História Wanted - •1: Cartas•

Londres - Inglaterra

Julho de 1927 - sete meses depois

O PROFETA DIÁRIO

FUGA EM MASSA DA PRISÃO BRUXA AMERICANA.

Na última madrugada dezenas de bruxos escaparam de suas celas na América, dentre eles os dois britânicos, Cygnus Black e Gellert Grindelwald.

Na madrugada do dia 27 houve uma enorme tempestade próxima a prisão americana dos bruxos, até agora o MACUSA - congresso mágico dos estados unidos - tem registros de 76 fugas e ainda a procura de mais celas vazias - esperando não haver mais nenhuma.

Pesquisas feitas pelos aurores apontam que após a forte tempestade, houve uma explosão na torre leste da prisão, e dezenas de prisioneiros fugiram.

A população bruxa americana se encontra aterrorizada, seria este um novo plano de Grindelwald para reunir seguidores?

O primeiro ministro trouxa foi acionado, está mantendo a população trouxa sobre alerta, as notícias espalhadas a eles é de que um grupo terrorista extrangeiro está deixando o país sob ameaça.



O bruxo dos cabelos castanhos colocou o jornal de lado e soltou um longo suspiro

O fato era que o bruxo que a sete meses ele havia ajudado a prender tinha fugido, e agora estava sabe-se lá onde.

Newt passou a mão pelo cabelo, pensou na América, o primeiro lugar nela que ele visitou foi Nova Iorque, mas agora, já a conhecia quase por completo, em sete meses visitou o Canadá, Argentina, Brasil, México, Guiana e toda a América central, mas de todas as espécies novas que ele conheceu, de todos os animais que resgatou, anotações que fez para seu livro e de todas as suas melhores lembranças, tinha uma que vivia visitando seus pensamentos pelas manhãs, pelos entardeceres e pelos tempos livres, uma lembrança que tinha agora um lugar em sua maleta, na mesinha ao lado da fotografia de Leta.

Dobrou o jornal ao seu lado e o colocou sobre a mesinha de centro ao lado do sofá que estava sentado, por alguns segundos apoiou os cotovelos nos joelhos e encarou o chão, mas logo decidiu por levantar-se, e colocando os sapatos entrou na maleta, chegando ao seu escritório, encarou as fotografias na mesinha, a de Leta, a Lestrange que por mais que ele quisesse esquecer lhe visitava todas as noites os sonhos, ou melhor, que outrora lhe visitava todas as noites, agora raramente aparecia, ao seu lado esquerdo, uma bruxa dos cabelos curtos e loiros, sua amiga, Queenie Goldstein, ela lhe sorria com toda a doçura que sempre tivera desde que a conheceu, e ao lado direto, a morena com quem ele já sonhara por algumas vezes, mais frequentemente do que com Leta ultimamente, a outra irmã Goldstein, sua amiga, Porpentina.

Lembrando-se dela, olhou a escrivaninha de seu escritório, recordando-se que necessitava lhe enviar uma resposta a sua última carta, que chegara a alguns dias e ele, na tentativa de não soar idiota, com sempre achava que parecia, já havia escrito-lhe várias cartas em resposta, mas todas viraram apenas amassados de papel.

Decidiu por tentar mais uma vez, caso não obtivesse sucesso, seria o mais direto possível, mas Newt não sabia ser direto, tinha de pensar numa boa resposta:

"20 de julho de 1927.

Querido Newt,

Tudo bem aí na Europa? Por aqui por enquanto tudo está bem sim, Graves foi resgatado a quase dois meses, desculpe ficar tanto tempo sem lhe dizer isso, mas era assunto do congresso e só agora a notícia foi liberada, e me perdoe a demora para responder sua carta, mas estava encarregada de um caso complicado, passava o dia todo no MACUSA e boa parte da noite também, mas agora as coisas estão melhores.

Sinto sua falta, bem podia vir nos visitar ainda este ano, queria poder ir para a Europa, mas minhas férias serão apenas no incio do próximo ano.

Queenie pediu que quando eu lhe escrevesse novamente, mandasse alguns doces da padaria de Jacob, eles andam se encontrando bastante e parece que ele por vezes tem alguns flashes de memória do que aconteceu, isso é normal?

Bem, aí estão os bolinhos de baunilha e goiabada que ela comprou especialmente para você.

Espero lhe ver em breve e ter notícias mais importantes para contar, até breve - espero.

Com carinho,

Porpentina 'Tina' Goldstein."

Depois do bruxo reler o pergaminho diversas vezes, conseguiu ao menos começar a carta de uma forma a qual ele parecia a si mesmo, menos idiota com as palavras:

"28 de Setembro de 1927.

Querida Tina,

Perdoe-me a demora a lhe responder, confesso que comecei talvez cinco ou mais cartas, mas algo sempre saia idiota de mais, até para mim.

Agradeça a sua irmã pelos bolinhos, confesso que de incio fiquei meio receoso de come-los, seus formatos me faziam pensar nos animais da maleta e por vezes eu tinha dó de come-los, mas estavam deliciosos realmente.

Na verdade sim, é comum o que está acontecendo a Jacob, como contei a ele uma vez, o veneno do rapinomônio, se dissolvido corretamente faria com que a pessoa se esquecesse de suas más memórias, eu não acho que o que aconteceu a ele tenha sido ruim, surpreendente sim, ruim não, acredito que o contato com Queenie o esteja fazendo se lembrar aos poucos do que viveu ao nosso lado.

E saiba, estou sentindo muita falta daí, da América, de você, de Queenie e de Jacob, adoraria voltar ainda este ano, mas acho que gostaria mais de vocês poderem vir para cá, conhecer a Europa, já a viu de perto?

Poderia conhecer Hogsmeade, é uma comunidade completamente bruxa, a única existente, e de lá pode ver Hogwarts, na verdade fica na Irlanda, mas por ser completamente bruxa, não há problemas em aparatar até lá.

Mas queria falar algo sério, acabo de ver n'O Profeta Diário, nosso jornal bruxo da Inglaterra, sobre as fugas da prisão, isso me deixou preocupado, o que acha que Grindelwald vai fazer?

Assim que tiver mais notícias sobre isso, me avise, se precisar de algo, qualquer coisa, é só pedir, farei de tudo para ajudar.

Desculpe se estendi a carta por de mais, me escreva mais vezes, estarei aguardando respostas.

Saudosamente,

Newton 'Newt' Scamander."

O bruxo releu a carta talvez mais umas cinco vezes até ter certeza de que estava apresentável, e depois de longos minutos encarando o pergaminho a enrolou e amarrou com uma fina fita de cetim para não desenrolar na viajem, já que era longa, a coruja poderia precisar parar por algumas horas durante o dia para descansar.

Andou até o habitat das corujas, a qual ele costumava empregar como sua mensageira, uma bela ave, cor de caramelo com bolinhas brancas nas pontas das penas, era pequena, teria o tamanho de sua mão fechada, da espécie das corujas-anãs.

Ela pousou em seu antebraço, estendido a própria, o bruxo acariciou sua cabeça e amarrou delicadamente a carta em sua pata:

_ Espero que não esteja pesada de mais para você Carmel... _ diz o bruxo a coruja _ Entregue a carta nas mãos de Tina...

Ele saiu da maleta com a ave pousada em seu antebraço, fechando as travas para não correr o risco de nenhum animal escapar, saiu pela posta dos fundos na varanda de se apartamento.

A pequena coruja alçou vôo e em poucos minutos já não se podia ver mais vê-la, só o céu azul escuro e os milhares de pontos brancos e brilhantes que eram as estrelas, e a enorme lua cheia no céu, brilhante e redonda.