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História We Are A Mess - Capítulo 4


Escrita por: AshtonsSister e FairyJujuba

Capítulo 4 - Capítulo 4


Acordei no meio da noite, morrendo de sede. Quando levanto para tomar água, passo pelo quarto dos Jacks e penso em entrar e sufocar Gilinsky com o travesseiro enquanto ele dorme, mas antes que eu possa entrar em seu quarto, sinto uma mão me puxar pela cintura e cobrir minha boca com a outra.

Tento gritar, mas não consigo.

— Ai, o de baixo é meu! – Escuto depois que piso no pé do sujeito.

Ele tira a mão da minha boca e me solta. Me viro para ele e fico ainda mais enfurecida.

— Hamilton! – Exclamo revoltada e ele faz sinal de silencio. — O que você pensa que está fazendo?!

— Impedindo você de assassinar meu amigo?! – Diz em tom de óbvio, retoricamente. Sinto vontade de matá-lo junto de Jack.

— Ah, sai da minha frente! - Empurro-o pelos ombros e sigo corredor a frente, buscando pelas escadas.

Desço com cuidado, pois está escuro e mesmo de dia, a desastrada da minha prima conseguiu quebrar o pé, e adivinha, o desastre dela tem a quem puxar, isso mesmo, eu!

Quando chego à cozinha, acendo as luzes, feliz com toda a claridade. Odeio o escuro desde pequena, eu dormia com uma fresta da porta aberta e com a luz do corredor acesa, apenas para não ficar no escuro total.

Bebo cinco copos cheios de água, tendo a impressão de estar quase desidratada. Passo quase meia hora olhando para a parede, tendo em mente que perdi o sono, e tentando bolar algo para fazer na madrugada até sentir sono.

Agora, em meio as reflexões da madrugada, vejo que Jack não tem muita culpa. Ele estava bêbado e nem ao menos lembra do que fez. Mas isso não significa que ele não tenha feito, por isso, ainda vou puxar a orelha dele, meter um tapa na cara dele e fazê-lo implorar por perdão e prometer de dedinho que nunca vai fazer isso de novo. Graças à ele, Rafa está sentindo como se fosse culpada e isso eu não admito.

Apago as luzes e volto para o corredor, para procurar o refugio de Shawn que agora também passará a ser o meu. Ele me mostrou, culpa dele, perdeu pra mim.

Posiciono-me no banco do piano e passo os dedos em tecla por tecla, sentindo nostalgia pura ao tocar no objeto.

Quando percebo, estou dedilhando uma melodia. É uma música do Shawn, mas não lembro o nome nem a letra de inicio. Inverto a música inteira para o piano, as teclas mais agudas, imitando a voz de Shawn. Ao chegar no refrão percebo que é uma das minhas favoritas: Strings... Mesmo que eu sinta um pouco de ciúme dessa sortuda de ter o amor do Shawn. A música fica bem no piano, mas é tão diferente para quem está acostumado com o Shawn e seu violão.

— And baby when you fall down, I’ll fall too – escuto uma voz familiar cantarolar, chamando minha atenção. — And if you get lost, then I’ll get lost with you — Ele me olha dentro dos olhos. — And when the waves crash down – continua, me olhando seriamente. — Then baby I won’t move, cause I Need all the strings attached – erro uma nota quando ele canta isso, olhando-me tão profundamente que talvez tenha visto meu cérebro.

Logo volto ao normal, sincronizando perfeitamente com o dono da voz que me deixou apaixonada por anos.

Terminamos a música, eu tocando e ele cantando. Quando a última nota some no ar, Shawn sorri. Ele agora está escorado no piano – com isso eu quero dizer quase deitado -, me olhando profundamente e sorrindo.

— Insônia? – Pergunta pouco antes de bocejar

Parece um leãozinho muito fofo.

— Na verdade eu só estava esperando todo mundo dormir para poder matar o Jack silenciosamente – brinco esbarrando sem querer em uma tecla grave.

— Você pressiona Mi para assassinar alguém? — Ri, tirando sarro do meu jeito desastrado.

— Para assassinar Shawn Mendes eu iria de dó – entro na brincadeira, pressionando a tecla correspondente a dó.

Ele ri e senta ao meu lado na banqueta do piano, me empurrando com ombros para ter mais espaço.

Ele começa a dedilhar Life Of The Party e eu quase tenho uma parada cardiorrespiratória quando ele sorri para mim, ainda tocando, e pede para que eu cante.

— Canta pra mim – pede, prolongando a introdução para que eu possa entrar no tempo certo.

— A música é sua, fica melhor com você cantando – respondo meio sem jeito e ele revira os olhos de forma brincalhona, jogando a cabeça para trás e balançando ela, mudando um pouco o ritmo da música, me fazendo rir. Ele volta ao ritmo normal e nega com a cabeça.

Observo seus dedos longos enquanto ele toca. Os anéis nos dedos médios que eu via em vídeos são ainda mais sexy ao vivo.

— Nah – resmunga da forma mais Shawn Mendes possível. Eu rio. Rio pelo simples fato de que, na situação em que me encontro, qualquer coisa que ele diga me fará rir. Rio por estar simplesmente tão feliz que preciso expurgar isso pra forma em risadas. Rio porque ele me faz querer rir. E eu gosto disso. — Estou pedindo pra você cantar. Escuto minha voz todos os dias, se quisesse ouvi-la iria até a estante e pegaria meu CD.

Mordo o lábio, hesitante, vendo suas mãos ágeis trabalhando sobre o instrumento. Existe alguma coisa no mundo que ele não faça bem? Ah sim, dançar. Eu esqueci da salsa Mendes...

— Está rindo de que? – Balanço a cabeça e sorrio ainda mais abertamente, achando engraçado estarmos conversando ao que ele toca a introdução de seu primeiro single. — Então Srta. Porto – volto a rir, dessa vez de seu sotaque e ele me acompanha. — Me daria a honra de ouvi-la cantar?

Quase morro por dentro com seu falso tom cheio de formalidades e a situação fica ainda pior quando ele me olha sorrindo e repetindo a intro pela décima vez. Balanço a cabeça e ele entende.

Começo a cantar e as notas são quase sempre as mesmas, com exceção do refrão, quando o clímax chega. Sinto-me extasiada e completamente conectada à ele, como nunca fiquei antes. É como se eu dependesse dele agora, e eu dependo para que a minha música esteja completa. Ele nunca para de me olhar, observando meus movimentos enquanto canto, sorrindo ao ver as notas que alcanço e ficando incrédulo quando eu me aparecia, modificando algumas notas para ficarem mais altas. Ele canta “come out tonight, come out tonight, there’s no one standing in your way... Come out tonight, come out tonight, we don’t care what them people say” comigo, unindo nossas vozes e me encantando ainda mais. Ele não me acompanha até o fim da música, mas me contento em cantar sozinha e olhar para suas mãos. Descobri que minha tara pelas mãos dele é ainda pior pessoalmente, então preciso fixar meu olhar em seu rosto, para não acabar pensando indecências. E ele é tão bonito.

Quando a música acaba, parece que uma eternidade se passou, apenas ao redor desse piano. Foram menos de quatro minutos, mas foram os minutos mais bem gastos da minha vidinha.

Ele me aplaude com vontade, fechando os olhos e fazendo uma cara orgulhosa e pretensiosa. Eu o aplaudo de volta e assim ficamos por alguns segundos, até nossas palmas se multiplicarem.

Olho para a porta vendo o pessoal por ali e sorrio, fazendo um gesto de agradecimento. Rafa, Matt, Cameron e Nash estão sorrindo para nós e aplaudem com tanta força que acho que vão sair com as mãos doendo daqui.

— Parabéns casal, estavam tão perfeitos juntos – Matt diz, deixando tanto a mim quanto a Shawn corados.

Sinto uma tristeza estranha ao ver alguns dos meus amigos parados nos olhando. Toda a magia de momentos atrás sumiu, deixando apenas as centelhas de brilho da varinha mágica. Esse lugar e esse momento eram pra ser segredo. Um segredo meu e dele. Eu gostava da ideia de ter algo que só nós sabemos, que seja só nosso. Mas agora isso já era, alguns de nossos amigos sabem e amanhã provavelmente todos saberão, pois vi Rafaela filmando um snap.

— Lindos, maravilhosos e cheirosos mesmo, pena que acordaram metade da casa — Rafa reclama, cruzando os braços e fazendo bico. Era pra dar medo, mas eu só consigo rir. Parece que foi ontem que ela tinha 10 anos e eu peguei o batom dela e ela fez isso pela primeira vez. Sempre foi uma mandona nata.

— Você fala como se já não estivesse acordada para se pegar com o Matt na calada da noite – respondo tentando desviar a atenção, me mexendo desconfortável no banco.

Rafa e Matt ficam muito corados e Cam e Nash começam a fazer piadinhas.

Sinto minhas pernas serem puxadas para cima, indo parar no colo de Shawn, este que ri de alguma coisa que Cameron disse. Eu não consigo nem prestar atenção nos outros, sentindo o carinho que ele faz do meu pé até a metade das minhas coxas. Sinto-me um pouco constrangida por estar com meu short de coraçõezinhos. Qual é, são três da manhã, estou usando pijama!

Olho para as mãos de Shawn, que passam em um carinho leve pelas minhas canelas. O anel gelado em contato com minha pele quente me arrepia. Ok, admito, não é só o anel, o toque também. Em seguida, olho para o seu rosto, que ri de Cameron e fala alguma coisa que eu nem consigo ouvir, não por ter falado baixo, mas por estar concentrada demais em observar seu rosto.

Esses gestos são tão naturais e automáticos para ele, mas para mim é como se o mundo estivesse se virando ao avesso. Ele talvez nem tenha percebido o que fez e isso me irrita. Como ele consegue ser assim tão carinhoso tão naturalmente?!

Enquanto ele acarinha minhas pernas (é muito bom gente, sério, mas também é desesperador e meio excitante) e conversa com os outros, eu olho para seu rosto, vendo seu sorriso ou suas expressões sérias, dependendo do rumo da conversa, ele ficou até corado algumas vezes.

Começo a tentar entender nosso relacionamento, se é que pode ser chamado assim. Nós dormimos juntos uma vez, mas foi no sofá da sala e porque eu estava tão bêbada que se ficasse sozinha, cairia. Ele se preocupou comigo quando eu enchi a cara naquela festa, e me impediu de mofar no meu próprio vômito, foi um legitimo cavalheiro e um ótimo amigo. Ele me mostrou seu refúgio, o que significa que ele confia em mim, de certa forma. Nós não somos tão íntimos, nem nos conhecemos muito bem, mas ele consegue me fazer sentir feliz na presença dele e, mesmo sem querer, eu me sinto segura quando ele está por perto. Isso tudo em menos de uma semana. Talvez as coisas estejam andando rápido demais... Para pessoas normais. Mas não pra nós, nós somos uma bagunça. Se fosse a Julia de dois anos atrás eu já teria agarrado ele há muito tempo, porque ele é meu ídolo e porque, - eu posso ser meio lerda, mas não sou cega -, ele tá me dando bola.

QUANDO NO MUNDO EU VERIA SHAWN MENDES ME DANDO BOLA?! Pois é, nunca!

Ele mexe comigo e eu acho que talvez eu mexa com ele. Bem, talvez, apenas, pois, quem sabe, ele só esteja sendo gentil. Não é preciso saber muito sobre ele pra saber que ele é legal com todo mundo.

Espero que as coisas continuem indo bem como estão agora.

Shawn Mendes ainda vai ser minha ruína nessa casa!

 

Rafaela POV

Julia estava olhando de forma estranha para Shawn. Nash já havia tirado uma foto e postado no snap com a legenda “namore alguém que olhe pra você como a Ju olha para o Shawn”, mas Julia nem percebeu e olha que o flash tava ligado. Eu rio dela, pois percebo que está “vegetando” ou “pensando na morte da bezerra” como ela diz. Isso significa que o corpo está aqui, mas os pensamentos dela estão muito longe.

A gente fica conversando por muito tempo. Julia boceja e sai do seu transe, olhando para todos ao seu redor e se espreguiçando. Ela se encolhe de frio e se encosta no piano que agora está fechado, dormindo por ali mesmo.

Todo mundo ri dela.

— Tira foto – Nash sussurra e imita ela, fechando os olhos e fazendo uma expressão de zangado. Cameron tira a foto e posta no twitter. Julia parece brava quando dorme e eu acho isso muito hilário.

— Deixa ela – Shawn ri de leve, tirando um pouco de cabelo dos olhos dela, observando o rostinho dela enquanto dorme. Ele sorri e todo mundo solta um coro de “awn”. — Vou levá-la pro quarto – informa, passando a menina para os próprios braços com uma facilidade que olha...

Cameron, Nash, eu e Matt conversam mais um pouco, mas logo Nash reclama da hora e vai dormir. Cameron se despede e sai logo em seguida, indo tomar banho (sim, ele vai tomar banho às 5 da manhã!).

— Estamos sobrando – Matt reclama e me põe no colo em seguida, me carregando que nem noiva.

— Odeio sobrar – resmungo e ele ri do meu bico emburrado. — Eu podia ficar conversando até amanhecer. Perdi o sono completamente. Estou tão chateada – reclamo e Matt revira os olhos.

— MI-MA-DA – exclama quando chegamos na porta do meu quarto.

— Não sou mimada, caralho – brigo com ele e ele volta a revirar os olhos, me colocando no chão para abrir a porta.

Acabo me desequilibrando e quase caio. Matt me segura pela cintura e estamos tão próximos agora. O que está havendo aqui é... Meu Deus. Ele intercala o olhar da minha boca para os meus olhos. Provavelmente desejando me beijar. E eu me odeio muito por querer isso de volta.



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