História Você Me Pertence - Auditório

Naty estava me esperando na frente do condomínio, desci o mais rápido que pude até porque me atrasei um pouco, antes acordei Joel, ou melhor, lutei para acordar Joel que estava ferrado no sono. Se eu não tivesse o acordado ele perderia a hora de ir para aquela escola, se bem que ele já estava pouco se lascando para aquele emprego, não tinha mais nada de importante para fazer lá, pois Diego não estava mais entre nós. Então tenho certeza que logo, logo, ele pediria a tal demissão 

— E aí, vadia. Demorou — Naty disse ao me ver — Estava numa rapidinha com Joel?

— Joel está mais dormindo do que realmente acordado, nem sabe quem ele é — Falei e Naty riu

Entrei no carro e Naty deu partida, ela dirigia muito mal

[... ]

— Então Jade está chantageando você? — Naty perguntou incrédula após eu contar tudo para ela

— Sim, e o pior é que ela está me encurralando. Acho que o jeito vai ser voltar para casa e dar um jeito de tirar essa mulher do meu caminho

— Bom...

— Nem pense em Joel, Naty. Não quero crueldade. Eu mesma faço questão de resolver os meus problemas. Hoje mesmo eu voltarei para aquele inferno — Falei respirando fundo e logo soltando o ar

— Tenho certeza que você vai fazer a coisa certa, Tini. Se quiser ajuda, já sabe... Só me ligar — Naty disse sorrindo para mim — Agora quero ver como você vai falar para Joel

— Eu também — Falei

[...]

Eu caminhava pelos corredores daquela escola na companhia de Naty, Thalia e Dan, eu evitava falar um pouco com Thalia, pois confesso que havia pegado nojo da cara dela, então falava muito mais com Naty e Dan

— Fico tão feliz que vocês voltaram a se falar — Thalia disse meio sínica

— Verdade — Fui seca e Naty me olhou rápidamente, fuzilando-me com os olhos

— Desde o início das aulas você está assim comigo, não estou entendendo — Thalia reclamou

— Pois fique sem entender, é melhor — Nem eu estava me reconhecendo, mais Thalia havia caído em meu conceito, pois nós sempre fomos do mesmo grupo, porém quando eu e Naty paramos de nos falar, Thalia nem olhava na minha cara e mal me dava um oi direito — Vou ao banheiro — Falei deixando todos para trás e dobrando o corredor

Eu caminhava em direção ao banheiro passando por qualquer tipo de sala: Secretaria, diretoria, SOE e o caralho a quatro

Entrei no banheiro, logo dando de cara com Valquíria e as putas aprendizes que se encontravam lá, revirei os olhos

— Olha quem está aqui — Valquíria começou a dizer — Mardia... — Valquíria disse e riu e eu fiquei a olhando sem entender... — Entenderam gente? Mistura de Martina e vadia. Mardia — Ela riu e as outras a acompanharam só para não perder a amiga

— Você é engraçada, hein?! Depois me dê o endereço do circo que você trabalha — Falei e pisquei para ela, a empurrando a fim de pegar espaço para olhar-me no espelho, meu cabelo precisava de uma ajeitada de leve

— Mardia... — Valquíria soprou, enquanto eu tentava a ignorar o máximo fingindo concentração na arrumação de meu cabelo. Mas eu estava apenas tentando me controlar — Ué, vai ficar quieta, Tininha? Tá com medo? Finalmente se colocou no seu lugar e viu quem era melhor? — Ela disse rindo e começou a aplaudir — Assim que eu gosto de ver — Ela saiu do banheiro se achando vitoriosa, mas ela estava enganada, uma hora a gente iria se trombar novamente e pode ter certeza, ela não sairia ilesa dessa

Fiz o que eu tinha que fazer e sai do banheiro em direção ao local onde Naty estava, na verdade, eu não sabia onde ela estava, então eu apenas iria procurá-la. Eu entrava em qualquer corredor daquela droga de escola, só para ver se dava num local onde ela poderia estar

Nossa, Martina, como você é burra. Existe celular. Peguei meu celular do bolso de minha calça afim de mandar uma mensagem para Naty, eu caminhava concentrada no que eu estava fazendo, parei para poder me concentrar melhor, pois mandar mensagem andando não dava muito certo quando se era Martina Stoessel

— Ah, Joel... Não se faça de difícil, eu sei que você quer — Aquela voz não me era estranha, tirei os olhos de meu querido celular, encarando o que eu via em frente, apenas um pouco distante. Valquíria prensava Joel em um armário qualquer no final de um corredor vazio, essa hora, no caso, a hora do intervalo, todos costumavam ficar no pátio da escola ou nas quadras, então na parte interna nunca havia muitas pessoas

— Aqui não, gata. Mas nós podemos nos encontrar mais tarde — "O que? Não mesmo" Pensei comigo após Joel dizer aquilo, eu não iria deixar isso acontecer, não iria. Joel era meu. Nunca que eu iria deixá-lo se encontrar com essa cachorra

Valquíria o beijou

Essa puta de esquina estava merecendo uma lição bem dada

Interfiro ou não interfiro? Droga. Melhor não, ia dar muita confusão, por mais raiva que eu estivesse

Ah foda-se. Não quero essa vadia perto dele e vice-versa

Valquíria iria me pagar. Joel iria me pagar

— Mas que porra é essa aqui? — Fiz com que os dois me notassem, achei que eu ia meter um certo susto, mas Valquíria não deu um passo para longe de Joel — Sai de perto dele — Exigi

— E quem é você para falar isso? Desencana, Martina. Ele nunca vai te dar moral, ele nunca vai querer encostar os lábios dele nos seus ou até mesmo te comer. iludida — Ela disse e piscou. Mal sabia ela... Coitada

— É verdade isso que ela está falando, Joel? Eu nunca vou ter um beijo seu? — Me fiz de garotinha apaixonada o olhando — Quer contar a verdade para essa vadiazinha antes de sair para comer ela? Pode falar eu não me importo — Disse para ele que me olhava furioso

— Saía daqui, Martina. Sem showzinho — Joel disse tentando manter sua postura "não-gangster"

— Ou você fala a nossa verdade, ou eu falo a sua — O chantageei, confesso

— Martina... — Ele tentou manter-se paciente

— Já ouviu falar em uma gangue chamada Hell Angels? — Perguntei para Valquíria que me fuzilava com os olhos — Então...

—Martina... Você vai se arrepender depois... — Ele tentou me ameaçar

— Então, Valquíria, como eu estava te dizendo... Joel é...

— Eu e Martina temos um caso — Joel me interrompeu... Era isso que eu queria ouvir. Ri vitoriosa

— O que? — Valquíria perguntou incrédula

— Sabe esse corpinho? — Falei passando as mãos pelo peitoral de Joel coberto por sua camisa, ele travou o maxilar reprovando minha atitude — Então... Já peguei — A provoquei — Aliás, mais do que você, pode ter certeza — Falei me aproximando dela que me encarava mais furiosa ainda — E ainda sou preferência

— Deu, Martina... — Joel tentava me parar, se nós não estivéssemos na escola, ele já tinha me batido, mas ele tinha que manter as aparências — Você quer fo... Ferrar mesmo com minha vida, né — Ele xingou

— Na verdade, Pimentel... Não é com a sua — Falei olhando para Valquíria — É com a dela. Ou... Com a dos dois

Dei meia volta, deixando os dois lá e fui para o pátio, onde finalmente, encontrei Naty com Thalia e Dan

— Você demorou — Ela disse

— Depois te conto tudo — Falei ainda com raiva

— Depois do intervalo, disseram que é para a gente ir lá para o auditorio — Dan disse

— É, vai ter algum tipo de palestra ou coisa e tal — Naty completou

— Ah, só para as turmas de terceiro ano, por causa da formatura, parece que vai ser algum tipo de blá blá blá — Thalia deu finalidade e eu a ignorei

O intervalo acabou e nos dirigimos ao auditório, conforme tinham nos mandado, fomos os primeiros a chegar e nos sentamos, logo chegou um monte de estudantes rindo e falando alto, levei as mãos aos meus ouvidos, querendo que esses animais calassem a boca

Valquíria e suas putinhas foram as últimas à chegar sentando em uma cadeira bem na frente. Joel veio logo depois acompanhado de uns três professores e parou junto com eles de frente para todos em cima do pequeno palco que havia ali

— Silêncio, por favor — O Sr. Gregório pediu. Ninguém obedeceu

— Pessoal, cooperem — Foi a vez da professora de biológia falar. Ninguém obedeceu

— Ei, gente. É importante — O professor de história pediu. Ninguém obedeceu

— Hey, seus bandos de frangalhos, da para vocês calarem a porcaria da boca? — Joel gritou e todo mundo o olhou, logo ficando em silêncio. Os professores os olhavam incrédulos — Foi o jeito — Ele deu de ombros

— Então, trouxemos vocês aqui, para falar da formatura que já está batendo na porta — A professora de biologia deu uma risadinha — Temos alguns planos para vocês — Ela disse, Joel estava parado sem prestar atenção em nada

Ouviu-se uma batida na porta. A diretora

— Oi, desculpa atrapalhar — Ela disse — Mas os três professores podem vir aqui, rapidinho? — Ela pediu e logo os professores saíram do auditório pedindo para que Joel ficasse de olho

Vi Valquíria levantar, indo em direção ao palco, subindo e pegando um microfone que ali tinha. Todos olharam sem entender. Ela testou o aparelho e logo começou a falar

— Oi, pessoal... — Ela dizia com sua voz de taquara rachada — Eu queria falar algumas coisas sobre minha vida escolar nessa maravilhosa escola... — Ela riu, e todos a olhavam como se fosse sem noção — Vou começar falando de... ninguém mais, ninguém menos... Do que Martina Stoessel... — Ela me deu um olhar de ódio. Naty me olhou completamente sem entender, aliás, todos me olharam sem entender, se fosse possível até eu teria me olhado sem entender — Bom... Vocês a conhecem muito bem, quero dizer, uns sim, outros não, até porque ela é irrelevante — Valquíria sorriu para mim e eu so estava afim de ver onde iria seu showzinho — Quero contar um pouco da história dessa incrível pessoa que me serviu como inspiração desde a primeira série— Sentia pura irônia na voz de Valquíria — Kyle, coloque o pen drive — Ela disse para um garoto e ele assentiu. Joel observava tudo com uma expressão de curiosidade, também queria ver o que Valquíria faria...