-Chefe?
-Não estou conseguindo entrar em contato com o agente 8. Temo por algo ter acontecido.
-Mas senhor, se de fato alguma coisa aconteceu, não seria apropriado que tomemos providências contra o Reconhecimento?
-Não. Bom, pelo menos ainda não. Ele pode estar apenas tendo a cautela de não nos atender, pode estar muito perto de trazer a Reiss.
-Então devo avisar a eles para permanecer estáveis?
-Sim, um pequeno deslize, e essa operação será jogada pelo ralo.
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Os membros do Reconhecimento recolhiam-se em seus dormitórios, uma vez que a noite se fazia presente. Temerosos pelo seu futuro, nenhum deles dormiu de imediato.
Na área da Elite entretanto, os membros permaneciam acordados, cada um com seus afazeres.
Assistindo à televisão, Bertholdt, Porco, Marlo, Hitch, Gabi e Falco estavam alheios a qualquer acontecimento.
Zeke, por sua vez, re-lia a carta que seu pai o enviara há um ano, novamente, no antigo quarto de Levi, que agora era seu. - o Ackerman passara a dividir o quarto com Petra - Não o respondera, mas se perguntava o que teria acontecido se o fizesse. Sabia que seu irmão também havia recebido uma carta, e que de fato enviou uma resposta, não só ao pai, como à mãe. Eren, ao contrário de si, ainda tinha uma mulher amorosa para chamar de "mãe", e essa moça não era nem de longe a sua. O homem sentia falta de Dina, sua "mamãe". Amaldiçoava o pai por ter se casado após a morte dela, apesar de amar seu irmão-postiço, e possuir simpatia pela adorável mulher que Carla Jaeger era. Mas, acima de tudo, odiava Grisha, seu progenitor, por ter sido um completo babaca com sua falecida esposa, seu primeiro filho e em um curto período de tempo, sua nova cônjuge. Ah sim, ele o odiava.
No quarto masculino, Eren, Jean e Connie conversavam sobre outro assunto. Pode-se dizer que os três possuíam uma visão extremamente positiva ao ponto de não se preocuparem com o que viria - ou então, eles simplesmente não possuem essa noção.
Eren - Não sei, você ainda não me convenceu, e duvido muito que vá.
Jean - Sei que pode não parecer certo mas, errado não está. Os dois não têm nada oficial, então não é traição.
Connie - Traição não é, mas sim uma safadeza.
Eren - Não chega ao seu nível Connie. Acha que esquecemos do que fez com Mina e Louise?
Connie - Qual é?! Achei que tínhamos combinado de nunca mais tocar nesse assunto! E além do mais, não é todo dia que duas meninas bonitas ficam afim de você, eu só aproveitei!
Eren - Sendo idiota.
O Springer cruzou os braços e fez um biquinho. Aquilo acontecera há dois anos, e de lá, ele amadurecera - pelo menos um pouco - e entendia a imoralidade de suas ações, não concordando mais com elas - o que não o impediu de se proteger. Connie Springer tinha um ego alto, de vez em quando.
Jean - Tá bom, será que dá para voltar ao assunto? Obrigado. - suspiro - Pieck não se decidiu e pelo visto continua ficando com nós dois.
Eren - E o Porco? Já parou para pensar sobre o que ele acha disso?
Jean - Ele não gosta, mas não pode fazer nada.
Connie - Como não?
Jean - Provavelmente pelo mesmo motivo que eu. Pieck Finger é extremamente apaixonante. É difícil largar.
Eren - Mas você não estava ficando com a Mina?
Jean - Não! Ela é uma pessoa incrível, mas nada aconteceu senão um beijo. Que além do mais, foi um erro, sei que o Bertholdt e o Marco estavam de olho nela.
Connie - Pelo menos aconteceu. Essa garota anda mais disputada do que nunca! Infelizmente, acho que não consigo mais ficar com ela.
Eren - Todos agradecem. Principalmente pelo fato de que a Mina não vai ter que passar por aquela situação de novo. — fuzilou o amigo pelo olhar
Connie - Aaaaa! Que coisa Eren! Eu já pedi desculpas por ter sido imoral!
Jean - Argh! Será que dá para voltarmos a atenção para o meu triângulo amoroso estranho?
Connie - Ah, sim, claro. Sinceramente, acho que isso não vai terminar bem.
Eren - Só quero ver o que vai acontecer quando ela escolher algum de vocês dois. - disse em tom de reprovação
Na cozinha, que era um pouco afastada dos outros cômodos, Armin e Reiner conversavam seriamente.
Armin - Ainda não estou totalmente convencido disso.
Reiner - Complicado. Metade de mim tem certeza que a restauração pacífica de Eldia é impossível, e sabe que será preciso a morte de inocentes, o que nós não concordamos. Mas a outra parte acredita na minha namorada, e tem absoluta certeza de que Eldia concreta novamente vai ser o melhor a todos.
Armin - Eu entendo. Olha, não conte isso a Historia, até porque mais cedo ajudei a convencer todos os nossos companheiros a nos ajudar, mas acho que o Thomaz tem razão. Pense bem, desde o fim de Eldia, já se passaram pouco mais de dois mil anos. Durante todo esse período, culturas, línguas e costumes distintos foram criados. Além de que a presença de diversos países tornou-se necessária para a descentralização do poder, em uma tentativa de prevenir catástrofes tirânicas. Claro, os filhos de Historia vão ser bem educados, mas e seus bisnetos? E se as próximas gerações e inclusive seus filhos forem influenciados externamente, e acabarem se subvertendo ao mal caminho? É uma probabilidade alta, e um risco que deveria ser evitado.
Reiner - Seus argumentos são válidos, mas a honra dos Reiss acerca de Eldia é imensa, não colocariam o Império a perder e fariam de tudo para que isso fosse evitado. Não se lembra? "Justa". Essa foi a principal palavra na explicação de Historia. Armin, se nós dedicarmos o coração a isso, as pessoas vão perceber o quão benéfica será a restauração, e assim alcançaremos nosso objetivo de maneira pacífica. Ou seja, atingiremos o bem comum pleno!
O Arlert suspirou, e abriu um sorriso cansado, apoiando a mão direita no ombro esquerdo do Braun.
Armin - Você pode estar certo.
No quarto feminino, Mikasa, Annie, Sasha e Pieck — assim como a maioria — dialogavam.
Mikasa - Só eu que fiquei com calafrios?
Annie - Definitivamente não.
Sasha - Nunca havia enxergado Historia como uma líder, principalmente dessa forma. Não sei, mas não parece nada com a nossa antiga amiga. Ela... cresceu. Bom, não no sentido literal, é que-
Pieck - Nós já entendemos. Quer dizer que ela amadureceu.
Sasha - Isso!
Annie - Por mais que seja difícil, concordo com você. Historia não é nem de longe a mesma pessoa. Ainda não tenho total confiança a esse plano mas, confiaria minha vida àquela garota.
Mikasa - Uau. Annie Leonhardt dizendo mais do que três palavras em uma conversa, e ainda sobre confiar em alguém. Hoje vai chover com certeza. — ironizou
Annie - Bufou - Muito engraçado.
Pieck - Ei, calma aí, isso é sério?
Sasha - Acho que devem estar competindo pelo topo da cadeia alimentar. — comentou estranhamente séria
Desde a guerra que travaram contra Angelina Sestari, Mikasa e Armin haviam se aproximado bastante, ao ponto de saberem tudo sobre o outro, e terem se tornado muito amigos. Agora, eram conhecidos como o trio de ouro, ao lado de Eren. Os três eram acima de tudo melhores amigos. Uma conexão inexplicável.
Desse modo, ao perceber que a Leonhardt estava cada vez mais próxima do Arlert, a Ackerman acabou por desenvolver uma pequena parcela de ciúme. Caramba, Armin era como seu irmão mais novo! Quem não ficaria enciumado?! Mas é claro que, as provocações por parte de Mikasa ficavam apenas na brincadeira. Afinal, as duas ainda eram amigas.
Mikasa - Acho que é de tanto andar com Armin. Odeio admitir, mas você melhorou muito no quesito social por conta dele, se é que me entende. — sorriu ladinamente, contendo uma risada
Obviamente, o Arlert havia a contado sobre o que acontecera na sala alguns dias atrás. E como após isso, os dois encontravam pequenos furos no horário para poder compartilhar alguns amassos.
Annie corou fortemente.
Annie - I-idiota!
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-Ora, vamos depressa! Essa é sua última chance! Ou nos conta tudo, ou sua morte estará marcada para o amanhecer!
Ymir - Não direi nada, não adianta! Me matem que ganho muito mais!
Enraivecido, o homem respondeu sua frustração dando outra chicotada na morena de sardas. Mais uma sessão de tortura tinha seu fim, desta vez definitivo. Era a finalização de todos os gritos e poças de sangue.
"Não se preocupe Crista, seu segredo está guardado comigo." — pensou Ymir — "Não me importa se não sei seu nome verdadeiro, e muito menos que nunca te avistei. Vou fugir deste lugar, e te encontrar."
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