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História Wanderlust - Danke


Escrita por: secretblue

Notas do Autor


Olá a todos!
Bom, eu quero pedir desculpas para vocês pelo atraso. Foram o que? 2 semanas? ME DESCULPEM
Então, eu tive greve na faculdade no final do ano passado e com isso, começou a reposição das aulas em janeiro. Com isso, eu tô fazendo prova atrás de prova e sentando bonito, mas né kkkkkk
Segundamente ( ou em BVB lugar, eu mesma zoando meu time, que dor) eu quero agradecer a todos os comentários, favoritos, recados na minha conta mesmo, TUDO. Gente, MUITO OBRIGADA. Eu realmente não conseguiria manter a força aqui e isso importa bastante pra mim, em saber que alguém está gostando um pouquinho de Wanderlust.
Então, tem umas palavras de cotidiano em alemão no decorrer do capítulo, mas acho que todos conhecem. E borusseaum é um museu que tem no Signal sobre a história e conquista do BVB 09 maior da Vestfália, vulgo Renânia do Norte.
Mil beijos!

Capítulo 8 - Danke


Fanfic / Fanfiction Wanderlust - Danke

Valentina achava que aquela semana parecia ser eterna. Primeiro havia sido a descoberta de sua coluna pelo jogador, depois ela tinha ido pela primeira vez a uma delegacia em sua vida e também havia o seu casamento com Reus.

Havia ficado extremamente triste com esse último. Ela sabia que estava fazendo aquilo pelo seu sonho, mas ao priorizar um, ela estava destruindo um outro: casar com o amor da sua vida. Não amava Reus e nunca esperava que sua vida virasse de ponta cabeça como estava ocorrendo naquele momento.

Quando explicou tudo que havia acontecido para Sarah, a amiga havia ficado em completo choque, mas a estava apoiando. Jasmim também estava junto com ela, mas ficava extremamente preocupada de o jogador fazer algum mal a amiga e de tudo aquilo não acabar bem para Valentina.

Contudo o pior foi contar para a sua mãe. Verônica ficou completamente desnorteada quando ouviu aquilo tudo da boca de sua filha numa vídeo conferência um dia após saber que a sua menina havia parado em uma delegacia.  A brasileira pôde sentir o olhar de pena vindo de sua mãe e pela primeira vez, ela também sentia que a havia desapontado. Aquilo havia acabado com ela.

- Valentina? – ouviu a voz de Marco a despertar de seus pensamentos, acompanhada de um toque na porta de seu quarto. Ela apenas respondeu um “entre” e o jogador entrou no local vestido com o uniforme que o Borussia Dortmund usava para viagens do campeonato alemão. Ele estava com os cabelos ainda molhados penteados para trás, como se estivesse saído do banho a pouco tempo.

- Sim? – Ela respondeu e o encarou.

Marco reparou a brasileira sentada na cama a sua frente. Era impossível não se lembrar do seu olhar de tristeza e fracasso consigo mesma enquanto assinava os papéis do casamento dos dois. Sentada na cama acompanhada de um notebook, ela parecia melhor. Estava usando óculos de grau e tinha o cabelo preso em um coque despenteado e mesmo simples, ela estava linda.

- Vou viajar com o time para Sinsheim para o jogo contra o Hoffeinheim. Você precisa de algo?

- Não. Eu acho que vou para minha casa e dormir com a Jas esses dias.

Ele notou quando ela usou o “minha casa” e passou as mãos no cabelo.

 Por mais que estivesse ainda puto com a história de ela ter mentido sobre o jornal e ter feito da sua vida um inferno, ele estava tentando fazer com que ela se sentisse bem ali e sabia que ela não veria a sua casa como sendo dela também tão rápido, porém apenas queria ver ela bem, não desconfortável como ela estava ali.

- Ok então, mas se você quiser ficar aqui, eu pedi para que Gemma comprasse coisas para você – Falou se referindo a empregada domestica que ele tinha há alguns anos.

Valentina o encarou surpresa com as suas palavras. Eles não se falavam bastante quando estavam na casa e haviam brigado diariamente por causa do jornal e mesmo assim ele não a tratava mal nas horas que decorriam as brigas, apenas era indiferente. Por mais que fosse frio, era óbvia a tentativa dele no momento para que ela se sentisse bem ali mesmo ele não estando presente.

- Sendo assim, eu posso pedir para Jasmim ficar aqui comigo, Marco.

-Tá ok. Eu preciso ir agora – ele apontou para a saída do quarto e Valentina apenas desejou um boa sorte para o jogador.

 

 

 

Marco estava se direcionando ao vestiário extremamente raivoso. Não acreditava que tinha sido expulso ainda no primeiro tempo de jogo.

 Chutou a primeira coisa que viu em sua frente enquanto estava no corredor. Estava pouco se fodendo se pegaria uma multa por aquilo. Aquele havia sido o primeiro cartão vermelho da sua vida e tudo por causa de um erro ridículo de arbitragem.

Entrou no vestiário e foi atrás de suas coisas. Já havia diversas mensagens em seu celular vindas do WhatsApp e inclusive tinha uma ligação da sua mãe. Foi tomar uma ducha quente para ver se acalmava os ânimos e sentiu mais ódio ainda parando para pensar em tudo que aconteceu. Era incrível como o time estava sendo garfado nos últimos jogos na Bundesliga.

Saiu do banho e via seus dedos todos enrugados, provavelmente ficara mais de 10 minutos já que logo o vestiário foi lotado pelos seus companheiros de clube. Quando o viram, todos se calaram no exato momento. Ele apenas se trocou e pegou as suas coisas, saindo local, porém quando estava caminhando para sair do corredor sentiu a mão de alguém em seu ombro e virou rapidamente. Era Mario Götze com seu olhar apreensivo, esperando qualquer reação dele.

- Eu to bem, cara. Eu só estou bem puto e quero ir para casa. Tem noção de que ele errou aquela merda? Eu fui puxado bem antes de fazer a falta – Exasperou Marco enquanto bagunçava os cabelos nervosamente.

- A arbitragem tá ruim pra porra quando é com o Dortmund. Nem imagino o que eu faria no seu lugar se fosse eu quem tivesse tomado um cartão vermelho ridículo desses. Você até reagiu bem.

- Eu sei. Mas eu me sinto completamente incompetente. Não estou dando o melhor pelo time e...

- Claro que está, cara. Você que fez o gol que garantiu a gente em primeiro na Champions – Mario disse interrompendo o amigo – Eu sei que a fase tá uma droga na Bundesliga, mas a gente vai melhorar. Agora eu tenho que ir – O amigo deu um tapa em seu ombro e saiu para o vestiário, deixando ele ali com seus próprios pensamentos.

Sabia que o Mario estava certo, mas mesmo assim não sentia que estava dando o máximo. Daria tudo pelo time e agora sentia que estava em débito mediante ao tempo em que o Clube esperou pela sua volta. Havia sido expulso de um jogo importante e agora o time estava com menos um jogando fora de casa perdendo o jogo.

Marco ficou sentado dentro do ônibus do clube até os seus companheiros e funcionários aparecerem, já que estava há 3hrs de Dortmund, sem carro e teria que ir embora com eles de acordo o que lhe disse Tuchel. Quando viu todos entrando, apenas perguntou o resultado do jogo e após saber que Aubameayang o havia salvado de ser crucificado pela mídia com um gol de empate, colocou seus fones de ouvido e fechou seus olhos na tentativa de dormir e só acordar em Dortmund.

Marco entrou em casa e jogou a bolsa no chão da sala, exausto. Só queria dormir. Olhou Valentina dormindo no sofá com o controle nas mãos e chegou próximo da brasileira e a pegou no colo a fim de levar ela até o quarto em que estava. Quando a colocou na cama, viu que Valentina abriu os olhos, despertando do sono em que estava.

- Sinto muito, Marco. Eu vi o hoje e...

- Tudo bem – Ele falou enquanto dava um beijo em sua testa e saia do quarto a fim de dormir.

 

 

 

Reus caminhou até a cozinha e encontrou Valentina de pé, preparando um café da manhã que parecia ser para os dois. Ele só queria que ela o deixasse em paz. Tivera um péssimo dia ontem, prejudicou o time e ainda acordou com os barulhos que vinham da cozinha.

 Sentou numa das cadeiras que existiam perto da bancada e viu a menina virar o corpo e sorrir gentilmente para ele. Ela usava um short meio curto e uma camisa da seleção de seu país com o nome do Pelé. Parecia ser essas camisas retrô e ele adorou o que viu.

- Guten Morgen, Marco! Estou fazendo café para nós, mas não sei se você vai gostar muito. É tipicamente brasileiro – Ela falou e ele observou todos os seus movimentos. Nunca imaginaria que ela estava o tratando bem e sorridente após a semana inteira eles mal trocarem palavras a não ser quando iam sair ou precisavam de algo.

- Guten Morgen, Valentina! Você acordou cedo, não? – Perguntou coçando os olhos e ela riu. Será que ele não havia olhado em seu celular que era quase 11 horas da manhã?

- Você dormiu demais. Eu jurei que quando eu levantasse você nem iria estar em casa, Reus. Tem noção de que a manhã está quase acabando?

- Não.

- Então, você está com fome? – Ela perguntou em sinal de nervosismo. Não sabia como ele estava após a expulsão de ontem e tudo que queria era que ele não ficasse estressado com ela.

Valentina havia visto tudo ontem enquanto estava com Jasmim e Sarah na casa de Marco vendo o jogo. O primeiro gol que o time levou com um o sistema defensivo totalmente frágil, o cartão vermelho de Marco, o modo como ele saiu de campo bastante estressado com o ocorrido. Jasmim praguejou demais da arbitragem e se elas duas estavam se sentindo injustiçadas como torcedoras, nem imaginava com estava Marco como jogador.

Ela até após o jogo fizera questão de escrever não só em seu Twitter sobre a vergonhosa arbitragem de ontem como também fizera um parágrafo falando a importância dele para o time e da injustiça que havia sido cometida para a coluna da Zoe W. e ao enviar, percebeu pela primeira vez que estava escrevendo algo bom sobre o jogador desde que começara a estagiar para o jornal.

- Oh, sim. Isso é pão francês? – Perguntou ele enquanto levava as coisas da bancada até a mesa que havia ali perto. Valentina apenas concordou com a cabeça e sentou de frente para ele na mesa.

- Eu achei um lugar aqui perto que vende comidas do Brasil, você acredita? Então, nós comemos pão francês com queijo ou manteiga, mas como aqui não tem uma manteiga boa, eu trouxe queijo prato e tem café também. Você gosta de café, certo?

- Sim, eu gosto – Ele deu uma mordida no pão e fez um sinal de positivo aprovando tudo – Nunca fui ao Brasil. Eu iria em 2014, mas você sabe né.

- Ah, sim, eu sei. Sinto muito.

- Tudo bem. Então, você é de qual lugar do Brasil?

- Sou do Rio de Janeiro – Ela disse com um entusiasmo que o fez sorrir – Sou da capital mesmo. Minha família toda mora lá há bastante tempo. Eu amo a cidade, tem praias maravilhosas e é muito bonito.

- Mats me disse que era. Eles ficaram pouco tempo no Rio, ficaram mais em outro lugar que também tinha praia e parecia ser bem bonito também – Ele disse lembrando do quanto seus amigos ficaram falando do Brasil, das praias, do calor e das pessoas serem acolhedores e mais abertas e também das mulheres.

- Foi na Bahia – Falou ela olhando diretamente para ele.

 

O café estava bastante agradável na opinião da jovem. Marco parecia bem após tudo que aconteceu e estavam conversando sem farpas pela primeira vez desde que o conhecera. Nunca conversava com ele daquele jeito e estava gostando bastante.

Marco viu a brasileira se levantando para arrumar a bagunça do café e sorriu a observando. Ela estava totalmente diferente, parecia feliz pela primeira vez ali em sua casa. Nunca havia ficado algum tempo com ela e não queria que acabasse ali, então resolveu que não queria que aquilo tudo acabasse e mal se reconheceu quando passou pela sua cabeça em convidar ela para sair e que de fato, iria fazer isso.

- Você já conheceu a cidade? Digo com algum nativo?

- Não – Respondeu ela confusa enquanto lavava a louça do café.

- Então... Eu sou daqui, alemão nativo de Dortmund. O que você acha de sairmos para um passeio? Podemos ir ao Westfalen Park, também no museu e por último podemos ir a um restaurante e eu escolho a comida típica com uma cerveja artesanal. O que acha?

- Sim, eu acho bom – Ela respondeu e sorriu animada – Mas você vai me deixar pagar algo, certo? Odeio dar trabalho para as pessoas.

- Sem essa, Valentina. Você não vai me dar trabalho e sou eu quem está te chamando. Vá se arrumar, deixa que eu organizo tudo aqui.

 

 

 

- Eu queria ir no Borusseum um dia, talvez eu marque com a Jas. Achei esse museu sobre o futebol alemão muito bom, não me lembro de ter um desses no Rio – Valentina falou enquanto eles andavam no Westfalen Park lado a lado – Marco, como você me convenceu a sair de casa nesse frio?

- Eu posso te levar lá qualquer dia desses e vai ser melhor do que ir com a Jasmim. Posso até te levar para conhecer o estádio melhor – Falou ele rindo vendo a menina se encolher do vento frio que tinha acabado de passar – Desculpa, mas esse é o inverno alemão.

- Você faria isso?

-O que? – Perguntou ele visivelmente confuso

- Me levar ao Borusseum e tudo mais?

- Claro que sim.

- Sabe o que eu queria que você me levasse um dia para fazer? Bonecos de neve. Eu nunca vi neve na minha vida antes de chegar aqui – Ouviu o jogador rir dela e riu junto dando um tapa em seu ombro – Que foi?

- Você parece o Nico animado com um dia de neve – Mencionou o sobrinho lembrando-se do quanto ele ficava falando sem parar para eles irem fazer bonecos de neve no parque toda ano nessa época.

- Não ria de mim. O máximo de inverno que eu já peguei na vida foi 10 graus e eu congelei.

- Vem – Ele puxou a menina pelo pulso e a abraçou lateralmente e ela o olhou confusa – Vamos comer.

Eles andaram até um restaurante que tinha uma aparência de bar antigo e Valentina agradeceu aos céus quando sentiu o conforto do aquecedor do lugar fazendo o jogador rir com a atitude da brasileira. Eles sentaram em uma mesa pequena, mais aos fundos a fim de não serem reconhecidos e ela esperou Marco pedir a comida e se assustou com tudo que chegou até a mesa, inclusive se assustou com o tamanho da caneca de cerveja que o garçom colocou a sua frente.

- Que? Mas isso é enorme, Reus. Você não fica bêbado? – Perguntou assustada. No dia em que tomara uma cerveja alemã com sua amiga, o copo era bem menor e ela já tinha achado aquela forte, que dirá agora com um copo tão imenso.

- Não – Respondeu dando um longo gole da cerveja – É boa, experimenta só.

- Antes eu preciso tirar uma foto disso e enviar para minha mãe. Ela sempre reclama que eu nunca coloco nada daqui no Instagram – Viu a menina pegar o celular e tirar uma foto e depois enviar uma espécie de áudio falando em português. Provavelmente era pro grupo da sua família. Após fazer isso, ela deu um gole da cerveja e sorriu – É boa, eu gostei.

- Agora come o Sauerbraten, você vai gostar – Valentina cortou um pedaço da carne e colocou na boca, fechando os olhos. Ele achou aquele gesto totalmente sensual e ficou hipnotizado pelo ato, a encarando seriamente.

- Isso é maravilhoso!

- Minha mãe costuma fazer todo ano para o natal. Sabia que você gostaria.

Eles comeram tudo num clima bastante agradável, assim como foi durante todo dia. Valentina parecia meio alegre e ele achou que era por causa da cerveja.  Ela falava algumas palavras em português, tentando fazer com que ele aprendesse a língua o que foi muito falho. Após Marco pagar tudo, claro que com reclamações de Valentina, eles saíram dali e foram até o carro do jogador que estava próximo ao restaurante e pela primeira vez naquele dia ficaram em silêncio. Chegaram em casa exaustos e  se jogaram no sofá enquanto Marco ligava a TV e colocava num canal qualquer.

- Valentina?

- Sim? – Ela levantou a cabeça que estava apoiada nas costas do sofá e olhou para ele. Seus olhos pareciam diferentes, mais escuros, e era impossível não fita-los.

- Danke. Obrigado pelo dia e pela coluna.

- Eu não fiz nada demais e...

- Não, eu li. Li enquanto você se arrumava para sairmos e muito obrigado. Isso conta bastante.

- De nada, Marco – Ela respondeu e notou que o jogador fez uma feição complemente confuso, como se estivesse ouvindo algo em árabe - Isso é como agradecer em português.

- De nada – Ele disse extremamente enrolado e a jovem riu da tentativa – Obrigado.

- Como você sabe obrigado em português? – Valentina arqueou a sobrancelha o fazendo sorrir.

- Joguei com o Dante no Gladbach. 

- Certo – Ela disse e encostou a cabeça no ombro do jogador e sorriu enquanto olhava a TV que estava passando a quinta temporada de Game Of Thrones. 


Notas Finais


Então, foi isso. Quero pedir desculpas pelos erros ortográficos também. Fiz revisão, mas né, sempre rola.
Espero que tenham gostado


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