História Você é definitivamente um mau caminho!!! - Mais uma vez, fugitiva!

Corri para a mata atrás de mim e tinha um caminho indicando que não era incomum passar por aqui. Segui o caminho com passos cuidadosos e também olhando para os lados.
Quando andei por alguns metros a minha frente, acabei chegando a um lugar incrível, logo à frente tinha uma área muito grande com vários painéis solares enormes.
Em tão é assim que consegue luz aqui na ilha...

De repente um alarme alto se soou de altos falantes que não tinha reparado antes.
Acho que já fui descoberta! Passos pesados vinham em minha direção, olhei para os lados em busca de um local para se esconder, como não tinha muito opção, corri para o painel mais distante e me escondi atrás dele. Dei uma espiada e tinha dois homens aramados me procurando. Escondi-me quando um olhou em minha direção.
— De uma olhada nessa direção — falou um deles, e pude ouvir passos vindos em minha direção.

Não tinha mais lugar para se esconder e tive que andar em direção à mata porque vi que tinha um local alto em que deveria ser mais seguro e também poderei ter uma visão melhor.
Me movi devagar por entre os galhos, para não fazer barulho nem se mexer e acabar descobrindo minha localização. Eles pareciam não estar me seguindo e isso me fez ficar mais tranquila. Comecei a andar em direção ao penhasco mais alto, assim poderei saber quando algum helicóptero ou barco vier. Só espero que não seja tarde demais quando isso acontecer!

O sol já tinha ido embora não me deixando enxergar nada em minha frente, mas sabia que deveria seguir enfrente para chegar ao penhasco.
Meu suor pingava em meus olhos e minha respiração era pesada, estou cansada, mas sei que não posso parar. Olhei para frente e o penhasco já estava bem em minha frente.
Respirei aliviada e segurei cipós que pareciam bem firmes, comecei a subir e apesar do musgo escorregadio, estava tudo bem!

Ah minha cabeça tinha alguns metros ainda a serem subidos e minhas mãos estavam queimadas e doloridas e o musgo estava mais molhado e úmido quanto mais eu subia.
De repente meu pé escorregou me fazendo bater de encontro à parede de rocha dura e minhas mãos escorregaram dos cipós um pouco fazendo minhas mãos queimarem mais ainda.
Continuei subindo porque faltava pouco!

E finalmente tinha conseguido a chegar ao topo. Deitei-me porque estava muito cansada, olhei minhas mãos e estavam queimadas e cortadas. Levantei-me e olhei para baixo, estava iluminado onde ficavam os painéis e dava para ver homens em guarda, não pareciam estar me procurando mais. Acho que pensam que por estarmos em uma ilha não tenho para onde correr! Fui para a ponta do penhasco e não dava para ver, mas sim ouvir as ondas que batiam fortemente contra as rochas, acho melhor ficar longe da beirada, se eu cair, não sei se sobrevivo!
Voltei a me sentar e fiquei olhando para frente do mar e ouvir as ondas, era tão tranquilo...
Minha barriga roncou de fome. Como não tem nada para poder comer aqui em cima vou ter que tentar dormir até a manhã.
Me deitei no chão frio e fiquei olhando para o céu mais estrelado que já vi.
Minhas pálpebras começaram a pesar e cai no sono.

Acordei com barulho alto de pessoas falando e gritando algo como ordens, ainda estava escuro. Olhei para baixo e para minha grande alegria tinha um navio a alguns metros de distancia da ilha e também para não tão alegria, tinha guardas para todo lado lá em baixo, que estavam carregando caixas pesadas e colocando em pequenos botes e indo em direção ao navio. Definitivamente estavam transportando as armas e essa era minha única chance!
Mas agora por onde desço? E tenho certeza que devem estar ligados que vou tentar fugir, se é assim não posso voltar por aonde vim.

Fui até a ponta do penhasco e engoli em seco ao ouvir as ondas, como vou tentar não morrer?
Abaixei-me e tateei alguns cipós que pareciam mais firmes e me virei para começar a descer.
O vento frio batia em minhas bochechas me fazendo tremer de frio. Comecei a descer e era bem escorregadio e agora que estou aqui e não tem como mais voltar, me arrependo muito!

Eu estava quase chegando perto das ondas e minhas mãos já machucadas de antes não aguentavam mais e foi quando achei estranho não estar mais ouvindo as ondas. Quando olhei para trás só deu tempo de tampar a respiração e me agarrar mais aos cipós, quando a onda gigante estava vindo sobre mim. O impacto foi tão grande que parecia mais com algo sólido do que onda e antes que pudesse perceber tinha sido arremessada para dentro da agua e estava sendo jogada para todo lado com borbulhas a minha volta. Não lutei com as ondas e deixei meu corpo ser levado e tentar esperar as ondas se acalmarem um pouco. Mas minha respiração não ia aguentar muito e estava tudo tão escuro que me deixava apreensiva.

Finalmente as ondas tinham se acalmado e eu consegui chegar à superfície. Tossi muito e minha garganta estava áspera pela agua salgada. Olhei para trás e mergulhei ao ver um bote vindo em minha direção para ir ao barco. Assim que passou comecei a nadar até o navio.

Quando cheguei perto, me escondi até o bote voltar de volta à ilha, e logo fui para a escada de cordas. Subi devagar e espiei para dentro e tinha vários homens organizando as caixas e as amarrando para logo jogar lonas por cima.
Esgueirei-me bem devagar e fui para o outro lado do navio onde era mais escuro e tinhas mais caixas amontoadas. Olhei para as caixas e não parecia um bom lugar para se esconder, olhei para cima e tinha umas lonas pretas cobrindo algo, a levantei-a e vi que eram botes. Subi nas caixas e depois entrei no bote e fiquei deitada orando para não ser pega!