História War Of Hearts (Snowbarry) - Love In Trouble.

Barry lembrou-se da primeira vez em que viu Caitlin Snow. O dia era tempestuoso e nem mesmo o barulho estrondoso que fazia do lado de fora chamava a atenção da morena.

Ele se preparava para sair da lan house — Era um ótimo espaço para começar seu próprio laboratório, mas algo a mais havia prendido sua atenção naquele dia. Allen reparou em cada detalhe da moça — o modo como seus fios caíam sobre sua fina camisa branca e o jeito que brutalmente digitava de frente ao computador. Ela pareceu não notar que seu próprio cabelo estava encharcado pela chuva que acabara de tomar e, Barry não pôde evitar se não, aproximar-se ainda mais da morena. Esta que não havia notado sua presença é esse que se apaixonava por cada palavra que ela digitava, cada movimento que fazia.

A teoria que acabara de ler era grandiosamente genial, tão quanto a beleza da moça e, ao canto da tela pôde-se enxergar uma pequena janela em que ela carregava um pseudônimo: Killer Frost.

Conforme a observava, percebia o cansaço da morena, que lentamente se apoiava em seu braço direito e se entregava ao sono. Acompanhou-a até que estivesse dormindo, tirando uma jaqueta que carregava em sua mochila e repousando sobre seus ombros.

(...)

— Frost? — A mensagem fez com que seu coração desse um leve disparo. Não pôde segurar o sorriso.

O programa que utilizava era para comandar uma pesquisa clandestina, enquanto conversava com qualquer cientista ao redor do mundo. Contudo, infelizmente, ela precisava ser um membro de escala maior para se juntar à uma equipe mais elevada e conseguir melhores opções de logaritmos, e só conseguiria fazer isso, se fosse ou conhecesse o desenvolvedor do aplicativo. Foi então, que ela conheceu um anônimo cientista, quem a vinha ajudando pelo último ano com uma importante pesquisa e já estava ganhando o devido reconhecimento por isso, mas em troca deveria fingir ser esposa desta pessoa a fim de burlar o sistema. Então, Snow acabou casada com um desconhecido. Alguém que fazia seu coração disparar, mesmo não tendo o visto uma vez sequer. Soltou um longo suspiro e Barry não conseguiu conter sua risada abafada.

— O quê? — Caitlin demonstrou um meio sorriso para o moreno, que a encarava fixamente.

— Nada. — Ele mais uma vez soltou uma risada, balançando os ombros. — Parecia ser alguém especial.

A morena preparou-se para responder, cessada pelo próprio telefone, que aparentemente estava a tocar por um tempo. Era por isso que Allen ria tanto?

Hesitou atender as consecutivas ligações de Kara, mas sabia que mais tarde deveria explicações e, provavelmente, a amiga faria Snow sentir-se culpada por não tê-la dito com antecedência.

— Kara, não posso falar agora! — Caitlin se levantava, já pronta para se retirar da residência.

— Caitlin, você sabe que horas são? — Ela parecia indignada do outro lado do telefone. Snow conseguia figurar a menina surtando do outro lado da linha telefônica. — São quase onze! — No primeiro momento, a morena queria soltar uma risada, até se lembrar do que significava o "onze".

— Barry, são quase onze! — A garota arregalou os olhos de uma forma tão perceptível, que o moreno apenas a puxou pelo braço, deixando a esquecida sobremesa de Nora Allen para trás.

O dormitório não costumava funcionar de forma tão flexível. Podia-se sair a partir das 7, que era o horário próximo de quando as aulas começavam e eles fechavam as onze. As consequências eram simples — você não entraria na aula e todo mundo o veria chegar de manhã.

— Kara não atende, Barry! — Ela parecia ainda mais desesperada. Se sua mãe descobrisse, estaria tão ferrada...

— Vou tentar ligar para Cisco. — Barry tirou o telefone do bolso, enquanto Snow ainda estava na tentativa falha de falar com a Danvers.

— Cisco? Passou das onze, cara! A porta fechou.

— O inspetor acabou de passar agora, eu disse que você estava usando o banheiro. Melhor voltar logo.

— Consegue colocar a Caitlin aí dentro também?

— Aí você me enrola, né?! Sei que sou seu melhor amigo, mas não posso sair do quarto para você... Você sabe... — Ramon soltou uma risada cínica por de trás do telefone.

— Cisco! Me deixa entrar, agora! — Caitlin tomou o aparelho das mãos de Allen. — Eu sei performar uma lobotomia e não medirei esforços em fazê-lo se tentar me impedir!

— Uma o quê?

— Não faço ideia do que ela está falando, mas pelo nome esquisito e pela cara que ela tá fazendo, é algo muito ruim. — Allen novamente teve o controle do celular, com uma faceta assustada e ela começou a tirar o aparelho do moreno novamente.

— Vamos logo, antes que o seu inspetor volte! — Caitlin o puxou em direção à janela dos dormitórios masculinos.

— SEGURA! — Cisco jogou do segundo andar uma montoeira de lençóis entrelaçados por grandes nós. A morena soltou um suspiro e revirou os olhos, puxando Barry para o outro lado.

Ramon ficou confuso com a situação e continuou acompanhando-os com os olhos, perdido em grandes suspiros.

Caitlin começou escalando um pequeno telhado que ali havia, enquanto Allen se indagava sobre o que deveria fazer e acabou decidindo seguir a Snow.

— Ótimo. Me ligaram para brincar de casal. — Cisco sussurrou para si, enquanto observava os dois subirem escalando. Ele os aguardava apoiado na beira da janela, ainda com os lençóis jogados.

Barry atentamente a observava com um sorriso discreto, mas ainda um pouco assustado com as atitudes da Snow.

— O que você está fazendo? — A morena chamou a atenção de Ramon. — Não vai me ajudar? — Ela balançou sua mão, que permanecia estendida, esperando a resposta do amigo. Ele suspirou e a puxou para dentro.

— Sou um amigo muito bom mesmo!

Enquanto Barry terminava de entrar no quarto, o barulho de batidas na porta chamou a atenção dos três, que estavam completamente despreparados para um flagra no momento.

— ENTRA LOGO! — Cisco rapidamente puxou o amigo para dentro, enquanto a morena procurava algum lugar para se esconder.

— Para onde eu vou? — Ela pulava de um lado para o outro.

Allen logo a empurrou para sua própria cama, colocando seus cobertores por cima da garota. O moreno começou a se despir. — O que você está fazendo? — Snow o encarava confuso.

— Eu durmo pelado! — A porta estava prestes a abrir, quando o moreno colocou a cabeça de Caitlin por de baixo das cobertas novamente.

— Allen! — O inspetor chamou sua atenção. — Onde estava?

— No banheiro, senhor. — O moreno manteu sua expressão fixa, enquanto remexia seu corpo, para que a morena ficasse mais confortável.

— Sei...

— Eu já não te disse que ele estava lá, você não confia em mim? — Cisco se pronunciou.

— Não. Assim como ninguém neste dormitório. — Ele trocou olhares com Barry, que assentiu em concordância para o amigo.

O inspetor logo se retirou do ambiente, mesmo com uma pitada de suspeita. Enquanto Caitlin se retirava das cobertas, com o cabelo todo bagunçado.

— Você não quer dormir aqui? — Allen sugeriu.