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História Você - Capítulo XIV


Escrita por: Uzumaki_san

Capítulo 14 - Capítulo XIV


 

Os dois dias seguintes ao noivado foram lentos e se arrastaram, eu não havia visto Naruto desde então e os únicos momentos que eu poderia sentir-me próxima dele eram quando recebia seus bilhetes. Aquilo estava me deixando apreensiva, o casamento seria em dois dias e eu gostaria de vê-lo e não fazia ideia se ele estava bem. Olhei para o relógio na parede do quarto “01:32”, a luz da lua iluminava todo o quarto, as cortinas balançavam com o vento que passava por elas, eu não conseguia dormia, só pensava nele.

 

- Por Deus...deixe-me dormir.- sussurrei sôfrega enquanto sentava-me na cama. Olhei para a foto sobre o criado mudo ao meu lado.

 

Percorri os olhos por todo o cômodo e algo me chamou atenção. Uma pequena sombra se fez por baixo da fresta da porta, haviam dois pés parados de frente a mesma e então um pequeno envelope foi empurrado para dentro, notei o brazão da família Uzumaki lacrando o envelope. O “entregador” permanecera parado por alguns minutos no mesmo local, levantei-me em segui em direção à porta, o vento frio bateu contra minhas costas e pernas desnudas é um arrepio tomou conta de mim. Quando toquei a carta e procurei a sombra, já não estava mais lá. O frio tornou a adentrar o quarto, busquei sobre a cadeira o longo robe e o vesti. Olhei para a carta em minha mão e me dirigi para a sacada, a lua estava cheia e brilhava como nunca. Encostei-me no parapeito e suspirei, com os dedos trêmulos virei o envelope e lá estava o meu nome, escrito com a mais perfeita caligrafia “Para a flor mais bela desse jardim, Sakura”. Ansiosa e apreensiva toquei o lacre de cera abrindo o envelope, o papel estava dobrado e era aparentemente mais grosso que o comum, retirei de dentro do mesmo revelando então três folhas dobradas. Ele havia me escrito uma carta. Suspirei ansiosa, a brisa gélida tornou a bater contra meu corpo.  Entrei para o quarto novamente e me sentei sob a janela, folheei as três páginas e sorri, uma caligrafia perfeita.

 

“ Querida Sakura,

Eu não sei por onde começar, do princípio seria ótimo não? Antes de mais nada, peço-lhe perdão minha flor, estive ocupado demais e não pude dar a ti a atenção merecida. Os deveres com a coroa estão intensos devido a nossa futura união, mas eu prometo compensá-la.

 

Sorri com as primeiras palavras lidas, eu sabia que ele tinha suas obrigações com a coroa e não estava brava, apenas apreensiva. Temia pelos próximos dias e desejava estar em sua companhia, mas não havia o que desculpar, era seu dever. Depositei sobre a mesa a primeira folha e tornei minha atenção total pra aquela carta.

 

“ Eu nunca escrevi uma carta antes, não como essa, e espero que me perdoe se não for a melhor que já recebera. Eu apenas sinto a necessidade de partilhar com você, não conseguia dormir, pensava apenas em ti. Pensava no momento que enfim eu poderei tocar-lhe os macios e belos cabelos rosados novamente, não tens noção do quanto estou encantado por eles. Pensava em poder olhar em seus olhos esmeraldas e sentir que sou o homem mais rico e de sorte do mundo por poder vê-los tão de perto. Pensava no cheiro floral que a senhorita emana ao caminhar, como o adoro. Pensava em poder ouvir novamente sua linda e doce voz, gostaria de poder ouvi-la cantar como canta ao visitar os jardins. E beijar-te, não há nada mais que eu queira nesse momento que não seja beijar-te.

Não há um único minuto do meu dia, minha delicada flor, que eu não pense em você. E torço pelo momento que poderei vê-la novamente.

Com carinho, Naruto. 

26 de junho

 

 

Eu estava em êxtase, Naruto havia me inscrito uma carta de amor e definitivamente havia sido a mais fofa e inocente que já eu havia recebido. Ele era um homem maravilhoso, tão belo por dentro quanto por fora, melhor na verdade. Era corajoso como um homem deve ser, sonhador e carismático, doce e gentil, forte e decidido. Não caberia as palavras que eu poderia descrevê-lo. Meus olhos marejaram levemente e nos cantos acumulavam tímidas lágrimas, mas não de tristeza, não não. Eram lágrimas de alívio, eu estava com tanto medo de que ele estivesse se afastado por vontade própria, mesmo sabendo que ele tinha que cumprir as obrigações com a coroa, eu ainda sim tive medo. Me sentei em minha cama enquanto carregava caneta e papel nas mãos, coloquei sobre o criado mudo a carta recebida junto a foto de Naruto e suspirei sorrindo.

 

Querido Naruto,

Eu poderia tecer diversas palavras sobre sua carta, mas admito que me sinto profundamente honrada e feliz em ser a sua primeira destinatária. Uma carta tão doce e calma, como você. Eu confesso que sentia medo do que estava por vir, de conhecê-lo, do que viveríamos, mas você tornou tudo mais fácil e agradável e por isso, sinto-me na obrigação de dizer a você o quão sou agradecida. Agradecida por ter a oportunidade de conhecê-lo. Em alguns dias seremos um e eu não poderei estar mais contente. Espero ansiosamente por vê-lo.

Naruto... você é a brisa leve do mar, é o calor ardente do verão e o raio de sol das minhas manhãs.

Com carinho, flor.

26 de junho

 

 

Procurei na gaveta do criado mudo algo que pudesse lacrar o envelope com a carta, havia apenas uma pequena fita transparente.

 

- Nada apropriada.- resmunguei com a fita em mãos. 

 

Sobre a mesa do quarto havia um pequeno jarro de flores, no meio delas alguns curtos galhos com flores mosquitinho brancas, era melhor que nada. Com auxílio da fita, colei um pequeno galho da flor lacrando o envelope e em seu verso enderecei  “Para o raio de sol mais brilhante desse céu, Naruto.”. Era ousado eu sair a essa hora da madrugada com as roupas que eu vestia, mas tinha plena certeza de que não me veriam. Caminhava a passos rápidos e silenciosos pelos corredores do palácio, pisar com pés descalços no gelado piso do palácio era de certa forma excitante, estava agindo às escondidas e não poderia usar sapatos, a ideia era fazer o mínimo de barulho possível. Desci as escadas que davam acesso aos quartos dos hóspedes e me dirigi as que davam acesso aos quartos reais, o problema estava ali, eu não fazia a mínima ideia de qual era o dele, só podia supor. Havia um único quarto com a luz acesa escapando na fresta da porta, me aproximei e pude vê-lo, ele vestia exatamente a mesma roupa que a da foto dada a mim, mas agora ele estava mais másculo. Naruto estava sentado em uma cadeira e parecia cansado, as grandes mãos estavam enterradas em seus loiros cabelos, uma delas carregava uma caneta e ele suspirava, me permiti olhar para seu peitoral, os botões abertos revelavam um forte e desenhado peitoral, uma cerrada barba por fazer despontava em seu rosto deixando-o mais sensual. 

 

- Santo Deus...- inconscientemente um gemido baixo escapou de meus lábios.

 

Meu sussurrar pareceu ter chamado sua atenção, seu olhar parou na porta e uma de suas grossas sobrancelhas se elevou. Droga, eu havia sido descoberta. Naruto levantou-se indo em direção à porta, e eu me desesperei. Coloquei a carta no chão e me escondi ao lado de um imenso vaso do corredor. À porta se abriu e a iluminação do quarto escapou para o corredor, Naruto apareceu em seguida, os cabelos completamente rebeldes, os olhos com demasiado cansaço olhavam para todos os lados do corredor até enfim fitar a carta em seus pés. Naruto agachou tomando o envelope em suas mãos e leu o verso sorrindo em seguida, os olhos que antes pareciam cansadas encheram-se de luz e tornaram a percorrer o corredor, procurando quem havia a entregado. Me certifiquei de estar bem escondida e acho que escolhi bem o lugar, Naruto tornou a entrar no quarto, fechando completamente à porta atrás de si, era minha deixa para voltar.  Eu sei que aquela não havia sido a mais bela carta de “amor” que já escrevi, mas com toda certeza era a que mais expressava meu desejo interior. Vê-lo.



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