POV'S (S/N)
Desci as escadas pulando os degraus, encontrando Thomas atrás do balcão fazendo alguma coisa no computador, ele estava tão concentrado que levou um susto quando apareci na sua frente com a respiração descompensada.
— (S/N) o que houve? - ele saiu de trás do balcão e pegou um copo de água para mim.
— Thomas eu não quero isso, quero que você ligue para a polícia agora.
— O que? Por que?
— Por que o Harry está lá em cima com o Jungkook, ele é perigoso ele me deixou presa nessa semana e fez coisas horríveis comigo, eu não sei o que pode acontecer com os dois sozinhos lá, por isso preciso que ligue para a polícia.
— Certo, certo, vou ligar agora - ele voltou para trás do balcão e pegou o telefone não tardando em discar o número da polícia, quando desligou disse que não demoraria muito tempo para eles chegarem.
Thomas não deixou eu subir novamente dizendo que era arriscado, isso só deixou meu nervosismo piorar, a demora da polícia não estava ajudando.
Ouvi sons de sirena pouco tempo depois, duas viaturas estavam em frente ao prédio e cinco polícias entraram.
— É aqui que fizeram uma denúncia? - um deles perguntou.
— Sim, vamos rápido - eu ia subir mas Thomas me impediu de novo.
— Não (S/N), deixa os policias fazerem o serviço deles - neguei várias vezes com a cabeça.
— Ele está certo senhorita, é perigoso de você subir também - outro policial falou comigo - escutem vocês dois ficam enquanto nós três subimos - disse aos outros policiais - onde fica seu apartamento?
— No oitavo andar, 207.
Eles subiram pelas escadas pegando suas armas que estava na cintura, eu queria tanto ir com eles mas Thomas ainda segurava minha mão.
— Desculpa - falei para ele que não entendeu, até que eu chutei no meio das suas pernas fazendo ele me soltar e eu correr o mais rápido que consegui as escadas.
Estava com um pressentimento ruim, meu coração só faltava sair pela boca, cheguei no andar e eles estavam arrombando a porta parei em frente a porta e a cena que eu vi me matou por dentro.
— NÃÃÃÃÃO - gritei e tentei entrar no apartamento mas um dos policiais me segurou e ouvi um tiro.
Os outros dois entraram no apartamento e imobilizaram Harry que estava com o ombro sangrando, os dois policiais que estavam lá embaixo apareceram do nada e foram socorrer Jungkook, alguns moradores que ouviram o barulho também apareceram para saber o que estava acontecendo.
O policial me tirou da frente da porta e me sentou no chão, uma de minhas vizinhas ofereceu um copo de água mas eu não conseguia engolir nada, só o que fazia era chorar.
Harry saiu do apartamento algemado, resmungava alguma coisa por causa da dor em seu ombro, até que me viu chorando e abriu um sorrisinho cínico.
— SEU DESGRAÇADO, ESPERO QUE VOCÊ MORRA DA PIOR FORMA POSSÍVEL E QUEIME NO INFERNO - tentava avançar nele mas o policial não deixava - EU TE ODEIO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS.
— (S/N) não fala isso, eu sei que você me ama assim como eu te amo.
— Seu psicopata, isso não é amor, eu nunca te amei de verdade, você sabe disso por isso tem inveja do Jungkook e fez essas coisas horríveis comigo, ele sim é o homem que eu amo - ele tentou avançar em mim, mas os policiais o impediram e estavam levando ele embora enquanto ele falava.
— Espero que ele morra e você sofra muito com isso - aquilo me machucou ainda mais e voltei a chorar.
Poucos minutos depois médicos subiram com uma maca e entraram no apartamento, novamente tentei entrar mas o policial me segurou, eles saíram de lá acompanhados dos outros policiais, as mãos deles estavam cheias de sangue, Jungkook estava deitado com os olhos fechados e uma grande mancha de sangue em seu peito, aquilo acabou ainda mais comigo.
Eles desceram a escada com cuidado, estava os seguindo e iria entrar na ambulância mas alguém segurou o meu braço.
— Me desculpe senhorita - era um policial - mas você precisa ir na delegacia responder algumas perguntas do delegado agora.
— Não, eu quero ir no hospital agora, eu preciso entrar nessa ambulância.
— Sinto muito, mas você tem que ir.
Acabo indo com os policiais na viatura, Harry já tinha ido e me disseram que ele deve estar com o delegado, respondendo suas perguntas agora.
Assim que chegamos fui encaminhada para uma sala onde estava o delgado e mais um homem com o computador na frente, sento na cadeira em frente à mesa e o delegado logo começa a perguntar.
— Então senhorita (S/N), me chamo Jackson e quero que me conte tudo o que aconteceu hoje no seu apartamento - o homem que estava junto conosco começou a digitar tudo o que eu e Jackson falava.
— Não tenho muita coisa a contar, apenas que eu recebi a visita de Jungkook no meu apartamento e depois de um tempo Harry chegou também e eles começaram a brigar e resultou nessa tragédia.
— Por que eles brigaram?
— Porque Harry tentou me violar.
— Mas como ele a violaria se estava com Jungkook em seu apartamento? Ele não teria a coragem de fazer isso na frente da visita, teria?
— Na verdade quando Harry estava subindo eu pedi para Jungkook se esconder no armário, quando Harry chegou ele me empurrou para o quarto, onde o Jungkook estava escondido e tentou me violar, então ele tentou me proteger brigando com o Harry.
— Por que você escondeu o Jungkook?
— Porque Harry tem ciúmes dele.
— Por que teria ciúmes?
— Porque eu já fui casada com ele - já estava ficando irritada com tantos porquês.
— Interessante, me disseram que ele manteve você presa, verdade?
— Sim, nesse tempo ele me violava todos os dias, me fez perder o filho que eu estava esperando, chegava em casa bêbado e me batia.
— Quando ele começou a te violar?
— Sábado passado.
— Algum motivo para ter feito isso nesse dia?
— Eu tinha saído quando ele me falou que não era, quando cheguei em casa ele me bateu e disse que era minha lição por ter o desobedecido.
— Você foi em que lugar e com quem?
— Eu sai com o Jungkook e fomos ao cinema.
— O seu ex marido? - apenas assenti com a cabeça - e deixa eu adivinhar, você traiu ele com o seu ex marido, Harry descobriu e te puniu.
— O que? - fiquei chocada com acaba de dizer - eu não trai o Harry, eu apenas sai com Jungkook pois queríamos começar uma amizade.
— Ah claro, essa é boa, ouviu essa Mark? - perguntou ao homem ao nosso lado, que tirou sua atenção da tela do computador para nos olhar - ela saiu com o ex marido para ter uma "noite de amigos" com nenhum tipo de envolvimento - os dois riram da minha cara.
— Por que estão rindo? - perguntei séria e eles aos poucos foram parando de rir.
— (S/N) entenda, essa "amizade" de vocês nunca seria bem vista aos olhos de Harry e de nenhuma pessoa que conhecesse sua história, o que ele fez foi errado, eu sei, mas como eu também tenho uma namorada ficaria muito bravo capaz de bater no ex dela se tentasse fazer uma "amizade" com ela.
— O que você está insinuando com isso?
— Eu nada apenas estou supondo que, se você não o traiu como diz, num futuro bem próximo trairia.
— O senhor só porque tem esse emprego se acha livre de insultar as pessoas assim?
— Não foi minha intenção te ofender só estou dando minha opinião, que você o trairia cedo ou tarde.
— Já terminou o interrogatório?
— Ainda não? - bufei me encostando na cadeira, isso iria me irritar muito.
(...)
Assim que terminou fui direto para o hospital, a todo momento pensava em como o Jungkook estava.
— Por favor, eu preciso de notícias sobre Jeon Jungkook - perguntei a recepcionista assim que cheguei.
— Ele chegou aqui em estado grave e está na sala de cirurgia nesse momento, sinto em informar mas a cirurgia é delicada e demorará muito tempo.
— Estimasse de quanto?
— Algumas horas.
Agradeci e fui me sentar em uma das cadeiras da sala de espera, fiquei com minha cabeça no meio dos joelhos e me permiti chorar mais ainda, ele estava naquele estado por minha culpa, nada disso teria acontecido se eu não tivesse acreditado que encontrar um novo homem seria a melhor opção. Eu não sei o que teria acontecido com a gente se eu não tivesse ido naquela maldita boate, mas tenho certeza que eu não estaria aqui agora com o meu coração doendo de tanta ansiedade para receber qualquer que seja a notícia do Jungkook.
(...)
— Parentes de Jeon Jungkook? - me despertei na hora que ouvi o nome dele, já estava a horas sentada naquela cadeira sem conseguir pregar os olhos.
— Eu!
— Você é o que dele?
— Sou...a melhor amiga.
— Certo, ele chegou aqui em estado grave, a faca perfurou o pulmão e por sorte não chegou ao coração, fizemos tudo o que podíamos e na cirurgia deu tudo certo, ele respira por aparelhos por isso corre alguns riscos, mas se acontecer como nossas expectativas prevê tudo ocorrerá bem em alguns dias - eu estava feliz e ao mesmo tempo triste, saber que ele está vivo e corre risco não foi tão fácil de engolir.
— Eu posso o ver?
— Mas ele está desacordado agora.
— Não tem problema eu só preciso ver ele, por favor.
— Ok, me siga.
Ele entrou em um extenso corredor e entrou na sexta porta a direita, assim que entrei meus olhos se encheram de lágrimas.
Ver ele naquele estado foi como um tapa na cara, mais forte e dolorido que os do Harry, ele estava ligado a vários fios, tinha agulhas nos dois braços e a máquina ao lado dizia que estava marcando seus batimentos fracos.
Puxei uma poltrona para perto da maca e segurei em sua mão, estava gelada, eu vi embaixo da sua roupa de hospital os pontos, totalizando em 10, chorei apertando sua mão, respirei fundo tentando me acalmar e olhei para ele.
Apesar dele estar nessa situação, parece um anjo, levantei e deixei um beijo em sua testa, encostando a minha na sua logo em seguida.
— Volte para mim, meu amor.
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