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História Wayne, Holmes and Prince (W.H.A.P) - 13 - Armada, vulnerável


Escrita por: Lady_CL

Capítulo 14 - 13 - Armada, vulnerável


Capítulo treze

Armada, vulnerável




Quando desceu do carro longo, preto e surpreendentemente limpo naquele dia de ventos fortes, mal pôde sentir as pernas. Exigiu muito de si para continuar de pé, e que Deus abençoasse Alfred por estar com as malas. 


A mala. Uma única mala bem grande, com algumas roupas, maquiagem, um perfume, um par de sapatos e seu notebook. Não precisava de nada além disso — por mais que achasse que exagerou.

Seu sobretudo a protegia do frio, mas aquele não era o motivo de estar tremendo. E tremendo por dentro.


A última vez em que estivera ali não deixou as melhores memórias. E se naquele dia quase não sentia seu pulso, imagine agora, que não era apenas uma visitante.

Mas seria uma moradora.


Tudo bem que seriam apenas dois dias, mas depois de tudo o que fez e passou com os Wayne... Quarenta e oito horas que pareceriam anos.




— Não vamos entrar na mansão, senhorita Holmes. — comentou o mordomo, percebendo o não tão disfarçado nervosismo da jovem. — Mas acredito que alguém estará te esperando em seu alojamento.




Lisa não iria responder. Deixou que o senhor caminhasse na frente, guiando o caminho pela grama-esquisita-muito provavelmente sintética. 


Ao chegarem na lateral esquerda da casa — se é que podia chamar assim — viu um tipo de cabaninha. Feita de alguma madeira clara, e com uma chaminé da qual fumaça escura flutuava até o céu.

Não era uma casa da piscina, Lisa percebeu. Pois não havia piscina alguma, mas sim, o grande lago que vira pelas janelas panorâmicas em sua última visita. 

Alfred reparou nos olhares curiosos, levemente confusos e maravilhados que ela disparava ao redor. Mas não disse nem mesmo uma palavra.


Quando abriu a porta de madeira, bloqueou a visão da jovem enquanto guardava a mala em um cantinho bem ali na entrada, e depois se retirou, indicando com um dos braços para que ela entrasse.

E se antes estava atordoada, agora com certeza sua pressão tinha caído.





— Lisa. — foi só o que Bruce disse. Braços cruzados, um tom grave e nem um pouco receptivo. Mas não havia frieza ou desprezo ali. Talvez desinteresse? 



— Finalmente! Seja bem-vinda. — Damian sorriu, e teria aberto os braços para um belo e caloroso abraço, se Lisa Holmes não fosse Lisa Holmes. — Não se preocupe, são dez da noite e não vai ver Wayne algum sem aviso de novo.



Àquela altura, não sabia se a notícia era reconfortante. Na verdade, a única coisa que poderia a acalmar agora, seria voltar para casa e se jogar na sua cama barulhenta enquanto lê algum livro de ficção científica.



— Só viemos te receber, e isso porque eu enchi muito o saco para que esse rabugento viesse. — o herdeiro Wayne era o retrato do carisma e da leveza. Ela sabia que qualquer garota em sã consciência se apaixonaria por ele. — Fique a vontade. Essa casinha é toda sua pelos próximos dois dias.




Bruce já estava saindo na metade do discurso do filho. Não tinha uma carranca, e nem um sorriso. Estava apenas se retirando por educação. Ele sabia que tudo aquilo era um desconforto enorme para a jovem, não precisavam agravar.

E ela não conseguiu agradecer. Apenas um aceno gentil de cabeça.




— Se precisar de algo, tem meu número. — antes que ela indagasse, entendeu que era melhor não incomodar Alfred. Mesmo que servir fosse o trabalho do mais velho, não era Holmes quem assinava seu cheque. — Até amanhã, Lisa.


Um aperto gentil e quente, bem recebido quando a porta aberta deixava o vento gélido entrar. E só o que restou dos Wayne foi perfume, diversos aromas diferentes se fundindo em um só; forte e confuso, mas atrativo. Lutou contra qualquer dos sentidos que se arrastou para fora daquela cabana junto com o simpático herdeiro, e decidiu começar o trabalho.

O trabalho de tornar aquela cabana um lar provisório.





Quando os três entraram na mansão, não havia sinal de Diana. Ninguém tinha paciência ou energia para conversar, de qualquer maneira. Acenos e "hm" de cortesia, e cada um seguiu o seu caminho.


Damian fechou a porta do quarto atrás de si, a trancou por puro instinto e costume, mesmo que — não mais — fosse necessário. Se jogou em sua cama king size, instantaneamente fechando os olhos.



— Céus... Que dia. — murmurou. E por mais que tentasse repassar todas as reuniões que teve na Wayne Enterprises, sua mente sempre retornava a uma mulher. — Ah, Lisa... Lisa, Lisa, Lisa.



Era um deleite. Não dizer o nome, mas saber que ela estava tão perto. Segura, e em uma cama confortável. E estava ali. A pouco mais que uma dezena de passos. 

E ele não deixaria essa oportunidade passar. Traria o coração da jovem para si, ou a afastaria de vez. 



Algumas paredes grossas dali, Bruce chegava em seu quarto. E encontrara uma amazona concentrada em um livro cuja capa o passava a impressão de romance. Não disse nada, apenas se dirigiu a seu closet para se trocar. Estava vestindo as calças de moletom quando ouviu a voz aveludada que facilmente o deixava excitado.


— Como sabe que ela não vai bisbilhotar pela janela? — ele segurou o riso. Se encostou no batente da porta, cruzando os braços com um sorriso. Mas sua esposa continuava séria.


— Ela não vai ganhar dinheiro se publicar na internet como nós transamos. — e foi a vez de Diana conter uma risada. — As pessoas mudam e se arrependem. Devia ter visto como ela estava vulnerável e melancólica. E em pânico.


Caminhou devagar até a cama, se sentando antes de se deitar sob os pesados cobertores. Observou o rosto da mulher, que agora tinha um sorriso de canto. Ainda, de vez em quando, seu coração palpitava apenas ao a olhar. E ficava tímido caso ela o encarasse de volta.


— No fim das contas, é só uma criança crescida. — a amazona disse baixinho. Fechou o livro com um tum alto, o deixando na cômoda ao lado. — Assim como Damian... Acha que ele vai ficar bem? Com tudo o que está acontecendo?


Bruce engoliu em seco. Fechou os olhos com um suspiro, mas manteve o sorriso. E ela, o lançou um olhar ladino, uma sobrancelha erguida.


— Treinou a infância inteira com os Al Ghul. — não era um alívio. — Aguenta uma semana estressante. E agora tem Holmes para... Esquecer os assuntos. 


— Um pouco de romance não mata ninguém. — uma piada interna descarada. Os dois riram, Wayne a abraçando assim que a mulher se virou em sua direção. Ela deixou o queixo sobre os cabelos levemente grisalhos, com um carinho gentil nas costas largas. — Estou ansiosa para amanhã. Espero que tudo ocorra bem.


— Teremos Grayson e Gordon. E toda a GCPD foi mobilizada, comandada por Jim. — um beijo suave no pescoço de sua esposa. — Não precisa se preocupar.



Na verdade, toda a preocupação do mundo seria justificável. Que as orações para Jesus e a Virgem Maria tivessem efeito, e que os já mortos deuses das Amazonas olhassem por Diana no dia seguinte. Um ataque em escala tão grande, contra tantos vilões em conjunto em uma ilha fodida? Precisariam de todas as divindades existentes. 





Quando Lisa acordou foi muito bem recebida pela luz esbranquiçada do sol, filtrada por nuvens cinzas e uma janela empoeirada por fora. Pois o piso, as paredes e os móveis de madeira brilhavam por serem polidos recentemente, e até o tapete esverdeado e a pequena cafeteira pareciam ter levado um banho de verniz. Não teve a opção de se levantar preguiçosamente com toda aquela claridade nos olhos.



— Bom dia. — acenou para um jardineiro ao abrir aquela exata janela, empurrando-a para fora.



Ao menos não era tão solitário quanto a sua rua. Algumas vezes cogitou adotar algum bichinho de estimação, mas não tinha tempo ou cabeça para isso. 

Foi pouco depois de começar a sentir o cheirinho do pó se fundindo com a água fervente que alguém bateu em sua porta. Soltou um suspiro de derrota e insatisfação, mas atendeu.

E quase perdeu o fôlego.




— Bom dia, Lisa. Eu não vou tomar seu tempo. — dois passos para a frente, e metade do corpo estava no interior da cabana. — Hoje a operação acontece. Nós não estaremos em casa, vamos resolver uns assuntos burocráticos e apoiar a polícia depois.



— Apoiar a polícia? — ela franziu o cenho, mas Diana não parecia estar disposta a explicar. Ouviu ronco de motores ao longe, e soube que estavam de saída. Explicava o vestido lindo e as jóias extravagantes que a mulher exibia.



— Aqueles arrogantes não acharam necessário, então vim por minha conta. — ela retirou algo de seu sobretudo, envolvido em um pano branco. — Precaução. Use apenas se necessário.



Só entendeu o que era após receber aquilo sobre as palmas das mãos. E o mundo ao seu redor desapareceu. O barulho do café caindo na xícara estava alto demais, sua respiração também. A visão se tornou um borrão, no belo rosto de Diana apenas conseguia distinguir as sobrancelhas franzidas. Então tudo escureceu.


Prince não soube o que fazer. Não quando seu marido a esperava para irem direto à Wayne Enterprises, quando tinham tanta coisa para fazer, e havia uma jovem em sua frente prestes a desmaiar. Segurou seus cotovelos, chamando o nome, com esperança de que aquilo a trouxesse de volta à consciência.



— Mas que merda, Holmes! — resmungou, decidindo a carregar até a cama, que era o único móvel para se sentar na cabana de um único cômodo além do banheiro.



Com um braço da jovem sobre seus ombros, e um dela ao redor da cintura, chegaram sã e salvas. Lisa se sentou, a cabeça contra a parede, suando frio.



— Me perdoe. É um... Trauma. — sussurrou, recuperando a respiração. Já que era a única coisa que parecia funcionar em seu corpo naquele momento. Sentiu que Diana esperava respostas, mas não conseguiria articular muito mais que algumas palavras. — Bruce conhece a história.



Foi um "vá, não perca tempo comigo" silencioso. Prince hesitou, mas logo Lisa pôde ouvir o som — abafado pela vertigem — dos saltos caros, e da porta fechando. 

Não era um caminho longo até que a Amazona se sentasse no banco de couro. Bruce já tinha um olhar preocupado quando percebeu o cenho franzido da esposa.



— Eu entreguei a arma para a Holmes e ela quase desmaiou. — a pergunta não precisava ser feita. Pacientemente, Bruce deu a partida no conversível. 



Memórias o acertaram conforme formulava a história. 

“Estamos longe demais! Não tem nenhuma patrulha no local?”, exclamava um policial no rádio, e outros diziam a mesma coisa. 

Sentiu o vento em seu rosto.

Ouviu o estalo no outro lado da linha dos microfones nas câmeras do banco central de Gotham.

Sentiu a reverberação no chão quando as bombas explodiram.

Viu o laranja e vermelho e amarelo e preto do fogo, ouviu as sirenes dos bombeiros, sentiu as queimaduras contra o traje, e lembrou dos olhos vazios da jovem que não reconheceu de imediato.




— Te contei sobre isso, mas mascarei algumas coisas... O assalto ao banco central. Aquele em 2011. Ela estava lá com o pai. — ele enrijeceu, hesitando em desenterrar aquelas memórias há muito ignoradas. — Foi morto pelos assaltantes na frente dela. Com uma Beretta.


— Merda. — Diana murmurou. A arma que entegara era do mesmo tipo. Abriu a boca para fazer perguntas, mas se lembrou de quem Bruce era. O Batman com certeza estaria lá... Ou não.


— Era algum feriado. As patrulhas não estavam por perto... E eu também não. — murmurou, engolindo em seco. — Nenhum de nós chegou a tempo de impedir os assassinatos, ou as explosões.




O tom de voz do homem ia cada vez mais baixo — não grave, mas lentamente se tornava algo próximo de um sussurro. Culpa pesou sobre seus ombros caídos, o olhar firme na estrada não tremeu enquanto tentava lutar contra as emoções. Um de seus maiores fracassos, ecoava em sua mente. Uma marca na vida de dez vítimas que ele poderia ter salvo.




— Ela e outras nove pessoas foram sobreviventes. Dez de trinta e dois. — murmurou, o pescoço resetando conforme engolia em seco. — Algumas com queimaduras, ela com uma nas costas. Mas seu pior ferimento foi na mente.




Nenhum Wayne precisava parar nos sinais vermelhos, mas ele o fez. Damian em um carro logo atrás quase acertou sua traseira, xingando alto com o susto. Entendeu que o que quer que estivesse acontecendo no conversível preto, era algo a se respeitar.


— Após se recuperar, teve de ser levada a um hospital psiquiátrico... — respirou bem fundo, incapaz de dar mais informações sobre aquilo. — Acompanhei o tratamento o máximo que pude. Paguei algumas coisas. Mas nada me fazia me sentir menos culpado.


— Acompanhou como Batman? — Diana perguntou, franzindo o cenho. Com certeza seria inusitado.


— Não. Digamos que... Ele era parte do trauma. — engoliu em seco outra vez, e demorou alguns segundos até dar a partida após o sinal abrir. Não haviam muitos carros nas estradas que conectavam a isolada mansão Wayne e seus vizinhos, até a cidade grande de Gotham. — Fui como Bruce. Dei a desculpa para os médicos e imprensa de que era meu dever como prefeito.


E talvez realmente fosse. Mas ele sabia que com ou sem um nome político, teria feito tudo aquilo por ela, e talvez um pouco mais. Pois mesmo que agora as coisas não fossem assim, na época havia um Bruce com um carinho, consideração e admiração imensos pela bem jovem Holmes. Nunca soube se foi recíproco. Aquela era uma amizade fria e distante.


Diana abriu a boca para alguma pergunta, mas uma voz jovem e cheia de ânimo invadiu os altos falantes do carro.



— Pai, acha que vamos ver o Dick antes da operação? — uma faísca de esperança preenchia o tom do jovem herdeiro. — Ou a Barbie?



— Nenhum de nós pode te responder. Não adianta perguntar ao Alfred. — o casal riu do apelido que todos, inclusive Gordon jamais iriam aceitar como casual. — Grayson é... O Grayson. E Barbara é Barbara. Nós nunca temos certeza de nada.




Richard era um membro da família Wayne que não estava presente nos Natais, páscoas ou aniversários — este sendo o em que ele mais aparecia —, mas que quase sempre tentava fazer videochamadas ou aparecer em missões. Principalmente as mais urgentes. Gordon, uma amiga um dia íntima e próxima de todos na família, mas que se afastara por opção.

Há quem diga que o afastamento foi após a chegada de Prince, mas, talvez seja apenas uma fofoca mal feita.

O jovem Damian pode ser o fã número um de seu "irmão mais velho", e com certeza ama quando alguma pessoa diferente aparece em seu dia a dia. 

Mesmo que mortes e ferimentos estivessem bem presentes em seu futuro próximo, nada importava enquanto estivesse com seus dois amigos.




Lisa ficaria feliz se pudesse sentir o mesmo.




— Estou bem, Al. Muito obrigada. — um sorriso amarelo em um rosto pálido, e o mordomo apenas assentiu antes de fechar a porta. Aquela era a terceira vez que perguntara se a jovem tinha certeza de seu estado. Por mais que não tivesse, concordou.



O chá de hortelã fora refrescante apesar de quente, reconfortante apesar de revigorante. Mas nada poderia afastar as memórias desenterradas. Os fantasmas com que lutou por tantos anos até serem escondidos em algum guarda-roupa no fundo de sua mente. 



— Eu não tive culpa. Ele está em um lugar melhor. O que deve acontecer, vai acontecer. — murmurava para si mesma, respirando bem fundo com a xícara fina nas mãos entre as pernas cruzadas uma sobre a outra. — Está tudo bem. Vai ficar tudo bem.


Após um longo suspiro de olhos fechados, os levou até o objeto coberto pelo paninho em uma estante. Engoliu em seco, suor frio escorrendo por sua espinha.

Não importava ter uma arma. Jamais conseguiria sequer tocar naquilo. Que o Charada, a Alerquina ou o Duas-Caras aparecessem todos juntos, ela não pensaria em atirar. Poderia estar armada, mas sabia que estava profundamente vulnerável.





— Uma ordem do prefeito foi um lockdown até segunda ordem. — a voz sinuosa de Vicki Vale soou nos altos falantes do celular ao longe. — A mega-operação do combate ao crime acontecerá hoje, e o esperado é que as batalhas não fiquem apenas na ilha Arkham.



Olhou sobre o ombro, quase como se pudesse ver a tela meio escura àquela distância. Virar as panquecas era um ato automático, não precisava encarar a frigideira para um perfeito flip.




— Vou precisar de muito açúcar e cafeína. — resmungou, rindo para si mesma. Sua única companhia nos últimos tempos. E, por um mísero momento, pôde ouvir a voz de Damian Wayne. E sentiu que poderia degustar sua companhia. Mas não seria possível.




— Não saiam de casa, tranquem as janelas e não abram as portas para ninguém. Se necessário ou possível, fiquem em seus porões. — um helicóptero atrapalhou a transmissão, agitando os cabelos loiros e o sobretudo curto. Com uma mão no ouvido, ela olhou para a esquerda. — Faremos o possível para cobrir no ar. 




Lisa ergueu uma sobrancelha diante da promessa absurda. A última panqueca no prato, e buscou xarope de bordo nos armários bem, bem altos.




— O vereador Bruce Wayne está, neste momento, na sede da GCPD, acompanhado de toda a sua família para nos dar uma palavra. — a jornalista comunicou, toda sorrisos ao mencionar o magnata. Holmes soltou um risinho significativo.




A imagem mudou imediatamente. Um palanque e um púpito de — aparentemente — madeira escura, uma tropa de militares e policiais parada atrás, e Damian e Diana parados sobre o pequeno palco. A mulher, em um terno branco impecável, o cabelo preso para trás sem nem mesmo um fio solto, e um batom vermelho marcante. A perfeita e inabalável Prince.

O herdeiro Wayne tinha os olhos fixos em algum ponto, e seu olhar não tremia. Mal se movia ao respirar, as mãos atadas a frente do corpo em um uniforme da GCPD. Letal, Holmes pôde perceber. Aquela era a postura de um soldado.


E curiosidade borbulhou em seu estômago.




— Onde ele está? — sussurrou, cortando os morangos e pegando os mirtilos rapidamente. Uma grande xícara de café, e logo estava em sua cama, com o smartphone em mãos.



Após alguns segundos de silêncio e pessoas paradas como estátuas, uma nova figura se juntou ao espaço da câmera. Era Bruce, com um traje policial mais escuro que o de seu filho — trabalharia com a Inteligência. Seus passos encerraram atrás do púpito, ajeitando o microfone à sua altura.



— Cidadãos de Gotham. Meus irmãos e irmãs. — Lisa ergueu as sobrancelhas castanhas, segurando um riso. — Esta será uma operação perigosa, com riscos altos. Mas, peço que não temam. Todo filho desta terra tem uma coragem e força que ninguém jamais poderia superar.




A determinação em seu tom de voz fora instantaneamente comovente para alguns telespectadores — a grande maioria precisara de palavras de encorajamento ou conforto.




— Não tenham medo, e façam o que tiver de ser feito para protegerem suas famílias. Acima de tudo, confiem em nós. Nossa força tarefa está muito, muito bem treinada. E estamos prontos para qualquer coisa. — cada frase era acompanhada de um leve sorriso, e um cenho franzido. 



— O cara é bom mesmo. Não perde o jeito nunca. — Holmes comentou, cortando um pedaço das panquecas amontoadas. 



— Mais uma vez, não tenham medo, cidadãos de Gotham. E orem por nós. 




Lisa engasgou com sua comida. Após algumas tosses, estava mastigando e engolindo novamente, lutando contra uma gargalhada que logo irrompeu de seus pulmões. Uma mão segurou o prato para impedir que caísse, a outra estava na boca, abafando o som. Respirou bem fundo, se abanando. Não era necessário ser muito íntimo de Bruce para saber que o playboy não era nem um pouco religioso. Deus? A surpreenderia se ele sequer se lembrasse que qualquer divindade existia.




— O bem com toda a certeza prevalecerá sobre o mal. — elevou o tom, o retrato da determinação e convicção. — Por Gotham!



Um punho erguido, e todos os soldados atrás fizeram o mesmo. Herdeiro e esposa continuaram congelados em suas posições. E Lisa não conseguiu abafar a risada que explodiu como um grito.

Mas, não demorou até que toda aquela alegria se esvaísse. Pois foi ao ver Diana abraçar os dois homens, e ficar sobre um terraço abraçando a si mesma, que estremeceu.

Foi ao ver pai e filho entrando em helicópteros diferentes, que seu sangue gelou.

E apenas quando os comerciais apareceram, que a gravidade da situação a atingiu. 


O discurso de Bruce era inútil. Ela estava sim com medo. Temeu não pelo perigo iminente na cidade, mas pela vida dos dois Wayne que voavam até o Armagedom. 




— Que Deus não nos abandone...


Notas Finais


Próximo capítulo é tiro porrada e bomba


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