História Watson e Holmes: uma história? - Por que fomos interrompidos?

-Elementar meu caro Watson.

Minhas pernas ficaram bambas e tive calafrios. Que? Por que diabos eu estou assim? Holmes pega seu casaco e olha pra mim dando um sorrisinho.

-Você não vem?

Saio do meu transe e corro para pegar meu chapéu. Fomos de táxi até um dos edifícios mais altos de Londres. A cada dia percebo que Sherlock fica mais doido do que já é. O que ele iria fazer num edifício que só é comercial? Além de que, já era tarde da noite, ou seja, não seria para comprar algo.
Sigo ele para as escadas indo direto à cobertura. Ele vai até a borda do prédio e senta, olhando para tudo. Vou devagar até chegar no mesmo lugar, me sentando também.

-Sabe John, o ser humano é a máquina mais difícil de se explorar. Sabe por quê?

-Não...-digo tentando adivinhar seu enigma.

-Porque mesmo tendo órgãos como os outros animais, nós somos racionais. Temos sentimentos, por isso somos difíceis de ser explorado até o último restinho de nós. A espécie humana continua sendo uma surpresa sem fim. - Ele fala suspirando e olhando para o horizonte, onde estava cheio de luzes artificiais iluminando a noite.

-Mas... Por que está me dizendo isso agora? - questiono olhando para seu rosto detalhado e seus cachos caindo na testa.

-Porque... -Ele me olha e chega mais perto. E...o telefone toca.
Holmes resmunga e atende.

-Alô? Ah, Lestrade, é você... -ele revira os olhos e sorri para mim -No momento estou ocupado. Onde to? No edifício mais alto de Londres sentado na borda da cobertura do prédio. Se estou sozinho? Não, o Watson está aqui.

Fico confuso, Sherlock está discutindo com Lestrade, o inspetor chefe da Scotland Yard. O que será que ele quer?

-Por que tenho que ir agora? Uma morte não é tão importante assim! -Holmes desliga o celular e volta a olhar para mim -Parece que teremos que voltar ao trabalho.

Dou um sorriso amarelo e saímos do edifício. Acho que posso considerar que hoje, foi um dos melhores dias da minha vida. E o mais tranquilo também.