História Waiting For So Long - A verdade...

Akira Pov’s

Ótimo. Hoje é um belo dia... Pra matar aquela criaturinha minúscula que se chama Matsumoto Takanori. Vocês acreditam que ele está super atrasado? E eu aqui morrendo de curiosidade. Que merda! Ele ia me contar alguma coisa importante e se atrasa desse jeito.

Gente, vou logo avisando, se vocês encontrarem uma mini pessoa morta no meio do mato, com um cabo de fone de ouvido enrolado no pescoço, não se preocupem. Fui eu que matei e o joguei ali.

ODEIO quando ele se atrasa. Ainda mais quando esse atraso é de quatro horas.

QUATRO HORAS!!!

Já liguei pra ele vinte vezes, mas não atende o celular.

- DESISTO!!! – Gritei e me levantei do chão com raiva. Andei um pouco até escutar meu celular tocar. E era o numero do Taka. – Moshi moshi... Taka? Onde você está? Era pra nos encontrarmos as 8 da manha e...

- Etto... Akira? Aqui é o Yuu. – Merda. Onde está o Taka?

- Yuu? Onde está o Taka? – Perguntei e ouvi ele suspirar no outro lado da linha.

- Akira eu vou direto ao assunto. O Taka está no hospital, quero que você venha aqui o mais rápido que puder.

- A-Aconteceu alguma coisa com o Taka? – Estava começando a ficar nervoso. Escutar as palavras “Taka” e “hospital” na mesma frase, é pra matar qualquer um.

- Não quero te deixar mais preocupado do que você já deve estar agora. Então quando você chegar aqui, te conto tudo, hai?

- H-hai... Já estou indo para aí. – Desliguei o celular e corri o mais rápido que podia. Afinal, ele é meu melhor amigo.

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Yuu Pov’s

Já estava no hospital. Por sorte não fiquei gravemente ferido. Houve apenas alguns cortes. Mas a situação do Taka me preocupava. Ele se encontrava na sala, com um monte de médicos cuidando dele.

E eu aqui, na sala de espera com a minha mãe e a do Taka. Tinha acabado de ligar para o amigo dele, ainda bem que ele já está vindo para cá.

- A culpa é minha... – Abaixei minha cabeça e comecei a chorar. Eu sabia que a culpa era minha porque não o protegi como eu deveria fazer. – Se eu não tivesse feito aquilo e tivesse mandado ele colocar o cinto quando entramos no carro, nada disso teria acontecido. Eu sou um idiota!

A mãe de Taka era a que mais chorava. Ainda não disse para nenhuma delas o que havia acontecido. Estava esperando o Akira, para contar todo o ocorrido.

Passou mais ou menos 10 minutos, até que ele viesse correndo como um desesperado.

- YUU... O QUE ACONTECEU? ONDE ELE ESTÁ? ME FALE. – Ele estava muito preocupado, seus olhos já estavam se enchendo de lagrimas e aquilo me deixou pior do que já estava.

- Ele está lá dentro... – Respondi com a voz baixa.

- Me explique o que aconteceu antes que eu morra. – Merda, agora quem estava chorando era ele. Abaixei minha cabeça novamente e respirei fundo.

- Vou explicar o que aconteceu. – Fechei os olhos e respirei fundo de novo.

Flashback ON

Eu estava indo em direção ao lugar onde o Taka queria ir. Estava indo tudo bem até este momento. Não havia transito e o Taka resolveu abrir a janela do carro, e colocar um pouco a cabeça para fora, para sentir o vento. Ele estava tão tranquilo e eu estava gostando de ter saído com ele.

Foi aí que eu avistei exatamente dois carros na contramão, vindo em nossa direção. Mas tudo piorou quando me dei conta de que, ele estava sem o cinto de segurança.

- Taka você está com cinto? – Perguntei mesmo sabendo que ele estava sem.

- Yuu o q... – Ele tentou dizer alguma coisa, mas não deixei.

- TAKA COLOCA O CINTO AGORA. – Eu gritei, mesmo não querendo gritar naquele momento.

Quando notei, já não dava mais tempo para que ele se ajeitasse no banco para colocar o cinto, os carros estavam a alguns metros de nós.

- Yuu o que você... – Não o deixei terminar a frase de novo e sem pensar duas vezes joguei o carro para o outro lado da pista para tentar desviar. – Yuu O que você pensa que... – Joguei o carro de novo, dessa vez ele tinha acabou batendo a cabeça no teto do carro.

Depois da segunda vez que tentei desviar, percebi que tinha perdido o controle do carro. Comecei a ficar desesperado, tentando tomar o controle do volante, mal percebi e havia ido de encontro a um maldito poste. A colisão foi tão intensa, que o Taka bateu a cabeça no vidro do carro, o quebrando em vários estilhaços.

Não tinha acontecido NADA comigo. Olhei para o lado, e o vi com os olhos fechados, sangrando pela boca e machucado da parte superior da cabeça até as têmporas.

Tentei ajuda-lo, mas minha perna havia ficado presa, então só fiz uma tentativa falha, em acordá-lo. Chamei seu nome milhares de vezes, sendo que nem sequer se mexia.

Flashback Off

- A culpa é minha. – Coloquei minhas mãos no rosto e lagrimas voltaram a cair novamente.

Minha mãe ajudava a mãe do Taka, que estava quase desmaiando. Akira estava em choque, atônito. E eu apenas inerte perante a situação.

- É mentira né? POR FAVOR, ME FALE QUE É MENTIRA. – Akira começou a ficar desesperado e a chorar muito.

- Sinto muito Akira... A única coisa que temos que fazer agora é esperar para ver o que aconteceu com ele. Verificar se ele está bem ou não. – Disse em um tom mais calmo. Não queria deixa-lo mais nervoso.

Akira se sentou na cadeira do meu lado e ficamos esperando noticias sobre o Taka. Ele não parava de chorar, nem sequer por um segundo, sem contar a mãe do Taka, que passou mal e foi para casa.

Ficamos por horas e horas esperando por noticias, até que uma enfermeira veio em nossa direção e disse que poderíamos vê-lo.

Quando entramos no quarto, me senti pior do que já estava. Havia machucados por todo seu corpo e ele respirava através de aparelhos. Não pude segurar o choro, nunca tinha chorado tanto na minha vida como hoje.

Não podíamos passar a noite com ele, então saímos porque nos foi pedido. A enfermeira disse que ele estava em coma induzido e que poderíamos vê-lo todo dia em certo horário. Como não podíamos mais ficar no hospital, resolvi ir para casa e Akira fez o mesmo. Afinal, amanhã é um novo dia. Não perderemos as esperanças. Ele pode acordar a qualquer dia, qualquer hora...

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1 mês depois...

Akira Pov’s

Mal percebi, mas se passaram trinta dias após o acidente. Comecei uma rotina e ia visitar Takanori no hospital todos dias, mesmo ele encontrando-se em coma. Antes ele usava aparelhos para respirar, agora nem precisa mais. Isso é um ótimo progresso. Estes sinais de sua recuperação, me dão esperanças de que ele poderá  despertar a qualquer momento e tudo poderá voltar a ser como outrora.

- Tadaima... – Disse assim que entrei na sala e me dirigi até uma cadeira que ficava do lado da cama onde ele estava.

Sempre era a mesma coisa. A vontade de vê-lo acordado novamente, era enorme. Mas hoje o dia parecia diferente, eu estava com muitas saudades dele, MUITAS mesmo. Até me assustei com a proporção que este sentimento estava tomando.

Segurei sua mão e sorri um pouco.

- Taka... Eu não sei se você pode me escutar agora, mas, por favor, acorde logo. Não aguento mais ficar sem você aqui do meu lado sorrindo. Você é meu melhor amigo e eu quero você aqui comigo. – Respirei fundo. Falei aquilo mesmo sabendo que ele não acordaria, mas eu disse a verdade, eu o quero comigo, como éramos anteriormente ao acidente. – Taka, por favor, acorde... Nada está o mesmo sem você. Só um mês se passou, mas parece que você ficou aí por anos e anos. O seu irmão está se culpando por tudo e chora todo dia. – Meus olhos começavam a encher de lagrimas, mas não queria chorar naquela hora, porque já o havia feito antes de chegar ao hospital. – Taka... Acorde onegai... – Deitei minha cabeça no canto da cama e fiquei assim. Minhas esperanças já estavam sumindo, mas eu sabia que ele ia acordar algum dia. Ao menos eu mantinha a positividade nisto.

Fiquei naquela posição por um tempo, pensando em alguma que me distraiu. Foi quando senti a mão do Taka apertando levemente a minha. Primeiramente não acreditei, mas quando levantei a cabeça e o vi se mexendo aos poucos, um sorriso enorme brotou no meu rosto.

Lentamente ele abriu os olhos e me encarou um pouco. A felicidade era tanta, que não pude resistir em abraça-lo forte.

- Taka... Ainda bem... Ainda bem que você está bem e que você acordou. – O abracei com mais força, mas ele não dizia nada e nem sequer retribuiu o abraço, não liguei e o continuei abraçando. – Você está bem né? Como se sente? Taka, eu senti tanta a sua falta. – Me separei um pouco dele e vi um olhar confuso. – Taka? O que foi? – Perguntei preocupado.

- Q-quem é você?...

Continua...