Ainda na esperança de que tudo fosse apenas um pesadelo, abri os olhos e tive que encarar a realidade: Estava indo para a casa do meu primo Gostoso, que agora babava em meu braço. Confesso que ao ver a cena fiz um “Awwwn”, ele parecia um bebê dormindo. Justin aspirou forte e em seguida abriu os braços e com as mãos em punho passou uma delas em meu rosto, apertando meu nariz e minha boca.
- Com licença – sua mão ainda estava no meu rosto – Dá pra tirar a mão da minha boca? – ele se virou para mim.
- Desculpe-me! – tirou a mão rapidamente e sentou-se na poltrona a qual estava deitado. – Dormiu bem? – olha ai a tentativa de ser legal de novo.
- Até que sim, e você? – passou as mãos no cabelo e sem querer mordi meu lábio inferior.
- Faço das suas minhas palavras.
Uma voz calma e branda que começou: “Atenção senhores passageiros, em poucos minutos iniciaremos o pouso no Aeroporto Internacional de Los Angeles. Solicitamos que travem os cintos de segurança. A partir desse momento é proibida a utilização de qualquer aparelho eletrônico. Bom pouso e sejam Bem vindos á Los Angeles”.
Enfim, depois de quase 6 horas de vôo chegamos. Fizemos o check out, pegamos nossas malas e na porta do aeroporto uma limusine nos esperava.
- Hm espero que goste da sua nova casa, das pessoas, da escola... Enfim de tudo ou pelo menos da maioria.
- Quanto a isso não precisa se preocupar – sorri – Me adapto fácil – dei de ombros.
- Isso é bom! Então, amanhã começam suas aulas – disse olhando a janela.
- Oh castigo! – me debrucei em seu colo e fiquei olhando para a janela com ele.
- Não é tão ruim, afinal você não vai querer ficar o dia todo em casa fazendo nada.
- Até que seria legal, mas você está certo. Mas alem de ficar em casa fazendo nada, tipo, poderiam rolar algumas festinhas – sai de seu colo e só agora percebi que ele não teve reação alguma quando me debrucei sobre ele.
- Festas menos ainda, claro que não vou te impedir de ir nelas – aleluia! – Mas festas em casa só se forem algo pequeno, nada extravagante – chato.
- Calma, não sou louca a esse ponto – sou sim – Pensa o que? Que quando chegar em casa vai encontrar uma super festa com pessoas bebendo, quebrando tudo e fazendo sexo em todos os lugares? – ia ser SUPER!
- Claro que não. Sexo em todos os lugares? Que tipo de festa você tem em mente? Uma orgia? – perguntou perplexo.
- Mais ou menos, já fui a uma festa assim, mas tipo não é como as pessoas saem falando... Tipo só aumentam o ponto pra aumentar a curiosidade – ri de canto.
- Que tipo de louco te levou pra uma festa dessas?
- Meu ex ficante, Matheus. Ele disse que seria o aniversário da prima dele e quando eu cheguei lá realmente era o aniversário dela, mas desse jeito. Fiquei constrangida, mas depois nem liguei, estava dançando demais. E você, já foi numa festa assim?
- Ah quando tinha a sua idade, mas faz uns cinco anos que não vou a uma festa assim. Chega o dia em que a responsabilidade fala mais alto. Mas você... – ele estava envergonhado, pelo amor de Deus... Justin com vergonha alheia.
- O que? Se eu transei com alguém? Sim, com vinte!
- VINTE? – arregalou os olhos.
- Claro que não – gargalhei e ele me olhou sério – É só brincadeira.
- Brincadeiras pesadas demais pra sua idade.
- Qual é? Até parece que na minha idade você ainda era virgem.
- Desde quando você não é virgem?
- Desde os 16, mas todos não valeram nada, é como se eu ainda fosse virgem – ele pigarreou – É melhor a gente mudar o rumo dessa conversa.
- Eu também acho melhor. Olha ali, já chegamos.
- Obrigado Deus!
A limusine parou diante de uma mansão gigantesca, olhei pasma para aquela imensidão, provavelmente toda em mármore.
- Você mora aqui sozinho?
- Sim, como não tenho tempo pra sair, fiz daqui meu mundo.
- Woow! É Linda, mas não tanto como você – murmurei.
- Obrigado – ele não escutou.
A cada detalhe que aquela casa tinha, eu ficava mais e mais impressionada. Justin mostrou todos os cômodos menos o seu quarto, que ficava ao lado do que eu ficaria, mas provavelmente vou me perder em meio às dezenas de portas que havia naquele corredor.
- Acabou por aqui, a área de fora depois você conhece. Agora vou ter que tomar um banho e ir pra empresa.
- Trabalhar? Agora?
- É o que eu faço de melhor – DUVIDO!
- Ok vai lá.
Justin entrou em seu quarto, logo em seguida entrei no meu. Amei completamente! Super Perfeito: Gigante, janelas de vidro, cortinas brancas e azul bebê, um closet imenso, banheiro ou quase um SPA, minha nova cama não ficava atrás... A coisa mais macia do mundo, computador e TV de plasma, além da sacada que tinha uma perfeita visão do jardim. O quarto em si era branco, a decoração que variava em todas as cores.
Depois de um tempo lembrei do meu celular. Peguei ligando ele rapidamente e vi que Olivia havia me enchido de mensagens. Ah Olivia é minha amiga, essa cadela foi pra um acampamento e me abandonou. Brincadeira. Liguei pra ela.
- Oi Liv! Tudo bem cadela?
- Como tudo bem? Você vai embora e nem me avisa!
- Você estava no acampamento e não tinha como te avisar.
- E a propósito, foi mamãe que mandou me avisarem no acampamento o que aconteceu. Sinto muito, queria te abraçar, bitch! Talvez no fim de semana eu passe por ai, se seu primo deixar, é claro.
- Eu também sinto, eles eram tudo pra mim e agora o que eu tenho é tio Fred, a Vanessa e o Justin. Agora é como se tivesse um vazio dentro de mim – uma lagrima escorreu.
- Nas vai ficar tudo bem. Eles estão num lugar melhor e estarão te protegendo sempre.
- Com certeza. Ah, eu vou adorar você aqui – forcei um sorriso, mesmo ela não me vendo – Vou falar com o chato primo Justin pra ele deixar você passar o fim de semana comigo.
- Ok então. Hey mamãe chamando... Depois a gente se fala. Beijos e muita força.
- Obrigado minha bebê! Beijos.
Desligamos e resolvi sair do quarto, talvez dar uma volta pelo jardim, afinal não tinha nada ali para fazer.
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