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História Wainting For Your Arms - Severus Snape (SUSPENSA) - Rummaging through memories


Escrita por: dumbygemini

Capítulo 3 - Rummaging through memories


Fanfic / Fanfiction Wainting For Your Arms - Severus Snape (SUSPENSA) - Rummaging through memories

Assim, me despeço do passado e começo a traçar o meu futuro. 

Quinze anos se passaram desde a morte de Regulus, e eu os convido para o meu presente. O ano é 1994, e eu, moro em Nova York. Fiz amizades importantes por aqui, amizades estas que me ofereceram o suporte necessário a lidar da melhor maneira possível com o meu luto. Eu moro em um apartamento aconchegante, arrumado, e com um frescor gostoso de menta. Tenho bom gosto, logo, a decoração é bem caprichada. Mesmo tendo uma palheta de cores amadeirada, é muito elegante. Gosto de espelhos, consequentemente deixando um lindo com adornos dourados em volta de sua moldura exposto em minha sala. As paredes guardavam histórias, histórias estas que de início eram tomadas por amargura e lamento, graças a Merlin deixadas ao colo do passado. 

Não gosto muito de blackout, possuindo cortinas brancas, transparentes e delicadas em cada cômodo da casa. Por que? Bom, sempre tive certa paixão pelo sol da manhã, ele me parece calmo. Perceba, nunca amanhece com um sol de quarenta graus, não é mesmo? Ele sempre nos trás uma sensação gostosa, como se fosse um carinho caloroso que esquentasse nossas peles.

Meu passatempo predileto é observar o céu matinal azulado, com uma bela xícara de café ao lado. Confesso, não enxergo minha vida sem a cafeína, minhas manhãs não começam sem um bom gole de café adocicado. 

Então, aqui estou eu. Com pernas cruzadas e postura relaxada, observo as nuvens esbranquiçadas de aparência felpuda, dando leves remexidas em minha pequena xícara de café. Visto um roupão translúcido de coloração branca, escondendo uma lingerie rendada do mesmo tom por debaixo dos panos. 

Era domingo, e eu estava a esperar a chegada de Abigail, cujo era minha melhor amiga. Eu e Abby terminamos nossos estudos mágicos juntas, foi ela quem me acolheu assim que as burocracias relacionadas a minha matrícula em Ilvermorny chegaram ao fim. Nos tornamos muito grudadas ao decorrer dos anos. Mesmo formadas, vivíamos uma na casa da outra e compartilhávamos de nossas vidas pessoais sempre que possível. Acabou por se tornar a pessoa mais importante da minha vida, até então. 

Eu a via como uma irmã.

Seu nome é Abigail Ballard, uma bruxa de sangue puro. Sua família segue uma linhagem rica, de fato, porém nada muito relevante ao redor do mundo mágico. Podemos dizer que estaria um pouco abaixo da família Black. Enfim, isso não importa.

Seus cabelos eram loiros e cheios, com um aspecto sedoso e de certa forma ondulados. Pareciam fios de ouro, eram lindos. Lógico, não um loiro exagerado como quem o tinge com água oxigenada todo mês, mas sim um loiro natural. Algo claro porém manso, o que combinava com suas íris claras em tons esverdeados. 

Ballard nunca se aprofundou de fato em meu passado, a pedido meu. Havia apenas lhe contado sobre minhas decisões de vida e o falecimento de meu irmão, a qual era extremamente apegada. Expliquei que mantinha uma relação seca e amarga com minha família, o que significava nas entrelinhas que eu era solitária. A loura me fez ver a vida de uma maneira mais descontraída, me tirando muitos risos com o passar dos anos. 

De volta ao presente, lá estava eu a sua espera. Abby viria passar a semana comigo como eu havia pedido, ou melhor, praticamente implorado. Ser um auror tomava muito de meu tempo, e eu sentia falta da minha melhor amiga. Abigail trabalhava no ministério da magia com algo que era relacionado a relações internacionais, o que dava a ela uma flexibilização melhor do que a mim. 

Saboreando o forte gosto de café em mais uma de várias goladas, escutei a porta atrás de mim ser destrancada. Era Abby, ela tem a chave. Levantei de minha poltrona rapidamente indo ao encontro da mulher, abraçando-a com alegria e cautela, tomando cuidado, é claro, para não derramar meu café quente em minhas próprias roupas.

Amélia Black: Não sei se agradeço a Merlin por lhe ver ou se lamento a ele por ter que aturar-lhe por uma semana. - Brinquei, claro. Ainda abraçada ao corpo de Ballard, sentindo o doce cheirinho de baunilha de sua amiga. 

Abigail Ballard: Acho melhor começar a se lamentar, o trabalho que vou te dar não vai ser nem um pouco agradável. - Adentrou a minha vibe, devolvendo em tons de piada a minha antiga afirmação. 

Amélia Black: Credo, como eu te amo, garota. 

Enquanto brincávamos e matávamos a saudade em meio a piadas bestas e sarcasmos cômicos, comecei a avançar em direção a poltrona que estava sentada anteriormente e Abby se jogou ao sofá desleixada, desamarrando seus cadarços com impaciência antes de dobrar os joelhos em cima do estofado. Ela era de casa.

Abigail Ballard: E então, o que fazia antes da minha ilustre, e renomada, presença aparecer para alegrar o resto de sua manhã e o decorrer de sua linda semana??

Amélia Black: Eu estava só tomando meu café e observando as nuvens, sabe o quanto gosto do céu. - Respondi, então, tomando o último gole de minha xícara ainda em mãos. 

Abigail Ballard: Que milagre, não estava lendo? Às vezes me pergunto o que você mais sabe fazer, admirar o céu ou ler os seus diversos livros.

Amélia Black: Eu diria um pouco dos dois. Ou melhor, uma mistura dos dois.

A conversa era jogada fora, falávamos sobre situações corriqueiras no trabalho e matávamos o tempo em meio a nossos papos. Abby havia dado o terceiro fora da semana em um mesquinho insuportável do ministério, ela era realmente muito disputada. Eu ria da situação, minha amiga nunca foi daquelas que aclamava por um namorado, pelo contrário, não via necessidade de entrar em algum relacionamento vazio. Sem contar que tinha suas preferências. Com isso, digo que preferia mulheres. 

Estava tudo ótimo, contei sobre o convite para jantar que tinha recebido de um garoto jovem, jovem até demais. Ele era novo no departamento.

Abigail Ballard: Deveria ter aceitado. Francamente, Ammy, você mal sai para encontros. 

Amélia Black: Abigail aquele garoto deveria ter vinte e três anos, se não menos.

Abigail Ballard: Besteira, os aperitivos novinhos são os mais gostosos e crocantes!

O tempo foi passando. Quando nos demos conta, o badalar das três da tarde já era dado. Isso mal importou, continuamos a conversa até que uma coruja aparece em minha janela, uma coruja de pelugem branca como a neve. Era a coruja de Narcissa. Em seu bico, havia uma carta enrolada, e foi aí que eu me dei conta de que a carta que recebia anualmente da prima, havia chego. Era acompanhada também de uma rosa com a coloração rosa chá, linda e delicada como Cissy. 

Sorri, é claro. Levantei-me com calma esperando não assustar o bicho, que era um pouquinho medroso. Peguei a carta em paralelo à flor e agradeci gentil ao animal, afagando algumas penas de sua cabeça. A ave era mansa, uma gracinha. Voou, então, para longe, fazendo com que eu me virasse para Abigail sem a olhar nos olhos, encarando o papel em minhas mãos.

Abigail Ballard: De quem é?

Amélia Black: De minha prima, ela me escreve todos os anos. Sinto falta dela.

Abigail Ballard: Puxa, essa coruja veio da Inglaterra até aqui?! Céus, que cansativo.

Amélia Black: Realmente.

Comecei então a rasgar o lacre com um extremo cuidado, não queria que nada presente em seu interior, fosse amassado ou rasgado. Apoiei a perfumada e linda rosa sobre a mesinha de centro da sala, Narcissa sabia que eram minhas rosas favoritas. Desvencilhei-me do envelope, tratando de segurar apenas o conteúdo da carta, folheando-a com passividade. Estava tranquila, feliz por ter notícias de Cissy.

Era uma carta doce e suave, tão doce quanto o perfume da flor que a acompanhava. Cissy me contava seus novos hobbies e como andavam as coisas. Dizia sentir minha falta. Eu dava risinhos meigos ao decorrer de suas carinhosas palavras, sentia meu peito se aquecer com suas frases tão adoráveis. 

Abigail Ballard: E aí, o que tem de bom nessa carta?

Amélia Black: Nada demais, apenas ela me atualizando sobre sua vida. - Respondi ainda sorridente, me aproximando da loirinha com cautela a convidando para ver os papéis. - Este aqui é o meu sobrinho. Cissy disse que ele está com quatorze anos agora. - Mostrei a Ballard uma foto animada de Draco Malfoy, apontando para o garoto. Ao seu lado, estava Narcissa, uma moça muito elegante e bonita, com um sorriso encantador.

Abigail Ballard: Essa é a tal da Cissy? - Questionou admirando a beleza da foto. Tanto a mulher, quanto o garoto eram lindos aos olhos de Abby, estava encantada com tal animação.

Amélia Black: É ela sim, linda como sempre. Pena que casou com um caro muito chato. - Contei enquanto novamente pegava o envelope a qual pertencia à carta, guardando-a de volta a sua proteção e caminhando até um móvel grande de sua sala de estar.

Destranquei uma das portas deste grande móvel com a chave presente em cima de sua própria prateleira, tirando dali uma caixinha marrom com detalhes dourados, com flores desenhadas em sua extensão. Sabem o que é uma arca? Aqueles móveis antigos e enormes? Pois bem, era uma dessas. Abigail que se aproximava da mim, notou várias coisas antigas dentro desta caixa graciosa, extremamente curiosa.

Abigail Ballard: É aí que guarda suas recordações? - Perguntou um tanto quanto receosa, sabia que falar sobre o passado era algo que eu não gostava tanto.

Amélia Black: Ah sim, é aqui sim. - Respondi com doçura nas palavras, apesar de ter sido direta.

Fiquei um tempo encarando, todos aqueles papéis me fizeram ter alguns flashes de meu passado. 

Passeios com os marotos, noite das meninas com Lily, Marlene, Mary e Alice, festas nas comunais. Lembrei-me também das travessuras que fazia com Regulus e das tardes luxuosas que passava com Narcissa. Por um momento, senti saudades.

Amélia Black: Quer dar uma olhada? - Estava querendo vencer essa minha barreira, afinal não faria mal algum mostrar a Abby algumas de minhas lembranças.

Ela disse que sim com a cabeça, o que me fez sentar em minha mesa de jantar, que ficava logo ao lado da arca antiga. Abigail sentou-se ao meu lado ansiosa, mal podia esperar para ver como tudo era antes de me conhecer, e eu ria com a ansiedade da loura. 

Abby pegou alguns papéis ao fundo da caixinha os analisando com gosto, enquanto eu apenas passava algumas fotos de minha adolescência. Fotos essas, que até então eram só minha.

Abigail Ballard: Essa Lily Evans te escrevia muito, ein?! - Indagou ao ver a quantidade de papéis que havia com sua assinatura. Eu ri, enquanto ela completava seus ditos. - É essa ruiva aqui?

Pairou a foto na altura de meus olhos, permitindo com que eu a visse melhor, Era uma foto mal tirada propositalmente, apenas algo para ser natural e descontraído. Continha nela o antigo e velho sorriso de sua antiga amiga, a qual era extremamente lindo.

Amélia Black: É ela mesma. - Sorri. Admirava a beleza da ruiva enquanto explicava a situação a Abby. - Ela era a minha melhor amiga, uma pessoa muito boa. Era a única que tinha meu endereço, ela me escrevia todos os finais de semana. Em 1980 ela teve um menininho lindo junto a um amigo meu, fui nomeada madrinha do pequeno. - Explicava enquanto fuçava ao fundo da caixinha buscando uma foto animada para que pudesse ilustrar meus ditos. (Capa do capítulo)

Mostrei a Abigail a linda fotografia que enchia meu coração de amor e tristeza ao mesmo tempo. Meu cenho ficou um pouco tristonho, mas eu logo continuei a história.

Amélia Back: O nome do menino é Harry, Harry Potter. - Apontei ao bebê. - Você conhece a história dos Potter? A tragédia de outubro de 1981?

Abigail Ballard: Já ouvi falar... eu sinto muito. Harry é o menino que sobreviveu, não é? Da maldição imperdoável.

Amélia Black: Sim, ele mesmo. Lily me faz falta, ela era muito especial para mim.

Abigail Ballard: Sinto muito por isso, Ammy...

Amélia Black: Não faz mal, meu amor, já está no passado. O que me resta são as boas memórias da minha ruivinha. - Forcei um sorriso tentando parecer o menos abatida possível. - Vem, vamos continuar fuçando a caixa.

Abby concordou e voltamos a remexer o meu passado. Desta vez, eu folheava algumas fotos e cartas que Evans me mandava, dando algumas risadas em meio aos contos que a ruiva me fazia das travessuras de Lene e Mary. Já Ballard, não vi. 

Em certo momento, me perguntou sem muita cerimônia.

Abigail Ballard: Ammy, quem é esse garoto de cabelo comprido?

Por um momento, eu engoli seco. Tinha a desconfiança de que estaria a me perguntar de Severus, o antigo dono de meu coração. E para a minha infeliz sorte, era dele mesmo que falávamos.

Abigail arrastou pela mesa a foto, deixando-a em minha frente. Lá eu vi a minha antiga paixão, com o sorriso mais adorável do mundo. Por alguns instantes, falhei um pouco. 

Amélia Black: Bom... caham... este é... Snape. Severus Snape, para ser mais exata. - Acho que demorei cerca de alguns meros segundos para a responder, com a fala um pouco prejudicada.

Abigail Ballard: Entendi... quer me contar sobre a sua relação com um dos mais conhecidos mestres de poções do mundo bruxou ou....? - Questionou de uma maneira descontraída porém séria, tinha percebido o meu nervosismo. 

Amélia Black: Tá, tá. Já entendi, vou contar madame. - Revirei os olhinhos enquanto ria, dando início a mais uma história. - Severus e eu éramos melhores amigos, ele me ajudava em tudo que conseguia em relação à Hogwarts... conseguia ser mais presente em minha vida do que Lílian. Acontece que... que ele tomou decisões erradas, o que nos afastou um pouco. Eu.... eu gostava muito dele, ainda gosto. Sinto saudades, mas entendo que o manter longe é o melhor a ser feito. Bom, em outras palavras, éramos bons amigos...

Abigail Ballard: Aham, entendi. Você gostava dele.

Amélia Black: Abigail?!

Abigail Ballard: Ué gente, olha como me contou a história! E arrisco a dizer, que gosta até hoje. O que foi, primeiro amor? Acertei, não é?

Amélia Black: Me dê aqui essa foto, exibida. - Tomei o retrato de sua mão um pouco impaciente, enquanto não deixava de sorrir. Minhas expressões confirmavam tudo o que a loira dizia, só alguém cego não perceberia o brilhinho em meus olhos quando se tratava de Severus. 

Ficamos rindo por algum tempinho e logo voltamos a percorrer os olhos e os dedos curiosos pelos papéis.

Abigail Ballard: Você deveria ir visitar eles. Sabe, seu afilhado pode estar precisando de você. - Ela me disse passando o olho por mais algumas lembranças minhas.

Por incrível que pareça, Abby tinha razão. Ela tinha razão, mas eu continuava birrenta, não queria voltar para lá. Sim, eu parecia uma criança contrariada. Não tinha coragem para dar o braço a torcer e dizer que ela estava certa.

Amélia Black: É delicado, Abigail. É delicado.

Não era delicado. Eu apenas estava certa de que nada lá era de meu agrado. Cismei e continuava sustentando minha afirmação, eu não voltaria para a Inglaterra.


Notas Finais


Finalmente o presente da nossa protagonista chegou! Declaro aqui que todos os personagens citados, com exceção de Amélia Black e Abigail Ballard, são pertencentes à saga 'Harry Potter' de J.K Rowling. Espero que tenham gostado do capítulo, me deem um feedback aqui nos comentário ou até mesmo dando notas ou favoritando, se puderem! Em pouco tempo, trago o próximo capítulo. Um beijo meus amores!


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