História Você é meu - Mark

Domingo

Jimin Pov's

Acordei com algum filho de uma boa senhora atormentando-me com uma ligação logo de manhã. 

— Quem é o viado que ousa me acordar a essas horas? Fique sabendo que vou mandar sua alma direto para o inferno por causa disso. — reclamei de mau humor logo após atender o celular. 

— Se eu te pagar um sorvete você me perdoa, Jimin? — essa voz. Ouvi sua risada. 

— Mark, seu filho da mãe! — exclamei sorrindo. 

— Fico feliz que ainda se lembre de mim. Pensei que tinha esquecido o seu melhor amigo de infância. — com certeza  ele deve estar fazendo uma carinha triste do outro lado do celular. 

— Você me deve um sorvete, e mais um por não ter me avisado antecipadamente que estava voltando. — respondi novamente ouvindo sua risada. 

— Posso te pagar esses sorvetes hoje a tarde? Passo na sua casa às duas e meia, certo? 

— Certo... Agora eu vou voltar a dormir. — desliguei o celular logo em seguida. 

E foi o que eu fiz. 

Mark, como ele disse, é o meu melhor amigo de infância, crescemos praticamente juntos. Nossas mães eram amigas, por isso éramos muito próximos também, minha mãe cuidava dele quando seus pais iam viajar para negócios da empresa. Mark é três anos mais velho, ou seja, ele tem 20 anos e devo dizer que sempre tive uma pequena paixonite por ele. Mas, quando ele completou seus dezoito anos, sua família se mudou para a China e consequentemente, perdemos o contato. O que me faz lembrar de perguntar a ele como conseguiu meu número. 

[...]

Acordei e me sentei na cama. 

— Sai, preguiça! Este corpo não te pertence — disse sacudindo as mãos. Levantei, tomei um banho e me troquei. Coloquei um shorts jeans preto e uma blusa regata branca, desci para a cozinha encontrando Robert e minha mãe, que estavam rindo, e Jungkook que passou a me encarar com um belo sorriso. — Bom dia — sorri me sentando em uma das cadeiras. 

— Bom dia, amor. Por que não nos contou que estavam namorando? — minha mãe perguntou fazendo-me quase cuspir todo o café que tinha começado a tomar. Encarei Jungkook que mantinha seu sorriso. O fuzilei com o olhar. 

— Que? Mas eu não to namorando. 

— JungKook nos contou sobre ontem... Onde há ciumes, há amor, Jimin. — Robert disse rindo. Tenho certeza que eu já to parecendo um pimentão. 

— Eu só estava incomodado com tantos olhares pra nossa mesa. Só isso. — desviei meu olhar de JungKook. 

— Não precisa ficar tímido, amor. Agora só precisamos de um pedido para oficializar. — Jungkook falou me fazendo arregalar os olhos. 

— JungKook querido, nós não estamos namorando. — respondi tentando me tranquilizar. — Mãe, sabia que Mark voltou? — indaguei tentando mudar de assunto. 

— Ah sim, ele me pediu seu número há uns dias atrás, queria te fazer uma surpresa, por isso pediu para mim não falar nada. — ela comentou e pude notar Jungkook fechar a cara. 

— Mark? — ele indagou curioso. 

— Jimin e ele eram grudados na infância, não precisa ter ciúmes Jungkook, eles são como irmãos. E depois do cio do Jimin com você, tenho certeza que vão me dar belos netos. — ela disse me fazendo arregalar os olhos pela segunda vez naquela manhã e corar. 

— Mãe! Pelo amor de Deus! — me levantei, peguei o café e fui para a sala. Liguei a TV e me sentei no sofá. 

Sério isso, Deus? Eu mereço! 

Vejo JungKook vindo e sentando-se ao meu lado. 

— Olha Jimin, eu não vou aceitar mais isso. — falou me encarando seriamente. — Você na frente das meninas morre de ciúmes e fala que sou seu, mas depois esquece totalmente o que falou, não é? Se você gosta de mim, o que eu sei que gosta, fala logo de uma vez, porque eu já estou ficando cansado de correr atrás de quem não me da valor algum — ele se levantou e por impulso, peguei em seu braço fazendo ele me encarar. 

— Jungkook, eu... — fui interrompido. 

— Me solta, Jimin. Fale comigo quando tiver certeza do que quer, e vê se quando uma menina vier falar comigo, não estraga falando que eu sou seu namorado... Eu cansei. — puxou seu braço de minhas mãos e subiu para o seu quarto. 

Automaticamente corri para o meu quarto trancando-me. Me encostei na porta e me pus a chorar, essas palavras de Jungkook foram como uma faca que havia sido enfiada no meu coração. Por que dói tanto? Doeu mais ainda quando ele disse que não era pra mim estragar seu momento quando as meninas forem falar com ele. Mas, eu tenho que aceitar que ele tem razão. 

Eu não estou dando o valor que ele merece. Mas, se ele me amasse de verdade não teria desistido tão fácil de mim, não é? 

— Idiota... Você é um idiota, JungKook. — disse em meio às lágrimas. 

 [...]

Já se passavam das duas da tarde. Minha mãe veio avisar que Mark já havia chegado e eu nem tinha começado a me arrumar. Tomei um banho as pressas e me troquei, coloquei uma saia azul que vinha um palmo antes do meu joelho, meias brancas, um all star branco, e uma blusa de frio branca. Passei um pouco de pó e desci pra sala encontrando minha mãe e Mark, que estavam conversando, e Jungkook que estava assistindo alguma coisa na TV. 

Ao descer as escadas atrai todos os olhares, e senti minhas bochechas novamente corarem. Mark se levantou e veio até mim me abraçando. 

— Meu Deus, como você cresceu chimchim! — me apertou em seus braços. Resmunguei um "ai" fazendo com ele me soltasse, passando a me encarar, sorrindo. — Realmente tia, estou indignado que Jimin ainda não tenha um alfa. — olhou para minha mãe que resolveu dar risada. Olhei para Jungkook que olhava para mim, mas desviou seu olhar como se não desse importância. 

— Então quer dizer que estavam falando de mim. — comentei tímido. — E você exagerado, como sempre. O tempo fez muito bem à você, cabrito - dei risada ao lembrar de um dos apelidos que tínhamos dado um ao outro quando crianças. — Eu que devo ficar indignado por você ainda não ter um ômega — disse descendo meu olhar para seus belos braços que estavam expostos. Não que eu realmente soubesse se ele tinha ou não alguém. 

— Não se preocupe, chimchim... Eu tenho um bem na mira. — sorriu me fazendo quase derreter. Ele sempre soube que seu sorriso é umas das coisas que mais gosto nele. Golpe baixo, Mark! — Vamos? — assenti com a cabeça, ainda um tanto surpreso por sua resposta sobre não ter alguém. Demos tchau apenas para minha mãe, já que Jungkook nem sequer prestava atenção em nós ali, ignorando totalmente nossa existência. Saímos de casa. 

Enquanto andávamos em direção à sorveteria, Mark contava cada detalhe de como era a China, e pelas suas palavras devo dizer que me pareceu simplesmente espetacular, um dia com certeza quero conhecê-la. Às vezes, durante o caminho, Mark me puxava mais perto de si quando via que tinha alguns alfas me olhando parecendo que tirava as minhas roupas com os olhos. O que não era de se estranhar porque sempre fomos muito apegados um ao outro e tínhamos um certo ciúmes entre a gente. 

Mas, o que me deu um pouco de medo foi o jeito com que ele olhava para esses alfas. Aquele olhar de tremendo ódio dizia que podia matar qualquer um que tentasse se aproximar de mim. Isso sim era de fato, estranho. 

Chegando na sorveteria, fizemos os pedidos e logo estávamos tomando milkshake. 

— Que foi? Tem alguma coisa no meu rosto? — indaguei vendo que ele não parava de me olhar. Estava começando a ficar envergonhado com seu olhar sobre mim. 

— Você ficou ainda mais bonito, Minnie. Aposto que apenas não tem um alfa porque não quer — disse me fazendo corar e desviar do seu olhar. — Eu vi como JungKook olhou para você... Com certeza ele gosta de você, mas e você? Sente alguma coisa por ele?

— Por que quer saber? 

— Eu preciso saber, Jimin. — falou ficando com um semblante sério. — Preciso saber se o caminho está livre para mim tentar ser o seu alfa. Sempre fomos muito apegados, e eu pensei que fosse normal sentir ciumes do melhor amigo ou então gostar muito dele, mas esse sentimento só foi aumentando cada vez mais... Não sabe quantas vezes eu te imaginei do meu lado, não sabe as vezes que eu chorei por não te ter. Esses dois anos que passaram foram os piores para mim porque você não estava comigo, e eu não podia voltar para te ver até ter idade suficiente pra morar sozinho... Eu gosto de você, Jimin. Nunca percebeu isso? 

Okay, isso foi muito inesperado. 

— Mark... E-eu não sei o que falar... Eu gosto de você, mas não do jeito que você gosta de mim —  respondi olhando em seus olhos. 

— Mas você precisa me dizer. Sente alguma coisa por ele? Porque se não sentir então quer dizer que posso tentar te conquistar. — ele sorriu. — Eu não consigo mais dormir tranquilo sem ouvir sua voz dizendo boa noite, Jimin. 

JungKook Pov's

— E você simplesmente se virou e disse que era pra ele falar com você só quando tiver certeza do que ele sente? — indagou Hoseok mais uma vez. — E agora está todo enciumado só porque o melhor amigo dele de infância voltou do nada e o levou pra sair? Fala sério né, Kook. Sabe o quanto ômegas são confusos com seus sentimentos, e você faz isso? 

— Eu não queria falar aquilo, mas eu já to cansando de ficar correndo atrás dele Hobi — falei, deixando com que as lágrimas que insistiam em cair há muito tempo, agora molharem o meu rosto. — Eu preciso dele, Hobi... Eu preciso do Jimin pra sobreviver, e eu vi bem como aquele alfa olhou pra ele. Ele não quer ser só amigo do Jimin... — mordi os lábios tentando conter o choro. — Tenho medo de perdê-lo. — Hoseok me abraçou. 

— Calma, amigo... Tenho certeza que Jimin não nutre sentimentos mais do que amizade pelo Mark. Se quiser ter certeza, fale com o Tae, ele conhece o Jimin melhor do que ninguém. Mas você sabe que vai ter que consertar seus erros. Isso que você falou que ouviu ele chorando atrás da porta do quarto... Com certeza quer dizer que ele gosta de você, mas não quer se entregar tão fácil. Vai por mim, não foi fácil conquistar e ter o TaeHyung, mas agora como todos podem ver, não vivemos um sem o outro. 

— Tenho que falar com o Tae... Poderia chamar ele aqui, Hobi? — sequei minhas lágrimas. 

— Vou ligar pra ele. 

[...]

— Faça isso! Vai ver se o Jimin não vai se tocar e ver o príncipe que tá perdendo. — falava TaeHyung, com a boca cheia de chocolate. 

— Tomara que isso dê certo. Não aguento mais ver esses alfas o olhando e não poder falar que ele é meu ômega.