História Vingança? - Positivo

B r u n o

Finalmente chegou o dia.

O resultado sai hoje.

Ainda estou em turnê, ocupado como nunca, ansioso pra caralho.

Ainda bem que finalmente chegou.

Estou no telefone com meu advogado. Ele acabou de me enviar o resultado do exame.

São 3 da manhã aqui. Eu não consegui pregar o olho.

- Abriu o arquivo, Bruno? – perguntou.

Merda. Estou hesitando.

Cliquei em cima do e-mail e em seguida no documento.

- Você já leu, Brad?

- Não.

Respirei fundo.

Ao abrir, meus olhos percorreram todas as folhas. Na última, a palavra que eu tanto ansiei.

P O S I T I V O

Esfreguei meus olhos e olhei de novo.

- Leu? – Brad insistiu.

- D-deu positivo cara... – ri, minhas emoções misturadas nesse momento. – Eu sou o pai daquela criança.

Encostei na cadeira, encarando aquela palavra de novo.

P O S I T I V O

- Então nesse caso devemos imediatamente te preservar de...

Brad começou a falar sem parar sobre as medidas que eu deveria tomar em relação à criança usando um jargão entediante e que não entendo. Minha mente está processando o fato de que Melissa não mentiu quando disse que o filho era meu.

Será menino ou menina?

- Entre em contato com a Melissa. Ela precisa ter uma cópia desse documento. – falei, interrompendo-o.

- Essa é a questão, Bruno. Tentei entrar em contato e até agora não obtive resposta. A ligação nunca se completa.

- Pode ser que ela ainda esteja viajando.... Continue tentando, por favor.

- Sim, claro.

- Vá descansar. Nos falamos em breve.

- Obrigado e... Parabéns, Bruno.

Desliguei o telefone ainda mantendo um sorrisinho.

Peguei o telefone e liguei. Uns dias atrás notei que ela recebeu e ouviu minha mensagem.

Melissa não me respondeu na ocasião e agora também não atende minha chamada.

Pode ser o local em que ela está, ou... não quer me atender.

“ Melissa, sou eu. Assim que receber essa chamada, me retorne. É sobre o exame. Vamos conversar.”

Ainda insisti mais algumas vezes, sem sucesso.

Onde foi que você se meteu, porra?

Horas antes...

Rio de Janeiro.

M e l i s s a

Alguns dias se passaram e eu finalmente consegui um lugar aqui no Rio.

Minha relação com Tânia ainda é ambígua, não temos muito contato, mas todas as vezes que precisei, ela me ajudou prontamente.

Bianca ainda me olha com devoção. E aquela língua afiada dela não me dá trégua.

- Qual é o nome que você vai dar pro bebê?

- Depende do sexo dele. – respondi.

- Falando em sexo... – disse, chegando mais perto.

- Não começa, Bianca. Por favor.

Já Gutierrez disse que iria embora.

Mas como o blefe faz parte daquele ser, ele continua por aqui. E ainda me ajudou com a mudança. Disse que voltará para os EUA quando eu estiver bem instalada.

Agora moro na Urca, um bairro bem aconchegante.

Não quis nada muito luxuoso, até por que não quero que desconfiem de mim aqui.

Pra piorar, roubaram meu celular.

E numa ação rápida, Gutierrez e eu estávamos parados no semáforo. O cara me pegou distraída e levou o aparelho.

Não pude nem comparecer a delegacia, já que a última coisa que preciso agora são estresses. É apenas uma merda de celular.

Numa altura dessas, o exame deve estar pronto...

Aconteceram tantos eventos nessa semana miserável que quase perdi a noção de tempo.

Meu novo apartamento foi comprado já mobiliado. Tudo para que eu tivesse o menor trabalho possível.

O quarto do meu bebê está quase pronto. Está todo em cores neutras, mas o berço não foi montado ainda.

Queria que fosse feito por Bruno, mas isso é um sonho tão, tão distante.

Por isso quando Gutierrez se ofereceu, aceitei de pronto. Ele montará assim que terminarmos de almoçar.

Aceitando sugestões dos meus novos vizinhos, pedimos comida em casa. Tânia se ofereceu para vir cozinhar, mas não quero ela aqui bisbilhotando.

Acariciei minha barriga.

Esse esforço todo vai valer a pena.

Entrei na internet e comprei um celular novo. Mais 7 dias de espera até chegar aqui.

Tomei meu remédio e resolvi descansar.

(...)

Quando acordei, o berço estava montado.

Gutierrez deixou um bilhete de despedida, me dizendo que agora sim, embarcaria de volta pra América.

Mandou eu parar de ser turrona e dar uma chance a Tânia.

Estou sendo forçada a aceitar a ajuda dela Gutierrez, já que você foi embora.

Que fome.

Essa gravidez não é brincadeira não.

***

Aeroporto Internacional de Las Vegas.

Várias horas de voo depois...

G u t i e r r e z

Estou moído.

Saí correndo do Rio de Janeiro. Ver Melissa vulnerável, grávida e mais linda do que nunca foi demais pra mim.

Como o imbecil do Mars não consegue ver a mulher forte, independente e inteligente que ela é?

Idiota.

Nunca a mereceu.

Se arrependimento matasse, eu estaria morto. Bruno é um fraco. Me arrependo de ter chantageado-a para ficar com esse imbecil. Nessas horas se vê que dinheiro não faz o homem. É o homem que, cuidando de sua postura, faz o dinheiro ter algum sentido. Bruno é patético, mesmo sendo bilionário.

Kendra que me desculpe.

Mas Melissa ainda é a mulher certa pra mim.

Eu vou tê-la de volta.