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História Vier Monde - Roda Gigante


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


PODE NÃO PARECER REAL, MAS SIM, É REAL! É a atualização de Vier Monde que tardou para chegar, mas chegou! Estávamos com muita saudade de postar para vocês e pedimos sinceramente para que perdoem a enorme demora que basicamente é justificada por falta de tempo e bloqueios ali e aqui. Tentamos ser breves, mas isso acabou não dando muito certo. Sorry and sorry!
Mas, de qualquer maneira, esperamos que apreciem essas 5k, e que nada seja cansativo! Desconsiderem qualquer erro besta e caso haja algo gritante, por favor, nos digam.
Desculpas novamente pela demora e por favor::::::::: leiam as notas finais!

Capítulo 12 - Roda Gigante


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Roda Gigante

O cheiro suave de Jeongguk violava seus sentidos e fazia-o mais apegado ao rapaz, mesmo que não notasse o fato. Havia realizado sua refeição com ele e a prima, tendo cada vez mais certeza de que aquela lua lhe traria problemas, contudo problemas internos, que bagunçariam sua mente de uma forma indescritível. Deveria ter se lembrado daquilo antes e se precavido, não? No entanto, sua única opção agora seria conviver com aquilo e torcer para que aquela temporada passasse logo.

Olhou para o humano à sua frente com olhinhos curiosos, inspecionando a expressão que ele vestia ao dormir. Da janela entrava uma brisa pela qual não lhe causava frio, porém aparentava afetar o seu semelhante. Puxou suavemente o cobertor para que ele ficasse mais aquecido e permaneceu encarando-o, guardando desde os traços de seu rosto suave até a bagunça de seus fios negros. Seu coração parecia aquecer-se junto com seu ato assistindo-o daquela distância tão pequena.

Jimin, apesar de compreender o nome de tudo que sentia, ainda temia a intensidade de todas suas emoções. Como ele poderia reagir, afinal? Era um mero espírito possuído por sentimentos tão reais. Vez ou outra ainda recordava-se das palavras confiáveis de Berg-oh, as quais lhe aconselhavam que não refletisse sobre sua missão de vida, mas... E se fosse seu coração o que deveria conservar? Caso fosse, Jimin já não era mais uma ninfa. Quem sabe ainda poderia ser sua mentalidade ingênua, ou talvez sua presença em seu habitat natural?

Parou instantaneamente de divagar assim que observou os lábios do moreno moverem-se, e deles saírem – caso não estivesse enlouquecendo – seu nome num sussurro gentil. Sensações bizarras encheram-lhe o peito e notou que um sorriso de canto presenciou sua boca involuntariamente. Jimin levou lentamente seus dígitos para a face delicada, tocando-a. Gostava tanto daquele humano, tanto, que a imagem de perdê-lo deixava-lhe entristecido em segundos. Subitamente ele nutria o anseio de ter Jeongguk consigo e fazê-lo feliz.

    Entretanto, um limite existia de forma rígida. Se quisesse ficar com o moreno daquela maneira sabia que suas raízes deveriam ser descartadas permanentemente. Era assustador pensar naquilo, como se ele não estivesse veemente preparado para nada semelhante. Um dilema pelo qual ele não desejava deparar-se ainda, crendo que até o momento certo ele teria superado essa fase.

Inesperadamente encontrou orbes negros lhe fitando, o que lhe fez afastar ligeiramente seus dígitos. Envergonhou-se em segundos.

— Ainda está acordado? — o tom sonolento ultrapassou os tímpanos do baixinho, soando de uma forma bastante agradável.

— Não estou com sono ainda.

Meio sem raciocinar, Jeongguk caçou seu celular para verificar as horas, assustando-se por estarem no meio da madrugada e Jimin não ter adormecido ainda. Direcionou seu olhar para o alaranjado novamente e expressou-se intrigado.

— Aconteceu alguma coisa? — portanto indagou, ajeitando-se na cama de maneira a conversar melhor com o pequeno. Daquele ângulo a iluminação que adentrava sua janela deixava as feições de Jimin uma coisa inexplicável.

— Não… Eu só realmente não estou com sono. Estava cuidando do seu, na verdade. E estava pensativo.

— Quantas coisas de uma vez só. — o moreno deixou-se abrir um riso breve e suave. — Quer que eu prepare um chá para você?

Dessa maneira, Jimin maneou a cabeça negativamente, logo anexando a maneira gentil que Jungkook demonstrava à sua maneira diante o dia anterior. A vergonha tomava-lhe conta, entretanto não era como se pudesse evitar. Estava adentrando uma fase conturbada de sua transição e precisava de uma máxima compreensão dele. Sentia-se na necessidade de ter Jungkook consigo, e a certeza absoluta de que o teria do seu lado em importantes instantes. E tudo apenas crescia quando a garota, Yujin, roubava-lhe para fazer o que seja lá que fosse. O ciúmes lhe corroía, amargurava-lhe.

— Sabe, Kook-ah… Eu queria me desculpar pelo jeito que agi com você. Acho que aquilo não foi certo vendo que você só estava querendo ajudar e… Sendo simplesmente você mesmo. — pausou, desviando o olhar de seus dedos para o rosto atento que Jeongguk possuía. — Sinto semanas conturbadas se aproximando, então… Será que você poderia não guardar nada de ruim da minha parte?

Jeongguk via as palavras deslizando pelos lábios carnudos, cujos por pouco não tiravam-lhe a atenção. Era uma boca tão bonitinha, ele pensara. Porém, acatou cada coisa proferida pelo menor. As mudanças ocasionadas pela segunda lua estava logo ali, estampada em sua face.

— Claro, Jimin-ah. Não se preocupe com isso, hm? — tentou sorrir confortante para o mesmo.

— É que… Eu sinto medo de acabar fazendo coisas ou falar coisas que não deveria para você. Não quero te ver com aquela expressão de novo e ainda por ci...

— Shh… — Jungkook levou rapidamente um de seus dígitos para a boca alheia, calando-lhe. Olhou para os olhos dele, querendo passar certeza no que dizia, e ali acabou perdendo-se por alguns segundos. Suas íris pareciam diferentes, mas continuavam maravilhosamente hipnotizantes.  – Está tudo bem, Jiminnie.

Assim, a ninfa apenas assentiu, abrindo um sorriso rápido, porém sincero, para o maior. O dedo dele permanecia na área em que pousou, e ali mesmo realizou uma carícia pequena. O característico desejo de tocar aquela partezinha lhe invadiu e antes mesmo que pudesse pensar nos contras, Jeongguk aproximou-se e selou os lábios macios demoradamente. Afastou-se depois de alguns segundos, observando a face de Jimin tomar cor.

Apesar de tudo, Park Jimin gostava tanto quando Jeongguk tomava-lhe os lábios e beijava-lhe.

— Jeo… Kook… — reformulou sua fala ligeiramente. Quase deixara-se levar pelos toques, pela fragrância que o guarda dispunha. Naquele instante a cabeça de Jimin processou questões pelas quais até poderia fazê-las para o moreno à sua frente, contudo, por um só segundo, não queria usá-lo como fonte de suas respostas. Lembrou-se ligeiramente de Hoseok, já que sequer conseguiram terminar a conversa que outrora tiveram. — Eu… Eu gosto quando faz isso em mim.

— O que exatamente? — inclinou a cabeça milimetricamente para a esquerda, esperando a resposta que imaginava em sua mente. A timidez alheia chegava a ser palpável.

— Isso… Me beijar. —  logo, Jungkook sorriu. Sorriu, e avançou mais uma vez contra o corpo pequeno, beijando-o novamente. – Você me dá um, e eu fico com vontade de mais outro, e mais outro. Isso é estranho?

— Não… — um terceiro selo. — Isso tudo faz parte… Do amor, eu acho. — respondeu, sorrindo bobo para o seu semelhante. — Eu deveria continuar te dando beijos?

— Quero todos os beijos que você quiser me dar.

 

[...]

 

Se olhou no espelho pela quinta vez desde que terminara de se arrumar, imaginando se aquela roupa estava boa o suficiente ou se deveria trocar algo. Jimin usava uma camiseta branca que possuía um bolso pequeno onde batatas-fritas estavam desenhadas, um shorts um pouco acima do joelho de cor azul marinho e um All Star amarelo que combinava com seu boné. Havia demorado para acostumar, mas agora ele realmente gostava de bonés e sentia-se bonito usando-os.

E, especialmente, havia ganhado aquele de Jeongguk quando foram ao shopping um dia. Não estava familiarizado com eles ainda, porém havia amado tanto o tom forte dele que jurou usar um dia. Então nada mais justo que usá-lo para ir ao parque de diversões também pela primeira vez, não é?

Que aliás, já fazia poucos minutos que o presenciavam àquela altura.

— Está com muito medo? — Jeongguk perguntou baixinho, perto de seu ouvido.

Sorriu envergonhado, se encolhendo lentamente. Mal conseguia tirar o sorriso do rosto após a noite anterior onde ele o guarda-florestal ficaram juntos abraçados e trocando tantos beijos que até então queimavam os lábios carnudos de Jimin. Estava tão feliz com as coisas que o Jeon havia lhe dito, sentia-se até mal por tê-lo tratado de forma rude por culpa do ciúmes incontrolável.

— Não… Por enquanto não. — riu, levemente nervoso. — Onde nós vamos primeiro?

Fitou os olhos escuros do mais alto, até mesmo Hoseok – que estava ao lado de Jimin – percebia o clima gostoso e romântico que se formada entre os dois, como se já estivesse estupidamente óbvio que se gostavam e muito.

— Eu quero ir na Sala dos Espelhos! — Yujin se pronunciou, levantando uma das mãos. — Os brinquedos de terror são os mais legais!

A menina dava pulinhos, totalmente animada com a ideia de ir até aquela sala que diziam ser mal assombrada. Yujin, desde pequena, gostava bastante de filmes de terror e tudo que envolvesse assombrações e coisas que, pelo menos para ela, não existiam. Seu primo então olhou para Jimin, como se perguntasse com o olhar o que ele achava da ideia. E, bem, a ninfa nunca havia ido a um lugar como aquele, nem ao menos gostava de pensar sobre, afinal, quando ele e Jeongguk tentaram ver um filme de horror juntos o pequeno não pregou os olhos durante horas seguidas.

Sorriu, levemente envergonhado. Não queria estragar o passeio só porque simplesmente tinha medo, mas sabia que dormiria mal nos dias seguintes por conta dos sustos que sempre levava.

— Eu... — começou a falar, mas viu Yujin agarrar um dos braços de Jeongguk, totalmente animada.

— Vamos, oppa, vamos! — puxava ele na direção de onde a sala ficava. — Vocês vêm junto?

Fora a vez de Hoseok fitar o semblante assustado e levemente magoado que o rapaz mais baixo tinha no rosto, sabia que ele estava sensível naquela semana por conta das luas e isso o deixava mais atento ainda quanto a ele. Se aproximou do ruivo, colocando as mãos sobre seus ombros antes de sorrir abertamente, tentando passar calma para ele.

— Ah… Eu não sou muito fã de brinquedos assustadores, Yu. — o moreno sorriu para ela, forçando uma feição levemente desgostosa. — Quero ir para o outro lado, você me acompanha, ChimChim?

Sabia que Jeongguk entenderia o motivo por levar a ninfa para o outro lado e, assim, ele poderia dar um pouco de atenção para sua prima que notavelmente gostava bastante disso. A garota então começou a andar, a mão puxando o pulso do guarda-florestal enquanto acenava com a mesma animação de antes. Aquele ânimo todo estava começando a deixar Jimin desconfortável.

— A gente se encontra depois perto da Roda Gigante, ok?! — Jeon gritou, então sumindo no meio das tantas pessoas que haviam por ali.

Hoseok então puxou Jimin pela mão, apontando para o que seria a tal Roda Gigante. Seus olhos automaticamente se iluminaram com o círculo enorme que brilhava naquele final de tarde. Era lindo! As luzes eram bonitas e o modo como o brinquedo não funcionava rápido demais deixava o Park mais animado ainda. Parecia legal, ele pensava.

Entraram na fila que, felizmente, não estava muito grande. Haviam crianças e casais ali, o que fez Jimin perceber que sim, não era nada muito radical mesmo. Suas mãos suavam por conta da ansiedade e seu coração disparou quando o brinquedo começou a girar, estava incrivelmente fascinado. As pessoas ficavam dentro de pequenas cabines que iam até o topo e, quando a ninfa notou isso, imaginou como seria a vista de lá.

— É muito bonito. — falou, baixinho. — Não dá medo ficar tão longe do chão?

O guarda-florestal riu baixinho, encarando a Roda Gigante também.

— Nah, você fica sentado o tempo inteiro, então… — deu de ombros. — No máximo dá um frio na barriga, sabe? Mas você acostuma.

— Frio na barriga… de quando você está apaixonado? — questionou, um pouco confuso.

Havia aprendido com Yoongi – se não estivesse errado – que se sentia frio na barriga em outras ocasiões, não quando se estava em um brinquedo de parque de diversões. Aquilo não fazia sentido em sua cabeça, quer dizer, uma coisa não possuía ligação com a outra, possuía?

Deu alguns passos para a frente quando a fila andou, ainda esperando que Hoseok explicasse para si sobre aquela sensação bizarra.

— Não apenas quando você tá apaixonado por alguém, Chim. Às vezes você sente quando vai para um lugar muito alto ou quando está no carro e ele desce em uma rua muito rápido, sabe? É uma sensação de animação misturada com medo, entende? — tentou explicar, vendo que não esclareceria tão facilmente as coisas para ele.

Jimin assentiu, tentando entender as coisas que o guarda-florestal havia dito para si. Até que fazia um pouco de sentido, em sua cabeça. Isto é, ele lembrava de ter sentido vontade de chorar quando Jeongguk brigou consigo, no dia que acabou falando o nome do amigo de Taehyung na faculdade. Só que a ninfa também chorara assistindo um de seus episódios de desenho que, em sua opinião, era muito triste. Ele poderia ter a mesma reação para duas coisas diferentes, então? Era isso o que conseguia entender de toda a situação.

Por sua vez, o moreno pensava em falar algo mais, mas o ruivo parecia totalmente inerte no que pensava e entendia do que acabara de ouvir. E era até melhor assim, na opinião do Jung. Se Jimin estivesse ocupado tentando entender coisas como emoções e sentimentos ele não teria tempo para se lembrar de Yujin levando Jeongguk para longe. Havia visto o ciúmes nos olhos que, por um momento, jurou estarem mais claros.

Vagarosamente o brinquedo se movia, e mais uma parte da fila obteve acesso ao mesmo em pouco tempo. Jung Hoseok e Park Jimin acomodaram-se em uma das cabines e o alaranjado olhava tudo de maneira curiosa, sentindo mexendo-se a ansiedade presente em seu interior. Percebera que a visão, conforme a Roda Gigante se movia, era realmente bonita. Era possível enxergar o parque inteiro de onde estavam e, por mais que não quisesse, sentiu-se um pouco chateado pela ausência de Jungkook naquele lugar. Imaginava que seria algo legal estar com ele naquele instante.

— O que você achou? — o moreno indagou, mas Jimin, olhando-os nos olhos, sentia que não era apenas aquilo que ele queria dizer. — Está com medo?

— É muito bonito, de verdade. E não, não estou assustado. — Jimin, cujo situava-se sentado à frente do guarda-florestal, fitou a paisagem. O frio na barriga era existente, porém ainda assim conseguia se sentir tão bem daquela altura. As mais variadas luzes deparavam-se com os seus olhos, dando-lhe o estranho desejo de guardar aquela cena para sempre em sua mente.

Subitamente a cabine de ambos teve uma pausa em seu percurso. Ambos estavam no ponto mais alto da Roda Gigante. Logo, Hoseok ergueu-se colocando suas mãos nos bolsos de sua calça.

— Da primeira vez que vim nesse parque com o Tae, ele morreu de medo de ficar aqui em cima. — comentava bem-humorado. — Parece que você é mais corajoso que ele, Chim.

— Eu? Corajoso? Mas… Eu ainda sinto medo de tantas coisas. — ele levou o olhar até o mais velho, lembrando-se involuntariamente de suas divagações quanto deixar todo aquele mundo e as amizades que teve, dentre tantas outras coisas.

— Ah, eu também sinto bastante medo de algumas coisas. Inclusive, de alguns animais se você quer saber. — olhou para o pequeno, que inclinou a cabeça curioso. — Um certo dia eu e Jeongguk estávamos andando pela floresta e uma cobra apareceu em uma árvore do meu lado… Eu vi que eu tenho um medo tremendo daquelas coisinhas. — à medida que dizia, balançava a cabeça como se não quisesse recordar-se da sensação do momento. Ele, rapidamente, pediu espaço ao lado de Jimin e pôs-se ao seu lado. — Mas sabe, eu acho que não tem problema se sentir assim, receoso. Uma vez eu li que não há problema sentir medo, que senti-lo significa que você está prestes a fazer algo muito, muito corajoso. Isso se encaixa no que estamos falando?

Jimin, olhando nos olhos castanhos do amigo, conseguia enxergar sentimentos agradáveis, por mais que não os decifrasse. Por algum motivo que não conhecia, acabou rindo suave do que ele proferia. Achava graça do quão bem se relacionavam.

— Eu acho que sim. É uma frase bonita, parece dar forças.

— É. Eu gosto dela também. — um suspiro audível escapou pelos seus lábios, mesmo minuto que o brinquedo voltara a se movimentar, assustando levemente a ninfa pelo solavanco suave. Hoseok riu disso, não contendo-se da vontade de bagunçar os fios de cabelo dele.

— Hobi, lembra-se que nós estávamos conversando outro dia? Sobre… Meu beijo e do Jeongguk? — ele perguntou de maneira aleatória, repentinamente, recebendo um aceno positivo como resposta. — Então… Será que poderíamos continuar? Eu acho que eu tenho algumas… Dúvidas… Sobre mais algumas coisas… — proferia tudo calmamente, até mesmo expressando parte de sua timidez.

Hoseok então esfregou as mãos nas coxas, suspirando antes de sorrir, tentando ao máximo passar confiança para o amigo baixinho e ruivo. Sempre que o assunto era Jimin e Jeongguk o guarda-costas moreno sentia certo receio, afinal, e se acabasse opinando de forma errada e estragando tudo? Não era o que queria, gostava de ver os dois felizes.

— Você sabe que pode falar sobre tudo comigo, Chim. — acariciou os fios alaranjados do outro, encorajando-o mais ainda. — Então, o que você quer me perguntar?

A ninfa então suspirou, os dedos se entrelaçando de forma nervosa enquanto pensava em como formar uma pergunta decente para fazer ao outro. Sentia tanto medo de o Jung se assustar ou mudar o jeito como era consigo pelas coisas que dizia ou fazia com Jeongguk, não suportaria ver o mais alto se afastando de si.

— É que… No dia que a Yuj- Yu chegou lá na casa do Kook nós… Nós estávamos assistindo desenhos antes, sabe? No sofá. — suspirou, desviando o olhar do mais alto. — E a gente se beijou de novo, do mesmo jeito como nós fizemos na floresta, só que… Eu senti a língua dele, Hobi. Foi bem na hora que a Yu chegou, mas eu fiquei tão quente, eu não sei. Isso é normal? — levantou o olhar, sentia suas bochechas quentes e daria qualquer coisa para não ter que encarar Hoseok naquele momento.

O humano, por sua vez, suspirava fundo, os olhos estavam levemente arregalados e sua mente tornava-se um absurdo branco enquanto tentava digerir todas aquelas informações. Quer dizer que Jeongguk e Jimin haviam praticamente beijado de língua? Céus, estava pasmo.

E os olhos do Park nem ao menos paravam de o fitar por um segundo que fosse, Jimin queria ver todas as reações do amigo e imaginar, com base nisso, se ele havia entendido toda a situação ou não.

— A culpa não foi dele, Hobi… — completou, meio desesperado. — Eu também queria aquilo. Eu estava gostando.

— En-entendi, Chim… — falou, ainda meio chocado. — Não precisa se preocupar, o que nós conversamos fica apenas entre nós. E… Bem, isso que você sentiu é normal, sabe? Vocês estavam começando a aprofundar o beijo. — ao dizer, já era de se esperar aquela feiçãozinha confusa que Jimin sempre fazia quando sentia-se curioso sobre alguma coisa. — E, bom, não se preocupe com isso, eu acho. É um tipo de beijo, de qualquer forma.

— Então existem vários tipos de beijos e o que estava acontecendo era realmente normal? Até o calor que eu comecei a sentir?

— Sim, Chim. — Hoseok concordava, mas em sua cabeça estava travada uma luta tremenda para não assimilar de uma só vez o beijo de língua com amassos e o que sempre acontecia depois de vários amassos em um ambiente privado. Não sabia se sua mente era muito perversa, porém compreendia que era de um beijo daqueles que tudo acontecia e sinceramente sentiu vontade de conversar com Jeongguk. Entretanto, também sentia que aquele não era o momento certo. Talvez seria realmente apenas um beijo… — É um sentimento que cresce quando estamos com alguém que amamos. Os toques aparentam nos esquentarem, é igual para beijos.

O sorriso que Jimin acabou visualizando pareceu ter poder suficiente para que lhe acalmasse um pouco. Tudo fazia parte. Mas… Uma outra coisa surgiu em sua mente.

— Hm… Mas e Hobi, o que iria acontecer exatamente se a… Prima dele não tivesse aparecido? — indagou, utilizando certa dúvida quanto o parentesco da garota. Park Jimin não entendia por inteiro aquela coisa.

No entanto, o passeio na Roda Gigante havia chegado ao fim. Deram uma pausa em suas conversas por alguns segundos para que pudessem descer do brinquedo, só então notando que a fila havia praticamente duplicado ao que estava antes e que acabou anoitecendo um pouco mais. As luzes tornaram-se mais intensas, mais brilhantes, e a pequena ninfa constatou que verdadeiramente gostava daquele tipo de ambiente noturno e iluminado por cores. Cores lhe agradavam.

— Vocês… — por qual razão falar daquelas coisas parecia tão embaraçoso com Jimin? Ele praticamente já era um humano no meio dele e o resto dos garotos. — Apenas se beijariam de um jeito diferente, oras.

— E esse jeito… É bom?

Jung Hoseok acabou rindo. A timidez era tão palpável, e nem sabia se era apenas pelas perguntas do alaranjado ou se era por ele estar sem graça perante todo aquele assunto repentino.

— Eu acredito que você gostaria disso. — falou baixinho, estava tão envergonhado. — Principalmente por ser com Jeongguk.

O mais baixo sorriu, sentindo a roda voltando a se movimentar, lentamente. Seu coração se aqueceu com as palavras do moreno, imaginando que se Hoseok dizia, com toda certeza era verdade. Aproveitou então para olhar para a paisagem, aproveitando um pouco mais daquela imagem bonita, nem ao menos sentia medo da altura.

— Mas… e então, Chim — ouviu o Jung, voltando a encará-lo. — O que aconteceu depois disso?

Jimin então pareceu pensar bem antes de falar, como se estudasse a pergunta e as palavras que usaria para responder. Coçou seu queixo pequeno, formando um bico antes de se ajeitar no banco curto. Levou os dedos curtos até a nuca, acariciando ali, estava levemente envergonhado de suas próprias ações no dia anterior.

O brinquedo parou novamente, indicando que já haviam dado a volta inteira. Hoseok desceu primeiro, esperando que Jimin o seguisse e começasse a falar.

— Nós… acabamos nos desentendendo, sabe? Eu fiquei com ciúmes dela. — admitiu, baixinho. Estava meio envergonhado. — Mas eu e ele tivemos que dormir na mesma cama porque ela ficou com a que eu usava e… bem, foi difícil dormir depois das coisas que eu falei para ele. Ele até mesmo acordou no meio da madrugada e nós conversamos antes de… antes de… nos beijarmos de novo.

— O que? Mas…

— Hoseok-oppa! Jimin-oppa! Vocês estão aí! — Yu falava alto, completamente animada enquanto corria na direção de ambos, sendo seguida por Jungkook que segurava uma de suas mãos.

Segurava uma de suas mãos. Jimin sentiu suas orelhas esquentarem, os punhos se fecharem. Sentia-se frustrado por não conseguir conversar com Hoseok, principalmente porque queria saber o que ele achava da pequena troca de carícias que houve durante a madrugada. Queria que ele o dissesse o que poderia significar, afinal, não fazia muita ideia do rumo pelo qual as coisas estavam indo. Não possuía Yoongi por perto e teria de aguentar Yujin colada no primo durante mais um dia, achava que poderia enlouquecer antes disso.

Aproximou-se do Jung, apoiando sua cabeça no braço do mesmo por alguns segundos enquanto suspirava e se acalmava, sorrindo sereno para os dois que estavam nas atrações mais assustadoras do parque.

— Vocês foram onde? — Jeongguk perguntou, levemente animado. — Foi divertido?

Jimin sorriu mais. A animação do guarda-florestal acabava contagiando-o.

— Nós fomos na Roda Gigante. Taehyung quase arrancou meu braço fora de tanto medo quando veio comigo a primeira vez e… o Jimin parecia já ter ido milhões de vezes! — Hoseok dizia orgulhoso, como se fosse seu filho. — O céu tava lindo lá de cima.

— É verdade! O céu estava todo colorido. — encolheu os ombros, sorrindo. — Foi muito legal, obrigado Hobi.

Mesmo que quisesse, Jeongguk não conseguiu deixar de desfazer o sorriso que antes possuía nos lábios. Via o sorriso de Jimin e o modo como ele se encolhia, parecia envergonhado com algo. Será que ele e Hoseok…? Não, que bobagem. Era ridículo pensar assim de seu melhor amigo e de alguém tão inocente quando o próprio Jimin. Tentou tirar aqueles pensamentos ridículos da cabeça, sorrindo satisfeito com a felicidade da ninfa baixinha.

— Não é tão ruim quase arrancar o braço de alguém, é? — Yu questionou, divertida. — Foi assustador, eu confesso. Tive que ficar me segurando no Kook-oppa o tempo todo… Não vá me zoar!

Ela socou o ombro do primo antes de se agarrar ali, sorridente.

Jimin então desceu seu olhar até onde a garota estava encostada, vendo o modo como ela abraçava o braço forte de Jeongguk e o colava contra seu corpo. O guarda-florestal respondeu algo que não fez questão de escutar, apenas reparou nele quando percebeu o silêncio que se instalara entre os quatro. Seus olhos se encontraram com os dele, uma troca de olhares levemente rápida e meio… sem graça? Não sabia definir corretamente.

E era tão sem graça que Jeongguk até mesmo fazia uma careta. Hoseok prontamente percebeu, sabia que o casal de amigos precisava conversar e com Yujin presa no braço do moreno aquilo não daria certo.

— É.... Yujin! Ah… Eu queria muito um algodão doce agora, sabe? — Hoseok começou, exagerava nas feições para tentar convencer a garota. — Vamos comigo? Jimin não é muito fã de algodão doce e Jeongguk está cortando doces por um tempo…

— Mas eu…

— É verdade, não acredito que comecei com essa dieta boba! — Jeongguk reforçou, entendia o que o amigo queria fazer. — Não deixa o Hobi ir sozinho, por favor?

— Tudo bem, oppa! Nós já voltamos!

Ela agarrou-se ao braço de Hoseok enquanto ambos iam animados até a tenda afastada de algodão-doce. Jimin ficou observando a imagem de ambos juntos, queria entender porque ela também estava abraçada ao braço de Jung… era tudo tão confuso ainda.

Voltou sua atenção para Jeongguk, ele o encarava fixamente enquanto mordia os lábios, parecia ansioso e levemente assustado, ao mesmo tempo. Queria poder matar a leve saudades que sentia do corpo do mesmo durante aqueles poucos minutos que teriam longe da prima do mesmo, mas sabia que não deveria, afinal, estava um pouco magoado com o outro. Viu o modo como fora trocado o dia todo, além de ter de assistir ele e Yujin juntos durante todo o tempo. Doía em si, mesmo que não entendesse direito.

— Você… ainda tá bravo comigo, Jiminnie? — ele falou baixinho, dando um passo a frente. — Eu queria ter ficado com você durante o dia hoje, mas a Yujin queria ir no…

— Ela é melhor que eu? — perguntou, rápido. Jimin sentia-se como se fosse explodir a qualquer momento. — Ela te faz mais feliz, Kook? Eu sou chato demais? Eu…

Rapidamente, Jeongguk inclinou seu corpo, colando seus lábios nos de Jimin. Sorriu assim que o viu estático, chocado demais com o que havia acabado de acontecer. Jungkook havia mesmo beijado-o no meio do parque? Que vergonha! Mas ainda estava bravo com ele… não estava?

Sentiu seu rosto esquentar, seu estômago revirava e gelava de uma forma engraçada que o fazia ficar respirando fundo diversas vezes seguidas, levemente risonho. Não queria sentir tudo aquilo pelo mais alto, mas era praticamente inevitável quando o olhava ou recebia aqueles gestos rápidos e tão especiais para si. Porque Jimin sentia muito medo de um dia o guarda encontrar alguém mais interessante, alguém que lhe soasse melhor para cuidar, para ter por perto. Não queria – em hipótese alguma – ser trocado por ele, só a ideia daquilo o assustava.

Desviou então sua atenção para um casal sentado perto deles, o homem segurava as mãos da mulher com aparente leveza enquanto sorria para ela. Aos poucos os dedos eram entrelaçados e os sorrisos aumentavam mais ainda, como se assim eles demonstrassem mais ainda o quanto se amavam.

— Você é único, Chim. — sorriu, pegando as mãos pequenas do mesmo antes de encaixar os dedos dele nos seus. — Você sabe disso. Não tem ninguém mais especial, fofo, engraçado e lindo que você. Ninguém, certo?

O alaranjado escutava claramente o que Jeongguk dizia, mas era como se ele não tivesse mais poder sob suas cordas vocais. Olhava-o, e dentro de cada íris ele conseguia ver um brilho bonito, semelhante às estrelas que observou há pouco tempo no topo da Roda Gigante. Fitou suas mãos juntas das dele e sorriu curto com o feito, apertando aquele toque, tentando expressar seus sentimentos. Era como se todo aquela atmosfera ruim que habitava seu interior tivesse dissipado em questão de segundos.

Jimin então voltou a encarar o homem à sua frente. Seu rosto ainda aparentava queimar, já basicamente acostumado com todas aquelas reações que seu corpo produzia involuntariamente. Ele respirou fundo e maneou a cabeça bem levemente, assentindo, e com a vergonha que agora subia-lhe até a cabeça acabou por abraçar o corpo do maior, aproveitando para matar a saudade que sentia há pouco. O aroma impregnado nas roupas de Jeongguk definitivamente era o seu favorito.

— Eu… Peço desculpas. — começava baixinho, tímido. — Se tudo o que você disse é realmente verdade então acho que eu não tenho porque sentir tanto… Medo de te perder.

— Sim, você não precisa sentir medo algum, Jimin. Eu vou estar com você o tempo inteiro. Eu gosto e quero estar com você. — dessa forma, Jungkook separou-se levemente do menor, o suficiente para que olhasse em seu rosto. Nele, o moreno enxergava sentimentos tão palpáveis que pareciam fazer ligações com os seus. Os olhos de Jimin… Ficavam ainda mais expressivos naquele tom mais claro. O negro se tornava cinza gradativamente, mas prevalecia tão atrativo quanto.  — Isso tudo porque… Eu gosto de você. Não precisa se sentir assim, está bem?

As bochechas do Park eram acariciadas suavemente pelo polegar do guarda, e um sorriso besta insistia em permanecer no rosto da ninfa. Como aquele sentimento que chama de amor tinha tantos poderes daquela forma? Quer dizer, o âmago da ninfa estava todo revirado, tanto com as palavras do outro como a forma que elas foram proferidas. Sentia que era verdadeiro tudo o que escapava dos lábios bonitos de Jeon Jeongguk.

Mais uma vez o pequeno assentiu, repetindo em sua cabeça a parte em que o guarda diz gostar de si. Em seu coração, apesar de não reconhecer com exatidão o que havia, os sentimentos estavam recíprocos e harmonizados. Jimin abaixou a cabeça e deixou-se ser envolvido pelos braços aconchegantes do maior. Subitamente era como se nada mais existisse ao redor; apenas ele, Jungkook, e o céu estrelado que somando-se ao momento, deixava-lhe mais calmo e um tanto… Especial.


Notas Finais


E então minha gente, o que vocês acharam desse comeback? Esperamos várias opiniões sobre o capítulo e muito amor, ok? Já queremos deixar claro que não temos uma previsão para o próximo também, tudo depende, mas vamos tomar vergonha na cara para não demorar tanto quanto dessa vez. Ainda há comentários a serem respondidos, e isso ainda está resolvido em breve em nome de jikook, perdão. Aliás, agradecemos demais a todos os favoritos e comentários, é muito gratificante ver que bastante pessoas gostam da nossa estória! <3

E agora o ponto principal de toda essa nota: Estávamos discutindo um dia desses e chegamos num ponto em que pensamos em ter um grupo de Vier Monde no Whatsapp. Achamos que seria legal para saber direitinho o pensamento de vocês sobre todo o enredo e também criarmos amizade, onde poderíamos falar sobre tudo, tudo. Vocês gostariam da ideia? Qual é a opinião de vocês sobre? Caso a resposta seja positiva, vocês podem enviar o número de vocês e o nome para a Camille (@_bullshit) que assim resolveremos tudinho, ok? Vale ressaltar que estamos bastante inseguranças em propor isso, mas arriscar não machuca ninguém, auhaua.

Bom, acredito que era basicamente isso.
Qualquer coisa há nossos twitters: @tuanwangy (Jacque) e @w4ngst (Camille).
Obrigada por tudo, amamos vocês! ♥


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