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História Viandante - Jikook - Recomeços


Escrita por: Kimik182

Notas do Autor


Antes de tudo vão favoritar para ler depois minha nova fic, que tbm é scifi e maravilhosa igual a essa. Taegi/Jikook cheirosinha. Link lá no final.

O resto eu falo no final pq o capítulo tá meio que grande né? kkkkkkk

Capítulo 26 - Recomeços


Fanfic / Fanfiction Viandante - Jikook - Recomeços

Apesar do alívio que sentia em saber que seu amor ficaria ali ao seu lado enquanto eles vivessem, Jungkook se sentia triste ao embalar o sono de Jimin. O pequeno dormia em seus braços um dia após a cirurgia, agora que os dois podiam viver no mesmo ambiente, pegaram uma das casas para morar. A recuperação foi rápida, já que a medicina era avançada, mas Jimin estava devastado com a morte de Sehun, e era isso que afligia Jungkook. Não gostava de ver aquele rosto que sempre estava sorrindo, triste e abatido, por isso lhe dava ainda mais amor e atenção, no intuito de ajudá—lo a se recuperar.

Também se arrependia das vezes que tinha brigado com o general, não sabia que ele realmente amava Jimin de tal forma, nunca imaginou que o outro fosse capaz de fazer o que fez, e se sentia muito grato, apesar da culpa por ter sido tão idiota com ele só por um ciúme bobo. Acabou adormecendo da maneira que mais gostava, sentindo o cheiro dos cabelos do Park.

— Bom dia, amor – quando abriu os olhos, Jimin já estava acordado, e havia lhe trazido o café da manhã. A horta já estava bem suprida e eles conseguiam uma boa diversidade de alimentos.

— Bom dia meu anjo. Eu que deveria fazer isso pra você, está se recuperando da cirurgia, não deve se esforçar – falou preocupado, se recostando na cabeceira para poder comer.

— Eu estou bem já – de fato, fisicamente, ele parecia bem, só seus olhinhos que ainda estavam meio tristes.

— Jimin – o mais novo segurou seu rosto com uma das mãos. – Eu sinto tanto pelas vezes que fui idiota em relação ao Sehun, não queria que tivesse sido assim, não sabia que ele se sentia tão triste.

— Tá tudo bem, eu também fui idiota por não acreditar que ele me amava mesmo. Mas eu gostava muito dele, mesmo com aquele jeito todo carrancudo. Eu deveria ter dito mais vezes o quanto ele era importante, mesmo que eu não pudesse corresponder seu amor, talvez isso tivesse feito alguma diferença. Aqui no futuro, ele era meu melhor amigo – Jimin acabou desabafando um pouco.

— Quando precisar falar sobre isso, eu estou aqui tá? Não vou ter ciúmes. O Sehun, no fim das contas, era uma pessoa tão boa que me deixou ser feliz do seu lado. Ele só pensou em você. Vou ser grato por isso pelo resto da minha vida – estava sendo muito sincero ao dizer essas palavras. – E pense que, mesmo que ele não esteja aqui, um pedaço dele vive em você, e agora eu vou ser obrigado a conviver com meu inimigo! – ele riu, e ficou contente por ver que Jimin também achou engraçado.

— Sabe... Você me deu uma ideia agora – Jimin pareceu refletir sobre algo.

— Que ideia?

— Depois eu te conto, deixa eu ir lá falar com o Taeyang antes, pra saber se é possível.

— Argh! Só porque você é presidente agora, vive guardando segredos de mim que sou um pobre tenente – Jungkook fingiu estar indignado.

— Eu já vou te contar, é que quero fazer surpresa – Jimin lhe deu um selinho. – Primeira dama! – e riu quando Jungkook lhe deu um tapa no braço por falar assim. – Vamos, veste logo seu uniforme sexy que temos que ir pra base.

Jungkook, que estava só com uma boxer preta, levantou e deu um cheiro no cangote do menor, apertando sua cintura e deixando um beijo no pescoço, antes de ir se vestir para o trabalho.

[...]

Yoongi ficava irritado por seus namorados não lhe permitirem que fosse visitá-los no quarto que antes era de Jimin, temendo que o ar lhe fizesse mal. Isso porque, cada vez que eles saíam para ficar em sua casa, seu tempo no futuro diminuía, já que também não deveriam respirar aquele ar. O soldado sabia que o momento da separação estava cada vez mais próximo, e seu coração se apertava dolorosamente quando pensava nisso. Cada vez que estava sozinho em sua cama, deixava seu choro sair livremente, porque não faria isso na frente de Hobi e Tae, não queria que eles se sentissem mal por si.

Mas quando estavam juntos, tudo que ele queria era sorrir, apertar, abraçar, beijar e fazer amor com aqueles dois. Cada segundo era precioso demais para ser desperdiçado com coisas tristes.

Se sentia feliz e pleno quando, no meio da tarde, Taehyung conseguia provocar ele e Hoseok até conseguir estar com os dois dentro de si. E Yoongi amava sentir o garoto se entregar de corpo e alma daquela maneira, conectar os três como se fossem um, assim como seus corações àquela altura já eram um só também, e batiam no mesmo ritmo acelerado quando a dança de seus corpos quentes embalada aos sons de seus gemidos era tudo que existia no universo particular dos três amantes. E amava quando o mais novo, que normalmente era o nenenzinho deles, se tornava dominante, e lhe tomava de todas as maneiras possíveis, começando lento e carinhoso para não lhe machucar, mas depois lhe fodendo com toda a força, como se não houvesse amanhã, lhe fazendo gritar seu nome em meio aos gemidos ao mesmo tempo que Hoseok e ele se chupavam mutuamente num incrível meia nove.

Tudo que aprendeu com os dois, na cama e fora dela, era precioso para Yoongi. Ele aprendeu a cozinhar com Hobi, aprendeu a ter paciência com a personalidade de Tae, que era tão diferente da sua, aprendeu o que era amar, a ponto de querer olhar para aqueles rostos todos os dias da sua vida. Gostava de admirar e acariciar a face dos dois enquanto dormiam, para registrar em sua memória eletrônica.

Depois de mais uma daquelas tardes gostosas, os três rapazes cochilavam abraçados com suas pernas num emaranhado entrelaçado. Yoongi estava no meio, abraçando a cintura de Hoseok numa conchinha, e Taehyung atrás de si, na mesma posição.

Quando acordou, viu que tinham dormido por mais de uma hora, e aproveitou o momento para acariciar os cabelos negros de Hobi que, sentindo o cafuné, acabou acordando e se virando de frente para si.

— Oi! – o esverdeado sorriu e lhe deu um selinho.

— Teu sorriso é tão bonitinho – o moreno também sorria.

— Sabe, eu não sei quanto tempo ainda temos... – Hobi achou até estranho o soldado entrar naquele assunto, ele não gostava de lembrar disso. – Então tenho uma proposta pra vocês. Acho difícil, mas quem sabe dê tempo de vocês verem quando se concretizar.

— Tempo da gente ver?

— Precisaria de nove meses, por isso acho que não vai dar. Mas mesmo assim, é algo que eu quero muito.– Hoseok apenas lhe encarava intrigado, sem entender nada do que estava falando.

Como era difícil acordar Tae, usou a melhor técnica, esticando a mão para trás e pegando em seu membro, massageando devagar.

— Já quer mais amor? – o mais novo despertou e lhe deu um beijinho no pescoço.

— Eu sabia que só assim pra você acordar – Yoongi se sentou para poder falar olhando para ambos. – Então, eu queria pedir uma coisa pra vocês.

— O que? – eles perguntaram ao mesmo tempo.

— Eu queria saber se vocês me deixam ter filhos com vocês?

[...]

Alguns dias antes na sala do Marechal Choi

— O Jimin está pensando sobre a proposta de ficar no futuro – Taeyang explicava para Seunghyun. – Mas ele disse que tinha algo que gostaria de nos sugerir.

— Pois não Park, pode falar – o soldado lhe encarava em expectativa.

— Bem. Em primeiro lugar, eu gostaria de dizer que só aceito fazer essa cirurgia para viver no futuro com uma condição – o menor sabia que seus caprichos sempre eram atendidos mesmo.

— E qual seria? – Choi perguntou.

— Que eu possa ir ao passado uma última vez, quando forem levar meus amigos embora. Assim vocês também já podem aproveitar para coletar amostras de sementes de alimentos para diversificar ainda mais as plantações, e amostras também para o que eu tenho em mente – ele explicou. – Além disso eu preciso dar uma satisfação para minha família, e encaminhar as coisas do meu restaurante. Foi um trabalho árduo até eu ter tudo que eu tinha lá, e não vou largar sem ter certeza de que irão cuidar bem de tudo. E eu amo meu irmão e minhas sobrinhas, não poso sumir sem nem me despedir deles.

— Tudo bem – o marechal suspirou. – Não seria o ideal, porque nos preocupamos com cada vez que são feitas alterações no passado, mas acredito que isso não vá ser um problema, certo Taeyang?

— Sim senhor, apenas essa última vez não gerará transtornos – o cientista concordou. – Está ok Jimin, você pode fazer essa última viagem.

— Obrigado – o chef sorriu radiante. – Sendo assim, eu aceito fazer a cirurgia. Acordo fechado – ele estendeu a mão para os dois, ficando no vácuo, e tendo que depois explicar o que aquele gesto significava. Jimin de fato achava muito engraçado o comportamento das pessoas do futuro, e até que seria divertido viver ali.

— Agora que sua permanência aqui está decidida, o que seria essa proposta que você mencionou antes, Jimin? – o cientista estava curioso, e sabia que curiosidade poderia se classificar como sentimento, o que lhe deixava feliz. Claro que não deixou de anotar tudo isso em seu diário.

— Vejam bem – Jimin precisava explicar sua linha de raciocínio para que eles compreendessem. – Vocês têm um problema, que é o fato dos humanos aqui já nascerem sem sentimentos, e não produzirem em seus cérebros as substâncias necessárias para isso, certo?

— Certo – Taeyang prestava total atenção.

— Mas você verificou que com estímulos externos, aí sim eles conseguem produzir esses neurotransmissores.

— Exatamente.

— Por isso se há contato com pessoas “normais” como eu, os sentimentos aparecem.

— Perfeito – Taeyang e Seunghyun gostavam de Jimin porque ele pegava as coisas rápido, era inteligente e perspicaz.

— Mas aí esbarramos num grande problema, já que não há maneira de trazer mais pessoas do passado pra cá. Primeiro porque elas morreriam nesse ar, segundo porque isso poderia alterar demais a linha do tempo, causando possivelmente efeitos indesejados.– Jimin prosseguia com sua explicação. – Mas e SE... – ele deu ênfase nessas palavras. – Se pudéssemos criar aqui mesmo pessoas com sentimentos?

— Mas como assim, isso não é possível. – Choi ainda não conseguia entender onde ele queria chegar.

— Pensem bem. Essa ideia está na minha mente desde que fui com a Lisa ver aquelas incubadoras de fetos, que parecem um filme de terror por sinal – Jimin lembrava da impressão horrível que o local causava. – Mas considerando que vocês têm uma engenharia genética tão boa, que criam pessoas com as características que vocês querem, e geram elas dentro de úteros artificiais, por que não criar híbridos?

Taeyang abriu a boca e arregalou os olhos, compreendendo exatamente o que Park queria dizer, enquanto o marechal ainda parecia um pouco confuso.

— É só um teste também, na verdade, nada garante que isso vá funcionar. Mas misturando o DNA de uma pessoa do passado com uma do futuro, talvez a gente consiga um ser humaninho que possa sobreviver nessa atmosfera, ao mesmo tempo que é capaz de ter sentimentos. Claro que os resultados viriam a longo prazo, para que essas crianças pudessem ter contato com as pessoas e gerarem sentimentos nelas. Mas acho que só de ver um bebê rindo, elas já vão perceber nem que seja um pouquinho de sentimento. E com o tempo isso iria se espalhando como uma corrente de coisas boas.

— É uma ótima ideia, Jimin! – Taeyang de fato achava que aquilo poderia ser uma boa tática.

— Se o meu cientista chefe diz que é uma boa ideia, eu concordo. Confio cem por cento nele – Choi disse. – Podemos começar com isso logo? – perguntou ao seu subordinado.

— Sim senhor, assim que tivermos amostras de DNA já podemos iniciar o processo. Acho que isso que o Jimin quis dizer né? – perguntou ao chef. – Que quando a última viagem for feita precisamos coletar o máximo de DNA de pessoas do passado.

— Sim, mas para o seu primeiro teste eu me disponibilizo. – Jimin queria muito aquilo. – Eu quero que façam a mistura minha com o Jungkook, isso é possível?

— Claro que sim – o cientista respondeu. – Então pode se preparar Jimin, porque você vai ser papai.

Provavelmente o sorriso que Jimin deu nesse momento foi o mais feliz de sua vida. Se antes tinha dúvidas sobre ficar ou não no futuro, agora não existia mais nenhuma. Sentiria sim muita falta de sua família, mas poderia ter a sua própria ao lado do homem que amava, em um mundo onde era possível eles terem um filho.

— Tem mais uma coisa Park – Seunghyun ainda não havia terminado. – Eu prometi pra mim mesmo que, se conseguisse resolver essa situação, iria sair desse cargo, afinal eu mereço né? – pela primeira vez o marechal sorriu, e os outros dois acharam surpreendente. – Se meus planos fizeram a gente dar um grande passo para voltarmos a sentir, apesar de grande parte se dever a você – falou para Jimin. – Acho que já fiz minha parte, e posso desfrutar das coisas boas da vida sem me preocupar com o governo do país.

— Então o Jungkook vai mesmo ficar no seu lugar?

— Não, eu não quero ele. Quero que você assuma meu lugar — Agora ele estava sério novamente.

— Eu? – Jimin achou um absurdo. – Mas eu nem militar sou.

— Mas aqui não é ditadura militar, o exército se encarregou de governar o país porque ninguém se importava o suficiente para isso. Mas você é um rapaz muito inteligente, e conseguiu muito bem ajudar os nossos no processo de desenvolver sentimentos, acredito que ninguém aqui poderia fazer um governo mais equilibrado que você.

— Só que ter sentimentos pode não ser muito bom, afinal eles interferem na tomada de decisões, não é melhor que elas sejam sempre racionais? – Jimin achava que aquilo era demais para ele.

— Você é racional Jimin, pelo pouco que te observei, já sei disso. Além do mais, quando nós começamos a criar sentimentos é tudo muito intenso, então novamente acho que você é mais capacitado que qualquer um. – Seunghyun de fato acreditava que o chef era a melhor opção para o comando da base e da Coreia.

— Sendo assim, vendo que vocês realmente confiam em mim, acho que posso aceitar. Mas vou precisar de ajuda pra aprender tudo – ele ainda estava meio receoso.

— É lógico, eu lhe auxiliarei em tudo até você ter plena confiança, além de que, o tenente Jeon vai ser mesmo promovido a marechal, e será seu braço direito. Ele já tem bastante conhecimento sobre como tudo funciona.

Tendo tudo em comum acordo, Choi encerrou a reunião, dizendo que Jimin já começaria no cargo assim que se recuperasse da cirurgia. O chef acabou saindo daquela sala feliz com o rumo que as coisas tinham tomado. Finalmente parecia que tudo ia ficar bem.

[...]

— Yoon, cê tá com febre? – Tae colocou a mão sobre a testa dele, achando que estava doido por falar aquilo.

— Eu sei que o futuro aqui é moderno e tal, mas ainda não ouvi falar em homem grávido – Hobi também achava que o esverdeado estava delirando.

— Ninguém precisa ficar grávido, seus idiotas! – ele revirou os olhos. – A proposta que Jimin fez foi usar engenharia genética para misturar o DNA do passado com o do futuro, e deixar lá nos úteros artificiais até esses fetos nascerem, como é feito com todos que trabalham na base militar. Só que dessa vez com a chance de as pessoas nascerem com sentimentos.

— Owwwnnnn – Tae fez a expressão mais fofa que Yoongi já tinha visto. – Só o Jimin mesmo pra pensar em uma coisa tão fofa! Bebêzinhos para salvar a humanidade.

— E você quer que a gente tenha um filho Yoon? – Hoseok ainda estava absorvendo tudo aquilo.

— Não, eu quero dois, um de cada um – o soldado estava com um frio na barriga pela expectativa da resposta dos dois.

— Yoongi! – ele nem teve tempo de pensar direito quando Taehyung, aos prantos o abraçou, soluçando devido ao choro intenso. Sem saber o que fazer, ele acariciava os cabelos do mais novo.

— Que foi Taetae? Não chore – ele também já estava com os olhos marejados só por ver seu amor chorando.   

— Acho que fiquei emocionado – ele disse, sem soltar o abraço. – E também triste, porque vamos embora, e além de precisar deixar você, que é um pedaço de mim já, ainda não vou poder conhecer nosso bebê – ele chorava como uma criança, era de cortar o coração, os dois mais velhos não conseguiam ver aquilo sem chorar também.

— Não meu amorzinho, se isso vai te fazer sofrer não precisa aceitar – Yoongi disse, em meio às lagrimas.

— Não Yoongi, eu aceito, isso é a melhor coisa que poderia nos acontecer. – ele tentava sorrir, porque eram tantos sentimentos misturados que ele não conseguia se expressar direito. – Eu e Hobi vamos ter que aprender a viver sem você, e isso dói demais, você não gosta de tocar no assunto mas é lógico que essa hora vai chegar, e eu vou sofrer muito – ele tentava continuar falando mas o bolo em sua garganta não permitia, e ele voltava a chorar.

— Acho que o que o Tae tá querendo dizer – Hobi respirou fundo, já que também já estava aos prantos. – É que vai ser devastador pra todos nós quando tivermos que nos separar, mas que seu pedido nos deixa muito felizes. É um modo de fazer com que na realidade a gente possa permanecer juntos. Eu sempre achei que no fim de tudo você sairia perdendo Yoon, porque ficaria sozinho, mas essa oportunidade é incrível. Você vai ficar com um pedacinho nosso, pra te ajudar a superar isso e ser feliz.

— Então vocês concordam? – Yoongi não sabia se ria ou se chorava. Na realidade ele estava praticamente inundado nas próprias lagrimas e nas de Taehyung que ainda estava soluçando apoiado em seu peito.

— É claro que sim, amor – Hobi se uniu ao abraço e, sem ter o que dizer, os três continuaram um bom tempo abraçados, até conseguirem acalmar as lágrimas e os corações.

— Obrigado – o soldado conseguiu dizer depois que estavam mais tranquilos, dando um selinho em cada um. – Eu amo muito vocês, mas muito mesmo.

— Eu que amo mais. Amo vocês mais que tudo – Hobi disse de forma birrenta.

— Podem me amar mesmo, eu sou demais – Tae disse rindo, enquanto os outros lhe atacavam com cócegas.

[...]

Jimin passava o dia na companhia de Seunghyun e Jungkook, que lhe ensinavam cada detalhe sobre as partes técnicas e burocráticas daquele trabalho, e ele até que conseguia aprender rápido. Só precisava parar o mais novo que queria lhe agarrar no escritório toda vez que ficavam sozinhos.

— Jungkook! A gente tá trabalhando, para de ser tarado! – já fazia mais de um mês que estavam trabalhando juntos.

— Por você eu sou tarado sempre mesmo – o outro ria, abraçando sua cintura enquanto estavam encostados na mesa.

— Por mais que eu adore quando você está com esse uniforme militar, eu sou um homem responsável – se soltou e sentou em sua grande cadeira. – E ainda não te contei o que eu queria falar com o Taeyang aquele dia, sobre o Sehun.

— Ah você vai parar de fazer segredo, finalmente?

— Acho que já está na hora de te contar, até porque amanhã eu vou fazer aquela última viagem com os meninos, e quero que você saiba disso.

— Então me diz, você tá me matando de ansiedade faz tempo! – Jungkook sentou-se na cadeira do outro lado da mesa.

Jimin explicou detalhadamente sobre seu projeto para o mais novo, que ouviu com atenção, achando aquilo tudo muito incrível, a cada dia que passava sua admiração pelo namorado aumentava. Era mesmo uma coisa muito interessante o que ele sugeriu para os cientistas.

— Aí o que eu queria aquele dia era saber se tinha como pegar alguma amostra de DNA do Sehun para fazer uma criança com as características dele, para pelo menos ele deixar um legado nesse mundo. Mas essa estará fora do plano de misturar passado e futuro, porque pensei que talvez o Baekhyun quisesse fazer parte também. – Jimin terminou de explicar.

— E ele quer?

— Sim. Eu falei com ele, o pobrezinho ficou muito mal quando soube da morte dele, ele queria muito que pudessem ter ficado juntos. Então ele achou que esse bebê poderia lhe trazer conforto e fazer lembrar da parte boa do Sehun.

— Mas e quanto ao Chanyeol e os outros lá? – Jungkook questionou.

— Como o relacionamento deles é meio que aberto, você sabe né... O Baek fica com ele, às vezes fica com as meninas, ele é muito amoroso. Então eles aceitaram, afinal não tem mais motivo para nenhum deles ter ciúmes ou raiva do Sehun. Na verdade, todos eles ficaram muito felizes com a perspectiva de terem um bebezinho para cuidar – Jimin ficou contente quando conversou com o grupo e eles se mostraram animados mesmo com a notícia.

— Que incrível meu anjo! Isso é muito legal mesmo.

— E tem mais – Jimin agora ia finalmente lhe contar, mas estava com um pouco de medo de como ele ia reagir por não ter sido consultado antes. – Eu te dei o golpe da barriga.

— Quê? – lógico que o mais novo não entendia essa expressão.

— A primeira coisa que pedi foi que juntassem o nosso DNA. O nosso filho foi o primeiro a ser feito, ela já está na incubadora desde que eu tive essa ideia – a expressão de nervosismo por não saber como o outro iria reagir era muito fofa.

— É sério?

— Sim – ele deu um sorrisinho amarelo.

— Você é demais Jimin! Por que não me disse antes? Eu poderia sair daqui pulando e gritando pela base inteira de tanta felicidade – ele levantou e puxou Jimin, erguendo-o em seu colo e dando um beijo cheio de paixão.

— Você tá feliz mesmo? – o mais velho perguntou quando separaram as bocas, mas ainda estava suspenso nos braços de Jungkook.

— Acho que é o dia mais feliz da minha vida! – seu sorriso de coelhinho estava mesmo demonstrando isso. – E você disse ela?

— Aham, é uma menina.

— Eu te amo tanto Jimin, tanto, que acho que vou explodir de tanta alegria e de tanto que vou amar essa menininha – ele finalmente colocou o outro no chão.

— Tomara que ela seja mais parecida com você – Jimin ria do jeito de seu namorado.

— Nunca, ela tem que ser igual a você!

— Bom, vamos terminar o trabalho aqui porque quero ir pra casa comemorar – o menor fez uma cara pervertida ao dizer tais palavras.

— E por que não começamos a comemorar aqui mesmo? – Jungkook novamente lhe prensou contra a mesa. – E em casa nós terminamos, e você faz comigo aquilo que eu sempre quis.

Jimin sabia exatamente do que ele estava falando, e acabou não resistindo, o corpo do mais novo tão próximo de si, lhe provocando daquela forma, era demais para aguentar, e logo estava inclinado sobre a mesa de seu escritório, tendo que segurar os gemidos que eram causados pelo vai e vem de Jungkook surrando sua próstata repetidas vezes, até gozarem intensamente.

O Park não imaginava que uma rapidinha poderia ser tão boa, e saíram do escritório ainda meio descabelados, passando em passos acelerados pelos funcionários da base para poderem ir logo para casa terminar o que tinham começado.

O mais velho queria ter tido tempo de preparar algo mais romântico para aquele momento, como um jantar à luz de velas e flores para seu amado, mas o trabalho dos dois estava intenso naqueles dias, e Jungkook já não queria mais esperar.

— Eu vou tomar banho primeiro e depois você vai tá amor? – Jimin pediu.

— Tá bem, mas não demora – ele estava ansioso por aquilo.

O menor realmente não demorou, e enquanto o outro estava no chuveiro, aproveitou para pelo menos acender umas velas no quarto, e colher umas flores no quintal para dar um aroma e um clima mais propício ao ambiente.

Jungkook saiu de toalha, com o cabelo ainda meio molhado, e Jimin achava o máximo como ainda conseguia ficar maravilhado com a beleza de seu namorado. Comia ele com os olhos, deitado com os cotovelos apoiados na cama, apenas de cueca, esperando o garoto lhe atacar como sempre fazia. Mas ele veio devagarinho, engatinhando sobre ele, até tomar seus lábios num beijo lento. Jimin levou as mãos até sua nuca, segurando suavemente enquanto as línguas saboreavam uma a outra sem pressa. Dali, elas foram descendo aos poucos por toda a extensão das costas musculosas do mais novo, se detendo um tempo em sua cintura, ao passo que Jimin beijava seu maxilar, descendo a língua molhada até o pescoço, beijando e chupando ali também, sentindo a respiração do outro ficar cada vez mais pesada, e sua cueca cada vez mais apertada. Logo as mãos já estavam na bunda de Jungkook, apertando e acariciando, enquanto o próprio já movia o quadril, friccionando seus membros ainda cobertos pelo tecido.

— Você tem certeza de que quer mesmo isso? – Jimin só queria satisfazer o garoto, seu único desejo era vê-lo feliz.

— Sim meu amor, eu quero muito ser seu – a voz já saía entrecortada pelos gemidos.

Jimin puxou a toalha que ainda envolvia o mais novo, e o fez se deitar de bruços. Continuou mordendo e chupando a pele de seu pescoço, que já estava muito quente à essa altura, e sem pressa foi beijando o corpo todo de seu amado. Começou pelos ombros, dando mordidinhas leves alternadas com beijos estalados, desceu com a língua por toda a coluna dele, enquanto passava as unhas devagar por seus braços fortes. Jungkook tentava conter os gemidos que iam se intensificando a cada movimento da boca do Park.

— Pode gemer pra mim meu amor, adoro ouvir que você tá gostando – Jimin queria sentir mais uma vez que dominava os sentidos do soldado, nunca imaginara que aquele menino sem sentimentos se tornaria o que era hoje.

Quando chegou no bumbum, apenas massageou mais um pouco, afastando as nádegas para observar o buraquinho tão apertadinho. Seria enlouquecedor quando estivesse ali dentro. Mas ainda queria aproveitar mais, então pegou seus pés, um de cada vez, e massageou-os, dando atenção especial para os dedos, dando beijinhos na panturrilha de vez em quando.

Jungkook normalmente era apressado e queria partir logo pro sexo de fato, mas estava gostando muito de ter aquela atenção e carinho. E aqueles toques o faziam sentir prazer de uma forma diferente, como se quando fosse realmente rolar ele já estivesse com suas terminações nervosas muito sensíveis. E de fato estava, porque quando Jimin terminou a massagem e passou os beijos e lambidas para a parte de trás de seu joelho, ele se sentia arrepiar por inteiro, e seu membro ficar ainda mais duro. Era incrível como ele conseguia achar os pontos certos, passando só a pontinha da língua suavemente por toda a sua coxa, parando para chupar e morder algumas partes, que com certeza ficariam com marcas depois.

Novamente Jimin alcançou a bunda gostosa do namorado, e dessa vez também deu beijos e mordidas ali, sentindo Jungkook se remexer de tesão embaixo de si, conforme seus gemidos ficavam mais altos. E realmente ficaram altos quando a língua áspera tocou sua entrada, e começou a circular ela devagar, molhando com saliva ao mesmo tempo que as mãos mantinham-se apertando as nádegas, abrindo-as algumas vezes para chupar o cuzinho que já piscava necessitado.

— Eu quero você aí Jimin, estou muito quente já – Jimin acabou rindo da forma como ele expressava a necessidade de ser fodido.

— Já vai meu amor, temos que ir com calma pra não te machucar.

E voltou a beijar e chupar o buraquinho, Jimin também já estava duro como pedra, queria poder se enterrar logo na carne macia de Jungkook, mas queria deixá-lo totalmente relaxado. Penetrou-o com a língua algumas vezes, escutando seus gemidos sôfregos, vendo que já se alargava um pouquinho com suas carícias. Jungkook só lembrava que uma vez Taehyung tinha dito que Jimin fazia isso muito bem, e de fato ele estava adorando o modo como ele lhe beijava com vontade, sem nenhum pudor, fazendo-o sentir prazer de uma forma que nunca antes havia imaginado. O mais velho decidiu que já poderia começar a brincadeira. Pegou lubrificante na gaveta da cabeceira, colocou uma boa quantidade nos dedos e na entrada do mais novo, voltou com a língua por toda a extensão de sua coluna até chegar a orelha, penetrando um dedo devagar na entrada estreita.

— Vai doer um pouquinho tá – sussurrou em seu ouvido.

— Tudo bem hyung, eu tô gostando – Jungkook não estava incomodado com o dedo indo e vindo dentro de si, mas sentiu um desconforto quando foi invadido por mais um dígito.

— Só relaxa – Jimin sentiu que ele se contraiu um pouco, soltando um gemido de dor. – Empina um pouco a bundinha pra mim.

Desta forma Jimin conseguia masturbá-lo ao mesmo tempo que o fodia com os dedos, e Jungkook gostou daquela posição. Poderia ficar sentindo aquilo por um bom tempo, porque os estímulos eram bons demais. Ele já estava a muito tempo esperando que Jimin finalmente lhe possuísse daquela maneira, e aquela noite estava sendo mais especial e melhor do que em seus sonhos.

— Acha que já tá pronto pra mim meu amor? – Jimin perguntou com a voz rouca, que deixava Jungkook arrepiado.

— Sim hyung, vem logo por favor!

Jimin o colocou deitado de lado, achando que essa posição inicialmente seria mais tranquila para o outro, colocou sua mão sobre a dele, que apertou com força o lençol quando sentiu a glande úmida do mais velho lhe penetrar, rasgando seu interior. A ardência era intensa, mas ele fechava os olhos, esperando se acostumar com o volume. Park brincou com a língua em sua orelha, sabendo que aquilo lhe dava tesão, e conforme terminava de lhe penetrar, lambia e mordia o lóbulo, ouvindo gemidos necessitados por parte de Jungkook. Era maravilhoso estar dentro dele, Jimin tinha sido seu primeiro antes, e agora estava sendo novamente, e o melhor de tudo é que seria o único, seria o único a possuir aquele corpo, ou ser possuído por ele. Seu membro era esmagado pelo cuzinho apertado de seu namorado, que já não estava mais sentindo tanta dor, o modo como rebolava no pau de Jimin indicava isso.

— Posso te foder bem gostoso meu soldado? – ele deu uma primeira estocada dura e forte.

— Ah... Jimin – o mais novo já não conseguia mais raciocinar, apenas gemer e implorar por mais.

Vendo isso, o menor começou a ir e vir dentro dele, devagar, como estavam de ladinho ele aproveitava para beijar o pescoço e a orelha de Jungkook, enquanto a mão direita massageava devagar o membro pulsante, dando atenção especial à glande, esfregando sem pressa, conforme o fodia devagarinho.

Jungkook só fazia gemer e chamar seu nome, sentindo cada vez mais calor, desejo e tesão, querendo que aquele momento fosse eterno de tão bom que era. Ter Jimin fazendo amor consigo daquele jeito, tendo agora a certeza que ficariam juntos para sempre, era maravilhoso.

— Deixa eu sentar no teu colinho? – o mais novo pediu, todo manhoso.

— Hum, adoro como você é rápido pra aprender essas coisas, seu safado – Jimin sussurrou em seu ouvido. – É claro que eu deixo.

Atendendo ao pedido, o mais velho se recostou um pouco na cabeceira da cama, e Jungkook se sentou sobre si, deixando seu pau deslizar devagar até estar totalmente dentro dele novamente. O maior sabia o quanto gostava quando Jimin quicava em cima dele, e queria proporcionar o mesmo prazer ao seu hyung. Então, começou rebolando lentamente, ouvindo Jimin gemer rouco e morder o lábio com aquela expressão sexy que ele tanto adorava, conforme seus movimentos se intensificavam.     

Depois colocou as pernas para frente, ficando em posição de agachamento, com as mãos apoiadas para trás, na lateral das coxas de Jimin, deste modo ele conseguia quicar com força, gemendo alto quando sentia a glande inchada atingir sua próstata. Subia e descia sem nenhuma vergonha, gemendo alto e manhoso, mordendo os lábios com força quando as mãos do mais velho apertavam sua bunda, ou quando seu quadril subia, ajudando a ir cada vez mais fundo. 

— Isso Jungkook! Assim... – Jimin deu um tapa em sua coxa, que o fez gemer alto, ainda mais quando ele começou a esfregar seus mamilos, apertando os biquinhos entre os dedos, era difícil não gritar de prazer com todos aqueles estímulos.

— Ah Jimin, por que você tem que ser tão gostoso? – já estava difícil se segurar.

— Não goza ainda, quero gozar na tua bundinha, e você vai gozar na minha boquinha – Jimin se moveu, afim de ficar por cima do outro.

Para poder sentir entrar ainda mais fundo em Jungkook, ele botou as pernas do soldado por cima de seu ombro, e socou tudo de uma vez, vendo-o gritar ao ser invadido com tanta força.

— Tá tudo bem? – ainda teve a preocupação de não lhe machucar.

Jungkook apenas puxou sua nuca para lhe dar um beijo intenso, e Jimin passou a estocar dessa vez sem delicadeza, de forma rápida e bruta, indo e vindo sem piedade, massacrando a próstata alheia, fazendo o mais novo morder seu ombro e arranhar suas costas na tentativa de conter os gritos de tesão que insistiam em sair de sua garganta.

E dessa forma Jimin acabou gozando dentro dele, deixando o mais novo plenamente feliz por poder satisfazer seu amor, e sentir o pau do menor pulsando dentro de si durante o orgasmo era a melhor coisa do mundo.

Bem, talvez fosse a segunda melhor, já que quando os lábios quentes, macios e carnudos de Jimin envolveram seu membro que já estava implorando por atenção, parecia o paraíso. O mais velho chupava toda sua extensão, circulando a glande com a língua de uma forma tão deliciosa que Jungkook quase não conseguia respirar. Sentiu a cabeça de seu pau tocar a garganta alheia, enquanto as mãos de Jimin massageavam seus testículos, e o modo como lhe fodia com a boca era só mais um acréscimo a tudo que o mais velho sabia fazer de bom. Para o Jeon, todas as vezes que gozava com Jimin eram como a primeira, parecia que não podia mais respirar, que seu coração estava tão rápido que ia parar, que seu gemido era tão intenso que ficava preso na garganta, como se o mundo todo fosse explodir naquele momento. E a explosão veio, enchendo a boca gostosa de Jimin com sua porra, finalmente conseguindo soltar o grito que estava preso pela falta de ar, gozou tão deliciosamente, olhando nos olhos de seu hyung, tendo plena certeza que naquele momento nada mais além dos dois importava.

Ofegantes, deitaram-se lado a lado, esperando a respiração se normalizar.

— Foi como você esperou? – Jimin perguntou, fazendo um cafuné em seus cabelos.

— Não, foi ainda melhor. Você é mesmo incrível Jimin. De todas as maneiras! – viu o menor corar com o elogio. – Eu te amo, pra sempre.

— Eu também amo você – Jimin sorriu satisfeito. – Acho que vamos precisar de outro banho! – ele observou.

— Hummm... só se for juntos! – Jungkook ergueu as sobrancelhas com a sugestão.

— Sem vergonha! – Jimin puxou o cabelo dele sem muita força. – Mas agora é minha vez! – ele voltou a rir.

— Tá bom amor – Jungkook falou baixinho. – Eu vou te foder bem gostoso na banheira, o que acha?

— Vou encher ela de água já! – o mais novo acabou rindo do jeitinho fofo com que Jimin correu para o banheiro. Aquela era a melhor vida que poderia ter mesmo!

[...]

Tenso devido a toda a situação, Hoseok se olhava no espelho depois de se vestir para a viagem. Colocou a mesma roupa com a qual tinha vindo. Durante o tempo no futuro, ele e Tae sempre usavam os conjuntos de moletom disponibilizados pela base. O rosto que via parecia o mesmo de sempre, porém se sentia muito mais maduro depois de toda aquela experiência.

Tinham passado os últimos dias colados, e a última noite tinham feito amor de uma forma tão pura e intensa que com certeza ficaria marcado em suas memórias. Taehyung estava sofrendo muito, não só pela separação, mas também porque não chegariam a conhecer seus filhos. Já sabiam que seria um menino e uma menina.  

— Estou pronto – ele suspirou quando saiu do banheiro, indo ao encontro dos dois que estavam no sofá. Na verdade, não se sentia nem um pouco pronto para dizer adeus.

Tae estava choroso aninhado nos braços de Yoongi, cujo semblante era muito sério.

— Acho que tá na hora da gente ir então – o ex soldado tentou se levantar, mas o Kim não permitiu.

— NÃO! Eu não quero ir, me deixa ficar mais um pouco – ele resmungou.

— Eu também não queria que isso acontecesse meu amorzinho – Yoongi tentou consolar, fazendo sinal para Hoseok abraçar o garoto do lado que estava livre. – Nenhum de nós quer! Mas não temos o que fazer. Vocês têm sua vida lá, e eu vou aprender a viver aqui, juro que vou ser um bom pai, que vou mostrar pra eles como vocês são maravilhosos, que vou pensar em vocês dois todos os dias enquanto eu viver... – deu um beijo no topo da cabeça de Tae, agora as lágrimas escorriam por seu rosto, era difícil segurar as emoções.

— Como eu vou poder viver lá sem você? Sempre vai ficar um vazio no meu peito – o mais novo era quem mais extravasava o quanto sofria.

— Assim como no meu Taetae, um vazio que vai ser o dobro do seu! Eu vou perder os dois – sua voz saía meio embargada pelo choro.

— Yoongi – Hobi era o único que ainda se controlava um pouco, não porque não se sentisse tão triste quanto os outros, mas porque parecia em estado de choque, como se não quisesse acreditar que de fato aquele dia chegara. – Quando a gente se conheceu, eu tinha tanta raiva de você, por todas as circunstâncias ao nosso redor. Depois tive ciúmes seus com o Tae, até finalmente enxergar que você era uma joia tão inocente e preciosa, que merecia que eu cuidasse e protegesse a todo custo. Eu gostaria muito de poder continuar fazendo isso pra sempre, de estar ao seu lado pra criar nossos bebês, mas o destino não quis que fosse assim. Eu aprendi tanto com o nosso amor, com o de nós três, me sinto muito mais homem hoje em dia, e devo isso aos dois. Só queria que soubesse que eu te amo muito, da mesma forma que também amo o Tae, e que vou sentir sua falta, que vai doer muito. Quem sabe um dia eu consiga me acostumar com sua ausência, mas te esquecer seria impossível. Você sempre vai ser uma parte de mim, e quero que saiba disso, que lembre-se que meu coração é metade seu, metade dele – acariciou a bochecha dos dois rapazes.

Yoongi ouviu toda sua fala ainda chorando em silêncio, deixando para falar quando Hobi terminou.

— Bem – respirou fundo, tentando normalizar a fala. – Essa situação não é a ideal pra gente, mas sabíamos que seria assim. Por mais que eu tentasse botar na cabeça que precisaria estar pronto para esse dia, é claro que não deu certo. Eu sinto como se meu coração estivesse sendo esmagado em mil pedaços, e vou precisar lutar pra refazer esses cacos, mas as lembranças de tudo que vivemos irão me ajudar a sobreviver, a nunca esquecer que nosso amor foi algo tão especial, que atravessou o espaço e o tempo. Infelizmente essa barreira não pôde ser transposta, mas eu preciso que vocês fiquem bem, para eu ficar também – ele puxou o queixo de Taehyung para que olhasse em seus olhos. – Preciso que você seja feliz, que siga sua vida normalmente, que dê muito, mas muito amor pro Hoseok, pra substituir o que eu não vou poder dar. Você me promete?

O mais novo acenou afirmativamente, e Yoongi lhe deu um beijo suave logo em seguida.

— E quanto a você, Hobi – ele se virou para poder olhar nos olhos dele também. – Continue sendo essa pessoa radiante, cuide do nosso Taetae porque você sabe como ele é! – acabou rindo. – Sejam o melhor que puderem um para o outro, se elogiem todos os dias, se amem, se reconquistem, façam com que cada dia seja intenso, assim como fizemos aqui. E não esqueçam que eu sempre vou amar vocês – também beijou o moreno quando terminou de falar.

— Eu não vou esquecer, Verdinho. E eu vou ser feliz sim, porque não quero que fique triste por minha culpa – Tae falou. – Eu só gosto de te ver irritado, mas triste, jamais – ele conseguiu rir um pouco. – E eu sei que não falei isso muitas vezes, mas eu te amo sim, te amo tanto que queria até ficar aqui, mas eu sei que isso também não deixaria ninguém feliz não é verdade? Então eu vou, mas uma parte minha vai ficar aqui com você, e quero que fique com isso – ele tirou um colar com pingente de turmalina, que costumava usar sempre, e o botou no pescoço de Yoongi. – Eu ganhei isso da minha falecida mãe quando eu tinha 15 anos, e quero que fique com ele. Eu sei que pra lembrar de mim você tem esse chip aí, mas quero te deixar algo físico também, que fique sempre perto do seu coração.  

— Obrigado Taetae, isso é especial pra mim – Deu mais um selinho no mais novo.

— Eu e o Tae já estávamos pensando nisso a algum tempo, em alguma coisa pra deixar aqui de lembrança de cada um de nós, e eu escolhi esse anel – Hoseok tirou de seu anelar um anel prateado parecido com uma aliança, e o colocou no dedo de Yoongi, terminando o ato com um beijo.

— Eu acho que um dia a gente vai se reencontrar, talvez em uma outra vida, em um outro mundo, eu quero ter fé – o esverdeado entrelaçou cada mão com um dos garotos.

— Não importa quantas vidas eu viva, nunca serão o suficiente pra te amar Yoongi – Hobi finalmente deixou o choro preso sair.

— Parem de me fazer chorar! – o ex soldado fez birra, que os outros acharam muito fofa. – Acho que temos que ir logo, o Jimin já deve estar esperando.

De mãos dadas saíram, afim de ir até a base encontrar o transporte que os levaria para casa. Jimin de fato já estava lá, assim como Jungkook e mais um soldado que iria lhes acompanhar para coletar as amostras necessárias. O Park poderia reclamar do atraso de seus amigos, mas sabia que o motivo era muito forte, e nem conseguia imaginar o quanto eles deviam estar sofrendo. Deu um abraço em cada um, tentando passar um pouco de conforto.

— Então, podemos ir? – sentia que precisava pedir permissão a eles.

Taehyung só acenou com a cabeça, chorando copiosamente, era de cortar o coração. Hoseok passou um braço ao redor do namorado, também chorando, só que de forma mais contida. Jimin já tinha tomado o cuidado de se despedir de Jungkook antes, para não falar na frente dos amigos que voltaria logo, são e salvo.

Yoongi se aproximou para dar um último beijo.

— Tchau Hobi – selou seus lábios. – Lembra de tudo que eu falei tá? – ele tentava segurar um pouco o choro, mas o último beijo foi um tanto quanto salgado e molhado pelas lágrimas de ambos.

— Tchau Taetae – repetiu o mesmo gesto de dar um selinho. – Nunca deixe de ser esse moleque chato, brincalhão e cheio de fogo, tá bom? – e Tae demonstrou seu fogo no último beijo que lhe deu, deixando-o quase sem ar.

Sem se demorar mais, entraram na nave, porque se não fizessem isso logo sentiam que não teriam forças para fazê-lo. Yoongi observou a porta se fechar, para só então permitir que suas pernas cedessem, e ajoelhar para poder chorar à vontade. Jungkook permaneceu o tempo todo ao seu lado, em silêncio, apenas para mostrar que estava ali, e que poderia contar com ele sempre que precisasse.

[...]

Dessa vez a viagem tinha sido mais tranquila, já que haviam tomado sedativos para dormir e não perceber todos os efeitos estranhos que a jornada no tempo causava no corpo. Para o casal, de certa forma, era até bom sentir o efeito daquele tranquilizante, porque ele também amenizava a dor do coração partido.

Depois de quase um dia inteiro chegaram sãos e salvos no terreno da casa de campo de Jin, onde pegaram o carro para seguir até a cidade. Taehyung e Hoseok iriam para sua casa, arrumar sua mudança, já que Jimin iria lhes dar seu belo e grande apartamento. O chef iria até a casa de Jin, dar satisfações e se despedir da família, e o soldado que os acompanhava iria atrás de sementes para plantar mais alimentos e de amostras de DNA humano para usar no projeto.

Seokjin ouviu a campainha tocar, achando estranho receber uma visita assim logo cedo. Quando abriu a porta tomou um susto, que encheu seu coração de alegria.

— Jiminie! – ele puxou o irmão para um abraço muito apertado, como se para verificar que ele estava mesmo ali. – O Jungkook conseguiu! Você está mesmo bem? AAhh, tive tanto medo de nunca mais ver você!

— Ah Jin, aconteceram tantas coisas, que você não pode nem imaginar.

— Claro, você sumiu por tantos meses que a gente achava que nem tinha mais esperança – os dois entraram na casa e sentaram no sofá da sala.

— Cadê as meninas? – Jimin estava com muita saudade das sobrinhas.

— Elas estão dormindo, já já acordam. Mas me diz maninho, cadê o Jungkookie? Como vocês resolveram tudo? – Jin estava eufórico com a presença de seu querido irmão.

— Isso é tão difícil Jin, mas eu na verdade vim aqui para me despedir...

— Se despedir? Mas você mal chegou!

— Eu não posso ficar muito tempo, porque agora meu organismo é adaptado para viver no futuro – Jimin explicou.

— Mas por quê? Eles te obrigaram a ficar lá? – o mais velho se preocupou com a situação.

— Não, eu que quis mesmo. Eles precisam muito de mim lá hyung, e eu amo muito o Jungkook para abandoná-lo assim. Eu pensei muito sobre essa decisão, pensei muito em vocês, mas era algo grande demais para eu deixar de lado e voltar pra minha vidinha comum aqui – Jimin tentava justificar. Sabia que seria difícil para Jin aceitar aquilo.

— Mas Jimin, você nunca mais vai ver a gente?

— Eu também fico muito triste com isso, Jin – a essa altura seus olhos já estavam marejados. – Mas eu só fiz isso porque realmente senti que seria a melhor decisão. Eu vou sentir falta de vocês, e muita, mas eu tenho minha própria família pra cuidar.

— Como assim?

O rapaz contou toda a história para o irmão, desde quando chegou no futuro, o modo como foi tratado no início, os amigos que fez, a maneira como foi modificando o comportamento das pessoas, a volta de Jungkook, seu plano de misturar a genética do passado com a do futuro, sobre o filho que iria logo ter, sobre sua cirurgia e a perda de seu amigo.

— Nossa. – Jin estava mesmo impressionado. – Você viveu tudo isso em tão pouco tempo?

— Dá pra imaginar a pilha que eu estou né! Mas a decisão que eu tomei era necessária, apesar de muito difícil.

— Agora com você contando eu entendo um pouco seu lado, mesmo que ainda não queira que você nos deixe – o mais velho estava mesmo triste, mas sabia que a felicidade do irmão estava mesmo a sete mil anos de distância.

— Não me faça sofrer ainda mais, hyung – o mais novo fez manha. – Eu vou sentir tanto a falta de vocês – e lhe deu mais um forte abraço.

— Você merece apanhar por me aprontar uma dessa mocinho! – Jin lhe deu um beliscão, brincando com ele.

— Me respeita cara, você está falando com o presidente da Coreia!

— Ah tá...

— É sério mesmo Jin, lá no futuro eu sou presidente.

— E eu sou a princesa Peach.

— Não é mentira! Depois de tudo eles me pediram pra governar o país no lugar do marechal Choi, que era o manda chuva de tudo lá.

— Ah, então por isso que você quis ficar né safado? – o mais velho riu.

— Mas é claro, você não tem ideia Jin. Eles faziam tudo que eu pedia, eu sou super mimado lá no futuro na verdade, como eu iria abandonar isso? – a gargalhada de Jimin era contagiante. Gostava muito de estar na presença do irmão, e queria levar aquilo de forma leve, sem pensar que era uma despedida.

Quando as meninas acordaram quase mataram Jimin pulando em cima dele e enchendo de beijos e abraços, dizendo o quanto o amavam e estavam com saudades. Aquele dia foi muito bem aproveitado por eles, que brincaram juntos, cozinharam juntos, viram filme, tudo que um dia em família pedia. Park se sentia feliz por ter a oportunidade desse último adeus, e apesar da tristeza em pensar que não mais os veria, seu coração estava tranquilo, porque sabia que Nam, Jin e as garotas eram uma família feliz, e que ele logo também teria a sua felicidade ao lado de Jungkook.

— Está na hora do tio ir – ele chamou as crianças para um abraço.

— Ah tio Chim! Já? – Jiyeon resmungou.

— Já. Prometam pro Chim que vocês vão ser boazinhas, não vão brigar muito, e vão sempre cuidar do papai Jin e do papai Nam, tá bom? – deu um beijo na testa de cada uma.

— Tá bom tio, amo você – a pequena Summer abraçou suas pernas, enquanto a irmã segurava sua cintura, num abraço cheio de carinho.

Por último deu um abraço em Jin.

— Você é o melhor irmão de todos, te amo hyung.

— Se cuida Jiminie, e seja muito feliz – ele deu um cascudo na cabeça de Jimin, que protestou.

— Ai! Eu serei. Tchau pessoal.

Eles ainda esperaram na porta até Jimin entrar no carro e ir embora. Era difícil para Jin saber que ele não voltaria, e nem mencionaram o assunto com as crianças para que não ficassem tristes. Mas tudo que ele queria era o bem de seu maninho, e algo em seu coração dizia que ele seria mesmo muito feliz.

[...]

— Esse apê do Jimin é muito chique, vou precisar me acostumar – Tae havia terminado de trazer as caixas da mudança dos dois. Só precisaram levar roupas e objetos pessoais, já que no mais estava tudo pronto e mobiliado.

— Eu prometo que vou te fazer muito feliz tá meu bebê? – Hobi segurou seu rosto, dando um beijinho terno em seus lábios.

— Você já me faz feliz desde que nos conhecemos meu amor. Foi você que sempre cuidou de mim desde que perdi minha mãe. – Taehyung lembrava que, quando a mãe havia falecido, ele tinha 17 anos e seu pai, sabendo que ele era gay, o expulsou de casa. Hoseok, que já era seu amigo de escola, o acolheu, e o que antes era só uma paixonite, acabou se tornando um amor muito verdadeiro. – Você é meu anjo da guarda, e só de ter você na minha vida eu já sou o homem mais feliz do mundo – ele deu seu sorriso quadrado, que derretia o coração do moreno.

— Oi casal mais lindo do mundo! – Jimin chegou sorrindo por ver eles num momento tão fofo.

— E aí Jimin, tá pronto pra nos abandonar? – Tae tentava brincar com a situação, porque acreditava que já nem tinha mais lágrimas depois de tanto ter chorado.

— Não fale assim! – ele fez bico para o amigo. – Então, a chave do apartamentro já está com vocês, a do carro está aqui – ele entregou para Hobi. – E a do restaurante fica ali naquela gaveta. Por sorte o Jin foi tocando as coisas por lá enquanto eu estava fora, mas já expliquei pra ele que vocês irão ficar com o Cabinet – Jimin não quis deixar suas coisas para o irmão porque ele já tinha uma boa e luxuosa vida, e achava que seus amigos fariam bom uso daquilo, e também cuidariam bem de seu tão amado restaurante. – Hobi, ache um bom chef pra ficar no meu lugar, que o resto da equipe lá é maravilhosa, e sei que você é um ótimo administrador. O Tae carismático assim pode ser recepcionista, se ele quiser, acho que vai fazer a clientela feminina aumentar muito – disse, bem humorado.

— Pode deixar Jimin, nós vamos cuidar bem do seu restaurante – Hobi disse.

— Eu tenho certeza que vão – Jimin abraçou um de cada vez. – Acho que preciso ir, chamei um taxi para voltar lá pra casa de campo do Jin.

— Jimin... – Hobi segurou sua mão. – Diz pro Suga que a gente ama ele muito, e cuida dele tá bom? Ajuda ele quando os bebês chegarem, e não deixe ele sofrer.

— Pode deixar, nós vamos sempre estar ao lado dele. – assim deram mais um abraço, e Jimin finalmente foi embora.

[...]

Depois de um certo tempo, Taehyung e Hoseok já haviam se acostumado com a nova rotina. Trabalhavam no restaurante, tinham mudado o padrão de vida para melhor graças a Jimin, e levavam uma vida tranquila. Sempre que podiam, visitavam Jin pois, juntos, sentiam menos a falta que o menor fazia. E por mais que a saudade de Yoongi permanecesse como uma ferida aberta em seus corações, já conseguiam lidar melhor com ela, dando muito amor um ao outro, e usando suas lentes do futuro para rever memórias boas com o esverdeado quando queriam diminuir um pouquinho aquela dor.

Tudo que queriam era cumprir a promessa que fizeram ao amado, de serem felizes e cuidarem de si mesmos e, na medida do possível, tudo estava indo bem.

Logo no início, notaram quando Yoongi queria vê-los. Mesmo estando em uma outra dimensão, sabiam que Jimin daria a ele acesso aos sistemas dos chips de memórias, permitindo que ele eventualmente visse o que Tae e Hobi estavam fazendo. Nesses momentos, os pequenos metais em suas nucas ficavam mais quentes, e os dois já sorriam, sabendo que aquilo representava a presença de Yoongi com eles. Infelizmente, eles não podiam fazer o mesmo, já que não tinham aparelhos e computadores do futuro, mas só de saber que o outro podia fazer isso, já ficavam felizes.

— É o Yoongi! – Tae chamou Hoseok, colocando a mão na nuca ao sentir o aquecimento.

Correram até a frente do espelho, afinal o ex soldado via as coisas através dos olhos do mais novo nesse momento.

— Eu amo você. – disse para o espelho, enquanto sorria e fazia coração com os dedos. Ao seu lado, Hobi fazia coração com os braços em cima da cabeça, e várias poses malucas e fofas, imaginando como Suga deveria estar rindo dele.

— Te amo Suguinha – mandou um beijo para o espelho, depois se voltou para Tae, sabendo que era nos seus olhos que estava a câmera. De certa forma, era legal poder dizer olhando para os dois ao mesmo tempo o quanto os amava. – Eu amo vocês dois!

Do outro lado da transmissão Yoongi colocava a mão sobre a tela holográfica, tentando alcançar o inatingível. Estava feliz porque conseguia ver que os dois levavam uma boa vida, e não se deixavam abater pela tristeza. Dois anos já haviam se passado, e ele também estava feliz, seus bebês lhe davam todos os dias motivos para sorrir, e agora eles estavam sentados um em cada perna sua, olhando o vídeo junto com ele.

— Esses são seus pais malucos! – disse rindo. – Olha o chato do papai Taetae – apontou para o garoto sorrindo na tela.

— Taetae – a garotinha disse, fazendo Yoongi querer esmagá-la de tanta fofura.

— Isso mesmo Suran, é o Taetae – ele sorria contente. A menina tinha os mesmos cabelos negros de Hoseok e, apesar de seus traços serem bem um misto dele e Yoongi, o nariz fino e empinado, e o jeito alegre e maduro eram características de Hobi. Ela sempre deu menos trabalho que o menino. – E aqui o lindo do papai Hobi.

— Papai Hobi – dessa vez Hansung foi quem falou. Yoongi achava graça no modo como o filho de Tae parecia “preferir” Hoseok e a menina de Hobi preferia o Tae. O menino era um furacão, fisicamente idêntico a Taehyung, apresentava os mesmos cabelos loiro acinzentados, o mesmo sorriso quadrado e olhos travessos. Havia acabado de aprender a andar, mas fazia uma bagunça que deixava Suga louco, imaginando que Tae ficaria muito feliz em lhe ver irritado por isso.

— Digam tchau pros papais – eles ainda estavam aprendendo a falar, e Yoongi adorava aquele processo de primeiros passos, primeiras palavras, amava tanto aquelas crianças que sentia que aquele sentimento quase não cabia dentro de si.

— Tchau papaaaais – os bebês disseram juntos.

Tinha que desligar a transmissão porque ainda iriam se arrumar para um almoço na casa de Lisa.

[...]

Jungkook, que já havia se aprontado, arrumava Nayeon, enquanto Jimin terminava de tomar banho, secar o cabelo, se maquiar, escolher uma roupa legal. O mais novo já tinha acostumado com a demora dele, e nem se importava, porque no fim das contas ele ficava ainda mais lindo do que já era. A menininha tinha os olhos de Jungkook e o sorriso de Jimin, e era muito carinhosa com todos, comprovando que a mistura genética surtia sim efeitos positivos.  

— Já estão prontos, amores da minha vida? – o mais velho perguntou ao sair do banheiro. – Jungkook!

— Quê? – olhou para ele espantado, sem saber qual o motivo da bronca daquela vez.

— Como você coloca na menina uma blusa listrada rosa, uma saia de paetê amarela, uma meia calça xadrez laranja e um sapato prateado?

— Eu quis deixar ela na moda kpop da sua época – aproveitou para zoar seu marido.

— Agora não dá tempo, ela vai ter que sair desse jeito mesmo – puxou a menina pela mão. – Que pai desnaturado que você tem!

— Vem papai Kookie! – a garotinha estendeu a outra mão, para poder ir no meio dos dois.

Juntos seguiram para a casa de Lisa, que era vizinha à sua. A bebida já estava servida na mesa, pois a primeira coisa que Jimin exigiu que os pesquisadores desenvolvessem fosse bebidas alcoólicas. Claro que agora que eram pessoas de família não podiam beber muito, a não ser quando deixavam as crianças com babás e faziam noites de farra.

— Oi Lisa, oi Rosé – cumprimentaram-nas com um beijo no rosto.

A pequena Nayeon já correu ao encontro de Haneul, o menininho era somente um mês mais novo que ela, que estava com quase dois anos de idade.  Ele era fisicamente muito parecido com Sehun, e como não tinha nascido com sentimentos, manifestava ainda poucas expressões, mas em geral era mais animado na presença das outras crianças.

Jimin tinha muito apego pelo menino, tendo se tornado como um padrinho para ele. O levava para passear de vez quando, mostrando locais diferentes da cidade, ou para passar a noite em sua casa, fazendo brincadeiras com a filha dele e de Jungkook. O jeito tímido e fechado lembrava muito Sehun, mas ele tinha um brilhinho nos olhos que fazia as pessoas enxergarem um pouco de Baek também. Principalmente na presença de Nayeon, que gostava de abraçar o amiguinho, ou dar seus brinquedos para que pudessem brincar juntos.

A menina viu uma flor amarela no jardim, e num impulso a arrancou, entregando ao menino que, não sabendo o que fazer com ela, sentou no chão e começou a arrancar as pétalas. Jimin achou muito bonitinho, e se aproximou da duplinha.

— Oi Haneul. Cadê o abraço do tio Chim? – timidamente ele abraçou e deu um beijo no rosto do rapaz.

Logo Yoongi também chegou, e suas crianças se uniram as outras. Eles ainda eram mais novinhos, então tinham que ficar de olho. Por isso todo mundo acabou sentando em roda no gramado, com as crianças no meio.

Conversavam descontraidamente, bebendo e comendo os pratos que Jimin havia previamente preparado. Lisa e Rosé continuavam sendo felizes como eram desde o início, levavam a vida de forma bem humorada e descontraída. Jisoo e Jennie se tornaram quase mães na casa, sendo as mais responsáveis e cuidadosas com todos os moradores do que Jimin costumava dizer que era a “República da Lisa”. Achava engraçado que nunca tivessem manifestado vontade de sair de lá para morarem em grupos menores, eles pareciam gostar de viver todos juntos mesmo. Baekhyun tinha superado as coisas que aconteceram, era bem feliz cuidando de Haneul, e quando sentia falta de contato físico, tinha Chanyeol, que se mostrava sempre bem disposto para ele. O mesmo não se podia dizer de Kyungsoo, que apesar de gostar muito de Chany, não gostava de grudes nem relacionamentos muito melosos, então o mais alto era acostumado a tomar uns tapas de vez em quando para lhe deixar em paz.

Costumavam fazer esses encontros com frequência, e se divertiam com a ocasião. Dessa vez Taeyang e Seunghyun tinham vindo de sua casa no litoral para ver como as coisas estavam por lá. Depois de todo o trabalho que tiveram no projeto, decidiram se aposentar e viver na praia, e Taeyang ainda tentava aprender expressões antigas. 

Depois de comerem, Yoongi pediu que Jungkook tirasse algumas fotos dele com Hansung e Suran. Há tempos ele tentava achar um modo de conseguir mandar nem que fosse uma foto para Hobi e Tae. Tinha conversado com a maioria dos técnicos da parte de tecnologia sem ter resultados, mas seguia tentando.

Tirou belas fotos no dia ensolarado, e Jungkook conseguiu capturar bem um momento em que os dois bebês estavam sorrindo, enquanto andavam na direção de Yoongi que lhes esperava de braços abertos.  

Antes de ir embora, Jungkook ainda tomou mais uma bronca de Jimin, por estar brincando de jogar a filha deles pra cima, esquecendo que sua força era muito grande, e ela voava muito alto, rindo gostosamente.

— Meu Deus, coitada dessa criança se não tivesse eu como pai! – o menor reclamava.

— Você é o melhor mesmo, hyung – Jungkook lhe abraçou, dando um selinho em seu bico de bravinho.

[...]

Para a alegria de Yoongi, algumas semanas depois Jimin disse que tinha exigido que achassem um modo de mandar uma única e simples mensagem para o passado, e finalmente conseguiram achar uma brecha que permitiria inserir as imagens nos chips de Taehyung e Hoseok. Suga escolheu as três fotos que mais gostava, uma dos bebês quando tinham só 2 meses de vida, uma de quando completaram 1 ano, e uma atual, com 1 ano e meio, aquela que Jungkook havia tirado. Editou também uma imagem com uma mensagem simples, dizendo apenas “te amamos papais, estamos sempre com vocês, ass. Suran, Hansung e Yoongi.”

Quando os dois no passado receberam as tais imagens, tiveram um choque inicialmente, por do nada suas lentes reproduzirem aquelas imagens, mas quando se deram conta do que era, choraram de felicidade.

— Eu não acredito amor! – Tae pulou nos braços de Hobi. – A gente pôde ver como eles são, e são tão lindos, a menininha é muito fofa!

— E o garotinho, olha esse sorrisinho, igual ao seu, eu vou explodir – Hoseok chorava e sorria ao mesmo tempo.

— E o Yoongi tá feliz, olha o sorriso dele. É tão bom saber que ele está bem – o mais novo se sentia muito aliviado com aquela mensagem.

— E nem precisava dizer que eles sempre estão com a gente né, sempre sentimos quando o Yoon nos “visita”.

Yoongi observava a reação deles maravilhado, realmente estava mais feliz do que poderia imaginar. Mesmo que a saudade fosse enorme, ele tinha seus pedacinhos de gente consigo, e isso era o suficiente para dizer que a vida tinha sido muito generosa consigo.

[...]

Jimin e Jungkook resolveram fazer um piquenique no parque central, em comemoração a mais um mês que estavam juntos. Definiram a data da volta de Jungkook para o futuro como marco em sua relação, e sempre procuravam fazer algo especial nesse dia. Nayeon corria em volta deles toda feliz, enquanto os dois estavam deitados abraçados no gramado.

— Quem diria né meu anjo, que depois de tudo estaríamos aqui – Jungkook suspirava pensativo.

— Eu nunca ia dizer que aquele gatinho que me stalkeava um dia seria pai dos meus filhos – Jimin acabou rindo. – Ainda mais que ele era todo estranho. “Oi, meu nome é Jungkook, eu sou de Londres” — tentou imitar o jeito mecânico que o outro tinha antigamente.

— Para, hyung! – o mais novo mordeu seu braço em protesto.

Às vezes as coisas podem parecer estranhas ou fora do lugar, causando medo, inseguranças, tristeza. Sofreremos com desilusões, despedidas e saudades daquilo que não poderemos mais ter. Mas cada um desses passos, cada espinho que nos ferir e nos fizer chorar, será também uma forma de aprendermos algo diferente, de amadurecermos, de construirmos nossa felicidade. Ela não virá de graça, não vem pra ninguém, são nossos pequenos avanços dia após dia que permitirão ver a alegria nas pequenas coisas.

Às vezes pode-se até pensar que sentimentos são algo ruim, pois trazem dor e sofrimento, mas qual seria a graça de viver sem essa dor e essa delícia que é amar, que é dar o melhor de si para as pessoas que você gosta sem esperar nada em troca?

Jimin encontrou seu caminho, mesmo tendo deixado muitas coisas para trás, Jungkook não sabia nem como agradecer o universo por ter sido tão bom consigo, Yoongi aprendeu a ser feliz mesmo com a saudade, Hoseok e Taehyung encontravam abrigo um no outro. Se foram felizes para sempre, quem poderá dizer? Mas com certeza buscaram dia a dia seu pedacinho de felicidade.


Notas Finais


Conseguiram chegar até aqui? kkkkkkkkkk. Que capítulo gigante!
Link da nova fic: https://www.spiritfanfiction.com/historia/sleeve-taegi-jikook-12167466


Primeiro, eu tinha feito uma playlist mas nunca divulguei pq ela era muito emo e voces iam achar q o final seria trágico. Mas a verdade é que eu sou emo e só gosto de música assim, ou kpop kkkkkkkkkkk
https://open.spotify.com/user/226fw6phh76frhws3agl6chri/playlist/7wvcIXrM7U8cPDZV738D7R?si=dfoIOrf4R4aOsE3NhhDhzQ

Ai gente, é tão triste terminar uma fic, e já peço desculpa se deixei alguém triste, e pras minhas amigas que tiveram que me aguentar chorando igual uma doida enquanto tava escrevendo. Aff

Agradeço a cada pessoinha que disponibilizou um pouco de seu tempo para ler as loucuras da minha cabeça, aos comentários fofos que me incentivaram a continuar, aos fantasmas que mesmo sem comentar acompanharam tudo rs. Espero que tenham gostado e que não queiram me matar por causa do trio maravilha </3

Não sei vocês mas no fim, mesmo com as coisas tristes, eu tô soft. Satisfeita com o resultado do meu trabalho.
Teremos 3 extras, 1 das peripécias de Jikook como pais, 1 de Taeyoonseok e 1 que fica a escolha de vocês, do Baek com quem vocês quiserem, ou do povo lá da república da Lisa.

Então acho que é isso, Beijinhos no coração de vocês, e nos vemos em outras fics. Com amor, Taty :P


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