História Vingança? - Reconquista - Parte 1

B r u n o

Uma semana depois e Melissa ainda têm me ignorado. Mesmo assim, eu sinto que consegui mexer com ela na minha última visita.

De qualquer forma, como um homem persistente que sou, mando-lhe flores sempre que posso. Mimos. Jóias. Tudo pra que se lembre de mim.

A última encomenda foram chocolates deliciosos da melhor delicatessen de Vegas, há uma hora atrás. Meus shows por aqui estão acabando e eu sinceramente gostaria que ela viesse comigo para Los Angeles. Se Mel me deixar, vou mostrar-lhe o mundo.

Finalmente recebi uma mensagem vinda dela. Eu quero vê-la desesperadamente.

“Obrigada por esses chocolates, são deliciosos.“

“Fico muito feliz de saber que você gostou, Mel. Posso te ligar?”

Meus dedos estão suando na ansiedade de receber sua resposta.

“Pode.” – respondeu simplesmente.

Não esperei nem mais um segundo e efetuei a ligação, discando aqueles números que já sei de cor.

- Oi Bruno. – sua voz é musica pra meus ouvidos.

- Oi Mel... – respirei fundo, estou me atrapalhando com as palavras. – É... muito bom ouvir sua voz de novo.

- É bom ouvir a sua também. – ouvi quando ela respirou fundo do outro lado.

A tensão está matando o clima aqui.

- Escuta Mel, é meu dia de folga hoje e amanhã e... eu estava pensando se você gostaria de... vir até aqui... Nós poderíamos curtir a piscina, relaxar... – fechei os olhos, em antecipação. – Além do mais, eu realmente preciso conversar com você... pessoalmente.

Ela ficou muda do outro lado.

- Mel? – chamei.

- Tudo bem, vai... – deu um risinho.

- Isso! – falei, tampando minha boca na mesma hora.

- Oi? – Melissa perguntou, confusa.

- Não é nada, Júlio irá te buscar... – tratei logo de mudar de assunto. – Estou esperando.

- Tudo bem. Até daqui a pouco.

- Até. – a ouvi desligar o telefone. – Meu amor.

Pedi para que arrumassem a cobertura, isso aqui virou um chiqueiro nos últimos dias. Avisei ao Júlio para ir buscá-la em seu apartamento.

Tudo precisa estar de acordo com o meu plano. Quero que esse dia seja perfeito pra ela.

No final, eu contarei que sou um homem livre. E que nada mais nos impede de ficar juntos.

***

M e l i s s a

Esses últimos dias foram um inferno. Gutierrez me chantageou e ameaçou de todas as formas possíveis. Me tranquei dentro de casa pois de repente comecei a achar que era observada por seus capangas em todos os lugares. Ele me chamou de burra pra baixo, dizendo que meu tempo estava se esgotando. Como se eu não lembrasse disso todos os dias.

E ainda tinha o Bruno. Me mandando flores, presentes, bilhetes com declarações, jóias. Eu sinceramente tô bem confusa. O medo de envolvê-lo nessa confusão toda só é menor do que eu começo a sentir quando penso nele. Juro por Deus que é a coisa mais forte que eu já senti por alguém. Só se iguala ao meu medo pelo Gutierrez.

Odeio quando começo a pensar sem parar desse jeito.

Tô ficando cem por cento maluca da cabeça.

Foi por isso que resolvi ir até o hotel.  Preciso pensar em outra coisa. Relaxar. Ficar de boa. E se o Bruno está disposto a me oferecer isso, eu vou aceitar.

Peguei o biquíni amarelo, meu preferido. Acho que combina com o meu tom de pele e meu corpo fica bem bonito nele. Fiz uma muda de roupa bem casual, com short e camiseta, está um calor dos infernos.

Já no carro, cumprimentei Júlio. Aos poucos estamos ficando mais a vontade na presença um do outro, o que é bom.

Como de praxe, fui levada até a cobertura, e ao entrar, dei de cara com o Bruno preso ao telefone, aparentemente era uma ligação importante.

Gosto quando ele se veste assim, despojado. Bermuda jeans e regata branca. A pele naturalmente bronzeada, as tatuagens à mostra... mordendo a porra da perna do óculos de sol. Dei um longo suspiro e o fiz prestar atenção em mim rapidamente.

O comuniquei através de gestos que iria pôr o biquíni enquanto ele falava ao telefone. Bruno confirmou e voltou a dar a atenção que a ligação merecia.

Diary, de Alicia Keys, tocava baixinho na cobertura quando entrei no banheiro. Rapidamente me pus a colocar o biquíni, mal posso esperar pra cair naquela piscina enorme.

***

B r u n o

Mais trabalho já me espera em L.A. E não, não estou reclamando.

Tenho algumas músicas para produzir e promo do meu próprio álbum. Vai ser puxado, mas não impossível.

Quase me perdi no telefone quando Mel apareceu do nada. Ela entrou no banheiro e dali pra frente não prestei mais atenção em nada. Fiquei mirando a porta do cômodo, na ansiedade de vê-la saindo de lá.

Quando Melissa finalmente saiu, me perdi na fala. Encerrei a ligação de qualquer jeito e fiquei admirando-a. O corpo curvilíneo, seios firmes, cintura marcada. Eu já a vi nua, mas a promessa daquele biquíni deixava tudo muito mais excitante. Mel veio andando pelo corredor, amarrando a saída de praia na cintura e quando nossos olhares se encontraram, meu coração quase parou.

Eu tô muito apaixonado mesmo, acabei de crer.

Fui andando até ela e sem pedir permissão nem nada, lhe dei um beijo daqueles. Senti suas mãos em meus cabelos. Achei que Mel fosse me afastar e meu plano era ir devagar, mas que se foda.

Melissa aceitou meu beijo e atacou meus lábios de volta. Bom saber que não sou o único na urgência aqui.

- Erm, oi. – disse, rindo desajeitada.

- Olá senhorita. – falei, sem desfazer nosso abraço.

- Você vai até a piscina com uma bermuda jeans? – voltou a rir.

- Não, não... – ri também. – Vou trocá-la. Já volto.

***

Eu não consigo prestar atenção em nada. Desde que chegamos na piscina, só tenho olhos para Melissa. Aquele bendito biquíni cavado nela esta me matando.

Mel parece uma sereia, me seduzindo e aparentemente não está nem aí. Sinto os demais olhares em seu corpo e não estou gostando nada. Melissa é minha.

Ela saiu da piscina, o corpo salpicado de gotas, enquanto sinto minhas mãos suando.

Melissa deitou-se na confortável espreguiçadeira ao meu lado e deixou que o sol secasse seu delicioso corpo. Eu não sei aonde eu estava com a cabeça de convidá-la pra vir até a piscina. Eu deveria ter sido mais esperto e saber que ficaria com um puta tesão de vê-la em trajes de banho. Agora estou aqui feito um maníaco olhando-a e me contorcendo, tentando esconder minha ereção.