História Você é meu - Capítulo 18

Jimin pov's

"Você e Jungkook... São irmãos, Jimin."

Essas palavras me destruíram por inteiro. Só sabia chorar e tremer, não acreditando em tudo que ouvi. Não podia ser verdade. Eu estava marcado pelo meu próprio irmão? Eu estou apaixonado pelo meu irmão?

— Não acredito em você… Quero provas disso — pedi entre as lágrimas. 

— Por qual razão mais eu iria querer a separação de vocês, Jimin, se vocês não fossem irmãos? — ele disse me desamarrando. Dobrei meus joelhos envolvendo meus braços nos mesmos. — Eu cheguei tarde demais, mas se você ainda não quiser acreditar… Podemos fazer um teste de DNA. 

— Me deixa ir embora. Por favor — pedi novamente. 

— Tudo bem. Quando quiser saber se é verdade ou não, procure o SeHun e peça para que ele o leve até a mim… Meninos. — chamou e logo vejo SeHun e mais um entrar. — Levem o meu filho em segurança até sua casa. — assentiram e vi SeHun vir em minha direção. 

— Vamos logo… Tenho que dormir também — falou SeHun me levantando do chão com força. 

— Até logo, Jimin! — olhei uma última vez para ele e segui SeHun até uma van preta que se encontrava do lado de fora do local. Entrei na van junto com Sehun, este que foi no banco do motorista. 

— Acho que isso foi um grande choque para você, não é? — ele quebrou o silêncio que estava. 

— Você sabia disso? — indaguei encarando a chuva que descia pelo retrovisor afora. 

— Não. Mas ele disse que vocês não podiam ficar juntos. Eu sempre me perguntava o porquê.

E, mais uma vez, o silêncio reinou. Queria que tudo isso fosse um pesadelo. Um pesadelo do qual eu despertaria e tudo estivesse perfeito como estava. 

Perfeito demais para ser verdade. 

Meus pressentimentos nunca me enganaram. 

— Me desculpa por aquele dia na escola. Eu estava fora de mim e bem… Seu cheiro não estava ajudando muito — noto que a van havia parado, um pouco mais ao longe da minha casa. — O que vai falar para o Jungkook? Vai contar a verdade? 

— Eu não sei… Isso não é da sua conta — sai da van já ficando todo encharcado por causa da forte chuva que caia e andei até minha casa. Mas, o que eu vou falar para o Jungkook? A verdade? Não. Não até saber se isso é realmente verdade. Mas, por outro lado, Jasper não tem o porquê mentir, por que mais ele iria mandar Mark até aqui para tentar me afastar do Jungkook, se não fosse verdade?

E mais uma vez, perguntas sem respostas rodeavam a minha mente. 

Toquei a campainha de casa, já que estava sem chave e a porta se abriu, revelando um Jungkook com olhos vermelhos, dando a entender que ele havia chorado. Assim que seus olhos pararam em mim, senti seus braços me rodeando em um forte abraço. E novamente eu só sabia chorar. 

— Jimin… Ai meu Deus! O que aconteceu? Onde estava? Você me deixou preocupado, sabia? — me bombardeou com perguntas. Entramos em casa e Jungkook me carregou em seus braços até o meu quarto. Não havia aberto a boca para nada ainda. Minha mente estava processando tudo que tinha ouvido. 

Estava em processo de choque. Mesmo que tudo aquilo fosse verdade, mesmo que fossemos irmãos, não conseguiria deixar de amá-lo, não conseguiria viver mais sem ele. Minha mente dizia que eu devia fazer alguma coisa, mas meu coração implorava para deixar tudo como está. 

Eu posso tentar viver com isso, não é? Eu posso simplesmente tentar esquecer esses momentos que me destruíram por dentro e continuar com a minha vida ao lado dele. Então está decidido. Não falarei nada a Jungkook, mesmo que seja verdade. Mesmo que por parte, doa em meu coração.

Eu amo ele. 

Jungkook tinha me colocado na banheira e ligado o chuveiro deixando a água correr pelo meu corpo. 

— Jimin? Por favor… Fala comigo meu amor. O que fizeram com você? — ouvia a sua voz aflita e nervosa, ansiando por uma resposta. 

— Eu… Me… — o que eu falaria? Tenho que pensar rápido. 

— Você? Quem o sequestrou amor? 

— Foi um engano… — não olhei em seus olhos. Odiava mentir. Ainda mais pra quem eu decidi entregar o meu coração, pois sei que ele também nunca mentiria para mim. Engoli em seco. — Me amarraram. Me vendaram. Fiquei por horas, jogado ao chão e amarrado. Ouvi vozes dizendo que não sabia o que fazer comigo, mas depois… Um deles falou que deviam esperar o chefe deles.

— O chefe deles? Não reconheceu a voz de ninguém amor? Fizeram alguma coisa á você?

— … — neguei com a cabeça e o vi soltar um respiro como se estivesse aliviado. — Quando o chefe deles chegou, brigou com eles dizendo que tinham pegado a pessoa errada e mandou me soltarem de novo no mesmo lugar que me pegaram… E eu vim correndo — terminei e olhei em seus olhos, vendo o mesmo com lágrimas nos olhos. Fechei os olhos e senti o mesmo me abraçar. 

— Não sabe o quão desesperado eu fiquei sem ter notícias suas, Jimin.

— Eu estou bem, kookie. Eu sempre vou estar bem se você estiver comigo — continuei o encarando. — Promete nunca me deixar? — indaguei com lágrimas nos olhos. 

— É claro que sim meu amor… Lembre-se que você também prometeu isso a mim. — sorriu me lembrando do acontecimento. Mas, mesmo assim, algo me dizia que a felicidade não dura para sempre. 

Nada de bom dura para sempre. 

E isso me assusta.

***

Um mês depois

Se passou um mês, e não tem um dia que não passe pela minha cabeça o maldito assunto de ser irmão do Jungkook. Não tinha contado a verdade a ninguém e isso me atormentava  Depois do quase sequestro, os meninos não me deixavam mais sozinhos, e minha mãe deu a louca querendo contratar seguranças e blá blá blá. Mas, é claro que eu neguei. Não ia querer um bando de homens altos de preto atrás de mim. 

Mark vinha me ver de vez em quando, e é claro que Jungkook e ele trocavam os olhares como se ambos quisessem matar um ao outro, e às vezes ele tocava num assunto que até me incomodava um pouco. Sabe quando você percebe que a pessoa está tentando te mandar indireta tentando avisar de que ela sabe algo seu? 

Era isso o que se passava. Com certeza Mark já deve saber que eu e JungKook somos irmãos, até porquê meu pai o trouxe para cá para tentar me separar de Jungkook, o que deu muito errado. E as vezes, era como se ele tentasse me perguntar: “Você já contou pra ele?”. E isso me incomodava. Foi por isso que eu falei para o mesmo parar de vir me ver, e é claro que ele perguntou o porquê, mas eu falei apenas que sua presença me incomodava. 

SeHun não ficava para trás nisso. Durante o intervalo, na maioria dos dias, pegava ele encarando a mim e a Jungkook quando estávamos no refeitório, e quando via que eu tinha notado seu olhar, balançava a cabeça negativamente. Isso já estava me irritando.

Hoje é mais uma típica quinta-feira, e eu como sempre, me encontrava jogado na cama, já que Jungkook foi fazer trabalho com Hoseok, e TaeHyung estava na casa de seu Appa que era separado de sua Omma. 

Trabalho. Casa. Isso me lembra que, depois do sequestro, nem me lembrei de perguntar a Jungkook como tinha sido o bendito trabalho na casa daquela garota. Mas, também toda vez que eu tentava tocar no assunto, ele mudava a conversa do nada, como se estivesse me escondendo alguma coisa. Meu lobo interior dizia que ele tinha alguma coisa a me contar, mas deixei quieto. Às vezes é só coisa da minha cabeça. 

Ai que fome. Tenho comido muito ultimamente, até o Tae que é o Tae estranhou. Até porque, ele é o que come mais, e eu sempre fui desses que se acha gordo, sabe?

Desci para a cozinha vasculhando as coisas na geladeira. Tem frango para fitar. E foi o que eu fiz, deixei uns três pedaços de frango fritando e peguei meu celular me sentando numa das cadeiras. 

Estava tudo bem, até o cheiro do frango começar a invadir minhas narinas e um enjoo tomar conta de mim. Rapidamente corri para o banheiro colocando tudo que eu tinha comido para fora. 

Isso já estava estranho até demais. Enjoos, ânsia de vômito, corpo mole. Espera… Isso tudo só pode ser porque… Claro! Como eu pude ser tão lerdo de não perceber isso? 

Com certeza estou grávido.

Mark Pov's

Um mês se passou e Jimin não disse nada a Jungkook, provavelmente. Ou disse e aceitaram tudo numa boa o fato de serem irmãos. 

Vocês não vão ficar juntos. Custe o que custar, irei separá-los, e para isso se resolver de uma vez por todas, você precisa morrer, Jeon Jungkook.