1. Spirit Fanfics >
  2. Vida L >
  3. Pessoas diferentes

História Vida L - Pessoas diferentes


Escrita por: Astigmatta_

Notas do Autor


EU VOLTEI! TUTS TUTS EU VOLTEI! HJ VAI COMEÇAR A MARATONA E É CAP TODO DIA AQUI NESSA BAGAÇA! VAMO COMEÇAR

Capítulo 6 - Pessoas diferentes


Música para entrar no clima: Extreme - More than words.

-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

Sim, Charles, o meu primeiro beijo gay foi em um desafio babaca e nisso eu acabei chateando uma das minhas melhores amigas. Para você ter uma ideia, Fernanda não falava mais comigo e Rafael tentava a qualquer custo aproximar nós duas de novo, mas não dava porque a Fernanda não parecia confortável perto de mim e aquilo me incomodou bastante para ser exata. Charles, eu não sei você, mas eu odeio ficar mal com uma pessoa e não poder fazer nada para consertar. Eu tinha que conversar com a Fernanda e descobrir o que estava acontecendo, mas antes eu tinha que consultar o meu oráculo.

Oráculo? Você me pergunta. Sim, um oráculo em forma de gente. Sempre que eu estava em alguma situação difícil, eu ia visitar a minha vizinha de 25 anos de idade para pedir alguns conselhos. Sabe aquelas pessoas que fez o que devia e o que não devia em suas vidas? Pois é, minha vizinha era exatamente assim. Seu nome era Fabiana e nós éramos muito amigas e sempre ficávamos sentadas no chão do quarto dela tocando violão e cantando, como se ela fosse minha irmã mais velha.

Fabiana já era mãe e meio que se preparava comigo para passar por certas situações que com certeza sua filha, Carla, iria passar quando tivesse na minha idade. Ela só tinha 5 anos, mas era a pessoa mais cômica que eu já tinha visto na minha vida, assim como a mãe. Fabi era uma grande amiga da minha mãe, mas ela guardava bem os meus segredos e os mantinha longe da minha mãe. Era como se fôssemos sócias.

Sabe, Charles, ás vezes é bom você ter com quem contar para poder desabafar sobre certas coisas. Vi numa pesquisa que uma pessoa só consegue ter 5 amizades verdadeiras durante sua vida toda, mas se isso estiver mesmo certo, Fabiana já era a primeira. Eu confiava muito nela.

Numa tarde qualquer, eu bati na porta da sua casa e ela me acolheu. Sentamos no chão do seu quarto e deixamos a pequena Carla brincar em paz na cama da mãe, Fabiana fez suco de laranja para nós e assim começamos a conversar. Expliquei do começo ao fim o que tinha acontecido comigo e com Fernanda, ela ouvia tudo atenta e ás vezes fazia piadinhas com certas partes da história e aquilo me fazia rir. Ajudava a descontrair, Charles.

Fabiana me contou que esse tipo de coisa acontece e ainda mais se as duas forem melhores amigas, óbvio que uma das duas iria agir assim porque se sente envergonhada perto da outra.

“Ela deve está se sentindo envergonhada porque o jeito que você reagiu após ter beijado ela foi muito impulsivo. Você não pensou, ela deve tá achando agora que você tá com nojo dela ou que ela tentou andar em cima de você. É vergonha, Robis.” - foi o que ela me falou naquela tarde.

Confesso que fazia sentido, Charles. Fernanda tinha um medo danado de se assumir bissexual para o resto da escola porque sempre achou que iria sofrer com o preconceito, ela se sentia mais confortável sendo ela mesma no meio de seus amigos. Imagino que para qualquer um que seja enrustido, talvez seja assim. Se você agir como você mesmo perto dos seus amigos que já sabem de tudo, o risco de você ser julgado é muito menor, entende, Charles?

O preconceito é o que mais faz um unicórnio continuar dentro de um armário.

Fabiana de novo salvou minha pele e me passou coragem, minha vontade de falar com Fernanda parecia ter aumentado de tamanho porque eu só queria abraçar ela e dizer que estava tudo bem, que eu não iria julgar ela, que eu não iria me afastar dela e que queria minha amiga de volta.

Dois dias depois, chamei Fernanda para conversar e ela terminou chorando em meus braços em um abraço apertado. Que saudade eu estava da minha amiga, Charles. Nós estávamos bem de novo e aquilo era ótimo, ótimo não, era extraordinário porque ela sabia agora que não deve sentir vergonha de si mesma e que eu nunca iria a julgar. Parece que ela tinha tirado um peso das costas, sabe?

Não sei se você tem um amigo enrustido ou uma amiga que é enrustida, Charles, mas vou dizer que tive muitas experiências no ensino médio com gays enrustidos. Por isso tenho a honra de dizer que entendo a vergonha e o constrangimento deles. O desejo de ser aceito é algo que predomina e o medo de ser julgado e oprimido é temido.

Por isso que eu sempre adorei andar com este tipos de pessoa porque além deles serem diferentes, eles são pessoas do bem que sabem muito bem o que é sofrer porque tem uma causa para lutar. Admiro eles e, apesar deles acharem que estão sozinhos, eles não estão. Queria conhecer um jeito de avisar isso para todos eles.

Você conhece, Charles? Só me dizer.


Notas Finais


Deixa a tua avaliação do cap pq me ajuda demais! Até amanhã , vai ter cap novo todo dia ao 12;00!
Bjao


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...