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História Voodoo Doll - Sê livre


Escrita por: BaHortense

Notas do Autor


Oi!
Depois de ter escrito uma Fanfic super fofa com este ship, claro que não ia conseguir aguentar a onda de amor e fufura extrema por muito tempo.
Para estragar a vossa felicidade trago esta que aviso /!\ tem um enredo pesado mesmo.
Não a criei para ser fofa nem para aquecer corações.
Fica a dica! ;)
Mas não vá embora! Se gostar do sinistro como eu lhe garanto que "Voodoo Doll" promete!

Capítulo 1 - Sê livre


Tu disparaste através do meu coração. Eu vou lutar por ti…

 

Como a dor passou a ser o meu remédio?

Sinto o meu corpo pouco a pouco ser destruído, por mais sofrimento que passe nas tuas mãos, eu não consigo abandonar-te… Bang Yongguk, tu corrompeste o meu coração, assim como uma bala mata as suas vítimas.

Sou apenas um boneco de vodu ou melhor, parte da sua alma. Fui castigado por numa vida antiga, ter sido praticante desta magia negra.

O meu castigo? Foi ter grande parte da minha alma condenada para servir os seus desejos meu mestre.

Não quero saber por o que vou passar se for pelo senhor eu aguentarei qualquer coisa!

 

Chama-me quando o teu coração estiver doendo. Conta-me tudo, o que tu desejas? Tu queres que eu volte no tempo? Queres que eu te dê o meu coração? Quando tu não conseguires esquecer, deves fazer o seguinte…  

 

Tal como desenhou com uma caneta preta um picotado no braço desse boneco, também a senti passar no meu, tal como o cortou com uma faca, o meu braço também recebeu um corte profundo, vazando parte do meu sangue, quando decidiu agrafar o corte que fez no corpo de tecido, também agrafos uniram a minha ferida. E Isso doeu tanto… a minha cara de dor deve ter sido bem feia, os meus gritos não devem ter sido nada, nem um pouco silenciosos…

Olhei para o que havia á minha volta para me abstrair da dor. Eu estava preso a uns fios de lã preta, com ganchos pontiagudos amarrados na ponta, esses foram presos á minha pele na região das costelas, selos de proteção contra demônios e espíritos foram colados ao meu redor.

O mestre tem medo que eu fuja? Que eu lhe magoe?

Olhos de cabra eram guardados numa bola feita de arame, facas com a lâmina acabada de afiar estavam muito bem arrumadas e organizadas, numa linda caixinha de veludo vermelho, esta estava em cima de uma mesa, localizada precisamente a uns metros há minha frente, vi que faltava ali uma agulha grande que o mestre costumava usar nas nossas “brincadeiras”, não sabia onde ela estava, até o senhor a usar contra o boneco, precisamente na zona abdominal.

Senti uma dor tão forte, posso afirmar que foi equivalente a daquela facada do outro dia...

Um passo de cada vez, pouco a pouco o senhor aproximou de mim. De tantas almas que estão aqui, condenadas a servi-lo, nunca o vi a aproximar-se de uma das nossas celas.

- Gostei de ti… pareces diferente das outras almas penadas… sem dúvida interessante… - o seu toque era brusco, apertava a minha cara fazendo com que os meus lábios ficassem espalmados um no outro. - Olha para mim! - Sem perder tempo olhei nos seus olhos.

Eles estavam vermelhos, o mestre esteve a chorar?

O meu mestre é um homem muito sensível, filho de pais ricos. O seu pai é um empresário renomado e a sua mãe, uma mulher jovem, é uma das atrizes mais cobiçadas da Coreia do Sul, estes mal o viam e quando o viam não lhe davam importância, alegando como desculpa a falta de tempo. E a sua vida amorosa era mais bagunçada que a minha cabeça.

No fundo o meu mestre, Bang Yongguk, não passava de um homem sofrido e solitário, no qual o seu sofrimento era descarregado através da raiva.

- Mestre… quem lhe causou tanta dor nesse coração? - Prefiro ser eu a derramar lágrimas e vê-lo feliz, do que o senhor as derramar e continuar triste…

Não consegui evitar de tocar na sua cara, de sentir esse rosto levemente molhado. O mestre, não sei se é por falta de confiança, afastou a minha mão da sua cara num movimento brusco…

- Tens nome? - A sua pergunta soou fria e seca, o seu olhar por si só já exalava dor…

Senti-me especial por querer saber o nome de uma alma perdida, normalmente ninguém quer saber o nosso nome verdadeiro… nós vivemos sobe anonimato, não o podemos revelar a não ser que nos seja perguntado pelo nosso amo.

Sorri fraco.

- Kim Himchan…

Infelizmente tiveste que te afastar, ergueste a agulha e espetaste-a nas costas desse boneco. Os meus gritos de dor alegravam-te? Sentia-se melhor assim?

Viu-o a sair da sala escura e sombria, a sala onde nos prendia. Fechou a porta deixando-me sozinho com os outros bonecos.

 

Confia em mim e repita comigo “Ele irá voltar pra mim!”
O tempo está do teu lado, agora tudo o que tens que fazer é esperar.
Tic tac, tic tac, talvez tudo se possa realizar.
Assim como ele te fez chorar, eu o farei chorar…

 

Tudo por aqui era chato, a única coisa que eu fazia aqui preso era observar os cantos da sala, atividade esta já habitual da minha parte, também, não podia queixar-me. Fora da minha cela que não passava de um cubículo com uma porta enfeitada com quadradinhos de vidro já quebrados.

Certamente a alma antes de mim não se portou muito bem…

- Himchan! - Um dos meus irmãos chamou-me à atenção.

- Sim… - sem muita vontade respondi-lhe olhando para o rapaz.

- Como tu consegues atura-lo? Ele só nos faz mal! Como aguentas passar por isto até este filho da mãe morrer!? - Ninguém o conhece, ninguém o vê como eu o vejo, era inadmissível falarem dele assim.

Era por estes problemas de submissão, que somos mantidos em celas, cada uma das delas foi preparada conforme a nossa força e caracter, a dele era uma feita com barras de ferro, tal como eu ele também estava enrolado com fios de lã.

- E tu perguntas isso ao servo do… como ele lhe costuma chamar? ”mestre”. - Quem se meteu no meio da conversa foi o Zelo, que ria parecido a uma hiena. - Até aquele bruxo de barbas negras era melhor que este infeliz! - Esse sempre fora atrevido, mas não era das almas mais poderosas daqui, a cela dele não passava de uma cúpula de vidro que fora quebrada, mais uma vez por uma alma nada disciplinada…

Só restava dois bonecos para gozarem com a lealdade que eu tinha em relação ao meu mestre, esses eram o Youngjae e o Jongup, que também não demoraram muito tempo para começarem a rir que nem os outros.

O primeiro também estava selado numa cúpula de vidro, mas esta estava intacta, nela estavam gratificadas palavras mágicas numa tinta preta, provavelmente para não haver falhas como as duas anteriores, tal como os outros, fios de lã o prendiam. O segundo nem vale a pena mencionar, o processo é o mesmo, só estão em lugares diferentes para não acontecer alguma catástrofe. - Porque mesmo que as almas de algum boneco sejam fracas, se juntares ela com outro do mesmo porte os seus poderem aumentarão.

Decidi fechar os meus olhos doloridos, não queria encher a minha cabeça com as porcarias dos meus irmãos.

 

Se eu não posso ter-te, eu apenas vou viver para ti. Se é por ti, eu estou pronto para me magoar até não poder mais…

 

Seria estranho se eu disse-se, que sinto ciúmes de ver-te com as outras almas?

Talvez isso seria visto como algo doentio…

- Vejo que não paras de olhar para mim. - Quando ouvi a sua voz rouca atrás de mim, não consegui conter um sorriso, estavas outra vez ao meu lado, bem perto de mim.

Olha atentamente para o que eu vou fazer agora. Se é por ti eu não importo-me sobre como eu salvarei o meu corpo. Basta dizer o nome de quem quer que seja, eu irei trazer todos aqui, agora!
Tic tac, tic tac, talvez tudo se possa realizar…

 

- Mestre… - chameio para ter a certeza que não seria uma das minhas fantasias.

Consegui ouvir uma pequena risada, depois ouvi um soluço, pequenas lágrimas caíram no meu pescoço, isso destruiu-me por dentro…

Odeio vê-lo a chorar…

 

Se não podes ser abraçada, apenas dá um passo em minha direção e levanta-te. Então ninguém poderá maltratar-te. Qualquer que seja o motivo, tu precisas de mim, Porque eu irei tornar-me num boneco e lutar ao teu favor…

 

- A tua lealdade é assim tão grande… Himchan, tu vives a tua condenação com prazer? Mesmo sendo controlado pelas minhas mãos!?

- Se não o poderei ter como sempre imaginei… a razão para estar aqui é o senhor, só o senhor… - Fui sincero no que disse.

Infelizmente não sou humano para poder ter as minhas escolhas e ser independente, poder ter um bom emprego para lhe proporcionar uma vida melhor, muito menos capacidades para lhe comprar uma bruta casa, dar-lhe uma família… mas nos meus sentimentos ninguém interfere, mesmo que eles não valham nada, posso decidir se quero recolher ódio, ou se quero alimentar um amor impossível.

Uma pontada de dor atingiu-me no peito, quando olhei para trás vi-te com a agulha espetada no boneco, bem na zona onde estava bordado o seu coração, o meu coração.

- Mesmo… - Sua voz estava tão tremula, as suas lágrimas só aumentaram…

- Quem você quer que eu magoe? Eu juro que farei essa pessoa sofrer como nunca sofreu!

- Então… podes fazer isso com o Fuyuki? Podes fazê-lo pagar por tudo o que me fez?

- Hum… está a falar daquele japonês que conheceu num ingresso? - Tentei esconder a raiva que sentia desse individuo, além de ter conquistado a atenção e o amor do meu amo, ainda teve a ousadia de o magoar!

- Sim…

 

Eu fechei com força os meus olhos doloridos, eu correrei por ti. Por favor, não me deixe. Vou fazer tudo o que tu desejas.
Tic tac tic tac, talvez tudo se possa realizar…

 

Depois disso pontadas de dor apareceram por vários lugares no meu corpo.

- Não será com essa força que ele irá chorar o seu nome! - Decidi instiga-lo mais, eu sabia que ele no fundo ainda não tinha a certeza do que queria, mas eu sabia o que ele precisava...

 

Mesmo se for destruído pelas pontas dos teus dedos, eu estou aqui para derramar todas as lágrimas do mundo…

 

Agora aquele instrumento de tortura foi para os olhos falsos daquele monte de trapos.

A minha dor foi maior, mas ao mesmo tempo apreciada, pois sabia que esse tal Fuyuki estava a pagar por tudo.

Quando o notei mais calmo, um suspiro de alívio abandonou os meus pulmões.

- Agradeço essa tua dedicação por mim, mas ainda não consigo confiar totalmente em ti!

- Assim ainda me feres mais… o que eu terei que fazer para ter a sua confiança?

- Que tal… lutares contra os teus?

 

Olha atentamente para o que vou fazer agora, se és tu, eu não me importo em salvar meu corpo. Basta dizer o nome, de quem quer que seja, eu irei trazer todos aqui, agora!
Tic tac, tic tac, talvez tudo se possa realizar…

 

Estavas mesmo a testar-me, sabes mais do que ninguém meu mestre, que soltar estas almas para haver um confronto, iria arriscar a sua vida, não posso negar a nenhum dos seus pedidos.

Mas ainda assim só te peço uma coisa, para teres cuidado com a tua vida…

Eu não queria ficar longe de ti…

 

Deveria ir? Deveria ficar? Ninguém sabe (woo)
Deveria ir? Deveria ficar? Ninguém sabe (woo) …

Nunca lhe neguei nada e cá estou eu, com o meu bastão de caveira luto pela sua confiança.

Os meus irmãos agora livres.

A primeira coisa que eles fizeram foi partir na sua direção, consegui impedir o Zelo espetando com a ponta do bastão nas suas costas, o seu sangue saiu sujando mais a sala. Não foi diferente com o Youngjae nem com o Jongup, mas o Daehyun foi mais difícil…

Quem levar com este objeto mágico o seu coração já era, a alma morre! Quase tive que dizer adeus a tudo. Daehyun é o mais forte de todos nós, ele agarrou na minha arma, que surpreendentemente ainda se encontrava nas minhas mãos, espetando-a próximo do sítio das costelas.

- Porquê? Porque mataste o Zelo!? Ele era o mais novo de nós! - A sua fúria era tanta… gostavas assim tanto dele? - Os outros meninos não tinham culpa que o teu querido dono seja um demente!

Pode sentir o bastão a subir mais, partindo uma costela, estou acabado, a minha morte é certa.

- Vê lá se o teu querido te salva desta!?

 

Sim, abram as portas do inferno! Pecadores que a fizeram chorar, irão derramar lágrimas de sangue agora! Cante isso, a música da maldição. Fala-me sobre a tua raiva escondida. Meu corpo se tornou um sacrifício para ti, eu vou-me sacrificar pela tua felicidade…

 

Fechei os olhos com força ao sentir outra costela ire-se à vida.

Eu não espero que o Yongguk faça nada, ainda não provei a minha lealdade, ainda não derrotei o meu oponente… infelizmente… por mais força que faça não consigo impedir que aquela porcaria subisse.

Lágrimas em abundância escorriam pela minha cara, pois fracassei aos olhos da pessoa que sempre amei, se eu for o Bang não terá hipóteses contra ele…

- Ainda não terminamos a brincadeira! - A tua voz soou pelo cómodo, sem medo sem nada!

Quando olhei para ti pode ver-te com dois bonecos de pano, um deles era o meu e o outro era o do Daehyun.

Pode sentir o bastão de madeira ser retirado à bruta do meu peito, Daehyun corria na tua direção pronto para atacar-te.

O teu sorriso traquina, eu já sabia que estavas a aprontar alguma coisa, só o outro boneco não o viu por o ódio o ter dominado primeiro.

Uma pequena agulha de costura foi espetada nos joelhos do trapilho fazendo-o cair no chão. Num movimento subtil tiraste a arma mágica das suas mãos, controlando sempre os bonecos, consegui tê-lo de volta na minha pose. Enquanto o meu adversário se recuperava eu não demorei a atravessa-lo pelas suas costas, perfurando a sua caixa torácica, ganhando finalmente a luta.  

 

Só de ver-te a sorrir apenas uma vez, é o suficiente para mim. Eu vou fazer tudo o que desejas. Até se a minha lamentável vida for arruinada…

 

O teu sorriso… era tão raro vê-lo a sorrir assim.

Pouco a pouco aproximavas-te de mim, já não tens medo de mim? Já confias em mim!?

 

Quem quer que seja preste atenção, não a faça chorar! Não tenho mais nada a perder, a tristeza no meu coração que ninguém conhece.
Tic tac tic tac, talvez tudo possa desaparecer…

 

Fiquei confuso em receber um abraço teu, sem nenhuma agulhada, sem nenhum tipo de dor.

O meu coração desfalecido bateu, um sorriso ainda maior decorou os meus lábios, estava tão feliz por finalmente o ter nos meus braços, por o poder tocar.

O seu espirito parecia mais leve…

- Himchan… - a tua voz rouca e baixa a sussurrar no meu ouvido - eu confio em ti…

Os seus lábios colaram-se aos meus, os nossos lábios por fim estavam juntos.

O nosso abraço ainda mais apertado.

Por fim poderia dizer que o mestre era meu! Isso até…

Agarrares numa das tuas facas, espetando-a na tua barriga, pelo local deduzi ser no lugar do fígado.

O meu coração voltou a morrer…

Cuspias sangue, já nem em de pé ficavas, caíste nos meus braços, pálido com os olhos arregalados a olharem nos meus.

Eu cheio de sangue a chorar por ti, não sabia o que deveria fazer para te salvar, eu não poderia fazer nada sem que me fosse mandado, só implorava interiormente para pedires ajuda, mas tu não o fizeste…

Sorriste pela última vez para mim dizendo de forma trêmula e muito baixa, muito fraca:

- Sê livre…

 

Deveria ir? Deveria ficar? Ninguém sabe (woo)
Deveria ir? Deveria ficar? Ninguém sabe (woo)
Talvez tudo se possa realizar.

FIM


Notas Finais


O final é triste, mas tem o seu propósito, eu não consegui imaginar no meio de tanto acontecimento trágico tudo terminar com um "Felizes para sempre", não fazia sentido.
Na minha cabeça já pensei em fazer o Himchan virar e abandonar o Bang no meio da luta, ou depois de ganhar o confronto contra o Daehyun, mata-lo, mas depois de ler o que estava para trás vi que não teria sentido, nem se fosse o Bang a mata-lo, iria causar revolta até para mim! Por isso tudo termina com a sua morte, pelas suas mãos, por sua livre vontade.
Mas não fiquem tristes! Tenho aqui outra Banghim que posso dizer que teve um bom final e que tem toda a fufura para fazer este ship reerguer-se!

- Nictofobia

Para quem quer continuar nesta onda do sinistro aqui está:

- Wake me up - Que também é uma Songfic.

Espero que tenham gostado da história! Agradeço a quem tenha lido! <3


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