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História Vizinho das cores - Péssima condição


Escrita por: Chansooyah

Notas do Autor


Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?
Heudhdu sem pedradas, vim em paz✌
Só quero dizer que estou muitos feliz por todos favoritos ^^

Boa leitura! :)

Capítulo 3 - Péssima condição



 

 

Um sol fraco acariciava seu rosto através da janela aberta, nem tão quente e nem tão incômodo, a iluminação sendo apenas um prelúdio que indicava que outro dia começava. Kyungsoo acordou muito bem, quase podia ouvir o som de pássaros cantando, isso se houvesse pássaros que não fossem pombos naquela região urbana tão movimentada. O Do sentou na cama improvisada no chão da sala e coçou os olhos com a destra. Apesar de seu corpo ainda estar preguiçoso pelo sono recente, havia acordado muito disposto naquele dia. 

O cheiro de café e de pão fresco logo invadiu suas narinas o fazendo sorrir. Aquele dia havia começado realmente bem! 

Levantou com o máximo de disposição que conseguiu reunir e se arrastou pelas paredes até o banheiro do final do corredor, afinal suas higienes matinais vinham antes de qualquer outra coisa. Após concluir suas higienes, seguiu para o cozinha afim de sair do jejum. 

Toda a definição de dia perfeito evaporou de sua imaginação no momento em que adentrou a cozinha e se deparou com suas amadas parentes falando sobre o tal vizinho das cores. Sua mente viajou até a imagem do mesmo e de seu encontro com ele no mercado. Se a primeira impressão que Kyungsoo tinha dele já era ruim, agora é ainda pior! Jongin ficou flertando consigo e até ousou mostrar a barra da cueca! Arrrgh, suas bochechas ficavam vermelhas só de lembrar!

Será que se ele invadir o apartamento do Kim e o asfixiar, alguém vai notar? 

Merda, é óbvio que suas irmãs e primas vão notar. 

— Que cara de bunda é essa? 

Ouviu uma de suas irmãs perguntar assim que se aproximou da mesa de café da manhã. 

— E eu tenho outra cara? – rebateu o Do, sem muito humor. – Aish, ainda estão falando do vizinho tarado? – resmungou Kyungsoo, se sentando em uma das cadeiras disponíveis e servindo-se das guloseimas que sua avó havia preparado para o café da manhã. Sana empinou o nariz e começou a falar.

— Se chama vizinho das cores. E sim, estamos falando dele. Ele estava tão lindo ontem com aquela cueca azul, não é mesmo? Deu até vontade de lamber aquele corpo esculpido pelos deuses!

O único garoto ali contorceu o rosto em uma careta. Eca.

— Me poupe desses comentários, pelo amor. Não quero perder a fome.

— Como quiser, madame. – Sana brincou, recebendo um dedo do meio como resposta. – Olha o respeito com a sua tia, corujinha!

Kyungsoo comeu em silêncio enquanto suas irmãs e primas tagarelavam sem parar. O garoto não dava ouvidos para o assunto entre elas, suas panquecas estavam mais interessantes. 

Quando acabou de comer, seguiu de volta para sala e sentou no sofá para assistir tevê. Alguém (Provavelmente a sua Omma) já havia retirado a cama improvisada onde ele havia dormido, então não precisou fazê-lo. Depois de alguns minutos, todas já estavam reunidas na sala, também assistindo televisão. Por mais incrível que pareça, ninguém tagarelava. Todas prestavam atenção no programa de culinária que reproduzia na TV.

Mas como tudo que é bom dura pouco, elas não tardaram para voltar a falar, fazendo comentários sobre o programa. Essas mulheres não tinham jeito mesmo, só cortando a língua!

A programação de culinária já estava quase no fim quando o som de notificação de celular se fez presente no cômodo. Era o de Sana. Kyungsoo observou sua tia apanhar o próprio aparelho e visualizar a mensagem, fazendo uma expressão de 'cachorrinho triste' ao desbloquear a tela do celular, como se lesse alguma mensagem ruim. E para ela era, sim.

— Meninas, tenho uma péssima notícia. – ela começou, recebendo o olhar interrogativo das outras. – JongIn está na casa de um amigo e não vai aparecer na sacada hoje às quatro.

Kyungsoo nunca se sentiu tão feliz desde que chegara na casa da sua tia. Ah, aquela notícia foi música para seus ouvidos!

Em contrapartida, um coro alto de muxoxos e resmungos chateados ecoou por toda sala. Todas ficaram chateadas com a notícia, até sua Omma e avó. Kyungsoo era o único feliz.

— Poxa, eu queria usar essa semana para gravar cada detalhe daquele corpo forte e másculo! – Resmungou Yeri, frustrada com a notícia. O garoto não comece a careta.

— Vocês são muito depravadas.

Kyungsoo resolveu fechar os olhos e ignorar o mundo ao redor. Era o melhor que podia fazer para sobreviver naquela casa. Até gostaria de cochilar, mas elas não paravam de falar um segundo sequer! Não tem fita adesiva no mundo que possa conter a boca daquelas mulheres.

Poxa, querer cochilar um pouquinho é pedir demais? Ele só queria um pouco de paz naquela casa.

Minutos depois, quando estava finalmente caindo no sono, o som estridente da campainha ecoou por todos os cômodos do apartamento, anunciando que alguém havia acionado o botão. O único garoto tomou um breve susto.

— Kyungsoo, atende a campainha pra mim? – Sana pediu, ainda concentrada no programa. – Deve ser o porteiro trazendo algumas correspondências.

— Nesse horário?

— Sim, às vezes ele trás as cartas um pouco tarde. Pega elas pra mim?

— E por que eu? – reclamou.

— Porque você não está fazendo nada, nem assistindo o programa você está. 

Kyungsoo bufou, mas não protestou. Estava mesmo louco para sair daquela sala, pois já não estava aguentando ouvir aquelas vozes femininas e irritantes o tempo todo. A porta de entrada do apartamento era na cozinha, então Kyungsoo pegou as chaves e se locomoveu até o outro cômodo para atender a porta. Precisava ouvir uma voz diferente, nem que fosse a voz do homem da portaria.

Mas a pessoa que estava parada na porta assim que ele a abriu não se parecia nada com a figura do porteiro barrigudo. Quem estava ali era ninguém menos que Kim Jongin, coberto apenas por um roupão de banho branco aberto e uma cueca vermelha. O Kim deu um sorriso ladino antes de se pronunciar com uma voz rouca e arrastada;

— Tem açúcar? 

Kyungsoo tinha sorte de não ser cardíaco porque seu coração maltratava sua caixa torácica com batimentos tão fortes que até parecia que ele percorrera uns 100 metros sem parar, isto é, se ele fosse cardíaco já estaria morto.

— A-açucar?

"Droga, por que eu gaguejei?" repreendeu a si mesmo, mentalmente.

— Sim. Eu estava preparando um doce afrodisíaco e ainda não tinha terminado o doce quando meu açúcar acabou. O pior foi que eu esqueci de comprar açúcar ontem. Acho que foi a sua presença no mercado que me fez esquecer de comprar, sabe? – o moreno disse e passou a língua nos lábios, um hábito comum para ele, mas para Kyungsoo foi uma provocação.

— Por que quer fazer um doce afrodisiaco? – Kyungsoo indagou, tentando não parecer constrangido com o fato dele precisar do açúcar para aqueles fins. 

— Gosto de tudo que envolva um certo teor sexual. – respondeu, com um sorriso malicioso. Esse homem transpirava pornografia.

— S-só um minuto, vou pegar pra você. 

O Do resolveu não questionar mais nada. Queria que Jongin fosse embora logo, então apenas se virou para um dos armários instalados na parede e começou a procurar pelo açúcar. 

Como a casa não era dele estava sendo uma tarefa um tanto difícil achar o tal açúcar, mas ele não desistiria. Kyungsoo foi vasculhando em todos os armários, e quando se esticou para procurar num dos mais altos ele foi surpreendido com um abraço por trás vindo de Jongin.

— O q-que está fazendo? 

Kyungsoo tentou se afastar, mas Jongin era incrivelmente mais forte que ele e não permitiu. Pelo contrário, apertou o mais baixo ainda mais em seus braços.

— Você é tão miúdo e delicado que me deu vontade de te abraçar. – o moreno sussurrou tais palavras contra o pescoço alheio, fazendo o mesmo estremecer com aquele simples contato. Oras, pescoço sempre foi uma região muito sensível do seu corpo. 

— M-me larga! E eu não sou miúdo, idiota, tenho 1,73 de altura! – fez um bico, frustrado. Se arrependia de não ter tomado leite na infância, uma vez que sua Omma dizia que o faria crescer. Todavia naquele momento seu foco era outro, precisava manter uma distância segura do Kim. – Jongin, me larga!

Este, citado anteriormente, negou com a cabeça.

— Não quero te soltar, miudinho.

Grrrrrrrrr

— Estou falando sério, me solta! Eu vou gritar bem alto se você não me soltar logo! – o Do ameaçou, tentando intimidar o Kim. Por sua vez, Jongin apenas riu e estalou a língua no céu na boca.

— Pode gritar o quanto quiser, mas eu só vou te soltar com uma condição.

Kyungsoo sentiu vontade de socar a cara de Jongin com vontade, mas ao invés disso apenas indagou:

— E qual é?

Jongin então afrouxou o abraço e virou o corpo do menor de frente para o seu, ainda mantendo os braços firmes na cintura alheia.

— Que você me beije.

Que?

Kyungsoo encarou o outro como se ele fosse algum tipo de louco e tivesse dito a coisa mais absurda do mundo. E não estava muito longe disso, afinal aquele pedido era realmente obsurdo.

— O q-que foi que você disse?

— Que só vou te soltar se você me beijar. – Jongin repetiu, sorrindo, provocando no Do uma vontade muito grande de o estrangular até a morte.  

— Isso é uma piada, não é?

— Eu tenho cara de ator pôrno, não de comediante.

Kyungsoo soltou uma risada nasal, completamente descrente do que ouvia. Céus, estava ouvindo aquilo mesmo ou será que seus ouvidos estavam lhe pregando uma peça? Aish, Jongin só podia estar gozando com a sua cara, só pode!

— Você está de brincadeira com a minha cara?

— Por que eu estaria?

— E você acha que eu sei?

— Ah, Soo, eu só pedi um beijinho. Você não vai morrer por isso, não é mesmo?

Argh, ele já estava lhe dando nos nervos! O Do nunca sentiu tanta vontade de bater alguém como sentiu vontade de espancar o Kim. Mas antes que pudesse rebater ou arrancar a espinha de Jongin através do pescoço outra voz se fez presente no cômodo.

— Kyungsoo, por que está demorando tanto? Pega logo essa correspond–

Soyou, que entrava na cozinha, parou de falar assim que se deparou com a cena do irmão mais novo próximo demais do vizinho das cores. Espera... O que ele fazia ali?

— Jongin?! 

Kyungsoo sentiu todo seu corpo perder os movimentos e sentidos. Não fazia odeia do que dizer e muito menos o que fazer naquela situação, afinal a cena dele e Jongin tão próximos devia ser comprometedora o suficiente para tornar seus argumentos nulos.

— Kyungsoo, fique parado para que eu possa tirar esse cisco do seu olho! – Jongin disse, fingindo assoprar o olho esquerdo do garoto. Kyungsoo ficou confuso por alguns instantes, não entendendo o que o Kim estava fazendo, mas quando o viu lhe lançar uma piscadela entendeu que aquele teatrinho era apenas uma desculpa. 

Do entrou no jogo.

— Tira logo esse cisco, está incomodando!

Jongin assoprou o olho de Kyungsoo algumas vezes e então anunciou um "já saiu". O Kim levantou o olhar e fingiu supresa ao ver a garota os encarando e a cumprimentou com uma reverência e um sorriso. Soyou até chegou a pensar no quão belo era aquele sorriso, mas naquele momento sua mente estava presa na cena que havia presenciado quando chegou ali.

— Era só um cisco no olho? – a garota perguntou, rindo alto em seguida. – Que susto! Parecia que vocês iriam que beijar.

Kyungsoo encarou Jongin com uma expressão que dizia "Só parecia, é?" 

— Que? Longe disso, moça bonita, não iríamos nos beijar! – o Kim fez careta. Soyou sorrir sem graça, arrependida de seu comentário anterior. Ainda assim, o termo "moça bonita" que o Kim utilizara deixou a garota derretida por dentro. Ele a achava bonita?

Não ficando para trás, Kyungsoo observava a cena com sua visão analítica. Se perguntava naquele momento quantas faces Jongin possuía, pois agora ele parecia com uma pessoa totalmente diferente do homem de segundos atrás.

— N-não é isso! Mas é que você é muito lindo e o Kyungsoo é gay, então pensei que ele pudesse ter te agarrado ou sei lá o que. O Kyungsoo é um pouco atirado.

— Ah, eu sou o atirado aqui? – Kyungsoo sentia seu sangue ferver dentro de suas veias. Como sua irmã mais velha pôde dizer um absurdo desses? Ele é a vítima ali!.

— Enfim, não há com o que se preocupar, moça bonita, ele não tentou me agarrar. Ele apenas estava indo pegar açúcar pra mim quando um cisco irritante entrou no olho dele.

— Esse cisco foi muito inconveniente, né? – resmungou Kyungsoo.

— Apesar de ter sido inconveniente, esse cisco rendeu uma cena engraçada! – Soyou riu. – Enfim, por que precisa de açúcar? Oh, me desculpe a intromissão!

— Está tudo bem. Eu estava fazendo um doce quando o meu açúcar acabou, então resolvi pedir açúcar emprestado para Sana, mas quem atendeu foi ele. – apontou para Kyungsoo.

— Oh, deixa que eu pego o açúcar para você!

Kyungsoo sentia vontade de vomitar. E depois o atirado é ele? Tsc!

— Obrigado!

Soyou fez o mesmo trajeto que Kyungsoo procurando pelo açúcar, e quando encontrou entregou para o moreno. Ele agradeceu e se despediu, voltando para o próprio apartamento. 

Soyou se virou para Kyungsoo.

— Da próxima vez que ele vier pedir algo, chame a futura noiva dele para pegar, ok, Soo? 

O garoto franziu o cenho, sem entender.

— Futura noiva? Quem?

— Eu! 

Kyungsoo se limitou a rir baixo. Sua irmã é tão iludida que lhe dá pena. Assim que voltaram para a sala foram bombardeados de perguntas sobre o por quê de terem demorado tanto. Soyou, fofoqueira como é, soltou tudo de uma vez só e não poupou detalhes. Contou até mesmo que Jongin foi um cavalheiro retirando o cisco no olho de Kyungsoo. 

— Fala sério, o que tem de cavalheirismo nisso?

— Se ele não retirasse o cisco, você iria ficar com ele no olho até agora! 

Kyungsoo sentiu vontade de berrar "Não havia caralho de cisco nenhum!", mas segurou a própria língua.

— Desisto de tentar dialogar com vocês! – Kyungsoo resmungou e pegou o próprio celular. Seu celular é bem mais interessante do que ouvir aquelas  asneiras. Kyungsoo pegou o próprio celular e se focou neste, buscando coisas aleatórias para se desligar do mundo real. 

Ficou tão concentrado por diversos minutos que nem reparou quando aos poucos as meninas foram se recolhendo para dormir. Somente se deu conta disso quando se viu sozinho na sala, apenas com as roupas de cama necessárias para montar sua cama improvisada o fazendo companhia. Como não havia ninguém para lhe ajudar, Kyungsoo arrumou os edredons como conseguiu, ficando um tanto desajeitado, e se deitou pronto para ser embalado pelo sono. 

E o Do já estava quase pegando no sono quando, de repente, sentiu o celular vibrar próximo de sua cabeça. Constatou que era uma notificação de mensagem no Kakao talk assim que desbloqueou a tela. Mesmo com muito sono, Kyungsoo resolveu responder seus amigos antes de dormir.

Como sempre, Minseok estava no topo das mensagens. Contudo, tinha algo muito estranho; uma mensagem de um número desconhecido. Kyungsoo raramente recebia mensagens de números desconhecidos, somente quando algum amigo ou parente seu mudava de número. Fora isso, quase nunca.

Kyungsoo, curioso como é, não tardou a abrir a mensagem.

"A cor de hoje é vermelho, você gostou, Soo?"

Não era necessário ler duas vezes para saber quem era o remetente. Grrrrrrrrr! Como ele conseguira seu numero? Será que foi sua tia? Aish! 

Kyungsoo não pensou duas vezes antes de bloqueá-lo no aplicativo e voltar a pregar os olhos. Não iria dar o gostinho da sua resposta para Jongin. Optou por ignorar a mensagem e agir como se nunca tivesse lido, pois não seria infantil ao ponto de rebater tal provocação. 

Mas se Jongin quer guerra, ele terá!


 



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