História Wake up - Hinny - Passion, dummy

23 de março de 2018

Gina Weasley insistia em não sair da sua cabeça. Era como um aviso constante, que sempre aparecia mesmo nos assuntos mais banais do mundo. Mesmo quando ele se esforçava para não pensar na ruiva, seu cérebro insistia em lembrá-lo o quanto ela era bonita ou como seu sorriso era doce. 

Ele nunca havia se sentido assim, como se tudo que ele fizesse remetesse a alguém. Harry nunca teve nenhum relacionamento sério, e nunca se imaginou tendo um. 

Mas... o jeito com que ela mexia com ele sem explicação alguma, era deveras interessante.

Harry nem escutou a porta da casa ser aberta. 

– Não vai babar no meu sofá – Sirius falou, sorrindo. – Cheguei. 

– Ah, oi – Harry deu um pulo de susto no sofá, mas ao ver que era o padrinho voltou a se deitar. – Da próxima vez avisa, tá legal?

– Por que eu faria isso? A sua cara foi impagável – ele deu uma risadinha anasalada. – Estava pensando em quê? 

– Não era em quê, mas sim em quem – Harry explicou, suspirando, enquanto seu padrinho se jogava no outro sofá. – Estou ficando maluco, Sirius. 

– Nem deu para ver – Sirius falou, enquanto o moreno coçava os olhos. – Quem é a garota? 

– Como você sabe que é uma garota? 

– Dá para ver, está escrito na sua testa – Sirius revirou os olhos, mas o encarou com diversão. – Eu nem acredito, chegou alguém que vai mexer com seus sentimentos – Sirius fez uma pausa dramática. – Ele está crescido. Meu menino está virando um homem. 

– Cala a boca – Harry revirou os olhos, jogando uma almofada no padrinho, que se defendeu com o braço. 

– Você não é mais meu bebê, como poderei viver? – Sirius zoou ele novamente. – Eu te vi crescer e você já está voando para outra pessoa, longe de mim. Vai deixar seu pobre padrinho a mercê do destino.  

– Corta o drama – Harry reclamou, ameaçando a jogar outra almofada no homem. 

– Quem é você e o que fez com meu afilhado? – Sirius via que estava conseguindo irritar Harry. – Minha criança, meu bebê, apaixonado. 

– Eu não estou apaixonado – Harry falou, se sentando e cruzando os braços no peito. 

– Não, eu que estou com essa cara de bobo pela menina misteriosa – Sirius revirou os olhos. – Vai, desembucha garoto. 

– Não vou falar também – Harry fez um bico, como uma criança mimada. 

– Ah, mas vai sim – ele replicou. Sirius levantou do sofá e se jogou ao lado de Harry, passando o braço pelo pescoço do garoto e bagunçando o cabelo dele com a mão livre. – Eu quero saber quem é a afortunada que roubou seu coração. 

– Ela não roubou meu coração – Harry falou, ruborizando e o empurrando. – Eu... só estou me sentindo diferente com ela. 

– Me conte quem ela é, caramba – Sirius pediu impaciente. – Esse drama todo está me deixando maluco. Está pior que assistir novela mexicana. 

– O nome dela é Gina – Harry sorriu fraco. – Gina Weasley. 

– Espera, Weasley? Weasley como o diretor Arthur Weasley da sua escola? – Seu padrinho questionou atônito e Harry assentiu. – Eles são parentes?

– Ela é filha do diretor e uma das garotas mais lindas do Santa Monica High School.  

– E você foi se apaixonar justo pela filha do diretor? – Sirius sussurrou inconformado. – Pela santa Mãe Maria! Pobre rapaz...

– Eu não estou apaixonado – Harry falou, como se fosse a milésima vez. – Você é muito emocionado. 

– Esses lindos e brilhantes olhinhos verdes querem me dizer alguma coisa – Sirius falou, sorrindo. – Vai, me conta como você se meteu com a filha do diretor. 

– Ela levou galha do namorado, e eu por acaso a vi chorando – Harry explicou, ocultando a parte da maconha. – Começamos a conversar a partir daí. 

Sirius anuiu com a cabeça. Aquilo estava começando a ficar muito interessante. Ele estava feliz pelo afilhado, já que ele nunca tinha visto Harry daquela maneira. Ele já havia descoberto de algumas garotas com que o menino havia ficado, mas nunca o viu assim, tão entregue – e bobinho, como ele não pode deixar de notar. 

– Quem colocou chifre na menina? – Sirius perguntou, interessado. 

– Dino Thomas. 

– Não vai me falar que é o filho do Xerife John Thomas, Harry – Sirius sussurrou em um fio de voz. 

– Acho que é, não sei nada do Thomas – Harry cruzou os braços, seus olhos faiscando de ódio. – Eu odeio aquele babaca. 

– O que houve entre ele e você? – Sirius novamente questionou. 

– Já chego lá – Harry avisou. – Bom... o Thomas traiu a Gina e a gente se aproximou. Hoje ele viu a gente conversando e meio que surtou, então eu e Dino saímos na porrada. 

Foi nesse momento que o homem reparou na pequena marca em cima da sobrancelha de Harry, além de sua boca estar um pouquinho inchada. 

– Vocês brigaram, tipo soco? – Ele questionou e Harry assentiu. – Como assim? – Sirius questionou entredentes, pegando o rosto de Harry entre as mãos e o analisando. 

– Ele a chamou de vagabunda, eu não deixaria barato – Harry revirou os olhos. – E não foi nada de mais. 

– Você está mesmo bobinho por ela, para até se meter em briga – Sirius comentou. – Caralho, garoto, não tinha alguém mais acessível não? 

– Não é como se eu pudesse escolher, não é? – O moreno falou, tentando conter o sorriso. – Eu talvez tenha a beijado. 

– QUÊ? – Sirius gritou. – Você... a beijou? Quando? 

– Hoje – ele explicou calmamente. – E chega de escândalo, não é como se isso fosse um crime. 

– Não é, mas é estranho ver você falar tão naturalmente assim – Sirius explicou. – E ela, como reagiu? 

– Ela... ela não se afastou, mas não continuou, tampouco – Harry suspirou pesaroso. – Isso é estranho, não é? Ela parecia bem mexida depois disso.

– Claro, você a beijou do nada – Sirius deu de ombros. 

– Mas que estava um clima estranho, estava – Harry falou mais para si do que para o padrinho. – Tinha algo diferente. Algo que eu nunca senti. 

– Paixão, seu burro – Sirius falou, revirando os olhos e dando um tapinha leve na cabeça do garoto. – Eu não acredito, você tá apaixonadinho. Isso é tão fofinho. 

Harry revirou os olhos, constrangido. 

– Para de falar como se eu fosse um bebê – Harry resmungou. 

– Como ela é? – o homem questionou, ignorando-o – Ela é gata?

– Muito – Harry sorriu. – Mas isso é o de menos. A inteligência dela é espantosa, Sirius. Me sinto literalmente um burro perto dela. E o coração dela é tão gentil, ela é... Ela é tão ela, sabe? – Harry olhou para o padrinho, que o encarava sorrindo. – Por que a cara de idiota? 

– Você está perdidamente apaixonado por ela e não quer admitir – Sirius zombou. – Quero conhecê-la.

– Vai sonhando – Harry revirou os olhos. – Vamos sair hoje. Eu acho...

– Mas já são onze horas da noite – Sirius olhou para o relógio. 

– Sim, mas isso não é um empecilho, é? – Harry voltou a atenção para a TV. – O jantar está na mesa, se você estiver com fome. 

– Uau, você cozinhando – Sirius zombou, se levantando. – Ainda bem, estou morto de fome. 

E foi até a cozinha, deixando Harry sozinho para pensar mais um pouco no quanto Gina chegou do nada e já estava se tornando grande parte da vida dele. Agora que ele havia tocado no assunto de sair, lembrou-se que os dois haviam combinado antes do beijo. E se agora ela não quisesse mais sair com ele? 

Ele suspirou, desbloqueando o celular e abriu a conversa dela.

Harry

Tudo certo para hoje à noite?

A resposta levou quase dez minutos para chegar, fazendo com que Harry quase arrancasse os cabelos de ansiedade.

Gina

É claro. 

Não se atrase.

Harry

Não irei. 

Pegue um casaco, a noite faz frio para andar de moto.

Gina

Ok.

Até depois :,-)

*~~~*~~~*

Harry estava na frente da grande casa de Gina Weasley, pontualmente no horário combinado. 

Ele foi até aonde Gina tinha comentado que era seu quarto e pode ver que a luminária estava ligada com a janela aberta, diferente de todo o resto da casa. Ele distinguiu duas sombras pela cortina, deduzindo que eram de Gina com mais alguma pessoa da casa. 

Se encostou na árvore e escutou a cortina ser aberta, a silhueta de Gina aparecendo no raio da sua visão. Harry a assistiu andar pelo pouco de telhado que tinha abaixo da sua janela e sentar no maior galho da árvore, descendo devagarinho pelo mesmo. 

Harry se desencostou e quando Gina já estava quase no final, ele segurou na cintura dela e a colocou no chão, sussurrando: 

– Oi – ele deu um sorriso fraco, enquanto Gina arrumava a blusa. 

– Oi – ela respondeu com um sorriso de tirar o fôlego. 

– Com quem você estava falando? – Harry questionou, tentando não parecer muito invasivo. 

– Ronald – a ruiva revirou os olhos, e começou a andar com Harry até aonde a moto dele estaria. – Ele chegou agora e me perguntou o que eu estava fazendo. 

– E o que você falou para ele? 

– Que eu precisava sair, mas que contaria tudo para ele amanhã – Gina respondeu, sorrindo largamente para ele. – Não vou falar nada de você, não se preocupe. 

– Eu não ligaria, seu irmão parece ser bem de boa – Harry deu de ombros e eles chegaram na moto. – Pronta? 

– Sempre – ela sorriu e Harry subiu na moto, colocando seu capacete.

 Gina subiu logo depois de Harry a ajudar com o dela, passando as mãos na cintura dele. 

Harry estremeceu com a sensação. 

Meu Deus, não é com isso que estou acostumado, Harry pensou. Ele sentia os braços de Gina ao redor de sua cintura e era uma sensação boa. Era como uma noite com inúmeras estrelas completas. Definitivamente, Harry estava se sentindo muito sentimental. 

E isso o assustava, na realidade. Ele não estava esperando que a menina se tornasse algo a mais para ele, tanto que Harry nunca imaginou que Gina Weasley conseguiria o ter tão fácil na palma da mão. 

Acelerando a moto, sentiu o seu corpo relaxar e o de Gina se prender mais ao dele.

Ele tentava não imaginar outras situações aonde Gina estaria assim com ele, mas era quase impossível sua mente não trabalhar nessas possibilidades. 

Eles chegaram num beco escuro, perto de uma lanchonete 24 horas. 

Os dois, em silêncio, foram até a calçada e se sentaram ali. Gina não ficou tão longe de Harry, mas ficou receosa de se aproximar demais e todos os sentimentos que tentava esconder jorrarem como uma torneira.

– Eu... – Gina falou, olhando para o muro a sua frente. – Eu amei a sensação de mentir para meus pais. E para meu irmão. Por mais errado que isso soe. 

– Você começa e não para – Harry acentuou, rindo. – Para você deve ter sido assustador. 

– Um pouco – ela comentou, dando de ombros. – Foi legal. É difícil de explicar. 

– Eu entendo a sensação – Harry a olhou e Gina teve quase a certeza que ele não estava falando sobre a sensação de mentir.  – Você sabe o que está sentindo, mas não sabe expor. É complicado. 

– É, é sim – ela sussurrou, também não se referindo sobre a mentira. Limpou a garganta, corando. – Você vem sempre aqui? 

– Às vezes – Harry contou. – É daqui o lanche que aquele dia eu te ofereci. 

– É tão delicioso – Gina murmurou, fechando os olhos. – Na saída eu vou comprar um. 

– Não vou te deixar esquecer – Harry falou e começou a preparar o baseado, da mesma maneira de sempre – Está afim? 

– De fumar? – Gina o olhou, intrigada. – Óbvio.

– Você está virando inconsequente, Gina – Harry comentou, rindo baixinho – Não sei se me assustou ou se gosto disso. 

– Nem eu sei o que devo achar – ela riu, pegando o beck da mão de Harry e tragando. – Só vou levar a vida, para ver o que acontece. 

– É meu maior lema – Harry falou, olhando para a garota, que estremeceu. – Está com frio? 

– Não – Gina murmurou, mas Harry não escutou. Tirou a sua jaqueta e colocou sobre os ombros de Gina. – Obrigada, de qualquer jeito. 

– Não há de que – replicou, enquanto ela olhava atentamente para um machucado que já estava quase sarando no braço direito do menino. – Que foi? 

– O que é isso, Harry? – ela perguntou, entregando o beck a ele e mostrando a marca. 

– Nada – ele falou, tentando esconder. 

– Não minta para mim – Gina o ameaçou. – É daquele dia na escola, não é? Eu vi você, no banheiro. 

– É – ele murmurou contrariado, tragando. – Devo me assustar com a invasão de privacidade? 

– Não mude de assunto – ela falou, olhando para ele quase mortalmente. – Quem fez isso com você? 

– Ninguém – ele falou, tentando parecer sincero. 

– Foi o Draco – concluiu, juntando as peças. – Foi por isso que o Dino falou do susto, não foi? 

– Gina... 

– Me responda, Harry – ela olhou para ele. – Se você quer que essa amizade... ou o que quer que isso seja, dê certo entre a gente, me fale. 

Harry suspirou pesaroso, fechando os olhos e tragando. 

– Sim, foi o Draco – ele respondeu, enquanto passava o beck para Gina. 

– O motivo? 

– Nenhum – ele omitiu descaradamente. – A gente não se dá muito bem, só isso. 

– Entendo – Gina murmurou, incerta da veracidade daquelas palavras. – Quando você estiver pronto você me conta, tudo bem? 

Harry a olhou indignado. 

– Como você sempre sabe? – ele perguntou, arregalando os olhos. – Nos aproximamos há o que? Sete, dez dias? E eu não posso nem mentir para você porque você sabe quando eu não estou contando a verdade?

– Não, não pode – Gina riu baixinho. – Eu sei, somente sei. Na verdade, o que entrega é que você não olha nos meus olhos quando mente. 

– Você é uma pessoa muito perceptiva – Harry comentou, sorrindo. – Gosto disso. 

– É só com algumas pessoas que eu sou assim – Gina falou, fitando-o intensamente. – Geralmente com as pessoas que eu mais gosto. 

Harry não sabia o que responder. Gina se levantou e falou, colocando melhor a jaqueta do garoto:

– Estou com fome. Podemos comprar o lanche para depois irmos? 

– Pode ser – ele falou e se levantou, indo com ela até a lanchonete. 

Os dois estavam em silêncio quase sepulcral, como se não se nunca tivessem se falado. Harry abriu a porta para ela e sorriu, dando passagem para a ruiva. 

– Qual é o que você comprou mesmo? – Gina perguntou, olhando para a vitrine de lanches. 

– Tonks, você pode ver o de sempre? – Harry perguntou a atendente. 

– Claro, Harry – a mulher de cabelos rosas falou – Para dois? 

– Não, só para Gina – ele falou e a mulher foi até a cozinha, voltando com o sanduíche. – Muito obrigado. 

Gina fez menção de pagar, mas Harry foi mais rápido. Pegou o dinheiro do bolso e entregou a Tonks, enquanto Gina o olhava indignada.

– Eu tenho dinheiro, tá legal? 

– Eu sei, Gina – ele entregou o lanche a ela, sorrindo de lado. – Mas eu sou seu amigo, queria pagar algo a você. 

– Seu chato – ele puxou Gina pela mão até uma mesinha afastada, sentando na frente dela. 

Ela comeu o lanche em silêncio, enquanto Harry apenas olhava pela janela, alternando da mesma para Gina. 

– É engraçado, eu estou me sentindo bem, mesmo depois de ter fumado – ela comentou de repente. – Me sinto um pouco leve, só. Mas, definitivamente, não me sinto como da primeira vez.

– Suas células trabalham para te desintoxicar toda vez que você fuma – ele deu de ombros. – É como se você fosse criando imunidade e cada vez precisasse de mais erva para chapar.

– Isso parece ruim – ela respondeu, mordendo o último pedaço do lanche. 

– Satisfeita? – ele perguntou, sorrindo e querendo não pensar sobre aquilo.

– Muito – ela levou a mão para a barriga, rindo. – Até demais. 

– Está pronta para ir? – ele perguntou, se levantando. 

– Sim. 

Harry se despediu de Tonks e saiu do local com uma Gina encabulada do seu lado. 

– Que foi? – Potter olhou para ela, intrigado. 

– Ela parece ser muito sua amiga – Gina murmurou, fazendo Harry rir. 

– Eu a conheço desde pequeno, seria estranho se não fosse – Harry falou, não deixando de sentir uma pontadinha de felicidade pelo ciúme inesperado. – Mas nunca me imaginei tendo nada com ela, seria muito estranho. Além disso, ela é casada. 

– Ah – Gina parecia aliviada. – Tudo bem, se você diz... 

Eles colocaram os capacetes e subiram na moto, indo em direção a casa da ruiva. Rapidamente eles chegaram na mesma e com a ajuda de Harry, Gina desceu da moto. 

Ela tirou seu capacete e Harry fez o mesmo, mas permanecendo em cima da motocicleta. 

– Obrigada pela madrugada de hoje, Harry – Gina murmurou, corando. – Foi muito legal. 

– Espero repetir mais vezes – ele respondeu, constrangido. 

Gina o olhou. Não sabia muito bem o que falar, nada parecia certo. O clima entre eles tinha mudado depois do beijo. 

Gina pigarreou e deu um passo em direção a Harry, segurando um dos lados do rosto dele e beijando sua bochecha, encostando no canto da boca dele. Harry teve que reunir toda sua força de vontade para não a beijar outra vez, ali mesmo. 

– Te vejo amanhã na escola – ela sussurrou no ouvido dele, vendo ele se arrepiar. – Tenho que te entregar a jaqueta.  

– Te vejo amanhã na escola – ele repetiu, aturdido. – Pode ficar com a jaqueta, você me devolve amanhã. 

– Seria difícil demais explicar para os meus pais – ela falou, entregando o casaco ao mesmo. – Boa noite. 

– Boa noite – ele pegou a jaqueta e a colocou, com medo de tirar o cheiro de Gina dali. 

Gina sorriu, se afastando lentamente e subiu na árvore com maestria, como se tivesse feito isso milhares de vezes. Esperou ela entrar na janela e depois que ela acenou para ele, deu partida na moto, acelerando para longe dali. Seu sorriso ameaçando a rasgar o rosto. 

Parecia que sua vida não estava perdida, afinal. Parecia que havia um motivo muito atraente para lutar um pouco mais. 

Parecia que a vida lhe mostrava um novo caminho, uma nova chance de esquecer toda a merda que já viveu. E ele notou o quanto queria isso. De fato, Harry percebeu que desejava isso como uma criança deseja o presente de Natal. E pela primeira vez em anos não se sentiu culpado por estar feliz.