Hermione
Passei a mão pelas grossas grades enquanto estralava a língua, maldosamente. Não era um plano nada mal.
---Só estou ajudando vocês nessas vinganças, é divertido – Maria Alicia deu de ombros, sentada de lado, com o rosto apoiado no encosto da cadeira.
A única parte ruim desse plano é que foi a incrível GoticGirl quem fez – revirando os olhos - .
---Desde quando você sabe como essa vingança começou? – disparei, agarrando uma grade com força.
---Gina contou. Foi muita cara de pau o que esse Ronald Weasley fez, tudo que fizeram foi bem merecido. – ela respondeu.
Claro, Gina, a minha ex-melhor amiga para todas as horas, que agora está grudada na Maria Alicia.
Franzi a testa, avaliando esse projeto de garota sentada, sendo carismática e respondendo de forma decente. Por um instante pensei no que Luna disse, que Scarlet disse a ela, sobre que essa não é exatamente como Alicia é, que Alicia acabou com uma missão que não queria e que as coisas seriam do jeito divertido dela. Sem dúvidas ela era uma víbora.
---Se continuar a apertar essa grade com tanta força, Collins vai dar um jeito de escapar. – Theo falou, enquanto passava com os braços cheios de câmeras trouxas.
---Isso vai ser tão incrível – Pansy surtou.
---Vamos acabar parando na diretoria... – Blás falou seriamente.
---Tem alguma coisa errada com você – Draco falou para Blás e se afastou dele.
---Vamos acabar parando na diretoria de qualquer jeito, torramos a cara da Lucy, é só ela acordar que estamos ferrados – Gina falou como se fosse algo obvio.
Eu que vou estar ferrada, ela vai me acusar. Espero, pelo bem dela, que diga que caiu acidentalmente com a cara no caldeirão, pois se ela me entregar farei pior.
---Pensando em outra vingança, caso Lucy te entregue, Mimi? – Blás falou, com um pouco mais de animação.
Ele estava sombrio nos últimos dias. Eu sabia porque. E é claro que ele tem medo de que Lucy abrisse a boca sobre o que ele fez com Celeste antes da morte dela.
---Tenho que garantir minha sobrevivência – respondi, finalmente soltando a grade. – E gosto de sobreviver sem obstáculos.
O silencio caiu sobre nós, enquanto todos me encaravam, confusos.
---Cri cri cri – Theo imitou um grilo e depois riu.
Mas ninguém riu com ele.
---Sem risada? – ele perguntou?
---Sem risada – Charlie respondeu, olhando-o atravessado.
---Será que o imprestável do Sebastian poderia ser mais rápido com isso? Temos uma prova que decide se ficamos mais meio ano nessa prisão em semanas e pretendo não ficar nessa prisão. – Pansy revirou os olhos, histérica.
Soltei uma risadinha, suspirando e me afastei da enorme jaula que ocupava quase toda a Sala Precisa e tocava no teto. Tinha somente duas saídas/entradas nela, uma ao meu lado que dava para o pouco espaço que sobrava, e uma na porta da Sala. E a porta para a jaula na entrada da Sala estava aberta, esperando seu animalzinho selvagem.
Então ouvimos risadas vindas do corredor e Maria Alicia bateu palmas, fazendo a sala mergulhar na escuridão. Sebastian e Collins abriram a porta da Sala Precisa, deixando um pouco de luz entrar, mas sem revelar nada do nosso plano, e continuaram se agarrando. Sebastian a puxou para dentro da jaula e os trouxe devagar até perto da outra saída, do meu lado. Eu e Charlie nos aproximamos dessa saída e abrimos ela devagar, enquanto Collins continuava beijando Sebastian freneticamente. Sebastian a empurrou e pulou para fora da jaula e no instante seguinte batemos a porta, trancando-a, segundos antes de ela se chocar contra a grade.
---SURPRESAA – Pansy gritou assim que as velas se acenderam novamente, deixando uma iluminação sombria.
Ah, eu esqueci de comentar, hoje, domingo, era aniversário da pequena vadia.
---Acho que não era esse o tipo de surpresa que você esperava – Maria Alicia pulou da cadeira – Mas acho que é bom ter fotos de recordação. Sorria – então o flash iluminou tudo, muito forte.
Collins gritou, se encolhendo e levando as mãos aos olhos. Foi minha vez de levantar a câmera e registrar aquilo. Ela realmente parecia um animal louco, selvagem, preso.
Draco apenas observava tudo de um canto, como se estivesse indeciso em se fazer isso era ou não necessário. A vadia tentava ferrar com a gente a todo custo e agora ele está com peninha dela porque é seu aniversário? Me poupe.
---Voces vao se ferrar por isso – ela falou, com as mãos sobre o rosto para evitar os flashes.
---Estamos ligando muito mesmo – Maria Alicia ironizou, caindo na risada.
Aí estava a víbora, eu podia ver nos olhos dela, o ódio. Ela tinha mais experiências com a Collins do que nós, por causa do acampamento, e ela deve realmente ser repulsiva. Acho que estou apoiando a causa da Alicia. Nunca imaginei que pensaria isso.
--- Voces sãõ loucos, psicóticos. Sei que foram vocês que são responsáveis pelo que aconteceu com a Lucy Malfoy. Muito digno de sua parte, Draco, fazer isso com o próprio sangue.
Draco permaneceu em silencio, mas lançou a ela um olhar de puro ódio.
---Quem é você para discutir sobre sangue. Quantas vezes traiu seus irmãos? – Maria Alicia aproximou seu rosto da grade enquanto cuspia essas palavras.
Collins avançou sobre a grade, como um leão faminto e louco, pronto para agarrá-la pelos cabelos. Maria Alicia só puxou a cabeça para trás e Collins colidiu novamente com a grade.
Dei outro flash daquele momento, apreciando cada movimento em vão dela. Os outros começaram a sair, rindo, revendo as fotos de uma Collins selvagem.
---Feliz aniversário, jaguara – Sebastian falou enquanto saía.
Fiquei sozinha com ela, parada na porta.
---É assim que se lida com animais selvagens como você, a gente coloca na jaula – sibilei para uma Collins desesperada através das grades.
Bati a porta da Sala Precisa e a observei sumir. Desejei que ela não se abrisse para ninguém, porque eu precisava mais dela fechada.
----------------------
Me revirei no closet, segurando meu ovo de dragão quente e voltei a prestar atenção na conversa das outras pela fresta na porta.
---Mesmo que consigam abrir a Sala Precisa não vão conseguir abrir a jaula – Charlie gargalhou.
A varinha da Charlie era a chave para abrir uma das portas da grade e a minha era a chave da outra porta mas eles não tinham como saber disso de modo algum, então estávamos disparados na frente nesse joguinho.
Vence quem tiver mais cérebro. E graças a Merlin eu tenho.
Enfiei o ovo dentro de uma bolsa e saí do quarto, sentindo seus olhares me acompanharem, e subi as escadas para o hall de entrada da escola. Resolvi passar na enfermaria antes de ir visitar o Hagrid, para garantir de que Lucy ainda estava dormindo.
Caminhei nervosamente, com uma sensação ruim e calculei mal os passos, aparecendo na porta para qualquer um lá dentro e então eu os vi.
Lucius Malfoy abraçado a Lucy Malfoy.
Lucy já tinha acordado, estava com o rosto todo enfaichado e, pior, Lucius estava ali.
Eles se separaram e discutiram, até que Lucy me viu e parou abruptamente de falar. Prendi a respiração no momento em que meu olhar cruzou com o de Lucius.
---Espero que tenha uma boa tarde de culpa, senhorita Granger. – Lucius falou, com desprezo.
Ele achava mesmo que eu lamentaria pela Lucy? Eu fiz aquilo para meu próprio bem, por que eu teria feito aquilo se fosse para o bem dela?
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.