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História Vier Monde - Beijo


Escrita por: bullshift e markie

Notas do Autor


Olha só quem chegou com um capítulo todo especial para os leitores mais adoráveis desse mundooo? Sim, nós mesmas, para vocês mesmos! Pois o que seria de nós sem vocês, não é verdade? Bom, trazemos surpresinhas para vocês nesse capítulo então esperamos que seja agradável de se ler! Agradecemos novamente ao feedback incrível, apesar de que ficaríamos muito felizes em ter os fantasminhas interagindo com a gente também!
Bom, uma boa leitura para vocês amorecos, divirtam-se! ♥

Capítulo 14 - Beijo


Fanfic / Fanfiction Vier Monde - Beijo

Jeongguk com certeza não esperava que o céu que avistara tão nublado quando acordou pudesse transformar-se num azul tão limpo e com a presença de um sol um tanto quanto simpático. Contudo, naquela hora não o aproveitava, na verdade estava dentro do casarão de madeira preparando um pouco de café para si. Apesar de toda a noite de sono que tivera, sentia-se meio sonolento àquela hora da tarde.

Hoseok havia saído há um tempo com Jimin e não estranharia se ambos voltassem rindo alto como sempre acabavam fazendo. Quer dizer, os dois se davam muito bem e em todos os momentos que estavam juntos arrumavam assuntos que nem ele poderia imaginar. Tinha um pouco de receio sobre a amizade dos dois, afinal, Hoseok era maravilhoso e Park Jimin então… nem conseguiria descrever. Só que acima de tudo precisava se lembrar que Hoseok namorava e… Jimin lhe amava? Ainda era tão surreal falar daquela maneira.

Com o café já pronto e acomodado em uma das cadeiras que existiam por ali, recordava-se de como o Park fora adorável falando sobre si para Seokjin mais cedo. Não achava que ele tinha sido o único a mudar no decorrer desse tempo todo, a ninfa também, ao adquirir a manha, conhecimentos aqui ou ali, e convivência com outras pessoas, já não lembrava mais ser um ser mágico. Já havia basicamente se tornando um humano, mas um humano puro e amável de uma maneira que não sabia explicar.

Não podia evitar, ele estava muito feliz. Já até tinha tido aquele pensamento, mas o que poderia fazer? Era como diziam, o amor mudava as pessoas e as deixavam bobas refletindo sobre coisas que em outros momentos de forma alguma cogitaria. Como naquele momento em que o sorriso meigo de Jimin vinha à sua cabeça sutilmente, fazendo as típicas divagações começarem, e em minutos estar relembrando de cada traço daquele rosto e o quão ele era lindo. O apego com aquele garoto estava forte, e honestamente, bem ao fundo, tinha medo daquele sentimento imenso.

Acabou suspirando, mexendo a colher que repousava dentro da xícara à sua frente. Soltou um riso soprado. Era engraçado como Jimin aparecia em sua mente quando estava sozinho. Sentia-se tão clichê, tão bobo. Torcia para que aqueles sentimentos bons não estivessem antecedendo alguma tempestade. Entretanto, o fato que mais um mês estava esvaindo-se, o deixava meio apreensivo. Era mais uma lua que partia, restando um pouco mais de um mês para a transição de Jimin terminar. Ele ainda se recordava perfeitamente disso, não?

Gostava muito do Park, mas ao mesmo tempo que, por um lado, sentia-se egoísta em querê-lo para si, não ansiava que sua transição falhasse. Era que… Queria passar tantas coisas com ele ainda. Queria levá-lo a um encontro de verdade, queria mostrar todas as coisas, ensiná-lo tudo que sabia… Era como se as quatro luas que tinha não fossem o suficiente. Teria que aproveitar daquele último mês o máximo que podia e… tentar conformar-se aos poucos que logo ele voltaria para o centro da floresta e fosse feliz cuidando do seu lar como, pelo que pensava, sempre fizera.

— Oh, você está aqui. — sobressaltou-se o moreno em repouso com a voz repentina de Hoseok no saguão. — Nós já voltamos. Quer dizer, eu voltei. Jimin quis ficar lá fora por mais um tempo.

Bom, talvez estivesse errado quanto pensar que eles voltariam rindo juntos e coisas do tipo.

— É… Eu estou aqui. Quer um café? — ofereceu, disfarçando o pequeno susto que havia levado.

— Nah, estou bem. — respondeu à medida que encaminhava-se para o banheiro do lugar, a fim de lavar suas mãos, mas após o feito observou que Jeongguk ficara quieto. E, bom, até acharia isso normal se não tivesse constatado o cenho franzido no semblante do mesmo quando retornou. — Aliás… você está bem, Jeongguk?

— Hum? Claro, por que eu não estaria? — disse de imediato, talvez apressando-se um pouco com suas palavras.

— Por estar com essa cara de preocupação e falar tão rápido desse jeito? — expressou o óbvio, vendo o garoto mais novo abaixar seu olhar e bebericar da bebida que fizera. Ele suspirou e indicou que se sentasse, assim não tardando ao fazê-lo.

Na verdade, o guarda mais jovem nem sabia direito como falar o que estava lhe afligindo tanto. Aguardou que o acastanhado se acomodasse à sua frente e encarou-o.

— A quarta lua do Jimin está chegando. — soltou de uma vez. — Você acha que as coisas vão dar certo? Ou sei lá… não sei direito o que pensar sobre o assunto. É meio… assustador pensar que ele não se comunicaria dessa forma novamente, que ele voltaria a ser um animal. Isso é tão surreal, como será que isso deve acontecer?

Hoseok por alguns instantes havia se esquecido daquele fator. Já estava tão acostumado com a presença do alaranjado que era difícil lembrar-se que ele, basicamente, não fazia parte do universo em que vivia. Começou a ficar apreensivo igualmente, afinal tampouco ele sabia como tudo ocorreria. Quem sabe nem o próprio Park saberia.

— Eu não faço a mínima ideia…  Parece meio bizarro pensar nisso agora. — comentou, sem saber muito o que dizer e que pudesse ajudar. — Acho que deveríamos tentar dar o máximo de diversão possível? Se isso der certo mesmo, pelo menos ele teria boas lembranças, se é que isso ficaria guardado na memória dele. — pausou, então, por alguns instantes. — Você tem medo de perder ele?

— Um pouco, acho que mais do que ele tem medo de se tornar raposa de novo.

— Ele realmente se importa com os meninos, eu, e principalmente você. Acho que não deve ter tido um momento em que ele esteve comigo que não comentou alguma coisa sobre você.

— Sério? O que ele fala sobre mim? — rapidamente demonstrou interesse.

— Ah, sabe…. várias coisas. Algumas coisas que acontecem entre vocês dois e acaba o deixando meio confuso. Por exemplo… bom, por exemplo, da vez em que vocês… quase se beijaram de língua. — mostrou-se meio duvidoso em falar sobre aquele assunto com Jeongguk, apesar de recordar-se bem de que queria colocá-lo em pauta. Era que Jimin havia confiado em si para desabafar, seria certo contar para Jeongguk?

Este mesmo Jeongguk que não conseguiu disfarçar os olhos se arregalando um pouco e seus lábios que entreabriram em total surpresa. Era claro que não esperava algo como aquilo, sei lá, não imaginaria que Jimin realmente fosse falar sobre aquelas coisas abertamente com os outros garotos, mesmo que agora isso parecesse muito de seu feitio.

— No dia que Yujin veio pra cá… — falava para si mesmo, mas numa altura suficiente para que Hoseok escutasse. — É, realmente foi um quase… Acho que está ficando cada vez mais difícil de me segurar. — desabafou com sinceridade, tomando mais um gole do café, terminando com o mesmo.

— E por que você diz isso, Kook? — Hoseok franzia as sobrancelhas, ainda era confuso, mas queria entender o que se passava na mente de seu amigo. — O Chim… Ele te provoca? Cara… Não faz sentido…

No mesmo instante, Jeongguk ficou inteiramente vermelho. Suas orelhas queimavam e seus olhos levemente arregalados indicavam o quão surpreso e envergonhado ele estava com aquela frase, aquela conversa. Óbvio que queria conversar com o Jung sobre aquilo, mas não achava que seria tão embaraçoso e… estranho. Só que estava desesperado, precisava de algum conselho e ninguém melhor que ele para ajudá-lo naquilo.

— Não! Não. Quer dizer, não propositalmente, entende? Jiminnie é muito inocente, então ele sobe no meu colo e acaba até mesmo iniciando nossos beijos, às vezes… mas é claro que ele não faz ideia do que tudo isso causa. Só que… eu queria tanto poder aprofundar isso com ele, sabe? Poder tocar ele e mostrar tudo de bom que ele pode sentir… — coçou sua própria nuca, angustiado. — Aish, eu não sei o que fazer, Hobi. Ele não é puro demais pra tudo isso?

Observou o rosto do amigo, Jeongguk encontrava-se realmente confuso. Hoseok diria que ele não deveria ter medo e que, se Jimin também quisesse, eles deveriam fazer o que achassem melhor. Mas, antes que pudesse dizer qualquer coisa, seu olhar encontrou madeixas alaranjadas logo depois da porta escancarada do casarão. Jimin estava encostado em uma das paredes apenas escutando a conversa dos dois guardas e, por isso, o Jung não conseguiu deixar de sorrir.

Seria mais fácil deixar que a própria ninfa dissesse o que queria ou não, certo?

— Acho que você deve se resolver com ele sobre isso, sabe… Veja como ele se sente sobre isso, só ele vai saber responder direito.

— ‘Tá querendo dizer que eu deveria falar dessas coisas com ele? Mas, ah, Hoseok, você sabe que eu sou meio tímido com palavras… E, sei lá, eu também não quero assustá-lo.

— Jeongguk… — repreendeu o receio que o amigo demonstrava. — O Jimin gosta muito de você e vocês convivem muito juntos… Você o conhece mais do que ninguém por aqui. Acredito que você, pelo menos, saiba que pode conversar sobre isso.

Jungkook levantou o olhar para os do mais velho, fitando-os por alguns segundos. No fundo, não era como se ele estivesse errado. Conhecia sim o garoto alaranjado… Só era um receio meio… bobo? Entretanto, sabia que também permanecer daquele jeito cheio de dúvidas não o levaria a lugar algum, então acatou cem por cento das palavras de Hoseok. Se os assuntos envolviam o pequeno espírito da floresta, ele deveria reconhecê-los.

— Tudo bem, eu irei falar com ele.

 

[...]

 

O objetivo de falar com a pequena ninfa estava de pé, claro, mas já se faziam minutos que estava caminhando com ele e sequer tivera indícios de coragem de ir direto ao ponto ou tampouco arrumar algum caminho que o levasse àqueles assuntos. Era só olhar para os olhos tão expressivos e fofos do rapaz que todas as suas palavras sumiam. E como de praxe, ainda estranhava aqueles sentimentos tão bagunçados.

— Está tudo bem, Kook-ah? — ele questionou de repente, alarmando o guarda-florestal. Tentou respondê-lo positivamente da maneira mais natural possível, talvez obtendo sucesso daquela vez. — Você está tão quieto… Parece pensar em tantas coisas.

Foi quando, como num susto, recordou-se das palavras que Jimin expressou outro dia; uma frase um tanto inesperada e tão bem colocada que aparentava ser surreal. “Você pode até dizer que eu pareço uma fada… Mas, para mim, você é a floresta inteira.” Lembrou-se que havia ficado bons minutos refletindo sobre aquela frase e o que habitava suas entrelinhas, porém sempre esquecia-se de comentar sobre. Usaria aqueles instantes, portanto.

— Eu quase me esqueci… — disse baixinho, mas assim que olhou-o ao seu lado, usou um tom de voz mais audível. — Jimin, é… Você me acha mesmo uma floresta inteira? Digo, você disse isso naquele dia, e eu acho que entendi o sentido que você quis dizer, mas…

O Park então retribuiu o olhar o maior, avaliando seu semblante meio confuso, soltando um riso curto. Ele até poderia comentar sobre Jeongguk estar quieto e parecer pensar em inúmeras coisas, porém não era como se estivesse diferente dele. Quando ouviu a conversa dele com o Hobi, não soube direito como reagir. Quer dizer, ele não sabia direito sobre o que Jungkook queria dizer com tocar e mostrar o que poderia sentir, e principalmente a razão de todo o seu medo. Primeiramente que apenas por ser com ele, Jimin não via mal algum, ele mesmo já deixara explícito que confiava nele de olhos fechados.

No fim só estava inquieto em descobrir o que mais Jeongguk poderia lhe mostrar. Queria que ele mostrasse. Sua curiosidade já estava lhe matando, mas não podia expressar tão descaradamente suas dúvidas, estaria muito óbvio que tivera o escutado.

— Claro que sim, poxa... Você é como uma floresta. Uma floresta simpática, que não dá medo... Transmite um sentimento acolhedor como uma. E eu me sinto seguro com você, assim como me sinto por aqui, Jungkookkie.

— Chim, eu… — seu coração estava tão quente depois de ouvir o mais baixo falar daquele modo, naquele tom. Jeongguk não queria se segurar mais, queria poder ficar com Jimin e tocá-lo do modo que mais lhe parecesse certo. — Você quer dar uma volta?

Ele sorriu e assentiu, já começando a caminhar na direção da floresta. Jimin estava tão envergonhado quanto o próprio Jeongguk que sentia o coração bater rápido, descompassado. Sentia-se tão feliz quando ouvia a ninfa falar daquele jeito sobre si, era até mesmo surreal.

Esticou levemente um dos braços, pegando a mão pequena do alaranjado antes de começar a andar junto com ele, vendo-o sorrir instintivamente. Era como se voltasse a ser uma criança tendo seu primeiro amor de escola, Jeongguk encontrava-se bobo e assustado com qualquer que fosse a interação entre ele e Jimin e isso o deixava levemente chocado, afinal, não era de seu feitio sentir tanto em tão pouco tempo.

Conforme avançavam floresta adentro, o guarda-florestal conseguia reparar no modo como Jimin ficava mais brilhante, mais… bonito. Seu sorriso aumentava, seus cabelos até mesmo pareciam brilhar um pouco mais. Apertou sua mão na dele, tomando cuidado para não tropeçar em nenhuma raiz ou pisar em alguma flor.

— Então, Kook-ah… — o mais baixo começou, seus olhos vidrados no caminho que tomava. — Você tem pais também? Digo, o Jin tem, você então deve ter, certo?

— Sim… eu tenho. — deu de ombros, levemente sorridente. — Meu pai, na verdade, já morreu, há alguns anos. Mas minha mãe mora fora do nosso país, sabe? Fora da Coréia do Sul.

— Nossa, eu… eu sinto muito… — Jimin parou de andar, puxando a mão do mais alto para mais perto. Seus olhos começavam a se encher de lágrimas e Jeongguk ficou sem entender o que estava acontecendo. — Eu não queria ter tocado nesse assunto, me desculpa Kook…

Rapidamente, Jeongguk abraçou o corpo pequeno e acariciou seus fios alaranjados, tentando ao máximo fazer com que ele não chorasse.

— Não tem problema, de verdade. Está tudo bem! — se afastou apenas para fitá-lo. — Já faz muito tempo, hm? Esqueça isso. Okay? — viu-o assentir, suspirando até que ficasse melhor. — Isso… assim é melhor. Não gosto de te ver triste, Jiminnie.

Puxou a mão dele novamente, voltando a andar para que chegassem logo até a área que Jimin tanto gostava: o centro da floresta. Então, enquanto andavam, uma dúvida surgiu na cabeça curiosa de Jungkook. Quer dizer, Jin tinha pais, ele tinha pais, mas… Jimin teria pais também?

— Mas… e você, Chim? Você tem pais também, certo?

A ninfa vestiu um semblante pensativo por alguns segundos até concordar com o mais alto. Na verdade acabou hesitando um pouco em sua resposta porque reparou que não havia parado para pensar neles com calma em basicamente nenhum momento que esteve com Jeongguk e os garotos. Ele até mesmo chegou a pensar em algumas noites, mas era tão rápido… Assustou-se com sua percepção.

— Tenho… Mas, bom, eu não sei onde eles podem estar na verdade… Desde que comecei minha transição eu não tenho mais nenhum contato… Sei lá, talvez para eu aprender a me virar sozinho. — comentou meio apreensivo, contudo logo mostrando uma feição mais suave para o guarda. —  Seria legal mostrá-los para você, Kook! Bom, só mostrar porque você não conseguiria entendê-los, sabe...

Jeongguk reagiu, soltando um ‘oh’, compreendendo e ficando um pouco intrigado com o assunto. Os pais do Jimin seriam mesmo raposas? Quer dizer, ele não conseguia entender ou imaginar qual tipo de magia existia por trás de toda sua família e como chegavam àquele estágio de transição até, mas… era curioso de qualquer forma. Notou que não apenas queria ensinar Jimin sobre as coisas que sabia, mas desejava aprender também. Aquela mente tinha muitos segredos.

— Você não sente falta deles? Quer reencontrá-los logo?

O som dos pássaros naquela região era tão mais claro. Reparando bem, o meio da floresta onde o Park mais visitava e amava realmente parecia conter uma atmosfera distinta, com um ar que lhe transmitia calma, tranquilidade.

— Seria muito legal se eu acabasse os vendo por aqui, mas isso seria muito difícil. E claro que sim, são os meus pais afinal… — puxou ar para seus pulmões, pensando em indagar o mesmo para o moreno, mas mudou de ideia, concluindo que aquela não seria uma boa ideia. Não era difícil imaginar sua resposta.

Sorriu para ele, no fim, não demorando tanto para sentir sua mão ser apertada um pouquinho. Em sequência, Jeongguk cessou gradativamente seus passos no meio da floresta, o que, claro, fez Jimin sentir-se primeiramente confuso, mas ao olhar nos olhos dele, enxergou as íris brilhantes, determinadas, e acabou ficando nervoso. Os olhos do Jeon caíram sobre as mãos alheias e, segurando as duas, sorriu para ele também. Na verdade, este apenas reunia a coragem que tinha.

— Bom… eu acredito que quando, sei lá, sua transição terminar você vá poder vê-los, não? E a propósito… está mais perto do que podemos pensar. Eu… me sinto um pouco preocupado com isso porque não faço ideia de como isso vai acontecer e o que vai acontecer depois… — ele pausou, acariciando os nós das mãos fofas de Jimin, vendo o quão atento ele estava às suas palavras. — Mas queria aproveitar essa última lua o máximo que posso com você... — aproximou um passo, o coração batia rápido dentro do peito, parecia que sairia dali a qualquer momento. — E-Então… Tem algo que eu quero mostrar pra você. — pigarreou. — Digo... é, é algo assim.

O Park escutava o guarda, observando o nervosismo que aprendeu a identificar. Seu coração pulava dentro do peito, encontrava-se feliz, ansioso, curioso. Um frio na barriga que não conseguia explicar por ter o maior tão próximo de si, falando daquele jeito tão único.

— O que, Kook-ah? — perguntou baixinho, o incentivando ao mesmo tempo. Percorria todo o rosto dele com seus olhos.

Jeon Jeongguk inspirou, afastando aquele nervosismo de dentro de si. Assimilava-se a um adolescente se declarando, como estava bobo com toda aquela situação!

— Lembra-se da vez em que te beijei? Que nossas… línguas se tocaram? — aguardou que o outro assentisse para continuar. — Bom... é um tipo de beijo diferente dos que costumamos a dar…

— Aprofundar…? — repetiu as palavras que ouvira de Hoseok no dia da Roda Gigante.

— Sim. É um beijo aprofundado. A gente acaba usando-as, entende? E… Falando assim pode parecer complicado, mas… eu queria muito beijar você desse jeito. Queria muito.

No mesmo instante, Jimin se aproximou ainda mais de Jeongguk. Tudo o que queria – pelo menos nos últimos dias – era ouvi-lo dizer que queria beijá-lo daquela maneira diferente. Céus, ansiava tanto para aquilo! Seus pés quase tocavam os do outro quando notou que estava perto demais, levantou seu olhar até os olhos negros do mais alto e sorriu, seu estômago parecia estar em um daqueles brinquedos do parque de diversões, era insano.

Jeon, por sua vez, lentamente tocava a cintura do alaranjado, o puxando para um pouco mais perto. Sentiu uma das mãos pequenas dele tocar seu ombro, acabou suspirando, ficava ainda mais nervoso com ele encostando em si, reagindo. E o modo como as bocas se encontraram não foi uma certa novidade, afinal, já haviam feito aquilo há um tempo, mas… mesmo que repetissem milhões de vezes, nunca deixava de ser especial. Jimin o tocava com delicadeza, pendendo a cabeça para um dos lados antes de subir mais suas mãos até o pescoço do mais alto, como se o abraçasse ali.

E, céus… Jeongguk não achava que aquela sensação gostosa que sentia quando beijava Jimin pudesse melhorar. Estava tão enganado.

Lentamente, a língua do mais baixo encostava na sua, ainda de forma desengonçada. Jimin não sabia ao certo o que estava fazendo, mas não deixava de ser bom, muito bom. O mesmo tocou sua língua por entre os lábios do outro, procurando pela semelhante. Deixava-se roçar na dele, tentando ao máximo fazer com que Jungkook gostasse do beijo tanto quanto ele estava gostando.

Mas era impossível que ele não gostasse, afinal, era Jimin quem estava ali.

Jimin levantava-se na ponta dos pés vez ou outra para ajeitar-se abraçado no pescoço alheio, afastando-se dos lábios alheios apenas quando seu ar realmente faltou. Fitou os olhos do outro, descendo o olhar até os carnudos avermelhados por culpa do atrito. Como podia Jungkook ser tão lindo? Acabou, por conta deste pensamento, puxando os fios da nuca dele, voltando a encostar as bocas com ansiedade.

Só voltaram a se olhar após o segundo, terceiro, quarto beijo. Os fios alaranjados levemente bagunçados por conta dos dedos longos de Jeongguk, a pele avermelhada da nuca do mesmo por arranhões do mais baixo, os sorrisos bobos contando secretamente o que haviam acabado de fazer. Seus diálogos eram feitos somente pelos olhos tão expressivos.

Aquilo havia sido perfeito. Quer dizer, apesar de todo o sentimento bagunçado que sentiu, parecia que aquilo aproximou ainda mais ele do Jeon. Então pegou novamente na mão dele, olhando para o céu antes de voltar a caminhar na direção do grande casarão.

— Vamos? Acho que logo anoitece e… Hobi-hyung pode estar preocupado conosco. — Jimin falava enquanto um sorriso enorme estampava seu rosto, os dedos entrelaçados nos de Jeongguk não deixavam os dois esquecerem o que haviam acabado de fazer.

— Sim, vamos. — Jeongguk respondeu, tão sorridente quanto a ninfa.

Então o caminho de volta fora silencioso, tirando as risadas e os selinhos estalados que ambos trocavam. Jeongguk não podia estar mais feliz, era tudo o que queria. Estava próximo de Jimin e podia beijá-lo, demonstrando todo o turbilhão de coisas boas que sentia pelo mesmo.

Logo, achava que não poderia mais ser surpreendido pelo mesmo. Quer dizer, estavam ali, juntos, após uma longa troca de beijos e… Nada mais poderia acontecer, certo?

Errado, oras. Era de Jimin que ele estava falando.

— Ei, onde vai? — questionou quando sua mão foi solta, vendo o baixinho correr até algumas flores alaranjadas que haviam perto deles.

Não recebeu resposta alguma, então apenas ficou observando o outro abaixar-se mais, puxando uma a uma quase todas as flores que estavam reunidas ali. Seus olhos então repararam no céu que realmente estava escurecendo rápido, imaginando se daria tempo de chegarem e irem embora antes que os guardas noturnos chegassem e vissem Jimin por ali. Não que se importasse muito, mas ainda sim não confiava neles.

Antes que pudesse dizer algo mais, o Park virou-se novamente em sua direção. Nas mãos pequenas ele carregava um arco de flores reunidas que mais parecia uma coroa, não entendia direito o que ele queria dizer com aquilo, se é que havia um significado em si.

— Uma coroa, Kook-ah. — ele respondeu, como se não fosse óbvio. — Às vezes, as criaturas da floresta deixam algumas como essa para nós em épocas festivas. É muito bonito, não?

Ele se aproximou e colocou a coroa sobre os fios castanhos de Jeongguk, rindo de forma fofa antes de se afastar para ver como ficou.

— Você ficou tão bonito com ela, Kook…

O mais alto então riu abobalhado, tocando a coroa e apreciando o ato do menor. Sorrindo de forma gentil, pensou por um momento que o retribuiria em algum momento com algum presente. Segurou o rosto do pequeno suavemente e lhe roubou um ligeiro beijo, sorrindo ao ver sua expressão surpresa mas, entretanto, corada.

— Obrigado, Jiminnie.

 

[...]

    Uma gota de chuva caiu por entre seus fios assim que saíram da floresta, fazendo com que não só ele mesmo como Jimin também olhassem para cima. Estava prestes a chover, deveriam chamar Hoseok e ir embora antes que a estrada ficasse impossível. Entraram sorridentes e apressados no casarão, nem ao menos reparando que dois pares de olhos curiosos o seguiam desde que estavam no centro da floresta.

— Relaxem, a chuva logo passa. — Hoseok comentou, já entrando no carro.

Jimin vinha logo atrás, apenas parando antes de se sentar no banco para olhar por entre as árvores, jurando que havia visto alguém ali. Ouviu alguns barulhos e sentiu-se arrepiar por um instante, logo sentindo outro pingo de chuva caindo em seu braço. Não deveria ser nada, então sentou-se no banco e fechou a porta, observando o modo como Hoseok dizia que Jeongguk estava fofo com aquela coroa alaranjada.

Mas… Talvez a chuva não fosse tão passageira assim.


Notas Finais


Então é isso, amorecos! A gente espera muito que vocês tenham gostado desse capítulo “especial” (porque foram dois numa semana só, olha só!) e que vocês nos digam o que acharam de tudo, tá? Finalmente rolou um beijo de verdade entre esses dois, PELO AMOR DE DEUS NÉ! A gente deseja um feliz ano novo pra todo mundo, que tenha muito dinheiro, amor, fanfic e felicidade envolvido nesse 2k17, ok? Qualquer coisa, se alguém quiser entrar no grupo da fanfic, aqui está o link: https://chat.whatsapp.com/1LifJZLmlkdHwURayG2s9x Um beijo e boas festas!


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