História Virgens de Boca - Uma história promíscua - Prólogo

     O virgem Daniel acabara de chegar em casa às 6 da manhã vindo da padaria, trazendo pães pra família, bisnagas e fermento pra mãe dele, biscoitos pra irmã, e o jornal impresso pro pai dele, que ele lê também. Sim, em pleno dia 24 de Dezembro de 2087 ainda se fazem jornais impressos, e eles têm mais credibilidade que os jornais holográficos que os mais abastados usam, ou os jornais de aplicativos de lentes de contato digitais, que são mais populares.

     Como já tem 17 anos e apesar de ser um nerdzinho, ele tem sua turminha, onde alguns até que são virgens como ele, e outros não. Mas dentre seus amigos e moradores da cidade, somente ele havia passado no Primeiro Concurso Público-Privado Internacional de Candidatos a Colonos de Marte. O resultado do concurso tinha saído há poucas horas na internet, às 1h da manhã, horário local e ele e sua família e amigos ficaram tão eufóricos que mal dormiram direito essa noite.

     Nessa véspera de Natal, ele ficou famoso na cidade toda, e logo recebeu ligações de jornalistas famintos por notícias para marcar entrevista. Mas uma ligação em especial às 7 da manhã fez o rapaz corar na hora, ao ouvir a inconfundível voz de Michelle, sua amiga vadia de infância que nunca deu bola pra ele, e que só andava com bandidos.

     Sim... em pleno ano de 2087 a criminalidade ainda existe, mas a população comum do mundo inteiro não tem mais acesso à armas de fogo. Pedro Pitbull, o namorado de Michelle, ganha a vida vendendo doses extras de entorpecentes nas farmácias do bairro. O apelido faz juz ao tamanho dele e às suas atitudes violentas.

     Mas Michele esqueceu completamente que tinha esse perigoso namorado, porque ela só pensa em ficar com os tipos mais destacados, e agora que Pedro Pitbull ficou pequenininho diante da  fama-relâmpago de Daniel, ela pirou e só tá pensando nele esta manhã pra se exibir pra amigas, mas sem deixar o namorado saber, porque ela só conta seus podres pras amigas de confiança, e até o momento, estas tem se mostrado ser bem fiéis à Michelle.

     – Oi Daniel! – diz a jovem loira de 17 anos com a voz super doce, fazendo Daniel se lembrar daquele corpinho perfeito que a delicada menina tem.

     – Michelle? Oi... – responde o rapaz, e logo eles conversam combinando um encontro, que ele jamais imaginaria ser possível de acontecer.

     Michele saiu da casa de seu namorado pra ir se encontrar com o jovem nerdzinho. Tarado do jeito que ele ficou, roubou o carro do pai na moita sem fazer barulho, tirando-o da garagem só empurrando com as mãos com cuidado e correndo atrapalhado quando precisava recalibrar o volante.

     Sim... os carros do futuro deixaram de ser totalmente elétricos por sabotagem dos grandes magnatas de combustíveis fósseis e orgânicos. Se tornou lei no mundo todo que eles fossem 50% elétricos e 50% à combustíveis fósseis...a maioria poluentes... sim.

     Depois de empurrar o carro pra fora, ele liga o barulhento motor, sim! Barulhento. Em pleno 2087 e vai ao encontro da sua nova amante. Só de imaginar que vai transar com a Michele, o eufórico virgem estava incontrolavelmente de pau duro desde a ligação, e tirou o carro da garagem, e dirigiu fazendo tudo isso com o pau tão duro que estava quase furando a calça. Ele se esqueceu dos horários das entrevistas... se esqueceu do encontro com os amigos, com a família... esqueceu do pré-requisito do concurso, que é de ser virgem... esqueceu de tudo! Tudo por Michelle!

     Os dois se encontram, e como ele é meio devagar com as garotas, ficam só conversando, com a moça se insinuando, e ele inseguro sem saber se era o momento de atacar e beijar logo ou não.

     “Por que ele não me beija logo?” – pensava a mocinha – será que ele não gosta de garotas?

     Eles deram umas voltas com o carro, conversavam bastante... se davam bem. Até que ela tomou atitude, pediu pra parar atrás do colégio, que estava vazio por ser domingo, e beijou o felizardo, primeiro com dois celinhos num olhar bem safado, e depois eles deram um beijo de língua pra valer.

     – Bota a língua na minha boca, que eu chupo. – disse a menina, ensinando como se faz um bom beijo gostoso. Às vezes, ela beijava só os lábios do garoto, que mal acreditava naquilo, com o pau latejando.

     Foi então que a testosterona do novo cara da cidade tomou conta, e ele começou a tomar a iniciativa. Os dois tiraram a roupa no banco de trás protegidos de olhares estranhos pelos vidros fumê do automóvel e começaram a sacanagem.

     Daniel tava orgulhoso de mostrar seu pau de 18 centímetros pra moça:

     – Esse aqui é o Megatron. – disse ele antes de encostar o pau na vagina da menina.

     – Humm... – diz ela com um olhar sacana, passando a língua nas mãos e molhando a vagina.

     Eles se beijavam e transavam por vários minutos. Daniel tinha gozado no primeiro minuto, cheio de felicidade, deixando ela orgulhosa. Eles conversaram um pouco e voltaram a meter com o carro balançando.

     Durante a transa, Michelle gritava e gemia bem alto numa voz loucamente sexy, coisas como: — Ai, mete! Mete gostoso! Me bate, vai! Me chama de vagabunda que eu gosto! Mete nessa piranha, mete! Ai meu Deus, mas que pau gostoso!

     “Pow! Pow! Pow! Pow!” – ouve-se o som estridente dos quatro pneus explodindo ao mesmo tempo, e o carro arriando no chão. O casal ficou em pânico na hora. Imediatamente a voz de Pedro Pitbull se faz ouvir:

     – Michelle, sua vagabunda, vem aqui agora, piranha! Abre a porra da porta que eu vou meter porrada nesse playboy e depois vou te matar!

     O casal se veste rápido como num raio. Daniel liga o celular ótico da lente, mas estava sem sinal, inacreditavelmente. Ligou o do carro: a mesma coisa. Nem o da Michelle funcionava. Espantosamente, os dois estavam incomunicáveis, como na Idade da Pedra, coisa que eles nunca viram acontecer antes na vida.

     Daniel tenta dirigir a 5 km por hora, quando é queimado por alguma coisa. Logo ele suspeitou de raio de micro-ondas ou queimadura de eletromagnetismo concentrado. A queimadura foi mais forte na fechadura da porta do motorista, que se abriu antes do carro ganhar um pouquinho mais de velocidade, pois sim... em 2087 a velocidade máxima dos automóveis particulares foi reduzida à 60 Km/h, e ainda se deve pagar uma taxa diária, quando passa dos 50Km/h.

     Pedro Pitbull estava acompanhado de dois amigos de mochilas, e arranca o ex-virgem do automóvel.

     – Eu sou protegido, não podem me bater, o satélite está filmando tudo e gravando o que agente fala, tomem cuidado! – diz Daniel, sabendo das leis severas com pena de morte para traficantes, assassinos e estupradores, e trabalhos forçados em regime fechado para agressores por 10 anos.

     – Tá filmando, mas não tá ouvindo, chapa! – diz um dos capangas apontando o dedo pra mochila dele.

     – Ele tá com um inibidor de sinais e som, otário! Agora você vai quietinho pra dentro do meu carro com eles, que eu vou falar com aquela piranha.

     – Nem tenta correr que é pior. – diz o outro capanga, levando Daniel pra dentro do carro deles.

     De repente, Michelle arranca com o carro de pneus furados do pai do Daniel e consegue colocar 15 Km/h rapidamente, fechando a porta. Pedro acompanha ela correndo, mas não consegue entrar, quando ela fecha a porta na mão dele, fazendo o grandalhão cair no chão de dor... e assim a moça escapa fugindo pela cidade a 15 por hora.

     Mesmo dentro do carro, os criminosos não podiam bater muito no Daniel, nem deixar nenhuma marca, se não eles estariam ferrados, pois não têm passagem pela polícia, e nesta época, basta uma passagem por agressão para pegar 10 anos de prisão.

     O ex-virgem apenas recebeu uns tapas e pequenas queimaduras internas dolorosas, mas inofensivas, além de uma forte ameaça de ficar quieto e não se meter com eles de novo.

     Duas semanas depois, Daniel nem precisou fazer o exame medicinal, pois foi visto entrando numa farmácia desesperado pra comprar um remédio contra chato. Isso foi descoberto pela Central, e por isso o demitiram por inaptidão virginal.