso não faz nenhum sentido, parece coisa de área 51, sei lá, como se ele fosse um agente secreto! Ele é muito jovem pra trabalhar no exército... – Taehyung refletiu sobre o assunto.

— Eu também achei muito estranho, mas tive medo de pressionar ele.

— Só que aí você achou o tal computador? – Hobi perguntou.

— É, ele foi tomar banho e eu vi o notebook ali dando sopa e não aguentei. Fui fuçar e vi tudo aquilo que contei pra vocês.

— Não me leve a mal, Jimin, mas você é a pessoa mais comum do mundo, porque ele te investigaria? O que você teria de interesse pra ele? – Tae disse, continuando a acariciar os cabelos do amigo.

— Eu não faço ideia.

— Será que ele é esquizofrênico ou algo do tipo? Você mesmo disse que às vezes achava ele assustador. Vai que isso é tudo coisa da cabeça dele? – o Kim desconfiou.

— Porra Jimin, e se ele quiser te fazer algum mal? – Hobi se preocupou.

— Não acho que seja só algo da cabeça dele. Tem algo por trás disso tudo, mas não consigo imaginar o que pode ser. – O Park respondeu.

— Vamos pensar – Hoseok tentava achar algum sentido naquilo. – Quando vocês estão juntos, sobre o que falam? O que costumam fazer?

— Nós conversamos muito, e ele me faz muitas perguntas... Parando pra pensar, ele realmente me investiga desde que o conheço...

— E o que ele pergunta?

— Ele sempre quer saber como me sinto, acho que até por isso que comecei a gostar dele. Ele sempre pergunta como eu me sinto quando cozinho, quando estou com ele, quando estou com os amigos, quando brinco com as crianças, quando escuto música, quando fico com tesão. Sempre pareceu que meus sentimentos eram muito importantes pra ele – Jimin começou a chorar novamente, sentindo aquele aperto no coração ao lembrar do quanto achava o Jeon doce e puro.

— É, isso não faz muito sentido mesmo – Tae realmente não conseguia achar nenhum motivo pra um cara querer investigar Jimin. – E o que você sabe dele? Não stalkeou rede social nem nada?

— Pra vocês terem uma noção, ele nem tem rede social! O que eu sei, é o que ele contou. Sei que ele não escuta música, que não tem família, que não ama ninguém, que é virgem, que não sabe nada sobre sexo, que fala igual um robô. Sei que quando o conheci ele parecia vazio por dentro, o olhar dele era totalmente apagado, mas isso foi mudando com o passar do tempo. Só que quando eu faço perguntas, ele sempre é evasivo. Nunca dá uma resposta direta. Eu tô me sentindo um imbecil...

— Para Jiminie, você não tem culpa de ele ser um mentiroso.

— Mas tenho culpa de ter me entregado e confiado nele – Jimin colocou uma almofada no rosto, tentando abafar os soluços do seu choro, enquanto seus amigos lhe davam o carinho e o conforto que conseguiam.

Algum tempo depois, finalmente o Park conseguiu adormecer no sofá, no colo de Tae.

— Eu tô preocupado, amor.

O casal foi conversar na cozinha, deixando o amigo dormindo na sala.

— Mesmo que o Jiminie queira fugir, o Jungkook sabe onde ele mora, onde trabalha, e tudo da vida dele – Hobi proseguiu sua fala, bastante receoso.

— Não podemos deixá-lo sozinho, vai que ele é algum tipo de louco mesmo? – Tae concordou com o namorado.

[...]

Com os olhos vidrados na tela do computador, Jungkook ainda estava em choque.

— Ah Jimin, por que você tinha que fazer isso?

Ele se sentia extremamente confuso. Não sabia o que significava aquele nó na garganta e aquele aperto no peito, nunca tinha sentido isso antes. Se o seu hyung havia visto tudo aquilo, devia estar com medo de si agora, e iria odiá-lo para sempre. Jungkook não conseguia suportar essa ideia, e as lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. Ao sentir a umidade quente delas, ele arregalou os olhos e as tocou com as pontas dos dedos.

— Eu estou chorando? – perguntou para ninguém.

O rapaz sentiu como se a qualquer momento fosse explodir. Quando veio para este lugar, era uma pessoa totalmente fria e sem sentimentos, com uma missão importante à cumprir, mas agora, tudo estava uma bagunça. Tudo em que ele acreditava havia mudado, a personalidade dele já não era mais a mesma, suas sensações afloravam mais e mais a cada dia que passava, e seu objetivo ficava cada vez mais difícil de ser cumprido. Não aguentava mais mentir, tinha que esconder de Jimin quem ele era, tinha que omitir dos seus superiores que estava se apaixonando por seu alvo, e tinha que mentir para si mesmo que tudo o que sentia não era real, era só seu cérebro que estava um pouco confuso depois de ter passado pela viagem.

Jungkook suspirou e pegou seu telefone, tentando ligar para o chef, mas é claro que ele não lhe atendeu. Um dilema perturbava a cabeça de Jungkook, que não conseguia decidir o que fazer.

Se eu contar tudo pra ele, ele não vai acreditar, e talvez me odeie ainda mais. Mas se eu não contar e deixar ele se afastar, meus superiores virão fazer o que eu não fui capaz, e o Jimin estará em risco.

O perigo seria real, contasse ele a verdade ou não, mas ao menos se Jimin soubesse, eles poderiam tentar se defender. Então, o rapaz decidiu ir atrás do Park, não podia esperar mais, o tempo era curto e ele estava sendo cobrado por ainda não ter cumprido com seu dever.

[...]

Hoseok preparou um café na cozinha de Jimin, que ainda dormia na sala. Ele e Tae ainda estavam discutindo como fariam para cuidar de Jimin, quando ouviram a campainha tocar.

— Oh Satanás, esse barulho vai acordar o hyung! – Tae reclamou, indo atender, com o namorado logo atrás de si.

— E se for ele que está aqui? – Hobi questionou. – Vou levar uma faca, por precaução.

— Que exagerado! – O Kim deu um tapinha em seu braço.

— Jungkook! – o casal saiu pela porta, a fechando novamente atrás deles, para evitar que Jimin acordasse com o barulho.

— Ah... olá. Eu precisava muito falar com o Jimin.

— Nós já sabemos de tudo tá! Não vamos deixar você chegar perto dele! – Hobi demonstrou estar mesmo muito irritado com o garoto.

— Vocês não sabem não, eu vim aqui justamente porque preciso que Jimin saiba a verdade, ele corre perigo...

— Mas é claro que ele corre, com um psicopata como você no encalço dele! – Tae exclamou. – Além do mais, ele acabou de conseguir dormir, não vamos acordá-lo.

— Eu posso esperar...

— Não, vá embora daqui! Você já ferrou demais com o Jimin, deixe ele em paz! Se você ficar perseguindo ele, eu juro que não vou me importar com quem você é, ou com o que é capaz de fazer... eu acabo com você! – Hoseok atuou bem, ameaçando Jungkook.

— Hyungs... – o Jeon estava à beira das lágrimas novamente. – Eu juro que só quero o bem dele, quero protegê-lo tanto quanto vocês. Só preciso falar com ele mais uma vez, para que se cuide. E se ele quiser que eu desapareça, é o que farei. Vocês têm minha palavra...

Os amigos de Jimin ponderaram se deveriam ou não permitir, e concluíram que se não deixassem, o garoto poderia continuar perseguindo e importunando o chef.

— Tudo bem, mas não vamos acordá-lo. Ele precisa se recompor. Vá embora e volte daqui algumas horas, assim nós vemos com ele também, se ele quer falar contigo. Me deixe seu número que eu mando uma mensagem.

— Ok – Jungkook passou seu número para Taehyung, e saiu da porta do apartamento de Jimin, apenas para sentar-se na calçada em frente ao prédio. Ele não queria ir embora. Seu medo era tanto, que acreditava que deveria ficar ali, cuidando do seu pequeno hyung, mesmo que de longe.

Jungkook permaneceu naquele mesmo local durante as quatro horas que levaram para que Jimin acordasse, esperando pelo chamado de Taehyung.

Jimin acordou com uma forte dor de cabeça, a ressaca e a confusão dominavam seu corpo e sua mente. Quando se levantou, ouviu as vozes vindas da cozinha e foi até lá.

— Achei que já tivessem ido. – falou, coçando os olhos inchados, ao ver os amigos.

— Não iriamos te abandonar assim né! Estamos cuidando de você.

— Não sou nenhuma criança – o menor reclamou, pegando a xicara de café que Hobi lhe ofereceu.

— Como se sente? – Tae lhe perguntou.

— Péssimo, queria ir pra minha cama e nunca mais ter que sair de lá...

— Jimin, o Jungkook esteve aqui... – Hoseok disse.

— Ah é? E o que ele queria.

— Falar com você, é claro né – Taehyung revirou os olhos. – Nós dissemos pra ele ficar longe e até ameaçamos ele, quer dizer... o Hobi ameaçou.

— É, mas ele insistiu, e nós dissemos que iriamos esperar você acordar e decidir se quer falar com ele ou não. Ele disse que quer te contar a verdade e que se for o que você quer, irá desaparecer da sua vida.

Jimin deu um suspiro profundo, pensando sobre isso. Ele precisava saber o que havia por trás da máscara de Jeon, mas ao mesmo tempo, tinha medo do que poderia ser. Também não sabia ao certo se queria que ele saísse de sua vida. Era uma idiotice pensar assim depois de tudo que Jungkook havia feito, mas no fundo, Jimin ainda acreditava que ele não podia ser tão mau assim.

— Eu acho que vou ter que ouvi-lo, né? Nem que seja pra por um ponto final nisso...

— Eu vou avisar então – Tae mandou a mensagem.

Não levou nem um minuto para Jungkook bater na porta.

— Caralho! Ele se tele transporta também! – o Kim disse, admirado.

Hoseok abriu a porta e deixou o mais novo entrar e se sentar.

— Como você chegou tão rápido?

— Eu nem fui embora, fiquei esperando na rua...

— Jimin, vamos ficar aqui pro caso de você precisar. Não confio nesse cara – o Jung disse, de braços cruzados, numa pose ameaçadora.

— Tá, mas subam lá pro meu quarto, precisamos de privacidade – o Park pediu.

— Tem certeza? Então tudo bem – os dois subiram, deixando Jimin e Jungkook sozinhos.

— Hyung – o garoto expressava sofrimento ao ver o rosto inchado de Jimin. – Você ficou triste por minha culpa... me desculpe.

— É lógico que fiquei, aquilo tudo era um absurdo!

— Eu sei, eu sei, vim aqui pra te explicar.

— Então me diga Jungkook, quem é você? Por que você mente pra mim?

— Jimin, antes de vir pra cá, antes de te conhecer, eu era totalmente apático. Eu acreditava que meu organismo, meu cérebro ou sei lá o que, não era capaz de ter sentimentos. Mas nesses dois meses que passei com você, eu percebi que podia sorrir verdadeiramente, eu me emocionei ao ouvir música, eu me diverti brincando com suas sobrinhas, eu senti atração sexual por você, eu chorei por medo de te perder, enfim, eu não sei dizer se é isso mesmo, mas acho que eu me apaixonei...

O mais velho ouvia atentamente, sentindo suas bochechas esquentarem com a última parte da fala do outro.

— Não enrole. O que você quer de mim? Por que eu sou um "alvo" de investigação?

— Não estou enrolando, isso é importante para que você entenda. Um dos meus objetivos era aprender sobre emoções. Por isso eu sempre te perguntava tanto sobre isso. Só não achei que era possível eu aprender na prática...

— Isso não faz nenhum sentido...

— Eu sei, vai ser difícil de você entender, eu não poderia te contar, e nem sei se você vai acreditar em mim. – Jungkook ainda possuía em si seu conflito interno entre o dever e o amor.

— Você só vai saber se me disser.

— Eu tinha que aprender tudo sobre a sociedade atual, e sobre como são os sentimentos, porque de onde eu venho, ou será que eu devo dizer de quando eu venho? É difícil até pra mim explicar, mas todos são iguais a mim, ou iguais ao que eu era antes de te conhecer. Ninguém sente nada, nada mesmo! E isso estava causando alguns problemas... – Jimin não deixou que ele terminasse de explicar.

— Espera! Como assim? De onde ou de quando você vem! Você tá brincando com a minha cara né Jungkook, dá licença... Você não consegue parar de mentir?

— Eu não tô mentindo hyung, é a primeira vez que eu estou te falando alguma coisa sem omitir tantas outras.

— E que lugar é esse que só tem seres humanos estranhos que nem você?

— Não é um lugar Jimin, é o mundo inteiro. Eu vim de muito longe pra investigar você, sete mil anos para ser mais exato... 


Notas Finais


E agora, como será que o Jimin vai reagir a isso?
Aguardem a continuação, e me contem o que estão achando.
Até logo :*


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