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História Wake Up - Pantufa


Escrita por: oitnb83

Notas do Autor


Boa noite Amores
Chegamos ao capitulo 30 que está fofinho, eu acho :)
Ta meio lentinho os acontecimentos, mas é que já tentei correr antes e não deu certo. Espero que vocês gostem e tenham só um pouquinho de paciência.
Espero que vocês gostem.
Boa leitura,

Capítulo 30 - Pantufa


Fanfic / Fanfiction Wake Up - Pantufa

Estava completando 4 dias que Alex estava incomunicável, minha cabeça estava a mil, eu não sabia mais o que pensar e nem tinha mais lágrimas pra chorar, sua voz aflita martelava em minha cabeça como um disco arranhado, por mais que eu tentasse eu não conseguia esquecer. 

O frio era intenso, estava tudo cinza, era dia, mas parecia noite. Eu optei por ficar na solidão do meu quarto. Sem a cama de Suzanne, sem a cadeira e o andador deixou o quarto ainda mais solitário. Uma bengala encostada no canto do quarto que me servia de apoio quando a perna doía pelo esforço e a  TV  eram minha companhia. Liguei a TV num canal qualquer que exibia notícias de última hora, algo sobre uma nevasca, não dei importância, meus pensamentos estavam em outro lugar, ou melhor em uma pessoa. O travesseiro ainda tinha seu cheiro, eu o abracei e afundei minhas narinas para senti-la em mim, fechei meus olhos e imagens aleatórias de nós surgiram, momentos mágicos e inesquecíveis. Meu quarto estava quente, aconchegante, batidas na porta me tiraram do transe, Glória entrou trazendo em suas mãos uma bandeja com uma caneca cheia de algum líquido fumegante, eu já  sabia que era, minha bebida preferida pros dias frios: Chocolate quente, e um prato com cookies de leite e gotinhas de chocolate feitos por suas mãos maravilhosas. Ajeitei o travesseiro e encostei, recebi a bandeja e sem tardar tomei posse da caneca, ela sentou nos pés da cama e me fitou, perguntei o que era, eu conhecia bem aquele olhar, logo pensei no que eu aprontei que eu não sei.

- Não é nada, só estou te admirando - ela respondeu.

- Sei que não é atoa, pode dizer eu aguento - deu um estalo, quase me desesperei - é sobre Alex? - arregalei meu olhos  esperando sua resposta apreensiva.

- Porque eu saberia dela?

- Não sei, vocês parecem ter um grau de intimidade, talvez ela te ligou pra me falar ou preparar para algo que não seja muito bom. - Ergui as sobrancelhas.

- Ela não me ligou. Então o choro dos últimos dias foi por causa dela, brigaram ou algo do tipo?

- Não, mas eu não consigo falar com ela desde a virada, isso ta me matando por dentro, e eu não sei mais o que fazer. Juro que se eu soubesse o endereço de onde ela está eu iria atrás.

- Talvez ela esteja resolvendo assuntos pessoais e preferiu se afastar - eu a interrompi.

- Sem avisar? Ela poderia ter falado qualquer coisa, pelo menos eu não estaria nessa agonia pensando todas as besteiras desnecessárias, ela sabe como eu sou.

- Não posso discordar, mas talvez tenha acontecido algo que a impossibilitou, você sabe que as coisas não estão legal pro lado dela.

- Eu entendo isso, mas o que custava fazer uma ligação e falar ei está tudo bem, nos vemos amanhã ou sei lá qualquer dia desses. - falei em tom de desabafo.

- Você está chateada e com razão, mas não leve tudo ao extremo, ela te ama. - me olhou com ternura.

- Me diz porque tem que ser assim? - Tomei um gole do chocolate.

- Oh minha menina - ela aproximou e abraçou - se ela tiver que ser sua ela vai ser, se não, você é forte e vai superar.

- Eu nunca vou superar, o que eu sinto por elas é mais do que eu senti pelos namorados e rolos que tive a minha vida toda, ela é o melhor que me aconteceu.

- Eu sei amor, nunca te vi tão feliz e triste por alguém, ela é o seu sonho e o seu pesadelo, mas ela é o seu sustento.

- Eu não sei mais viver sem ela.

- Fique calma, tome seu chocolate, come seus biscoitos e tenta pensar positivo,  uma hora outra ela vai dar sinal de vida.

- Não diga isso Glória, que eu já penso que aconteceu algo grave, você acha que aconteceu algo grave com elas? - perguntei em tom desesperado.

- Não, se tivesse acontecido algo mau, você já estaria sabendo, para de pensar merda. - me fez um cafuné. 

- Vou tentar, eu juro. - dei um sorriso de canto de lábio. 

- Acalme seu coração,  você a conhece,  ela vai ter uma explicação.

- Não sei porque eu tenho que passar por isso, já não basta todas as coisas? Sei que nada é fácil, mas precisava ser tão difícil? Eu só queria ter um pouco de paz. 

- Talvez você esteja sendo testada. As coisas são como devem ser, tudo depende de você, tenha paciência, na hora certa tudo vai ajeitar.  Agora vou voltar para os meus afazeres. 

- Obrigada Glória pelas palavras. - segurei sua mão.

- Não precisa agradecer - Beijou minha bochecha e saiu do quarto.

Terminei meu chocolate quente e os biscoitos, tirei um breve cochilo, levantei,  fui pro banheiro e tomei um banho quente e demorado, olhei as paredes e elas ainda tinham as barras de apoio, lembrei da primeira vez que pisei em casa a sensação terrível que eu tive, senti meu peito apertar, e uma angustia me invadiu, fechei os olhos para espantar aquele mau sentimento, e um sorriso bobo brotou dos meus lábios, e aquele sentimento de pesar desapareceu no momento que  o sorriso dela foi desenhado perfeitamente pela minha mente, ela era tudo o que sou. Terminei o banho, vesti um pijama e calcei  um par de pantufas ridiculamente fofas, ambos  ela me deu de presente de natal, a desculpa que ela usou foi que meus pés eram gelados demais e parecia um iceberg. Vesti meu robe e segui pra sala de jantar, Glória tinha preparado sopa cremosa de batata, minha favorita. Juntei aos meus pais pra saborear aquela delicia. Estavamos na metade do jantar quando meu celular tocou, enfiei a mão no bolso do robe e o tirei, não pude conter meu sorriso quando vi o nome dela escrito na tela. Pedi licença e me levantei,  atendi ali mesmo  sua chamada a caminho do quarto, entrei no quarto, tranquei a porta, desliguei o telefone e o coloquei em cima da mesinha, fui até a janela e a abri com um sorriso enorme no rosto, e ela do outro lado  também sorria, sem demora ela pulou a janela e me abraçou apertado muito apertado.

- Quer me matar? - falei em tom de brincadeira.

- Sorry, estava com saudades - ela me soltou. 

- Você tá gelada, tira esse casaco e deita comigo pra eu te esquentar - Ela tirou o casaco, gorro e luvas e me beijou, me entreguei  totalmente ao beijo, entrelacei meus braços em sua cintura e a puxei mais pra perto, o beijo intensificou e só paramos quando nos faltou fôlego, sorrimos ao fim do beijo e ela me conduziu até a cama efez com que eu me sentasse.

- Achei que eu ia levar bronca - ela subiu na cama , foi até a outra ponta, ajeitou os travesseiros e encostou.

- Eu até pensei mesmo, eu tinha um texto enorme pronto com tudo que eu tinha que falar pra você,  mas resolvi que quero ouvir sua explicação primeiro.

- Quer ouvir daí, ou quer sentar aqui - bateu a mão entre meio as pernas delas. Olhei-a com indiferença, mas eu não resisti ao seu charme, subi na cama e engatinhei até ela e sentei entre meio as pernas dela, encaixei e encostei meu corpo no dela, ela me envolveu com seus braços e me deu um beijo no rosto. - Você disse que não iria usá-las. - disse apontando pra pantufa.

- Meu pé estava gelado então resolvi usá-la, mas eu ainda acho ela brega - peguei uma de suas mãos e entrelacei nossos dedos.

- Pode dizer, você amou e achou ela super fofa assim como o pijama  e só não quer dar o braço a torcer - seu outro braço embrenhou-se para dentro da minha blusa.

- Ela é fofinha, muito - virei um pouco a cabeça para olhá-la.

- Eu sabia desde o primeiro dia - sorriu

- Ta bom ai dentro? - ela acariciava um dos meus seios.

- Está ótimo - parou a carícia e apenas ficou com a mão parada por cima dele.

- Podemos falar sobre os últimos dias? - beijei seu queixo, e voltei minha cabeça pra frente.

- Depois da virada fomos a Filadélfia, onde ela tem uma casa de campo, passariamos um dia lá antes de virmos embora, mas houve uma nevasca, ficamos presas e incomunicável, o lugar era bem afastado da cidade a rede de celular era péssima e o telefone fixo não funcionava. - ela beijou meu ombro.

- Sozinhas? - ela riu.

- Não, Red estava com a gente. Eu queria muito te ligar, mas era impossível sair de lá.

- Ótimo, não tenho com o que me preocupar, ou tenho? 

- Eu não faria nada que pudesse te magoar.

- Que continue assim,  agora me diz porque estava aflita o dia que me ligou - soltei sua mão e a apoiei em sua coxa.

- Eu não estava aflita, é impressão sua - ela mexeu no meu cabelo.  

-  Estava assim, eu te conheço, desembucha -  desencostei um pouco dela e a olhei.

- Ela me beijou. - ela disse sem rodeios.

- What? - tirei a mão dela de dentro da minha blusa e a olhei - brincadeira não é? - Dei uma risada irônica.

- Eu não brincaria com algo assim - ela mordeu o interior da bochecha.

- E você Alex? - Fitei-a

- Acha que eu a beijei? - ela me encarou.

- Não sei, quero saber de você. 

- Eu acabei de falar que eu não faria nada que te magoaria.

- Alex eu acredito em você, mas eu quero ouvir da sua boca. - falei lentamente, com calma.

- Eu não a beijei, ela queria transar comigo, e uma chance para sermos uma família completa. - Ela falou com normalidade.

- E você fala assim como se fosse a coisa mais normal do mundo, e ainda ficou esses dias todos com ela presa em uma casa de campo, o que eu devo pensar? - fechei o semblante. 

- Não confia em mim? - franziu a testa.

- Confio, mas - suspirei

- Mas? - levou a mão o rosto, e sua expressão era de: pensa bem no que você responder.

- Sinto que estou atrapalhando - cocei a sobrancelha - e se nós... - ela me interrompeu. 

- Sério mesmo Pipes? Eu te amo e é com você que eu quero ficar, mas ok se você acha isso não tenho porque estar aqui não é mesmo - tentou se levantar, mas eu a impedi.

- Desculpa, é que eu penso na sua filha - ela me interrompeu.

- Não pense, pense em nós, eu vou resolver isso ok? - ela me abraçou.

- Promete? - a abracei de volta - Eu não estou sabendo mais viver assim.

- Prometo - ganhei um selinho longo. - Me perdoa por te fazer passar por isso, uma dia eu vou te recompensar. 

Acabamos deitando uma de frente pra outra, ela não economizava nos carinho, era uma das coisas que eu mais amava nela.

- Tenho que te contar algo também.

- Quem te beijou? - ela foi engraçada.

- Ninguém me beijou, idiota. - dei um tapa em seu braço.

- Au. Fala logo - esfregou o braço.

- Minha mãe sabe de nós - ela arregalou os olhos.

- What, como isso aconteceu?

- Outra coisa que preciso te contar.

- Meu Deus, já to ficando com medo. 

- Eu já consigo andar sem usar o andador, às vezes sem a bengala também, e minha mãe viu. - falei apreensiva.

- Não acredito que você mentiu pra mim Piper, desde quando isso? - sua expressão era carregada de seriedade. 

- Antes do natal - engoli seco.

- Porra Chapman, você sabe que isso foi errado? - ela se sentou.

- Você está brava? - arregalei os olhos.

- Claro que eu estou brava, você mentiu pra mim - Seu olhar estava de dar medo, eu quase me arrependi de ter contado até ela soltar uma gargalhada - tinha que ver sua cara - continuou rindo.

- Pode me explicar, eu não entendi essa gargalhada? - Sentei e esperei ela falar.

- Eu sou sua fisioterapeuta, eu sabia que você  já podia andar sem a ajuda do andador, venho acompanhando seu corpo mole a um pouco mais de dois anos - levou a mão no meu rosto e colocou meu cabelo atrás da orelha.

- Isso foi antiético - falei brava.

- É senhorita sabidona, quem mentiu aqui foi você - sorriu 

- Mas você sabia e levou adiante. Poderia ter me impedido. 

- Queria saber até onde você iria com essa história, e eu não posso negar que era  a desculpa perfeita pra eu continuar te vendo todos os dias sem ter que explicar nada pra ninguém o motivo de eu estar vindo aqui "sem necessidade". - suas mão foram de encontro a minha cintura. 

- Você é a namorada mais perfeita do mundo - pendurei em seu pescoço.

- Eu não sou, mas eu pretendo ser meu amor.

- Repete a última palavra - pedi com um sorriso enorme nos lábios.

- Amor, meu amor - tomei seus lábios e a beijei com paixão.

Deitamos e assistimos um filme, minha mãe bateu na porta do quarto, não respondi, fingir já estar dormindo, ela segurava uma gargalhada e acabou mordendo meu ombro, reclamei baixo, como não respondi na segunda batida minha mãe se foi. Levantei e peguei um pijama pra Alex, enquanto ela se trocava fui até a cozinha pegar uma lanche pra nós, eu estava faminta e com sede, fiz o mínimo de barulho possível, voltei, ela me esperava sentada na cama, lanchamos, conversamos um pouquinho, fomos ao banheiro e deitamos, ela dormiu primeiro que eu, aconcheguei em seu braço e adormeci, acordei com ela se levantando antes do raiar do sol pra ir embora.

- Já vai? - perguntei em meio a um bocejo.

- Vou antes que todo mundo acorde e me veja, nos vemos mais tarde ok?

- Se importa se eu não te acompanhar até a porta?

- Claro que não, volte a dormir. - ela beijou minha bochecha, se trocou e se foi.


Notas Finais


Até o próximo
bjoks <3


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