Dulce narrando :
Entrei em meu apartamento, tomei um banho de água morna e fui descansar um pouco. Estava cochilando, quando ouço o Poncho chegar para o almoço.
- Poncho? - chamei de dentro do meu quarto.
- Dul? Já chegou? - ele perguntou, entrando em casa.
- É, é que... - fui até a sala.
- O que houve, Maria? Por que está com essa cara? - ele perguntou, estranhando minha reação.
- É que eu e o Ucker estamos fora da operação! - respondi, de uma vez.
- Como? Por que está assim? Você deveria ficar feliz, não? - Poncho perguntou, sem entender.
- Ficar feliz? Alfonso, você me conhece, sabe muito bem que eu não gosto de fazer a massa e não assar o bolo! Será que pode me levar até a delegacia? - perguntei.
- Tá, mas o que vai fazer lá? - Poncho perguntou, preocupado.
- Eu vou falar com o Felipe e ele vai ter que me ouvir! - afirmei, entrando em meu quarto rapidamente.
- Eu vou fazer alguma coisa pra comer! Quer me ajudar? - ele gritou, entrando na cozinha.
- Não me leve à mal, Ponchito, mas... - ele me interrompeu.
- Tudo bem, Dulcita! Eu faço algo rapidinho. Se quiser se arrumar, pode ir! - ele respondeu.
- Poncho, teve notícias do Rodrigo? - perguntei, indo até a cozinha. Ele me olhou e franziu o cenho, sem entender. Estava surpreso, não esperava aquela pergunta.
- O Rodrigo? Por que está me fazendo essa pergunta, Dulce Maria? - ele perguntou.
- Eu odeio quando faço uma pergunta e me respondem com outras perguntas! - bufei. - Dá pra responder ou eu vou ter que perguntar ao Felipe?
- É melhor, já que está indo lá, não acha? - disse ele.
- Eu não vou discutir com você, Alfonso Herrera! - saí de lá e fui para a sala. Alguns segundos depois, o Poncho veio atrás de mim.
- Dul, me desculpa! - ele se desculpou. - Eu não queria te dizer aquelas coisas, mas fiquei surpreso quando me perguntou pelo Rodrigo. Achei que ele não tinha mais importância pra você.
- Sabe o que houve com ele? - perguntei, quase não me importando com as desculpas dele.
- Bom, a última notícia que eu tive não era nada boa! Ele estava em estado grave!
- Tudo bem, Poncho! Eu vou perguntar ao Felipe depois.
- Vai me ajudar a terminar o almoço? - ele perguntou, apontando para a cozinha. Eu fiz que sim com a cabeça e o segui. Alguns instantes depois, almoçamos e fomos para a delegacia.
- Dul, espero que fique tudo bem! Qualquer coisa, me ligue!
- Obrigada, Ponchito! - agradeci, descendo do carro.
- Tem certeza, Dul? - Poncho perguntou, preocupado.
- Não se preocupe, Alfonso! - sorri.
- Quer que eu te pegue aqui mais tarde?
- Não, não precisa, vou ligar para o Chris!
- Tem certeza? - ele perguntou.
- Eu não vou demorar! Seria pedir muito pra você me esperar? - perguntei.
- Eu te espero! Mas anda logo! - disse ele. - Eu ainda tenho que ir para a empresa. - dei um beijo em sua bochecha direita e fiz sinal com a mão para que me esperasse.
****
- Que ótimo, Ucker! Quer dizer que ficaram livres dessa operação? - Anny comemorou com a notícia que o irmão tinha acabado de contar.
- É, estamos fora! - disse ele, desanimado.
- Você não está feliz, filho? - Alê perguntou, estranhando a reação dele.
- Eu queria gritar para o mundo que estou feliz, o quanto esperei por esse momento, mas não posso! - disse ele, cabisbaixo.
- E por que não grita? Por que não comemora? - Anny perguntou. - Se quiser, posso te ajudar a organizar uma festinha pra comemorar. - Ucker a fuzilou com os olhos.
- É por causa da Dulce! - ele explicou. - Ela não ficou feliz com isso, não concorda com a decisão do delegado de deixarmos essa operação! A Dul é muito segura do que ela quer e não gosta de começar algo e não terminar! Ela deve estar se sentindo uma inútil, uma imprestável, não sei.
- Não fica assim, Christopher! - Alê levantou a cabeça de seu filho e fez com que ele olhasse pra ela. - Deve ser muito difícil pra vocês, mas acho que foi melhor, meu filho.
- Eu não sei se foi uma decisão justa! - esbravejou. - O Felipe deveria ter nos comunicado, mãe. Ele foi um irresponsável e covarde! Se me derem licença, vou para meu quarto, eu preciso pensar em tudo isso que está acontecendo, tudo bem? - Christopher se levantou, deu um beijo na testa de sua mãe e subiu para seu quarto.
****
Dulce narrando :
Estava próxima à sala do delegado, quando vejo que ele discutia com alguém. Preferi não interromper aquela conversa, mas parecia interessante e decidi ouvir atrás da porta.
- Eu já falei mil vezes com vocês sobre isso! Não entenderam ainda? - Felipe gritou, alterado. Parecia estar irritado, nervoso.
- Desculpa, Felipe, mas... - um homem se desculpou.
- Não tem mais nem menos! Vocês não são aptos pra terminar esse caso do Michael! Peguem o restante das coisas de vocês e sumam da minha frente! - ouvi algo de vidro se quebrar. O Felipe estava muito esquisito e decidi entrar de uma vez.
- Felipe, será que eu posso... - fui interrompida por aqueles homens passando com tudo perto de onde eu estava, se esbarrando em mim. - Ai! - gritei pela forma agressiva que estavam agindo e saíram sem ao menos pedir desculpas. - Pode me explicar o que houve, Felipe Nájera? - perguntei, receosa. O delegado não disse nada por longos segundos. Bateu forte com os punhos em sua mesa, enquanto me olhava com olhos vermelhos de ódio. Eu não hesitei em dizer nada, apenas o encarei do mesmo modo. Felipe se sentou em sua cadeira, tomou um copo d'água e relaxou.
- Senta, Dulce, por favor! - ele quebrou o silêncio.
- O que aconteceu aqui? Por que gritou com aqueles policiais? - o interroguei, sentando na cadeira que estava à minha frente.
- Eu não aguentava mais ver a forma como agiam! Eles sempre traziam péssimas notícias e nenhuma descoberta ou algo que pudesse nos ajudar. O fato é que não trabalham mais comigo! - disse ele, sem mais devaneios.
- Eu não entendi ainda, Felipe! Onde quer chegar? - perguntei.
- Querem voltar pra operação? - ele perguntou, sem me olhar. Como? Estou louca ou o Felipe quer que eu e o Ucker continue com o trabalho? Ele quer que nós continuamos com a operação? Fiz cara de confusa. - Então, Dulce Maria? Quer voltar pra operação? - perguntou novamente, me encarando.
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