1. Spirit Fanfics >
  2. Voltron Academy >
  3. The First Weekend

História Voltron Academy - The First Weekend


Escrita por: 52Robin e JMish

Notas do Autor


Olá Pessoal! Estamos de volta, com o terceiro capítulo da fic. Demorou um pouco, culpa das divergências criativas, mas estamos a plenos vapores agora. Esperamos que vocês gostem da história, e, se possível, curtam e comentem para sabermos se estamos no caminho certo. Toda opinião é válida e não iremos ignorar nada.

Obs: Pedimos que levem em conta a imagem do capítulo na parte respectiva ao ponto de vista da Acxa, mostrando a confidencia e a amizade que ela e Lotor compartilham.

Capítulo 3 - The First Weekend


Fanfic / Fanfiction Voltron Academy - The First Weekend


Parte 1  – Keith POV

O fim de semana se aproximava, e eu não poderia estar mais feliz com isso. Todos sabiam que nos finais de semana, a Academia Voltron parava em um planta aleatório de sua coalizão, e, os alunos tinham o dia livre para explorar o planeta, conhecer seus habitantes e se divertir com isso. Eu só precisava daquilo para ter um tempo a sós, afinal, a convivência diária com Lance estava me matando.

Porém hoje ainda é sexta-feira, em dias humanos da semana, e, temos um longo dia de aula pela frente. A vantagem é que teremos nossa primeira aula de pilotagem, com ninguém mais, ninguém menos que Shiro. Eu sabia que ele estava animado para começar suas aulas, ainda mais tendo a mim, seu irmão caçula, na turma a qual ele estava responsável. A única desvantagem era que haviam outras duas aulas antes de começarmos a pilotagem.

A primeira aula seria sobre “Ameaças Naturais e Como Combatê-las”, ministradas por um alteano maluco chamado Coran. Era óbvio para mim que ele detinha muito conhecimento, só não sabia a maneira mais adequada de repassar isso a seus alunos. Ele acreditava que seus vídeos motivacionais, peças de teatro e apresentações para lá de ridículas eram satisfatórios. As garotas alteanas, Allura e Romelle, eram as únicas que pareciam estar se divertindo com aquela aula.

Eu, Pidge e Veronica estávamos testando as funcionalidades elaboradas do novo comunicador que a pequena garota e Hunk haviam montado durante a semana. Era realmente interessante como Pidge conseguia desenvolver coisas assim tão rapidamente.

- Pidge, você está de parabéns, esses comunicadores conseguem captar até a nossa respiração - eu disse, murmurando tão baixo que ninguém, que não estivesse usando o comunicador, poderia escutar.

- Eu sei, Hunk me deu a ideia de podermos conversar durante as aulas - respondeu Pidge - Foi uma simples questão de alterar o código fonte para que a modulação de voz e som fossem alteradas, permitindo uma captação de alto nível e…

- Deu para entender, Pidge - falou Veronica, se intrometendo na fala da sabidinha do grupo - Você é genial e deve a Hunk sua inspiração. Agora vamos ao que importa.

- Do que você está falando, Ver? - perguntou Lance, entrando em nosso canal de comunicação.

- O que vamos fazer quando pousarmos nesse planeta? Alguém sabe aonde vamos? - perguntou Veronica, acreditando que teríamos um dia todos juntos.

- Eu ainda não sei, mas estou tentando forçar Matt a revelar isso - disse Pidge - Ele está se fazendo de durão, mas vai acabar cedendo para a irmãzinha dele aqui.

Foi então que percebi que estávamos sendo observados. Coran, o “professor” nos vigiava atentamente. Foi então que percebi, nós havíamos sido pegos. Tentei mandar um sinal aos outros para que parassem a conversa, mas era tarde demais. Apenas torci para que eu não fosse pego e resultasse em mais problemas para Shiro.

- Posso não escutar a conversa de vocês - disse o alteano - Mas consigo ver a movimentação de suas cavidades bucais. O que pode ser mais interessante que esse magnífico vídeo sobre como sobreviver ao encontro com um weblum?

- Tanta coisa - respondeu o galra de cabelos grisalhos e compridos - Mas se você puder fazer o favor de continuar, eu seria grato.    

Evidentemente Coran ficou envergonhado pela atitude do galra, mas quem não ficaria? Eu no lugar de Coran, teria arremessado algo na cabeça daquele idiota. Talvez um daqueles cubos com propriedades mágicas que ele carregava para cima e para baixo seria o objeto ideal para brincar de estilingue.

- Tudo bem, Príncipe Lotor - disse Coran, claramente sem saber o que mais dizer - Prestem atenção, para mim não ter que ficar me repetindo por aqui.

Depois daquilo, o resto da aula foi bem tranquilo. Coran decidiu encenar algo para nós, o que não foi tão irritante como seu vídeo motivacional, e, por isso, rendeu-lhe uma salva de palmas por parte de nós, humanos, e das garotas alteanas. Eu sei que deve soar estranho quando eu critico os galra, sendo que quase sou um deles, mas isso não importa, se eles tem atitudes que eu não consigo engolir.

Durante o intervalo, Veronica, Lance, Hunk e Pidge começaram a planejar o que faríamos no inóspito planeta que iremos desembarcar amanhã. Fiz questão de ignorá-los e passei grande parte do tempo, em meu quarto, treinando meu combate corpo a corpo. Não podia deixar que essa escola me deixasse enferrujar nesse quesito.

Perdi a noção do tempo, pois Lance veio me chamar para a aula de “Mecânica Introdutória”, ou como Shiro gosta de chamar “o básico para uma emergência”. McClain havia concordado em continuar fingindo que estávamos brigados, mas ele era terrível em manter uma mentira por muito tempo. Então, todos já sabiam que estávamos em bons termos.

- Lance, o quão atrasados nós estamos?

- Só alguns minutos, e, é provável que Matt nem tenha chegado em aula - respondeu ele, com um olhar preocupado - Vamos lá, líder da equipe?

- Vamos, só deixa eu pegar as minhas coisas - pedi.

Em poucos minutos, estávamos na sala de aula. Matt estava discutindo com Pidge sobre o funcionamento termodinâmico de um motor alteano a base de cristais de balmora. Com certeza era algo muito tedioso, porém aqueles intrigantes alteanos e galras pareciam estar dispostos a prestar atenção naquela conversa. Confesso que se aqueles idiotas estavam prestando atenção, eu também deveria tentar.

Mas acabou que eu não entendi nada do que estava acontecendo. Eles falavam em minha língua nativa, mas pareciam se comunicar em outro idioma. Citavam nomes e fórmulas as quais nunca sonhei em saber e, por fim, Matt disse:

- Tudo bem Pidge, você venceu. O motor alteano pode ser melhorado se injetarmos nele uma pequena quantidade quinta essência, mas isso não é nada aconselhado. Ainda mais porque teríamos um campo de explosão incalculável.

- Não se deve brincar com a quinta essência - disse a alteana, a quem eu conhecia por Allura - Ela corrompe mentes com a mesma facilidade que você respira.

- Porém alguns desenvolvem uma certa tolerância, Allura - disse o galra mal encarado, o qual era chamado de Lotor  - Como o meu pai e o seu pai. Os Paladinos de Voltron.

- Cara, você é filho do paladino negro? - perguntou Lance.

- Príncipe Lotor de Daibazaal, ao seu dispor - respondeu o grisalho, sorrindo sarcasticamente para Lance.

Depois daquilo eles seguiram discutindo sobre engenharia, efeitos da quinta essência e os feitos heróicos dos paladinos de Voltron. Eu senti que Lance estava caindo direto nas garras de Lotor, que o convencia com sua fala mansa e sua voz impactante. Ele parecia estar hipnotizado todos ao meu redor, exceto Allura. Afinal, ela parecia saber com quem estávamos lidando.

- Como faço para ele calar a boca? - perguntei discretamente a ela.

- Eu normalmente o beijava - respondeu a princesa alteana - Mas essa tática não funciona mais. Então, sugiro que mantenha distância dele, antes que Lotor perceba que você não caiu no charme dele e comece a investir em você.

- Obrigado pelo aviso, princesa - respondi, rindo e sentando-me em meu lugar.

Depois de um tempo, todos fizeram o mesmo, e, Matt pode começar sua aula. Ele nos deu uma bela introdução sobre a engenharia de motores e sobre as naves, tentando explicar tanto a praticidade quanto a teoria por trás de tudo. Realmente, eu nunca imaginei que uma aula sobre naves e motores seria mais divertida do que uma aula sobre espécies selvagens e como enfrentá-las. Mas isso estava acontecendo… A aula foi tão rápida que nem senti o tempo passar.

Assim que vi Shiro entrar, soube que eu iria pilotar uma nave, só não esperava que fosse uma nave em um simulador idiota. Tudo bem que nem todos tinham experiência com pilotagem, mas eu já estava bem avançado. Não me dei ao trabalho nem de fingir estar me divertindo, pois a única coisa que eu queria fazer, naquele momento era fugir.

Dei uma olhada discreta para Lance e sinalizei para ele colocar seu comunicador. Assim que ele o fez, eu disse:

- Esse simulador é um porre, vamos fugir dessa aula?

- Não sei, eu realmente queria tentar uma vez, e, eu acho que Shiro vai notar se sairmos no meio da aula, não? - falou Lance, se preocupando com muitas possibilidades de futuro. Aquilo me lembrou do professor Slav e do terrível castigo que ele nos fez passar, discutindo sobre o efeito de cada decisão, com seu sotaque engraçado.

- Tenho uma proposta para você, idiota - falei - Esse simulador tem dez níveis. Se eu completar os dez níveis, você vai fugir comigo. E, se eu não completar, faço seu trabalho comunitário por três dias. Feito?

- Feito! Agora vai lá testar o simulador - disse Lance, me empurrando na direção daquela imensa máquina.

O que Lance não sabia era que eu já havia passado por todos os níveis daquele simulador idiota inúmeras vezes. Então, não foi nada difícil passar dos níveis iniciais nem dos níveis intermediários. Já os finais, eram complicados e possuía gatilhos próprios para ser superados, como a aleatoriedade do movimento de asteróides e outras naves que cruzavam seu caminho. Mas nada que um pouco de treino não resolvesse. Ao final, sai triunfante, como o único em toda a turma a terminar o simulador, em sua primeira tentativa.

Shiro estava orgulhoso, mas eu não tinha tempo para isso. Sinalizei para Lance e assim que possível abandonamos a sala. Demos um jeito de subir até a região mais alta da estação, e, lá encontramos uma espécie de parque. Nele, sentamos em um banco qualquer e observamos a passagem de estrelas e planetas pela academia, que se movimentava na mais alta velocidade possível. O brilho delas apenas me lembrava da vastidão do universo, e, de que minha mãe estava por aí, lutando para defender o universo das garras da bruxa Haggar e seu exército de druidas e dissidentes galras.

- No que você está pensando, Keith? - perguntou Lance, movimentando-se ao meu lado, no pequeno banco em que nos encontrávamos.

- Não é da sua conta - respondi rispidamente a ele, me arrependendo no instante seguinte.

- Então por que eu estou aqui? - perguntou Lance, com sua tradicional cara de palerma - Se não é para conversar nem fazer companhia, então o quê?

- Eu ainda não sei - eu disse - Acho que você é o que tenho de mais próximo de ser um amigo. Então, decidi dar uma chance para você, ok?

Lance me lançou um sorriso torto.

- Vamos dar uma volta, meu amigo, quem sabe não encontramos aquelas garotas sereias - disse ele, rindo - O que você acha, Keith?

- Não, obrigado. Vou ficar aqui mais um pouco - respondi - Mas você pode ir atrás de suas sereias. Nós vemos amanhã, McClain.

E assim, Lance partiu atrás de uma sereia para flertar com ele. Eu fiquei observando as estrelas até adormecer. No dia seguinte, acordei com um cobertor posto sobre mim. Quem havia colocado? Um mistério que eu teria que resolver mais tarde.

Apenas me levantei e avistei o gigante planeta alaranjado a minha frente.        


Parte 2  – Shiro POV

Já fazia cerca de um ano que eu não estava mais dando aulas na Academia Voltron. Minhas funções se restringiam a administrar a escola, de fato, e coordenar as atividades dos cadetes já formados. Então, porque eu estava fazendo isso? Para ficar de olho em Keith e me certificar que ele não aprontasse nada. Incrivelmente ele acabou fugindo da minha aula, com Lance a tiracolo…

Mas meu dia começou muito bem. Acordei com o despertador de Adam, que já não estava mais no meu quarto. Me levantei, tomei um rápido banho, vesti minhas roupas oficiais e passei um tempo em minha sala de estar. Tentei imaginar porque Adam havia saído tão cedo, mas nada vinha a minha cabeça. Olhei no relógio uma última vez e parti para o trabalho.

Meu primeiro compromisso do dia era com a Diretora Honerva. A velha alquimista queria resultados com essas novas turmas de cadetes, enquanto ela ajudaria os paladinos na caça a temida bruxa Haggar. Eu tentei assegurar a ela que não teríamos mais nenhum incidente com a turma 1104, também conhecida como o grupo humano, alteano e galra. Porém, Honerva não queria escutar apenas isso, ela queria escutar que eu cuidaria de toda a Academia Voltron em sua ausência. E foi isso que, no final da reunião, eu garanti a ela que eu faria o necessário para manter a academia em ordem.

Depois da reunião, levei a diretora até a plataforma de lançamento e lá ela tomou seu caminho até o centro da galáxia, onde Honerva encontraria seu marido e juntos eles tentarão, mais uma vez, derrotar a facção rebelde do Império Galra. Pode-se dizer que as coisas estavam melhorando e que o poder e a influência que Haggar exercia sobre o universo havia diminuído, mas essa guerra estava longe de acabar.

Voltei minha atenção aos meus afazeres, me atolando em uma pilha imensurável de papéis. Enquanto eu mexia nos documentos, foi surpreendido pela chegado do Capitão Holt. Ele viera me perguntar qual seria nosso destino, para o fim de semana “livre” dos estudantes.

- Sam, acredito que Olkarion deva ser um ótimo destino para a primeira folga deles - afirmei, voltando dar atenção as documentações deixadas por Honerva - Acho que eles irão se divertir e os riscos que o planeta impõe a eles são ínfimos.

Depois disso, passei horas terminando toda a papelada, deixei até mesmo o horário do almoço passar em branco. Administrar concomitantemente a “Iniciativa Atlas” e a “Acadêmia Voltron” era o suficiente para enlouquecer qualquer pessoa. Eu estava pronto para dormir, quando Adam entrou em meu escritório.

- Takashi, você está atrasado para sua aula - disse ele, com uma expressão fria em seu rosto - Matt disse que consegue lidar com a turma por mais algum tempo, mas você tem que se apressar.

- Por que você está assim? - perguntei a ele, me levantando de minha mesa - Frio e distante. Eu fiz ou esqueci de alguma coisa?

- Não, você não fez nada - ele respondeu, ainda sério - Mas eu bem que gostaria de mais tempo com você. Sem Honerva por aqui, acho que podemos passar mais tempo junto.

- É arriscado, mas Matt ainda consegue segurar a turma por mais alguns minutos - eu disse, me aproximando de Adam e o beijando.

Seu beijo era calmo e sereno, talvez porque ele não estivesse tão empolgado como eu. Eu me aproximei ainda mais dele, deixando que minhas mãos adentrassem seu uniforme. Alguns movimentos aqui, outros ali e finalmente nos separamos. Pude ver a centelha nos olhos de Adam, evidenciando que ele ansiava por mais, mas eu já estava atrasado para a minha aula.

- Eu preciso ir agora, te vejo à noite?

- Eu não perderia isso nem por um instante - respondeu ele, enquanto eu saía da sala.

O restante da tarde passei com os alunos no simulador de voo. Quase nenhum deles conseguia passar do nível cinco, mas todos chegaram ao nível cinco, o que por si só era impressionante para uma turma do primeiro semestre. Lotor foi o primeiro a passar essa barreira, indo até o último nível, mas falhando em concluí-lo. Depois dele, Lance chegou até o nível oito e, em seguida sendo atingido por um cinturão de asteróides. Como o último da primeira rodada de simulações, Keith, não apenas chegou ao nível dez, como o terminou.

Eu fiquei orgulhoso dele, mas quando fui o parabenizar, ele já havia desaparecido e, Lance o havia acompanhado. Confesso que o orgulho deu lugar a um ligeiro desaponto, mas não podia deixar que irresponsabilidade de Keith atrapalhasse minha capacidade de ensinar aos demais alunos a pilotar uma nave. Torci para que ele não se metesse em confusão, e, não arrastasse o pobre Lance com ele. Porém, eu sabia que meu irmãozinho e eu teríamos que ter uma conversa logo, e, provavelmente nenhum de nós iria gostar do resultado disso.

Passei a tarde inteira ali, tentando melhorar as habilidades de meus alunos. Hunk, no entanto, vomitou pelo menos quatro vezes durante o treinamento no simulador. Veronica e Pidge o repreenderam algumas vezes por mim. Allura e Romelle melhoraram bastante suas performances, ultrapassando a barreira do nível cinco. Acxa e Rath, conseguiram chegar a no nível sete e Lotor finalizou o simulador. Resumindo, um ótimo resultado para o primeiro treino no simulador.

Ao terminar a aula, eu só conseguia pensar em deitar em minha cama e dormir. Mas fui obrigado a presidir a reunião do corpo docente. Ficamos cerca de uma hora debatendo como seriam inseridas as aulas “optativas” do semestre seguinte, e, no final, optamos por deixá-las do jeito que estavam. Após a reunião, fui para meu quarto e dormi. No meio da noite, senti a chegada de Adam, que tentou de todas as maneiras não me acordar. Foi um gesto gentil da parte dele.

Na manhã seguinte, ambos acordamos antes do despertador. Adam, me esperava com um café da manhã completo, enquanto lia as notícias em uma espécie de jornal tecnológico. Ao me ver, ele esboçou um sorriso.

- Bom dia, Bela Adormecida - disse Adam, me encarando com seus brilhantes olhos castanhos - Me desculpe se cheguei atrasado ontem, Sam e Matt me prenderam em seu projeto de melhorias na estação.

- Sem problemas - eu disse - Eu realmente estava precisando dessas horas de sono.

Tomamos café juntos, e, com um beijo, nos separamos. Pode parecer um tanto frio, mas era o que precisávamos fazer para que ninguém descobrisse nosso segredo. Fraternização entre colegas de trabalhos era estritamente proibida, passível de demissão e expurgamento da “Coalizão Voltron”. E nós dois queríamos continuar em nossas posiçoes dentro dessa hierarquia.

Logo depois, parti para o refeitório, onde anunciei o primeiro fim de semana livre dos alunos. Expliquei a cada um as regras de funcionamento do mesmo, e, garanti que se algum deles quebrasse as regras, esse pequeno mimo que cedemos aos alunos seria suspenso até segunda ordem. Me certifiquei que eles enxergassem meu lado mal e autoritário, enquanto me preparava para estar quase sozinho. Em uma despedida calorosa, os quase dois mil alunos da Academia Voltron e os funcionários menos dedicados da Missão Atlas desceram em Olkarion.

Eu parti até a sala de reuniões, onde Coran, Adam, Matt e Slav me esperavam. Eles estavam sentados em círculo, ao redor da mesa. Puxei a cadeira diante de mim e nela me sentei. Os olhares que recaiam sobre mim revelavam a importância do que estávamos prestes a fazer. Seria aquilo um crime?

- Agora que estamos todos reunidos - disse Matt - Podemos dar início a nossa reunião semanal. Coran, faça as honras.   

- Senhores, eu vos apresento o novo “Monstros e Mana” - disse Coran, apresentando-nos o tabuleiro interativo e novo livro de regras de nosso jogo favorito - Agora, podemos começar?

- Não precisa nem perguntar - brincou Adam.

- Na verdade, é uma pergunta válida - afirmou Slav, com seu divertido sotaque - Se considerarmos que existe uma probabilidade de 50% de respondermos “Não”...

- Slav, por favor - eu disse - Já conversamos sobre isso. Não falar de probabilidade, nem de possíveis caminhos, nem divisórias e espelhos enquanto jogamos.

- Bom, continuando - se intrometeu Coran - Vocês podem ser Paladinos, Ladrões, Guerreiros, Arqueiros ou Magos. E eu serei o “Mestre do Jogo”.

- Eu vou ser Paladino - falei, ficando em uma confortável posição em minha cadeira - E vocês? Vão ser o quê?   


Parte 3  – Acxa POV

Não é fácil lidar com Lotor, ainda mais quando seu cachorrinho pessoal, Rath, está por perto. Ele consegue ser tão prepotente e arrogante que, às vezes eu consigo esquecer de seu lado positivo. Por que eu estou dizendo isso? Bom, ele partiu para Olkarion sem mim, me obrigando a ficar com Allura e Romelle. “Noite das garotas”, elas disseram. Talvez teria sido melhor ter ficado sozinha…

As alteanas estavam debatendo direitos fundamentais e necessidades básicas, enquanto eu admirava as maravilhas tecnológicas que Olkarion e seus habitantes tinham a oferecer. Era impressionante como aquela civilização era avançada em tantos aspectos. Um dos líderes locais me confidenciou que tal avanço era relativo a capacidade evolutiva e adaptável dos Olkari.

Nós nos aventuramos um pouco mais na vida noturna do quieto planeta. Graças a minha interação com os nativos, consegui entradas para a única festa do planeta. As garotas ficaram tão animadas com isso, que por alguns minutos me senti uma garota normal, não uma cadete da Academia Voltron e, muito menos, protetora do príncipe galra.

- Acxa, eu não sabia que você era tão habilidosa com as palavras - disse Romelle, arrumando seus lisos cabelos loiros - Mas você se saiu muito bem, agora temos uma festa para participar.

- Sabendo o que eu sei dos Olkari, não esperem algo muito animado - disse Allura - Eles são conhecidos por não serem nem um pouco divertidos. É provável que eles estejam trabalhando e digam que isso é diversão.

- Lotor costumava dizer o mesmo de você - falei - Mas agora vejo que ele estava incrivelmente errado. Então, o que acha de darmos a eles uma chance a esse povo, princesa?

Allura concordou comigo e então entramos dentro da “festa”. Não era nada ao que estávamos imaginando. A definição de diversão deles estava completamente deturpada. Quem, em todo o universo, consideraria trabalho como diversão? Pelo visto, os Olkari sim. Nós tentamos ficar mais que alguns minutos na dita “festa”, mas não conseguimos ficar ali por muito tempo. No final das contas, Allura estava certa e eu reconheci isso a ela.

Ao sair, a noite das garotas fora interrompida pela chegada de Lotor. O príncipe, sempre confiante e com um sorriso em seu rosto, veio em nossa direção e cochichou algo no ouvido de Romelle. Essa, por sua vez soltou uma risada discreta e disse:

- Se ela não se importar.

- Acxa, minha velha amiga, você me daria a honra de um passeio noturno? - perguntou ele.

- Posso saber o porquê desse repentino convite? - rebati.

Lotor balançou a cabeça, com um sorriso malicioso em seu rosto. Eu suspeitei de que ele estava tentando fazer ciúmes em Allura, e, se esse fosse seu objetivo oculto, realmente estava funcionando. Ele me ofereceu seu braço, e, eu o aceitei, lançado um velado pedido de desculpas as garotas.

Depois que estávamos longe o suficiente, Lotor se abriu comigo. Ele tinha medo de se relacionar com Allura outra vez, mas a convivência diária estava acabando com ele. O príncipe sempre fora meu melhor amigo e eu estava ao seu lado no dia em que Allura o abandonou. As lágrimas que ele despejou em mim, nunca poderão retornar, mas poderia eu impedi-lo de cometer o mesmo erro? Provavelmente não, ninguém deveria dizer o que outra pessoa pode fazer ou não em sua vida.

- Faça o que o seu coração achar certo. Só ele pode dizer o que você deve fazer.

- Acxa, você tem andado muito com os humanos - disse Lotor - Parece até algo que sua colega de quarto falaria.

- Eu tentando te ajudar e você me criticando - falei - Um dia, Lotor, você vai acordar e a sua melhor amiga não vai estar ao seu lado, fazendo todas as suas vontades.

- Tudo bem, você está certa. O que eu não faço pela sua amizade...

Caminhamos por uma linda propriedade verde, semelhante a que vi em imagens do planeta Terra. Um vento frio se aproximou de nós, fazendo com que eu recuasse. Nós não estávamos preparados para aquela temperatura. Lotor, lançou-me seu sorriso outra vez e abriu a bolsa ao qual carregava. O conteúdo daquela bolsa, era nada mais, nada menos que um conjunto completo de roupas humanas de inverno.

- Onde você conseguiu isso? - perguntei.

- Você quer mesmo saber? - rebateu ele.

- Nem ferrando.

Colocamos aquelas roupas humanas sobre nossos trajes e, aos poucos, pude sentir a temperatura corporal subir. Era como receber um caloroso abraço do meu pai. E como se não bastasse, Lotor colocou seu braço sobre meu ombro, aumentando ainda mais o calor entre nós. Em contraponto, envolvi a cintura dele com meu braço. Literalmente, nossa relação pode ser evidenciada em uma frase humana “quid pro quo”.

- Sabe Lotor, se você não fosse um príncipe prepotente e um babaca arrogante - eu disse, enquanto caminhávamos juntos - Você seria um ótimo amigo e excelente imperador.

- Não vá me difamando por aí, Allura ainda precisa achar que eu sou um cara mal - disse ele, lançando-me um sorriso - Ou o plano vai por água abaixo.

Eu sorri de volta para ele e seguimos conversando sobre qualquer assunto que vinha a nossas mentes. As consequências disso, passamos a noite inteira em claro, vendo as estrelas, conhecendo locais inexplorados por nenhum outro ser vivo. A concepção de que tudo na vida é mutável, não é abstrata nesse planeta. Olkarion é a prova viva de que estamos em um constante processo de mudança, e, aqueles que se apegam ao passado, tem menos chance chegar ao final da corrida inteiros.

Sorri, dessa vez para o inexplorado, para o futuro e para todas as possibilidades que viriam até mim.   

Já havia amanhecido quando regressamos a academia. Eu estava faminta, porém não estava nem perto do horário do café da manhã, então decidimos invadir a cozinha e pegar algo para comer. Chegando lá, descobrimos que não havíamos sido os primeiros a ter tal ideia. O grupo de humanos havia chego alguns segundos antes de nós e suas caras de culpa me divertiram bastante. Eles estavam com medo de nós, mas depois que sorrimos para eles, tudo ficou bem.

Uma coisa é certa, nossas roupas humanas chamaram a atenção deles.

Eu reconheço que eles faziam parte do meu dia a dia, e, portanto defini que aquele seria o momento para conhecê-los. Descobri que Pidge, além de ser uma garota muito inteligente, era gentil, carinhosa e dedicada aos seu amigos. Hunk era um doce, muito inteligente e prestativo. Lance era um tanto convencido, flertando comigo cinco vezes, em uma conversa de alguns minuto. Porém ele era engraçado e gentil. Keith, assim como eu e Lotor, era um híbrido galra e por isso, eu sentia algo diferente nele, como se Keith tivesse a sede por sangue de nosso povo. Por fim, Veronica. Além de ser minha insuportável colega de quarto, ela era bem divertida e atenciosa.

O que me levou à seguinte conclusão: “Teremos um ano divertido pela frente”.


Notas Finais


Isso é tudo pessoal! Assim que terminarmos o próximo capítulo, ele será postado. O que acharam? Tem alguma consideração sobre a história? Esse é o espaço para vocês falarem e fazerem suas críticas, sejam sinceros conosco e nos ajudem a melhorar. Qualquer sugestão ou ideia será muito bem-vinda. See you soon.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...