História Você será minha inspiração. - Minha nova vida.

Apresentações são meio chatas, já repararam? É sempre a mesma coisa,exemplo, oi meu nome é...
Mas já que a primeira impressão é sempre a que fica, vou começar a minha.
   Meu nome é Margot Bragança Walhala, tenho 16 anos, e tenho grande paixão pela a arte. Desde pequena, preferia lápis, tintas e papéis do que qualquer outro brinquedo. Me apresentava em pequenas peças da escola, e aos 13 comecei a dançar street dance, embora eu tenha parado logo em seguida, me ajudou com uma fase depressiva e também abriu portas para me apresentar em pequenos teatros da cidade.            
      Me apaixonei pela a sensação de subir no palco, dar tudo de mim, me expressar através da arte e ser aplaudida no final. A partir desse dia, decidi que queria isso para toda minha vida. Ainda não sei exatamente o que farei da vida. Por isso eu mudei da minha cidade natal, Petrópolis, uma pequena cidade serrana localizada no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Estou indo para os Estados Unidos, Nova york, vou viver com meu pai,é difícil deixar minha mãe e meu padrasto no Brasil, mas acho que irei me encontrar por lá.
       Falando um pouco da minha família, meu pai é Canadense e minha mãe Brasileira. Eles se separam quando eu tinha quatro anos, hoje minha mãe se casou novamente, e meu pai se separou pela a segunda vez há um ano. Tenho duas irmãs, as duas moram no Brasil, no entanto, em cidades diferentes.
         Acho que já falei bastante sobre mim, vamos para o presente.
       O avião para Nova York estava decolando, agora eu teria uma vida nova, novos amigos, me aproximaria do meu pai. Eu estava bem nervosa, não sabia o que esperar dessa nova vida, mas quando a vida é incerta, ela fica mais divertida. Espero ter feito a coisa certa, foi uma tremenda burocracia ir para outro país, trocar de escola e passar minha guarda para o nome do meu pai.
        Passei a viagem toda escutando músicas e imaginando como seria minha nova vida, evitei escutar músicas tristes, pois acabei de terminar um namoro de dois anos. Está sendo bem difícil para mim, ele me traiu com uma menina que eu já chamei de amiga. Ele alegou ter cansado de sua rotina, como posso ter amado alguém tão idiota?! Mas não quero falar disso agora...
          Estou preocupada com meu inglês, eu aprendi desde cedo, mesmo quando meu pai saiu de casa, continuei praticando, eu sou fluente, mas as vezes travo um pouquinho, de qualquer forma, eu melhoro com o tempo. Depois de um bom tempo escutando Stone Sour, uma das minhas bandas favoritas, caí no sono. Acordei com o aviso da aeromoça que estavamos aterrizando. Não demorou muito, em alguns minutos eu estava no aeroporto internacional John F. Kennedy. No fuso-horário americano, eram 20:25, e chovia um pouco. Fiquei vagando por uns cinco minutos até encontrar meu pai.
        -Minha Wee, como cresceu desde as ultimas férias que te vi! Estava morrendo de saudades. Ele dizia enquanto me abraçava fervorosamente.
        -Também senti sua falta papai, mas não precisa me chamar de Wee, já tenho 16 anos e... Quem é ela? Com ele, estava uma mulher loira, elegante, vestia um vestido colorido com um decote discreto e usava uma bolsa preta.
         -Esta é minha namorada, Jude. Ela se aproximou e estendeu a mão a mim, me cumprimentando.
         -Prazer, Jude, seu pai me disse que era bonita, mas não imaginei que era tanto! Ela me parecia bem simpática.
         -Oi... Estava meio tímida, embora seja bem raro isso acontecer.
         -Vamos para casa meninas, eu fiz uma pizza, e deixei no forno. De quatro queijos como você gosta Wee.
        -Obrigada por se preocupar, pai.
     Entramos no carro, e fomos em direção a minha nova casa. Eu olhava atentamente pela a janela, é tudo tão diferente da minha pequena cidade natal, arranha-céus, luzes noturnas, empresas, lojas, restaurantes, é tudo tão incrível! A casa do meu pai fica em Manhattan, quer dizer, minha casa... Espero me adaptar rápido, esse frio na barriga só piora minha situação.
    Chegamos na rua onde vou morar a partir de agora, as casas são um pouco mais simples que as casas das ruas principais, meu pai parou o carro. Pude avistar uma casa amarela quase palha, com uma varanda cheia de plantas e uma rede. Lembro quando ele comprou essa rede, foi na viagem que fizemos às praias do nordeste brasileiro, nas férias retrasadas. 

    Jude me ajudou com as malas, enquanto meu pai deixava o carro na garagem. Abrimos a porta, e logo vi uma cartolina enfeitada com adesivos escrito "Bem-vinda minha pequenina". Eu olhava aquilo dando uma risadinha, visualizei meu pai sentado no chão fazendo colagens e jogando glitter sobre as letras na cartolina.
    -Por que não vai ver seu quarto, Margot? Fica no segundo andar, deixe suas malas lá, tome um banho. Eu e Jude vamos arrumar a mesa.
    -Tudo bem pai. Subi as escadas, e na primeira porta do corredor tinha outro cartaz, dessa vez escrito "Para Margot".              Entrei, o quarto era amplo, uma das paredes era totalmente negra, as outras eram de um violeta bem claro. Com uma enorme janela e cortinas que iam até o chão, na frente da janela, uma escrivaninha branca com detalhes metálicos. A cama ficava do outro lado, com um criado mudo, sobre ele, uma luminária moderna. Uma TV de led na parede, e um radio com caixas de som num hack abaixo. Tinha também um armário, próximo a porta que levava para o banheiro. Era realmente incrível, de manhã eu arrumaria minha coisas, com alguns posters de bandas e outras coisinhas ficaria  perfeito!
     Me sentei na cama, e me deparei com uma caixa embrulhada com papel de presente. Meu pai chegou e se apoiou na porta.
    -Abra filha, é um presente para você. Ele me olhava como no meu aniversário de três anos, quando ele me comprou um kit de tintas guache e lápis de cera.
   Abri, e era um notebook. Ele se preocupou em comprar um novo para mim, já que o meu quebrou há pouco tempo.
   -Muito obrigada pai! Levantei e dei um abraço agradecida.
  -Agora tome um banho, minha Wee. Ele desceu as escadas me deixando sozinha no quarto.
    Praticamente me joguei debaixo do chuveiro, lavei meus cabelos para tirar aquele cheiro de avião. Logo após fiz minha higiene, vesti uma calça de moletom e uma camisa do Aerosmith. Deixei minhas madeixas negras soltas e ainda úmidas. Desci para a sala de jantar, me sentei a mesa com meu pai e Jude. Comemos, rimos e conversamos. Jude me parece uma boa pessoa, nos damos muito bem. Ela disse que tem uma filha também, mas mesmo ainda nova, ela estava em uma viagem atrás do sonho de ser cantora.
     Depois me retirei, dei boa noite, escovei meus dentes e liguei para minha mãe contando como foi a viagem. Por fim, me joguei na cama e escrevi sobre meu dia em meu diário. Olhei no relógio e já eram 01:12 da manhã, eu tenho que me acostumar com o fuso horário, já que já fui matriculada numa escola próxima minha casa. Escola essa que possuí um nome bem peculiar, Sweet Amoris, se eu não me engano. Em menos de dois minutos caí em um sono profundo.