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História Volatile - Um evento


Escrita por: makkachin

Capítulo 7 - Um evento


Quando chegou o dia do ensaio fotográfico, que seria antes do jantar de apresentação do time Uraraka, Bakugo já tinha seu terno certo em casa. Ultimamente ele tinha ficado quase que inteiramente treinando com Kirishima, ou passado algum momento com a mãe, mas não fez nada demais. Depois de sua decepção com Deku ele não queria mais ter que se envolver com alguém ou pensar naquilo, por isso preferia deixar de lado aquilo que não tinha como resolver agora e se dedicar ao que realmente importava.

A confirmação do horário do ensaio chegou de manhã, e ele não tinha treinamento naquele dia, porque ia ser longo de qualquer jeito. Por isso Bakugo se permitiu dormir até mais tarde, depois organizou seu pequeno apartamento, almoçou, antes de ficar um tempo na janela olhando para fora. Quando chegou a hora de se arrumar, Bakugo tomou seu banho e depois pegou o terno antes de sair de casa.

Eles iriam fazer o ensaio no centro de treinamento mesmo, e ele se dirigiu para lá. Assim que chegou, viu que havia uma mesa de maquiagem organizada, com uma moça pronta para trabalhar com ele, além de Mina, que aparentemente ia fazer as fotos para eles. Kirishima já estava sentado com alguém jogando pó na cara dele, e Bakugo foi convidado a chegar mais perto antes de ser a sua vez.

O Senhor Aizawa e Yagi estavam ali também, ambos de terno. Parece que todos iriam para o jantar naquela noite.

“Pronto para ser mostrado ao público?” Yagi perguntou, colocando uma mão no ombro de Bakugo.

“Tem alguma coisa em especial que eu vou ter que fazer?” Ele pediu.

Yagi deu de ombros. “Os acionistas nem vão ligar muito para o que vocês vão fazer, e até onde eu sei não tem que dar discurso algum. É mais um evento para mostrar a riqueza do Senhor Uraraka, e mostrar que ele tem como continuar dando lucro a eles. Só isso.”

Bakugo assentiu. Mesmo que por vezes parecesse que aquilo era um projeto da vaidade da Uraraka Enterprises, o que ele mais queria era poder se sustentar com sua luta, ganhar dinheiro com o que curtia fazer.

Assim que Kirishima terminou de passar pela maquiagem, foi a vez de Bakugo. A moça fez um trabalho rápido com ele, e deixou seu rosto pronto para as fotos. Mina já estava conversando com Kirishima, que queria se mostrar para ela com seu terno, enquanto Bakugo ria por dentro. 

Deku não estava ali naquele momento, mas com certeza estaria presente naquela noite. 

Os dois não tinham se falado ultimamente. Não que normalmente o fariam, mas depois da distância que Bakugo colocou entre eles, as coisas esfriaram. Talvez ali seria a oportunidade de Bakugo ver a relação de Deku com a garota que estava ao seu lado, apenas para garantir para sua cabeça e seu coração que na verdade ele não tinha chances. Mas que chances Bakugo queria mesmo? Não estava pronto para juras de amor ou coisa assim, só queria ter alguém ao seu lado.

Mas olhando o Instagram e vendo outras pessoas felizes, como Shoto e sua nova namorada, e agora Deku com a filha do Senhor Uraraka, Bakugo se sentia um pouco sozinho. Infelizmente, ou felizmente, a vida é daquele jeito.

Quando chegou a vez de Bakugo ir para a frente da câmera, Mina sorriu para ele também, oferecendo as boas vindas ao seu pequeno estúdio montado ali. 

“Pronto para se apresentar à sociedade de Tóquio?” Ela pediu, já tirando umas fotos enquanto ele se arrumava na cadeira alta.

“Na medida do possível, eu acho?” Ele respondeu, um pouco indeciso.

“Pode sentar o mais alto e ereto que puder,” disse Mina. “E olha para o seu lado direito,” dirigiu. E então voltou a conversar enquanto tirava fotos. “Vocês estão atraindo o olhar de muita gente, porque eu ouvi falar que os Todorokis estão se envolvendo na luta também, com o filho mais velho voltando para casa a fim de disputar a liga esse ano também.”

E aquele comentário surpreendeu Bakugo, que não tinha ouvido falar muito da família de Shoto, mas ele sabia muito bem quem era quem.

“Sério?” Ele pediu, seguindo mais uns gestos de Mina para tirar fotos.

“Eu estou envolvida nesse meio agora que fui contratada aqui, por isso pesquisei mais sobre. E vi que os Todorokis já estão há um tempo tentando limpar um pouco o nome dos filhos, especialmente do mais velho. Para colocar a família no lugar antes de tentar uma eleição maior, ou uma indicação de cargo melhor. Sabe como é a política…”

Bakugo assentiu, mesmo não sabendo tanto assim. Naquele momento ele ficou pensando se talvez o fim do relacionamento dele com Shoto tinha a ver com isso. Não que os dois estivessem querendo ficar juntos para sempre, era bom enquanto tinha durado, mas se Shoto foi obrigado a limpar seu nome, e talvez decidir alguma coisa para sua vida, fazia sentido que quisessem que ele fizesse decisões em sua vida. E Bakugo não era uma delas, claro.

“E você vai levar alguém essa noite?” Mina perguntou, curiosa. Eles tinham sido autorizados a levar alguém para o jantar, e Bakugo havia pedido à sua mãe se ela queria participar, mas ela disse que não queria. A realidade é que a mãe dele não gostava muito de vir pro centro da cidade, e Bakugo não iria obrigar ela a isso. Ele não tinha problemas em ir sozinho também.

“Não, não. Vou só com a minha presença.”

Mina sorriu para ele. “Kirishima me convidou, mas eu já vou ir mesmo, e vou fotografar a noite também, por isso não faz sentido eu sair com alguém.”

E ao dizer isso, ela olhou para o colega de Bakugo, que fez uma careta.

“Sem sorte no amor por hoje,” comentou Bakugo, e Kirishima rolou os olhos, enquanto Mina riu. Não que Bakugo tivesse muita sorte também.

Quando finalizaram ali nas fotos, todos se colocaram em carros e foram para o local onde o jantar iria acontecer. Era o final da tarde, e o evento não iria tardar muito a começar. O lugar onde tinham escolhido para a noite era uma sala bem luxuosa em um dos prédios de Shibuya, nem tão longe dali. Muito dinheiro foi despendido para colocar mesas e flores enfileiradas. Umas duzentas pessoas iriam passar a noite ali.

Bakugo e Kirishima estariam na entrada para receber a todos e fazer seus cumprimentos enquanto os convidados chegavam. Era um bando de velhotes e mulheres pagas para passar a noite com eles, ou casais que certamente escondiam as verdades atrás de sorrisos falsos. Bakugo nem se sentia muito diferente do normal ali, mas Kirishima parecia estar comendo cada migalha de atenção com bastante fome. Ele gostava disso.

Durante toda a recepção, Mina estava tirando fotos deles e dos convidados, enquanto os serventes já tinham champanhe em taças e apontavam os lugares de cada um ali no salão. Um telão com propagandas da Uraraka Enterprises iluminava o fundo. 

Muitas pessoas tinham entrado quando o Senhor Uraraka finalmente chegou, ao lado da mulher. Ao contrário do que Bakugo tinha visto em muitos casais, eles dois pareciam mais felizes juntos. Porém aquela sua percepção feliz terminou quando ele viu Deku e a filha do Senhor Uraraka entrando lado a lado. Ela tinha um braço enrolado no de Deku, e os dois pareciam bem entrosados na conversa. 

Assim que o olhar de Deku e Bakugo se cruzou, parecia que o mundo parou por um momento, mas então a voz da garota soou pelo ar.

“Fico feliz que meu pai tenha achado dois lutadores para defender o nosso nome,” ela disse com um sorriso. Super educada. “É uma honra ter vocês aqui representando nossa família.”

Se Bakugo esperava uma menina chata, para justificar o seu desgosto por ela, não foi isso que ganhou. Pelo contrário, ela parecia querida e respeitosa, que era mais do que ele esperava de Deku no momento, que sequer olhou muito para ele, mas cumprimentou tanto Bakugo como Kirishima.

Eles logo se foram para dentro do salão, e o Senhor Uraraka puxou a frente, depois de dar tapas nas costas de seus dois lutadores. O Senhor Aizawa e Yagi também estavam por ali, e assim que os últimos convidados chegaram, todos foram se sentar. 

A noite começou com um vídeo do trabalho da Uraraka Enterprises, e depois um breve discurso do Senhor Uraraka, chefe de tudo. Ele deu as boas vindas a todos, falou um pouco da empresa, mas logo partiu para o assunto mais importante.

“Estamos aqui todos reunidos para o lançamento do Time Uraraka,” ele falou, e assim que disse, a logo do time apareceu no telão atrás dele. Era o mesmo que Bakugo tinha visto nos uniformes que eles receberam, que seria o manto que iriam carregar nas lutas. “Esse é um projeto especial para mim, que sempre gostou de luta, mas nunca tive o talento para poder fazer isso de verdade com meus punhos,” e ele fez um gesto de lutador pronto para socar alguém, o que incentivou o público no salão a rir com ele. “Mas agora tenho um time de pessoas comigo que vão fazer esse sonho se tornar uma realidade, e vamos expandir os nossos horizontes aqui com esses lutadores.” E ele apontou para Bakugo e Kirishima, que se levantaram onde estavam na mesa, e fizeram pequenas reverências.

“Ambos lutadores vão levar o nosso nome aqui dentro do Japão, e quem sabe no mundo todo no futuro. Vamos nos mostrar fortes e resilientes, dentro e fora dos ringues, e com nossa empresa também. Boa sorte a todos!” Ele comemorou, e logo trouxeram mais champanhe para as mesas, e a comida chegou para todos. 

A mesa de Bakugo e Kirishima tinha os treinadores e mais alguns auxiliares que iriam fazer parte do time, e essa mesa era bem próxima de onde o Senhor Uraraka e sua família, e Deku, estavam sentados. Não tinha como não ficar olhando para ele a moça durante a noite, porque o olhar de Bakugo sempre ia para os dois, mesmo quando não queria.

“Eu acho que você tinha que disfarçar um pouco,” disse Kirishima para ele a certo ponto da noite.

“Disfarçar o que?” ele pediu, olhando para Kirishima rapidamente e tentando fingir que não tinha sido pego.

Seu colega de luta riu. “Você não para de olhar pra filha do chefe.”

Na verdade, não era bem a filha, mas Bakugo não quis corrigir seu colega.

“Não que você não tenha arrastado uma asinha para Mina, ou coisa assim,” jogou Bakugo de volta. E os dois riram.

A verdade é que Bakugo sabia mais do que ninguém que ele tinha que colocar a cabeça no treino e na luta. Mas o canto do olho dele voltava para Deku sem ele poder controlar.

O jantar foi bom, pelo menos. E Bakugo se permitiu beber um pouco, mas nada demais. Depois de um tempo ele saiu para dar uma volta em uma das sacadas do lugar, que era no último andar do prédio. Bakugo tomou um ar lá fora, onde as pessoas estavam fumando, mas ele não se importava muito com o cheiro. Ao voltar para o salão, ele tomou um desvio para ir até o banheiro, onde fez suas necessidades e foi lavar as mãos, quando finalmente viu Deku atrás dele, o olhando pelo espelho.

Quando os dois se encararam, aquele silêncio no ar parecia tenso. Nenhum se moveu por um tempo. Quando Bakugo se virou para Deku, o homem deu um passo à frente, em direção a Bakugo.

“Eu queria pedir desculpas se aconteceu alguma coisa,” Deku disse.

Bakugo sacudiu a cabeça. “Não aconteceu nada. Mas vocês dois formam um casal bonito.”

“Nós dois…” Deku começou a responder, mas Bakugo sacudiu a cabeça e levantou uma mão para o deter.

“Eu não quero saber. Você faz aquilo que bem entende,” Bakugo falou, depois se virou para sair.

Deku agarrou a mão dele, e o segurou, mas Bakugo sacudiu o braço, lançou um olhar ácido para Deku, e saiu pela porta, sentindo como se alguma coisa o segurasse para trás, mas ele queria deixar isso de lado. Não valia a pena se interessar por alguém que estava envolvido com outra pessoa.



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