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História Você é colorida e eu sou preto e branco - 50 capítulos


Escrita por: Zaynpegaeu

Capítulo 50 - 50 capítulos


Fanfic / Fanfiction Você é colorida e eu sou preto e branco - 50 capítulos

Perceber que tudo que Alicia disse fazia sentido foi um choque. Minha vontade era de ir até o Cobra e colocá-lo contra a parede, mas Liam me encontrou antes e o Cobra foi embora com a sua garota da noite. Dentro de mim, era pura chateação, eu não podia controlar meus sentimentos por ele. 

-Quer ir da um tempo lá em casa? – Liam perguntou quando paramos ao lado de sua moto. 

- Acho melhor eu ir pra minha casa! 

- Aconteceu alguma coisa? -ele se aproximou de mim e enfiou os dedos entre os fios dos meus cabelos com delicadeza. – Parece que está irritada. – ele beijou meu rosto e desceu pelo meu pescoço em uma tentativa de me provocar. Não era ruim, mas eu realmente não me sentia no clima, eu nunca parecia estar no clima quando o assunto era o Liam. 

Ele beijou meus lábios delicadamente e sussurrou. – Sabe, eu queria muito transar com você de novo! – o assunto me deixava nervosa e eu fiquei sem palavras, ele continuou. – Todo mundo diz que a primeira vez não é muito boa, porque dói. Então foi bom você está um pouco tonta, porque meio que foi uma anestesia, não é? – eu não podia acreditar no que eu estava ouvindo, tive vontade de revirar os olhos – Agora vai ser melhor, você nem bebeu hoje. A gente devia tentar! Eu não paro de pensar nisso, em você, eu estou muito na sua! 

Agora é aquela hora que você diz alguma coisa, Julie! Despeje a sua sinceridade sobre ele, vamos?

- Hoje não vai dar, estou com dor de cabeça! 

Não era isso que eu queria dizer, afinal essa desculpa eu pretendia usar depois de casada. 

- Tenho analgésicos na minha casa. – ele colocou um pouco de humor e  piorou meu constrangimento. 

- É que eu prefiro os meus analgésicos! – tentei colocar um pouco de humor também. 

- Entendi! Nada de transar, não é?

- Liam, eu preciso de um pouco mais de tempo. – demorei dois segundos que pra perceber que eu estava usando a mesma desculpa que usava com o Harry. 

Liam olhou pra mim com cara de quem estava pensando “O que você ainda está querendo guardar, o seu hímen já era, sabe disso, não sabe? NÃO SABE? “ 

SEI!

Não importa o que ele estava pensando, eu não tinha vontade, nem clima, só em pensar eu ficava desconfortável e constrangida.

Liam me deixou em frente ao portão da minha casa. Ele me deu um longo beijo, longo demais, porque eu tive tempo de pensar que as minhas pernas estavam doendo e que Alicia era uma vaca sem coração por ter me dito aquilo, minha mente não me deixaria dormir, então o beijo acabou e ele se foi. 

Era madrugada, estava tudo silencioso, respirei aliviada quando entrei no meu quarto, era uma vitória dormir sem ouvir um sermão. 

Vesti o pijama, deitei em minha cama e como previsto o sino tocou e minha mente começou a trabalhar a todo vapor. 

A minha vontade era de ligar para o Cobra, era perguntar porque ele fez eu pensar que tinha algo legal entre nós, quando na verdade ele só estava se aproximando de mim por lembranças de outra pessoa. Mas eu me segurei, porque ele estava com outra garota enquanto eu me descabelava pelo que ele fez comigo. 

Tentando dar um pouco de valor em mim mesma, eu resolvi por uma pedra sobre o assunto. 

No dia seguinte Lupe abriu as cortinas do meu quarto dizendo o quando a manhã de sábado estava bonita. Eu tentei cobrir o rosto com o edredom mas ela puxou para fora da cama. Depois de resmungar, reclamar, choramingar eu olhei para a caixa com um laço vermelho que estava sobre a minha poltrona. 

- E essa caixa? – questionei. 

- O vestido!  Acabaram de entregar. Sua mãe mandou eu trazer e avisar sobre o evento beneficente de hoje. Disse que o cabeleireiro e a maquiadora estarão aqui as 16:00h. Falou também que você vai usar o colar de diamante negro que está no cofre.  

Revirei os olhos, mas não disse nada. Não queria bater de frente com a minha mãe e desperdiçar energia. 

Esses eventos eram sempre muito chatos, mas eu sempre podia contar com Meg para torná-los suportáveis. Eu tinha certeza que a mãe dela também estava obrigando-a a ir. 

Depois de muita insistência ela atendeu o telefone e me tratou secamente. 

- Eu não vou! 

- Por que? Não sei se consigo aguentar sem você. - choraminguei. 

- O Louis teve que sair da cidade para resolver umas coisas. Então a Callie teve a ideia da gente fazer uma noite das garotas. Achei que seria uma boa pra fugir dessa festa. 

- Só vocês duas? – o ciúmes estava me corroendo, me senti traída, um aperto no peito. 

- Acho que a Bia vem também. 

- Ah, legal! – eu disse tentando disfarçar meus sentimentos – Que bom que você vai se divertir. Depois me liga pra contar como foi?

- Se você conseguisse fugir, poderia dar um pulo aqui! -  ela só está me convidando por culpa, a vozinha  sussurrou em minha mente. 

- Provavelmente não vou conseguir fugir, mas divirtam-se. – eu disse e desliguei. 

O que eu ainda tinha pra perder? Me perguntei.

Lá estava eu, elegantíssima em meu vestido longo assinado por um grande estilista, usando um colar de ouro negro, com esmeralda lapidada em coração e diamantes negros, do jeito que a mamãe queria. Mas prometi a mim mesma que não iria distribuir sorrisos falsos. 

As pessoas circulavam pra lá e pra cá com suas taças de champanhe e  conversavam sobre a importância de ajudar os mais necessitados. Claro que eu me importava com os mais necessitados, eu sempre estava à frente da arrecadação de donativos na escola, mas naquele momento eu só conseguia me importar comigo mesmo, porque a vida não parava de me dar porrada. 

Porque encontrar Harry e Ísis como um casal  naquele evento me fez querer vomitar.

 Eu podia ter convidado o Liam, não é? Pensando melhor, não! Era melhor estar sozinha do que fingindo estar apaixonada. 

Tinha várias pessoas da minha idade, pessoas conhecidas até, mas nenhuma que eu tivesse intimidade para ter uma conversa que fizesse o tempo passar mais rápido. Eu bem que tentei! 

Eu já estava cansada de cumprimentar conhecidos e ser apresentada a gente nova, me aproximei do círculo que a minha mãe conversava e sussurrei ao seu pé do ouvido.

- Eu já posso ir embora?  Minha cabeça está doendo.

Ela me ignorou e começou a dizer:

- Diga olá para as pessoas, Julie, não seja mal educada.

Tive que cumprimentar as amigas da minha mãe e ouvir os elogios de sempre dizendo o quanto eu estava linda. 

- Você está com uma carinha desanimada, parece entediada.– disse uma das senhoras para mim, mas eu não tive oportunidade de responder, minha mãe foi mais rápida.

- Jovens, você sabe. Eles adoram nos contrariar. 

- Ah, sei como é!- ela sorriu. – Foi um sacrifício fazer com que meu filho viesse aqui hoje. Tive que fazer uma chantagem emocional. 

- Ah, ele está aqui? Faz tanto tempo que não o vejo. Ele ainda era uma criança. – disse minha mãe. Eu estava ouvindo a conversa sem nenhum interesse enquanto observava o movimento do outro lado do salão.

- Ah, você não vai reconhecê-lo, está tão diferente! Ele resolveu trancar a faculdade e passar uns meses na França. Agora está dando um tempo por aqui antes de retornar aos estudos. Eu estou amando ter meu bebê em casa. Ah, olha ele ali, vou chamá-lo pra que ele possa conhecer a Julie. – minha atenção voltou para a conversa quando ela disse meu nome.  Então a senhora saiu em busca do filho para me conhecer, revirada de olhos básica, e eu aproveitei a chance para voltar a falar com a minha mãe. 

- E agora, eu já posso ir? Sério, minha cabeça está me matando! 

- Ela já está voltando com o rapaz. – disse olhando para o lado – Depois de conhecê-lo você pode ir. 

Respirei aliviada, conhecer o tal rapaz era a última tortura da noite. 

Então ela apareceu, arrastando o filho pelo braço, e meus olhos se arregalaram quando o encarei. 

- Esse é o meu filho Louis! – ela disse orgulhosa.

Eu jamais imaginaria ver o Louis vestido em um smolker, cabelos com gel penteados para trás e uma cara de total constrangimento.  Talvez isso tenha me chocado mais do que saber que ele era rico. 

Minha mãe o cumprimentou com empolgação falando sobre o quanto ele tinha crescido e eu estava estática me perguntando “ que merda está acontecendo? “ 

- Essa é a Julie, a filha da Rebecca! – a mulher apontou pra mim. – Ela está odiando ficar aqui tanto quanto você! Talvez vocês possam conversar sobre isso! – ela  minha mãe riram, e o cara de pau me estendeu a mão e disse que era um prazer me conhecer.

- O prazer é todo meu! – eu entrei na onda. Embora tenha tido muita vontade de desmascara-ló a cara de preocupado dele era de dar pena. 

- Eu estava indo agora mesmo pegar uma bebida, você está com cede? – ele me perguntou.

- Ah, estou sim! Eu acompanho você!

Ele se despediu da minha mãe, cheio de formalidades e tão educado que não lembrava em nada o motoqueiro sem modos que ele interpretava longe dali. Ou será que era ali que ele estava interpretando? Fiquei confusa, o fato é que pensei na Meg, ela não merecia ser enganada assim! Não que eu tivesse alguma moral pra dizer isso. 

- Que merda esta acontecendo? – verbalizei o que pensei quando nos afastamos para longe das pessoas.

Louis parou e constatou o óbvio. – Você me descobriu! 

-Como assim? Você é um Tomlinson? Porque finge ser um pobre coitado? 

- Eu não finjo ser um pobre coitado! Eu só gosto de motos, de racha, curto a galera que ando!

- Seus amigos sabem que você é um burguês que  voltou recentemente da Europa? – perguntei com ironia. 

- Isso não interessa a ninguém. 

- Nem a Megan sua namorada? Porque ela pensa que você não apresenta ela para os seus pais porque eles são pobres e você tem vergonha disso, ou vergonha dela. 

- Ela não pensa isso! 

- Claro que pensa! Ela gosta de você, fez de tudo pra se encaixar na sua turma, ela frequenta a zona norte, vai aos rachas, se veste como vocês, é amiga dos seus amigos, inclusive deixou de vir aqui me fazer companhia como faz todos os anos para fazer festinha com a Callie... – a ficha caiu – Ah, claro! Você pediu a Callie para não deixar ela vir! 

- Ela já não queria vir!

- E isso foi ótimo pra você, não é? Eu acho que ela merecia a verdade! Ela é sua namorada, até quando pretende mentir pra ela? 

- Você está falando de mentira? Até onde eu sei a Megan não sabe que você e o Cobra estão se pegando já faz um tempão. – ele contra-atacou.

- Pelo visto todo mundo está sabendo disso.

- Somos melhores amigos! – ele quis dizer que melhores amigos confiam uns nos outros. 

- Sendo assim você deve estar sabendo que a gente não está se vendo mais. Então, não estou mais escondendo as coisas dela, já você...

- Não conta nada! Eu vou contar! 

- Quando? 

- Não sei, quando surgir a oportunidade. 

- Vai continuar enrolando ela! – eu afirmei. 

- Não estou enrolando ela. Eu gosto da Megan, mais do que de qualquer outra garota que já gostei. – ele parecia sincero. Eu odiava admitir, mas ele ganhou uns pontinhos por isso. 

Um pensamento me veio à cabeça. - Sua mãe disse que você vai voltar pra faculdade. Quando? 

- Daqui 3 meses! 

- E onde você estuda?

Ele fez uma pausa dramática. – Boston! 

Pobre Megan. 

- Ok! Do outro lado do país. Você já pensou no quanto ela vai ficar arrasada? – eu estava indignada.

- Estou tentando uma transferência para o Vale, por ela. Por isso ainda contei, vai ser mais fácil se eu tiver uma notícia boa, não é? 

Maldito Louis, ele estava me ganhando!

- Então você gosta mesmo dela? 

Ele abriu um sorriso malandro.

- É o que parece! 

- Não decepciona ela, tá bom? A Meg é a melhor garota que você vai conhecer. 

- Eu sei. 

- Para todos os efeitos eu não sei de nada, se ela souber que eu sabia e não contei vai ser mais uma decepção. 

- Beleza! 

Outros assuntos preencheram meus pensamentos. 

- Posso te perguntar uma coisa? 

Não é como se tivéssemos nos tornado amigos, mas resolvi tirar a “pedra” do assunto que ainda estava me incomodando e eu não tinha com quem falar. 

- Eu soube da ex namorada do Cobra...

- Soube o que? – a atenção que o Louis deu me mostrou que não era um assunto qualquer.

- Que ele ainda gosta dela, que tenta superar pegando todas, mas não consegue se envolver com ninguém. Soube que ela é loira, e por esse motivo ele prefere não sair com as loiras, mas por alguma razão ele... você sabe. Rolou alguma coisa entre a gente, quer dizer, eu pensei que era alguma coisa, mas ele só estava realizando um tipo de fetiche doentio, lembrando dela enquanto me beijava... – respirei fundo, era difícil constatar que fui feita de idiota por um cara que eu gostava. – A minha dúvida é, se ele ama ela, porque não supera o que quer que ela feito e fica com ela de uma vez? Não seria muito mais fácil do que sair por aí quebrando o coração das pessoas que não tem nada a ver com os dois? 

Louis suspirou e fez um breve silêncio, aparentemente incomodado com o assunto. 

- É um pouco mais complicado do que você pensa! 

- Por que? 

- É um assunto dele, ok? É a vida dele, a ferida dele,  não posso me meter. Ele tem que decidir te contar. O que eu posso dizer é que as pessoas falam demais! Tem uma distância grande entre as coisas que você vive, e as coisas que os outros descrevem do que você viveu! 

Louis estava falando com o coração, eu podia sentir a força das palavras dele. Eu queria continuar questionando para ter alguma resposta que meu cérebro aceitasse. Mas ele estava certo! 

- Você está certo! Eu vou encerrar o assunto Cobra por aqui! Eu desisto! – minha voz estava embargada, sentindo o peso das minhas próprias palavras. – Eu vou nessa! –  disse antes que eu começasse a chorar.

- Julie! – Louis me chamou quando virei as costas, voltei a olhar pra ele. – Talvez eu me arrependa de dizer isso, mas... O Cobra é um grande cara! Somos amigos desde a adolescência. Poucas pessoas conhecem ele de verdade, saca? Talvez você não entenda, mas quando a pessoa é muito massacrado pela vida, ele inconscientemente constrói uma fortaleza em volta de si, Ele é como um tesouro guardado a sete chaves, tem que ter paciência, porque é processo! Eu só estou te dizendo isso, porque em anos, você foi a que esteve mais próxima de chegar a esse tesouro. 

Ouvir aquilo deu nó em minha cabeça e me sacudiu internamente, em segundos eu fui entendo o que aquelas palavras significavam pra mim. Lembranças do que vivi com o Cobra invadiram minha mente. Momentos em que ele me fez  rir, me colocou  pra cima,  me consolou, ele era  gentil e carinhoso todo o tempo, ele me entendia,  me desvendava, ele cuidava de mim, se preocupava, me fazia feliz. Então caiu a ficha, ele valia muito a pena. 

-Louis, supondo que ele seja um tesouro guardado a sete chaves. Quantas fechaduras você acha que eu consegui abrir? 

Louis sorriu e eu também, depois de pensar uns segundos ele respondeu.

- Quatro, talvez cinco! 

- Você não está mentindo, não é? 

Ele olhou bem pra mim, e sorriu um pouco. – Eu te acho chata pra caralho. – então ele ficou sério. -  Mas vejo em você uma chance do Zayn se curar do passado.

 

Continuo? 


Notas Finais


Opniões please! Preciso de comentários, de conspirações! Está fazendo sentido? Estão capitando? Digam aí!!! Continuo a partir dos 50, ok? To muito corrida! Bjcas no coração de vocês!


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