“Pronto, Yukari, pode começar”
“M-Miku... Onde está a IA, acho que ela vai querer ouvir”
“Ah, não se preocupe, estão segurando ela do lado de fora”
“A- Mas por quê?”
“Você sabe... Vamos, vamos... Comece”
“Tá bom... Mas como eu começo?”
“Conte como foi o seu dia...”
“Yowane-San...?”
“Foi o que me disseram...”
“Isso! Vai lá Yukari! Se apresente, e não se preocupe com a IA, daqui a pouco ela se solta, he, he, he”
“Certo, então... Olá. Me chamo Yukari, tenho dezesseis anos e me mudei a alguns dias para a casa mais movimentada que já vi na vida. O pessoal aqui é bem animado, e cada um tem o seu jeitinho único.”
“Own...”
“Deixa ela contar, Meiko!”
“Bom, até onde eu sei... Luka é a dona da casa, ela é fofa e gentil, é quem cuida da casa como se fosse a mãe de todos. Apesar de ser a proprietária, é Lily quem controla a bagunça e é Gumi quem organiza a papelada. Elas são o extremo oposto uma da outra, já que Lily fala muito palavrão e tem o pavio curto e Gumi cuida de nós como uma irmã mais velha. Então, quando elas estão juntas é muito engraçado.
Falando em bagunça... Aqui quem faz é gente grande. Meiko é a mais bagunceira, e a Haku é aquela que sempre se mete sem querer nas confusões, mas elas são muito legais. Haku é a irmã mais velha da Neru e parece ser muito inteligente também. Neru tem só quinze anos, mas pulou uma série, e agora estuda com a Miku, e os irmãos Rin e Len, que tem a mesma idade que eu.
É, me transferi para depois das férias, e quando a IA soube que não vamos ficar na mesma sala, ela quase teve um treco, ela é muito apegada a mim quando estamos no Japão. Gakupo é a pessoa com que menos conversei, ele não parece ser muito de papo, diferente do Kaito, que sempre está me pedindo para ser a modelo dele. Sabe... Às vezes eu fujo.
Luo e Iroha são as hóspedes mais novas depois de mim e da IA, elas têm um sotaque engraçado, quase não entendo o que dizem, mas é sempre divertido quando resolvem fazer mimica.
Aaaah... Por isso, hoje, farei parte desse grupinho de pessoas e contarei meu capítulo, o capítulo XII: Viajem em família”
“Aaah... Que fofa!”
“Segurem a Meiko!!”
Eu havia acordado cedo naquela manhã e encontrei a Luka, Gumi e Meiko na cozinha.
– Bom dia – Cumprimentei-as.
– Ah! Bom dia Yu-chan!!
– Yu...-chan...? – Meiko já havia inventado o meu apelido.
– Bom dia Yuzuki-San – Luka estava empilhando um monte de marmitas de Bentô.
– Vocês precisam de ajuda? – Perguntei.
– Ah... – Gumi estava carregando umas caixas com a Meiko – Você poderia acordar o pessoal? Temos que sair cedo...
– Sair...? – Eu não fazia ideia.
– Sim – Luka respondeu. – Nós vamos a praia!
E a pilha de bentô caiu.
Praia. Faz sentido... Hoje é sábado, estão todos de férias e o dia está lindo. Mas ainda não sei como vou fazer para acordar a todos, não tenho toda essa intimidade, mas mesmo assim, subi.
O Primeiro quarto era do Gakupo. Fiquei parada pensando em como bater na porta, o que dizer quando ele abrir, ou o que fazer se ele não acordar. “Não, tenho que fazer isso”. Sacudi a cabeça e tomei coragem.
– Bom dia... – Gelei quando a porta abriu.
– Bom... Dia... Haku-San...
Me pergunto o que a senhorita Haku fazia no quarto do Gakupo. “Ai, não... Só de pensar eu já fico vermelha”.
“há, há... A Hakuzinha adora fazer isso”
– Hã... –Tentei chama-lo.
– Yukari, algum problema? – Ele já estava acordado, sentado na cama.
– Dia! – De repente, Luo, a criancinha da casa, saiu de baixo dos lençóis da cama dele.
– Luo! – Ele gritou – Já disse pra não ficar conversando com a Iroha! Vai acabar aprendendo japonês errado e...
– Com licença... – Tentei acalmá-lo – Luka-San pediu para acordar o pessoal.
– Hm? – Ele ficou me encarando. – Aah... A praia...
– Pexe! – Luo começou a pular na cama. Ela estava vestindo a camisa do Gakupo. – Pexe! Pexe!
– Luo! – Ele ficou nervoso e subiu na cama para tentar pegá-la – Está proibida de falar com a Iroha!!
Me afastei da porta. Bom, o Gakupo já está avisado. Mas por que ele dorme de gravata? O Próximo quarto era o do Kaito.
Assim que cheguei, na porta do quarto estava escrito “Não perturbe”. Mais uma vez eu fiquei parada pensando no que fazer. Se eu entrar e ele estiver de-de... De roupa íntima? E se ele não gostar de ser acordado...? Como é difícil...
– Kaito! Me empresta aquele seu creme? – Ela passou por mim e abriu a porta sem nem bater.
– Ah! Miku, já disse para comprar o seu!
“Que incrível, Miku não tem vergonha... E eu fico aqui parada que nem uma plantinha...” Pensei em fazer algo.
– A...
– A Luka vai na praia, se quiser ir é melhor levantar, Kaito.
Ela roubou a minha fala...
– O quê?!
Ele passou por mim correndo e nem me viu...
– He, he... – Miku saiu do quarto sorridente. – Acho que eu não vou devolver esse creme.
– Yukari, bom dia. – Neru abriu a porta. O quarto dela ficava na frente do quarto do Kaito. – Que barulheira é essa?
– Eu... Sou... Uma plantinha...? – Minhas lágrimas saíam.
– Quê?! Espera, tá chorando por quê?
Depois, Neru me ajudou a acordar o restante do pessoal. Com a energia, a coragem, a intimidade e os berros que ela dava ficou fácil só observá-la por trás.
– Estão todos aqui? – Lily perguntou reunindo todos no portão da casa. – Não quero nem saber se ficar alguém pra trás.
– O-kay! – Len saiu da casa com três câmeras presas no pescoço – Eu não podia estar mais preparado. He, he, he...
Fico pensando o que ele fará com tantas câmeras.
– Só para constar, Yukari não usará nada além de um pacato e conservador maiô escolar!! – IA apareceu toda equipada com óculos de mergulho, boias e pé-de-pato.
– O quê?!
– Você, seu tarado cômodo, nunca verá, ministrará, sentirá e consagrará o exuberante corpo macio da Yukari!
– Depois de você me falar isso tudo... Acha que a minha vontade passou?!
– Seu argumento não me comove! Não é nada pertinente!
– Mas-!
– Calem a Boca!! – Lily forçou a cabeça dos dois para baixo, se pondo no meio. – Não quero saber se você vai ficar tirando fotos de sei-lá-o-quê, ou se o corpo da Yukari é macio...
Isso me deixou com muita vergonha.
– Temos um enorme problema aqui – Gumi estava carregando o carro com as coisas.
– É verdade – Luka saiu de casa com uma bolça de pano na mão. – Temos um carro com oito lugares para quinze pessoas, só o Gakupo e a Haku sabem dirigir. Então vamos ter que dividir em dois grupos.
– É isso mesmo, vamos decidir na sorte quem vai de carro e quem vai de trem – Gakupo preparou os palitos e tiramos na sorte.
– Viva! Vou de carro com o Gakupinho! – Meiko estava feliz.
– Deixa eu ver se eu entendi – Neru se aproximou. – Miku, Yukari, Rin, Len, Luka, Iroha e a Onee-Sama vão de trem...
– Não posso deixar a Yukari ir de trem! – IA estava super protetora como sempre – Você, anã de jardim, troque de lugar comigo!
– Você me chamou de quê? – Rin estava ficando brava e foi segurada pelo irmão.
– Rin – Ele disse –, Se você brigar com a IA, ela não vai deixar eu sair com a Yukari-!
– Cala a boca!
– Ai!
Eles começaram a brigar. Eu não entendia nada que eles diziam, só ficavam gritando um mais alto que o outro. Só não sei se eu sou realmente o motivo...
– Onee-Sama, tenho certeza que dará algum problema, já que da última vez que você pegou um trem, ficou fora por dois dias.
– Nero... – Miku a cutucou – Sua irmã nem liga. Há, há, há!
De fato. Haku estava sentada no banco de trás do carro, dormindo.
– Então darei o meu lugar para a Oba-San*... – IA juntou os seus acessórios e os jogou em cima da Luka – Leva para mim.
– Oba... San...?
*Oba-San significa Avó!
– Vamos, Yukari, não podemos depender desse povinho!
Resumindo, tiveram que consolar a Luka por causa do apelido frio que IA deu a ela.
– Praia! Praia! Praia!
– Rrr! Alguém cala a boca da Miku!! – Rin andava com os ouvidos tapados.
– Não dá... Se fizer alguma coisa contra ela, tenha certeza que ela se vingará... – Len disse com o tom de quem já tinha alguma experiência – E acredite, você não vai querer a Miku como sua inimiga.
Nós seguimos até a estação e esperamos em baixo do sol por quase meia hora.
– Aaargh! – IA deu um grito e se levantou do banco – Você, a mais desprovida de inteligência! Compre um suco para mim!
– Pff! – Neru se apoiou em um poste e começou a ter uma crise de Risos.
– Como é que é? – Rin se levantou do banco.
Aposto que ela nem sabe o que significa a palavra “desprovida”, mas mesmo assim se sentiu mal.
– Olha aqui, dondoca, eu não sou a sua empregada não, sabia!
– Tem razão... Está mais para uma Capacho...
– Rrr... Len, não me segura!
Ela falou isso, não saiu do lugar, e as duas ficaram se encarando. “Não sei como a IA ainda consegue ficar com a pose de quem está certo em dizer aquilo.” – Pensei.
– Ah... Rin-San... Por favor, não brigue com ela. Ela pode ter um “A” de arrogante na testa, mas ela é só...
– É daí que vem seu apelido, né? IA... Incrivelmente Arrogante!!
– Hm! Anã burra.
– Para!!! – Podemos ouvir o grito de guerra da Iroha.
Naquele momento, todos olhamos para ela. Ainda pude ver Miku e Len deitados no chão, cada um com uma câmera na mão. Naquele segundo, o trem passou por nós e até uma plantinha como eu podia entender a situação.
– Kyaaah! – Gritei segurando a minha saia.
O vento que passou por nós, por causa do trem, balançou nossas roupas.
IA e Rin estavam se encarando, sem paciência, e nem se preocuparam, já eu, estava vermelha.
– Aaaah! – Len levantou gritando. – Não consegui a calcinha da Yukarin!
– Y-Yukarin...? – Fiquei ainda mais envergonhada.
– Humu, humu... – Miku parecia orgulhosa de si mesma – É assim que se faz!
Ela nos mostrou a câmera com a foto.
– Hã... – Rin se afastou – Por que a sua calcinha tem um símbolo nazista?
– Isso não é da sua conta, Anã!
– Você não pode falar nada, Rin. Estava de shorts!
– Gente... – Tentei interferir.
– Há! Eu só estou preparada para essas situações.
– Riiin! – Ele parecia indignado – Cria vergonha!!!
– Idiota! Você é quem precisa criar vergonha!!
– Gente-...
– Té a praia, cambada! – Iroha, Miku e Neru já haviam subido – Óia o treeeem!! Seus estrupícios!
– A culpa é sua, nazista!
– Yukari, vamos! – Len me estendeu a mão.
Eu hesitei por um instante. Aquilo parecia uma cena clichê de filme romântico, do tipo: “Confie em mim...”. Fiquei um pouco envergonhada.
Para ser sincera, eu não queria perder o trem, então peguei na mão dele e o segui.
– IA... Rin-San... – Tentei chama-las. As duas estavam se empurrando com as mãos, como em uma luta de sumô.
– Deixa, Yukari, não dá mais tempo. – O trem começou a andar e nós conseguimos subir.
Eu queria muito sentir pena, mas... Aquelas duas nem repararam que o trem foi embora.
– Ahn... – Me virei – Muito obrigada por agora a pouco, Len-San...
– Iiih... Morreu. – Iroha estava o cutucando.
– Esse menino não aguenta nada... – Neru o criticou.
– Hm! – Miku sorriu – Vocês são mesmo Nobs. Talvez ele não esteja mesmo desmaiado. Talvez ele esteja fingindo estar, para poder ver em baixo da saia de vocês, e vocês nem sabem...
– Ah... – Fechei as pernas lentamente, tentando disfarçar.
– Isso é... – Neru se sentou – Hum... Absurdo...
– Háa... – Iroha parecia feliz. – Ele num pode vê a calcinha se ocê num tiver uma, uai!
– Eeee?!! – Nos assustamos.
– Pff!! – E o Len começou a sangrar descontroladamente.
Então, ficamos o resto da viagem tentando acordá-lo do “desmaio verdadeiro”.
“Foi uma manhã bem agitada, né...”
“Miku, sua falsa! Como pôde me deixar para trás com uma nazista!”
“Ué... A culpa não foi minha...”
“Eu esperava isso da Neru! Mas de você... É, eu também esperava isso de você”
“Viu só...”
“Gente! Deixem o espaço para a Yukari finalizar o capitulo dela.”
“É, o Len tá certo. Antis qui a doida varrida vorta.”
“Ahn... Então é a minha vez, né...? Como é que se fala mesmo?”
“Você tem que dizer: ‘E no próximo capitulo de VOCALOID’S: Em um mundo paralelo’...”
“Ah... Tudo bem. Caham! E no próximo capitulo de ‘VOCALOID’S: Em um mundo paralelo’: – Vamos enterrá-la! – Cadê a Luo? Meiko! – Anã! – Nazista! – Não quero saber, temos que exorcizá-la!!”
“Nossa, que horror de prévia... Quem é o próximo?”
“Hm! É claro que sou eu!”
“IA, ainda não é a sua vez...”
“O quê?! Vocês são um bando de insolentes!! Esperem, aonde vão?!”
“Aaah... Agora parece que acabou. Até a próxima, Fãs e simpatizantes. E se algum amigo seu perguntar se é uma plantinha... Diga que não”
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