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História We are Better Together - Amor incondicional


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Olha... Preciso dizer que algumas de vocês ganharam o bolão sobre o nome dos bebês, só não vou dizer quem, vocês que descubram sozinhas :P

Ótima leitura!

Capítulo 8 - Amor incondicional


Ninguém sabe o verdadeiro significado do amor incondicional até se tornar mãe. Não importa se a criança saiu de seu próprio ventre ou se veio por alguma forma de adoção. Quando se é mãe o amor sentido por aquele pequeno serzinho foge de tudo que já foi sentindo.

Os trigêmeos podiam ainda não ter nascido, mas elas já conseguiam sentir parte desse amor. Depois que as crianças mexeram na noite anterior a vontade de ter aqueles pequenos em seus braços só aumentou. O maior desejo de ambas era ver os rostinhos de seus filhos. Poder cuidar e estender todo o amor que elas tinham dentro de si para eles.

- Vocês conversaram com eles durante essas últimas semanas, não conversaram? – perguntou a médica se divertindo com a expressão aflita misturada com curiosidade das duas. – Tem certeza que querem saber o sexo?

- Pelo amor de Deus, doutora! Fala logo! – exclamou Piper arrancando risos da médica. Se ela demorasse mais 30 segundos a loira arrumaria um jeito de descobrir sozinha o sexo de seus filhos.

- Tudo bem... – virou o visor para que elas pudessem ter uma visão melhor. – Uma menina. – Elas trocaram olhares. Um sorriso doce estampava o rosto das duas. – Um menino. – apontou para o outro bebê na tela. Uma apertou a mão da outra com um pouco mais de força ainda com um largo sorriso no rosto. – E mais uma menino.

Elas trocaram um olhar cúmplice e sorriram. Falaram tanto sobre terem três filhos e sempre que conversavam sobre nomes eram sempre de dois meninos e de uma menina que se fosse outro casal poderiam dizer que fugia até da realidade, mas não elas.

***

- Eu vou ser a madrinha da menina. - disse Polly cortando qualquer argumento que Jess estava usando para ser madrinha da "Sulamita". Estavam em um restaurante próximo ao PoPi. Resolveram se encontrar lá para que as futuras mães pudessem contar a novidade sobre o sexo dos bebês. A comida já havia chegado, mas mesmo assim elas continuavam discutindo sobre quem seria a madrinha de quem. - Piper é madrinha do Finn, então eu posso escolher de quem eu vou ser madrinha.

- Eu sou madrinha do Finn? - perguntou confusa. Em resposta foi fuzilada com o olhar. - Ah claro que eu sou madrinha do Finn.

- O que é madrinha, mamãe? - Finn que estava sentado ao lado da Polly na mesa perguntou.

- Alguém que vai cuidar de você quando sua mãe morrer. - Nicky respondeu na frente.

- Minha mãe não vai morrer! - exclamou contrariado. - Ela é imortal que nem o Superman.

- Isso mesmo. - Polly deu um beijo na cabeça do filho. - Não liga para o que ela diz, meu amor. Madrinha é alguém  que te leva para comer besteira no lugar do jantar.

- Então a Alex é minha madrinha também. - respondeu com toda a inocência que possuía. - O que a gente mais come é besteira no lugar do jantar quando você me deixa dormir na casa dela.

Alex tentou se esconder atrás de sua salada para fugir do olhar matador de Polly. Mesmo que não entendesse bem o motivo de estar recebendo aquele olhar. Claro que eles se entupiam de besteira sempre que Finn passava um dia ou um fim de semana em sua casa. Polly já deveria estar cansada de saber disso.

- Vamos ser justas. - Piper estendeu a mão com três pedaços de guardanapos dobrados. - Vocês serão madrinha da criança que nascer nessa ordem. Tipo... Se a menina for a primeira a nascer quem tirou o número um será a madrinha dela.

- Quero ver a Polly trocar os papéis que nem ela faz no amigo secreto. - Jess pegou um papel olhando Polly com um olhar desafiador.

- Se eu ficar com a menina eu troco com você, Polly. - Jessica encarou a namorada com a cara fechada. - O que foi? A afilhada é minha e eu a troco por um afilhado quando eu bem entender. - Jess ergueu uma sobrancelha. - Você já tem a salsicha! Pra que você quer ser responsável por mais uma menina? Ou de qualquer criança? - Jess colocou um pedaço de peixe na boca, ainda fitando Nicky. - Seja madrinha de todos então! Eu hem...

- Eu tirei o bebê número dois. - disse Polly. - Eu vou querer ver a certidão de nascimento para ter certeza de que não fui roubada.

- Eu tirei o bebê número três e talvez eu o troque por duas pizzas caso aconteça alguma coisa com vocês.

- Pode trocar bebês por pizza? - Finn perguntou animado. - Troca o seu também mamãe. - todas riram. O amor que aquela criança tinha por pizza era fora do comum. Finn ficou olhando aquela cena sem entender do que elas estavam rindo, pois ele falou sério.

- Eu tirei a criança número um e também vou querer ver a certidão de nascimento.

- Agora que sabemos que um dos nossos filhos será excluído, um vai ser trocado por pizzas e a outra vai causar desavenças no clube das ex-presidiárias, será que podemos conversar sobre o chá de bebê? - perguntou Alex.

- Já vou deixar bem claro que eu não sou a favor daqueles jogos que tem que desenhar um... Pelo amor de Deus, Jessica! - Nicky tirou Amelia do colo da namorada fazendo com que a menina começasse a chorar. - Olha... - passou o guardanapo na blusa de Amy que estava toda suja do molho do peixe. - Sujou toda a menina. Você sabe que ela não pode ver um prato que mete a mão.

- Não foi eu que tive que limpar o chão todinho da cozinha do apartamento semana passada por ter deixado ela bater a mão na garrafa de suco. - afastou o prato de Nicky da frente da Amy. A garota tinha parado de chorar quando viu que tinha outro prato em sua frente que ela podia colocar a mão. -  Quem deixa uma criança sentada em cima do balcão pra ficar rindo de memes?

- Eu não estava rindo de memes! Eu estava vendo briga de divas do pop. É diferente... Os memes vieram depois.

Pelo visto a conversa sobre o chá de bebê teria que esperar mais um pouco. Entretanto nenhuma das três ali na mesa se importavam com aquilo. Amavam ver Nicky e Jess discutindo, ainda mais quando Amelia estava envolvida.

Elas podiam não ter se dado conta ainda, mas formavam uma linda família.

***

- Sanduíche de atum – Alex colocou o prato com o lanche em cima da mesa de centro na frente de Piper – e chá gelado.

- Quem é Vanessa, Alex? – a morena que estava terminando de pousar o copo em cima da mesa voltou sua atenção para a esposa e viu que ela estava segurando o seu celular. – Eu não estava mexendo no seu celular. – tratou de se defender quando viu a expressão de desaprovação de Alex. – Mas não parava de notificar, então pensei que alguém estava morrendo, mas não... Era só a Vanessa. – deu ênfase no nome da mulher. - Quem é Vanessa, Alex?

- A Van? – Piper a encarou com os olhos semicerrados. Com toda certeza usar o apelido da mulher não ajudou muito. – Você sabe quem é a Van, Piper. – sentou ao lado da esposa no sofá. – Você leu o original dela. É um dos lançamentos da Floresta Encantada do ano que vem.

Piper só soltou um murmuro. Alex sabia que aquilo significava que a esposa não se contentaria com a sua explicação. E era verdade. A loira voltou sua atenção para o celular da esposa e ficou passando o dedo pelo visor procurando por algumas mensagens.

- “Posso passar no seu apartamento na terça-feira. A Piper vai estar fora da cidade”. Pelo visto não foi só o original dela que ela confiou a você.

- Nós só vamos jantar. – falou no tom mais calmo possível. Sabia que qualquer exaltação no seu tom de voz a faria dormir no sofá. – Eu só vou ao apartamento dela para jantar.

- E eu preciso estar fora da cidade para isso? – jogou o celular em Alex. - E por que você tem que jantar no apartamento dela? Você vai cozinhar? Por que você adora se exibir na cozinha.

- Pipes, você sabe como está a minha agenda de compromissos até os bebês nascerem. Eu não tenho horário disponível no almoço e eu não gosto de marcar nada no jantar e te deixar sozinha em casa porque vai que essas crianças resolvem nascer antes da hora? E a Vanessa não pode ir até a Floresta Encantada porque ela fraturou a coluna. A coitada está em uma cadeira de rodas fazendo fisioterapia três vezes na semana. Por isso eu marquei um jantar na casa dela.

- Ah ela pode ir três vezes na semana a fisioterapia, mas não pode ir uma hora na editora? – Alex ia abrir a boca para dizer algo, mas Piper a cortou. - Alex, eu sei que você está transando com ela. – tentou responder só que mais uma vez foi impedida. – Quem não estaria, não é verdade? – pegou o celular novamente e abriu a galeria de fotos aonde tinha algumas fotos de Alex com Vanessa. Todas na Floresta Encantada, provavelmente tiradas por Nicky. Mas Piper não ia se apegar em detalhes nesse momento, certo? – Ainda mais quando tem uma mulher grávida de sete meses, que passa boa parte do dia comendo, reclamando dos pés inchados, que já deve ter engordado uns 70 kg e não faz mais sexo com você.

- Você não engordou 70 kg Piper.

Piper soltou um riso indignado pelo que tinha acabado de ouvir. Alex ficou a encarando sem entender muito bem o que tinha dito de errado. Não que fosse surpresa. Nunca sabia o que falava de errado nesses momentos.

- Você não vai nem negar? – a expressão era totalmente incrédula. – Por que você não casa com ela então? – ah agora ela tinha entendido só que mesmo assim não teve tempo de se defender. – Alex sai da minha frente. – apontou com o dedo para frente indicando que era para ela sair. A morena pensou em abrir a boca para dizer algo, mas mais uma vez foi interrompida. – Eu não quero saber! Some da minha frente antes que essas crianças fiquem órfãs de uma mãe antes de nascerem. – a morena levantou do sofá, deu três passos para frente indicando que ia mesmo embora, mas virou fazendo uma expressão de que iria dizer algo. – AGORA ALEX!

Ela já deveria saber que em momentos como esse o melhor a se fazer era deixar a casa mesmo. Só torcia para que Piper não entrasse em trabalho de parto. Ainda estava cedo, mas a doutora disse que por ser trigêmeos poderia ter uma possibilidade deles nascerem antes da hora. Esperava que a hora não fosse naquele dia e nem nos próximos dias, ainda tinham um chá de bebê para realizar.

Piper sabia que Alex não estava a traindo. Por mais que tentasse a maioria das vezes não conseguia se conter na explosão. Com o nascimento dos bebês se aproximando a paranoia aumentava. Tinha medo da esposa não aguentar toda a pressão e deixá-la. Sabia que não era a pessoa mais carinhosa do mundo e por todos esses meses a situação só piorou. As explosões que tinha para cima de Alex eram mais intensas. Quando não estava gritando com a morena, discutindo pelas coisas mais irrelevantes estava chorando pelas coisas mais irrelevantes e poucas eram as vezes que conseguia dizer o quanto estava grata por tudo que ela estava fazendo e aguentando.

Odiava os hormônios da gravidez misturados com sua instabilidade emocional vinda diretamente de fábrica.

Como Alex não ia voltar nas próximas horas, Piper foi até o quarto das crianças. Se é que podia chamar aquilo de quarto. Nada estava arrumado ainda. Sempre que sentavam para conversar sobre a decoração do quarto, fosse os móveis, pintura, papel de parede, não conseguiam entrar em um consenso. Saber o sexo das crianças nesse quesito não tinha ajudado em absolutamente nada.

O pior de tudo era a sensação que Piper tinha quando entrava no quarto dos filhos.

Haviam combinado que até eles deixarem o berço os três dividiriam o mesmo quarto e depois a menina teria um quarto só para ela. Caso um dos meninos quisesse um quarto só para ele futuramente não se importariam em ter que quebrar uma parede ou outra para fazer a vontade do filho. Era só um quarto.

O problema é que ela sentia que faltava algo. E isso não era referente a decoração do quarto. Faltava aquele sentimento de que ela ia ter que quebrar umas paredes para construir um quarto novo. Podia ser só porque teria filhos realmente unidos e que não se importariam em dividir um mesmo quarto. Pelo menos era o que ela tentava se convencer sempre que sentia que o que estava faltando era um dos filhos. Sabia que era besteira. Os três bebês estavam dentro dela e por todos os exames que fez eles eram totalmente saudáveis.

Culpava os hormônios por esses pensamentos e sentimentos. Culpava o quarto por ainda não estar arrumado e por isso pensava essas coisas. Culpava a si mesma por sempre discutir com a Alex sobre a decoração, nunca concordando com nada que a esposa dizia. Por isso que o quarto ainda não estava arrumado. Por isso que ela tinha esses pensamentos.

Ia ficar tudo bem. Ela precisava parar de se preocupar. Criaria os seus três filhos  junto com Alex e quando eles estivessem mais velhos ela seria colocada em um asilo por eles.

Era quase 22 horas quando Piper ouviu a porta de casa abrindo. Estava na frente da televisão comendo uma bacia de pipoca e assistindo algum desenho de criança que até agora ela não sabia do que se tratava. A única certeza que tinha era que seus filhos não assistiram aquilo. Na sua infância os desenhos eram mais simples e bem mais instrutivos. Alguns pelo menos.

- Esse desenho é horrível! - comentou Alex. Depositou um beijo no topo da cabeça da esposa e deu a volta no sofá para ficar de frente a ela. Piper não deixou de abrir um sorriso quando viu que a esposa segurava uma caixa de chocolate em formato de coração e um buquê com diversos tipos de flores. - Meu pedido de desculpas por não dizer que eu não estou te traindo com a Van. - estendeu os presentes para ela.

- Como você ainda está aqui? - soltou um suspiro colocando as flores em cima da mesa de centro.

- Se eu não estivesse aqui eu estaria aonde? - sentou ao lado de Piper no sofá. - Estamos grávidas, esqueceu?

- Mas é você que lida com a minha instabilidade emocional.

- Amor - passou o braço pelos ombros de Piper aproximando-a para que ela deitasse entre seu ombro e seu peito. - eu lido com sua instabilidade emocional bem antes de estarmos grávida. Isso é só mais um dia normal em nosso casamento.

- Me desculpa por ter te expulsado de casa e não tem problema você ir jantar com a Van na terça-feira. - a forma que Piper disse o apelido de Vanessa fez com que Alex soltasse um riso. - Eu te amo.

- Eu sei. - deu um beijo na testa de Piper.  - Não se preocupe que eu estarei sempre aqui, menos quando você me expulsar de casa. - Piper riu da forma divertida da esposa em dizer aquilo. - Nossos filhos não vão assistir esse desenho. - pegou um pouco de pipoca.

- Não vão mesmo. Nunca vi desenho tão horrível.

- E eu nunca comi pipoca tão horrível! - disse fazendo uma careta e devolvendo as pipocas que ainda não tinha colocado na boca ao pote. - O que você colocou nisso Piper? Que nojo!

- Leite condensado, sal de bacon e aquele cheddar de spray. - Alex vez outra careta. - E nem está ruim! Tenho certeza que se misturar com esses chocolates vai ficar melhor ainda.

- Ainda bem que você que quis engravidar e dos três filhos de uma vez. Me poupou de comer essas misturas que nem as crianças quando tiverem maiores vão ser capazes de fazer.

Piper riu e beijou a esposa.

Tinha consciência que se não estivesse grávida não faria metade daquelas misturas, mas no momento era tão gostoso o gosto que ela não conseguia resistir.

***

O chá de bebê ficou por conta de Nicky. Depois de inúmeras reclamações vindas da loira sobre como ninguém sabia preparar um chá de bebê descente e sem todo o clichê dos chás de bebê convencionais, Piper deixou com que a amiga preparasse o chá.

Claro que de começo Alex não foi a favor. Lembrava muito bem de sua despedida de solteira e como Nicky deixou-se ser sabotada por Polly. E, mesmo que a melhor amiga de sua esposa não estivesse mais a odiando, tinha medo que de alguma forma Nicky a provocasse e com isso o chá de bebê fosse sabotado também.

Para a surpresa de todos que sabiam que Nicky foi a organizadora do chá de bebê, tudo correu perfeitamente bem. Piper não reclamou e não gritou nenhuma vez durante todo o chá e ainda se divertiu com toda a brincadeira que fizeram para adivinhar o presente e quem deu.

Ficou agradecida por Nicky ter sido a organizadora. Todas àquelas horas conversando e brincando fizeram com que ela se desligasse um pouco de toda a preocupação que estava sentindo por cada vez estar mais próximo de seus bebês nascerem.

- Como você conseguiu? – perguntou Piper deitada no ombro de Polly. Estavam sentadas no sofá. Praticamente todo mundo já havia ido embora. – Eu sabia que você seria uma ótima mãe, mas...

- O Larry me ajudou. Eu estava enlouquecendo depois que aquele filho da puta do Pete praticamente me abandonou. Eu não sei se teria conseguido ser uma ótima mãe sem a ajuda do Larry. E não se preocupe você vai ser uma ótima mãe também, você tem a Alex.

- Isso é você dizendo que eu fiz uma ótima escolha para a mãe dos meus filhos? – perguntou com um sorriso divertido.

Depois de todo esse tempo, cada dia ficava mais difícil para Polly e Alex disfarçarem que uma gostava da outra, mesmo que não estivessem enganando mais ninguém.

- Isso sou eu dizendo que aquela desgraçada não vai para lugar nenhum.

- Eu não sei do que vocês estão falando, mas eu também afirmo que não vou a lugar nenhum. – disse Alex chegando a sala com Finn no colo. - Mentira! Eu e Finn vamos ao shopping no próximo fim de semana andar naquele robô gigante.

- Que bom que você está tentando comprar a amizade do meu filho de volta com esses passeios. – disse Polly em tom irônico. – Fique sabendo que ele só te chamou para ir porque eu e o Larry não estaremos na cidade no fim de semana e você e Piper vão tomar conta dele.

- Você não vai destruir essa amizade Holly.

- Isso mesmo. – disse Finn em tom firme. – Você não vai destruir essa amizade mamãe. – entrelaçou seus braços no pescoço de Alex a abraçando.

- Por que você vai deixar o Larry fazer um artigo com você, mas não quer me ajudar a escrever um livro sobre a prisão? – o tom de Devon era choroso. – Já falei que você só vai ser minha pesquisa Jess, não vou escrever nenhum personagem baseado em você.

- O Larry quer falar sobre medicina. – o namorado de Polly fez um positivo com a cabeça. Concordarei com qualquer coisa que Jess falasse só para não perder aquele artigo. – Se quer contar uma história sobre Litchfield pergunte para Vauseman, elas sim tem uma ótima história.

- Ele perguntou e eu disse não. – respondeu Alex.

- Mas até agora não perguntou nada para mim. – observou Nicky. – Tenho muitas histórias de Litchfield para contar e não me importo em ser a protagonista do livro. - passou o sorvete que tinha em sua mão na boca de Amelia que estava em seu colo, ganhando um olhar de repreensão de Jessica. – Tenho certeza que todos vão amar o livro. Faço até questão de revisar.

- Pensei que Devon estava querendo escrever um livro sobre romance, não de alguém que transou com Litchfield inteira. – disse Piper.

- O que é “transou”? – perguntou Finn confuso.

- Bom... – Alex entregou Finn para Larry. – Tenho certeza que seu pai não vai se importar em responder essa pergunta. – Polly a fuzilou com o olhar. – Eu ainda tenho tempo para ensaiar as respostas para essas perguntas, tudo bem?

- Até que escrever um livro baseado sobre a história da Nicky não ia ser tão ruim assim. – comentou Devon. – Imagina uma história sobre alguém que tinha um caderninho de tran... – percebeu os vários olhares de repreensão que recebeu antes de concluir aquela palavra. – Trantamento especial a mulheres – fez uma careta por causa daquele improviso horrível -, que não se apaixonava por ninguém e no final se apaixonou pela mulher que não foi parar no caderninho?

- Não... Agora você estragou toda a história com esse enredo clichê.

- Eu gostei. – disse Alex em provocação. – O nome do livro poderia ser Odeio a por... – fez uma pausa pensando melhor no que iria dizer, pois os olhinhos de Finn estavam vidrados no que ela dizia. – porcaria do amor.

- Eu também gostei. – disse Jess. – Se quiser eu posso te contar quantas vezes eu rejeitei a Nicky. Acho que vai ser uma ótima história.

- Se escreverem uma história sobre romance baseada em mim eu vou processar todos os envolvidos e falar mal de vocês no twitter da Floresta Encantada. Ridículos!

Todos riram da cara contrariada de Nicky. Fazendo aquele mais um dia normal na amizade do clube das ex-presidiárias e convidados.

***

- Alex... – o tom era manhoso. – Eu sei que você está acordada. – chegou próximo ao ouvido da esposa e sussurrou. – Para de fingir que você não está me escutando sua ridícula. – Alex cobriu a cabeça, sem soltar nem um murmuro. – Alex! – puxou o edredom da morena.

- Piper me deixa em paz, pelo amor de Deus! – puxou o edredom de volta. – Eu preciso dormir! – o tom era de suplica.

- Eu quero o pudim lá do Brooklyn com sorvete de creme e chantilly.

- Então vai lá comprar. – disse em tom ríspido, ganhando um olhar surpreso de Piper. - Eu não vou levantar dessa cama até amanhã cedo e não tem nada no mundo que você diga que vai me fazer mudar de ideia.

- Eu não vou ficar sem meu pudim só porque você ficou até tarde trabalhando e agora está com preguiça de levantar para ir comprar.

- Preguiça?  - soltou um riso debochado. – Eu poderia trabalhar menos se você não tivesse dito que me queria em casa quando as crianças nascessem. Então eu estou adiantando todo o meu trabalho para fazer o que você quer.

- Ah me desculpa se eu estou fazendo você ficar em casa por obrigação. – disse em tom irônico. – Pensei que eles fossem seus filhos também e que você me ajudaria a criá-los. – levantou da cama. – Pode ficar ai dormindo. – pegou seu travesseiro e puxou o edredom. – Nós quatro não precisamos de você! – caminhou até a porta. – Eu vou dormir no quarto de hóspedes e você pode fazer o que quiser da sua vida a partir de agora. Nós não somos mais casadas! – bateu a porta do quarto.

- Nós não temos quarto de hóspedes! – gritou e ouviu um “vai se foder” antes da porta do quarto de Nicky ser batida. – Merda! – se jogou para o outro lado da cama.

Odiava seu mau humor de alguém que não dormia fazia mais de 24 horas.

Claro que ela foi comprar o pudim e o sorvete. Caso não tivesse chantilly em casa ela teria comprado também. Nunca tinha ficado sem levantar de madrugada para comprar algo que Piper queria comer e não seria agora que ficaria.

No último mês a esposa estava extremamente insegura. Pensava que a qualquer momento poderia ser abandonada. Por um lado ela gostava de saber que Piper tinha medo de perdê-la, mas por outro não sabia bem como lidar com a loira nessas situações.

Quando subiu com um pote de pudim, com sorvete e chantilly em cada mão viu que a luz do quarto dos filhos estava aberta.

O quarto continuava sem decoração e ela sabia o quanto aquilo incomodava Piper. Sempre que tentavam entrar em um consenso de como seria a decoração do quarto acabavam discutindo ou mudando de assunto e nisso nem os berços tinham comprado ainda.

Parou na porta e encontrou Piper sentada no meio do quarto com o notebook em sua frente. Tinha certeza que já havia sido percebida, portanto entrou no quarto e sentou ao lado da esposa no chão dando um dos potes com o desejo para ela.

Piper só deu uma rápida olhada para a esposa, sem esboçar nenhuma reação e deu uma colherada em toda aquela mistura que tinha no pote.

Alex olhou para o computador em sua frente e viu que estava em um site que dava para fazer a simulação da decoração do quarto.

- Eu gostei da cor. – deu uma colherada em toda aquela mistura também e percebeu que até que não era um dos piores desejos. – Só que esses berços não vão ficar no meio do quarto e muito menos colados um no outro. Deixa as crianças terem seu espaço.

- Elas estão dividindo o mesmo útero por meses. – deu mais uma colherada na mistura. – Mas eu também preferi a simulação que eu fiz com os berços ali... – apontou para a parede do lado direito. – Olha... – mostrou a página que ela tinha feito a simulação.

- Adorei o sofá. Podemos encher as paredes com prateleiras cheias de ursinhos. Eu amo ursinhos. – para sua surpresa Piper mostrou outra página onde já tinha uma decoração montada com uma parede cheia de ursos. Jurava que a esposa não tinha escutado nada que ela disse sobre a decoração assim como não escutava quando ela dava sugestões de nomes para bebês. – Eu acho que já temos o quarto dos nossos filhos.

- Eu também acho.

***

- Piper, sua mãe está aqui. - avisou a secretária pelo telefone.

- Minha mãe pedindo para ser anunciada? - o tom era uma mistura de surpresa e sarcasmo. - Ela está com cara de que acabou de matar alguém? - da sua mesa conseguiu ver a expressão de sua secretária procurando uma resposta para aquilo. Riu. - Pode deixar ela entrar.

- Você me odeia? - foi a pergunta que Carol fez assim que adentrou no escritório e fechou a porta de vidro atrás de si.

- Não mãe, eu não te odeio. - olhou para sua mãe rapidamente que estava parada no meio do escritório parecendo um dois de paus e em seguida voltou a atenção para os papéis em cima da mesa. - Te odiar requer muito tempo e energia e isso são duas coisas que eu não tenho no momento. - soltou a caneta que estava em sua mão em cima dos papéis e voltou a olhar para sua mãe. - O que você quer?

- Por que você não me contou que estava grávida?

- Mãe os meus filhos já estão para nascer se você não sabe.

- Eu sei... Mas não foi porque você me contou. Eu fiquei sabendo pelo instagram com aquela foto do ultrassom com a legenda que dava a entender que Alex tinha te largado e que você ia ser mãe solteira. Pensei que com os dias eu receberia alguma ligação sua ou mensagem, mas você já está de oito meses e eu nem fui convidada para o seu chá de bebê.

- Eu não te contei que estava grávida por te odiar mãe, eu não contei porque eu pensei que você não queria mais fazer parte da minha vida. - deu de ombros, como se não se importasse nem um pouco com o que tinha acabado de dizer. - Desde o meu casamento eu estou cansada disso, então, quando você não apareceu no meu último aniversário eu pensei "Foda-se".

- Você nem gosta do seu aniversário Piper!

- Mas isso nunca te impediu de organizar festas em que eu só passei vergonha. - soltou um riso. - Você não foi porque dessa vez foi a Alex que organizou com o meu consenso não é verdade?

- Isso não é verdade! - exclamou, ofendida com a acusação.

- Então o que aconteceu? - levantou da poltrona. - Você esqueceu do aniversário da sua própria filha?

- Eu não...

Carol não conseguiu concluir a frase por ficar perdida na imagem em sua frente.

Piper usava um vestido azul um pouco a cima do joelho que caia perfeitamente bem naquele barrigão e combinava com suas bochechas mais cheinhas. O cabelo com duas mechas de cada lado presos em uma presilha, mais longos do que Carol lembrava. Por mais simples e rotineiro que o visual fosse, ele deixava Piper com uma aparência mais jovem e extremamente linda.

A maioria das mulheres ficavam lindas na gravidez, mas Piper com toda certeza era a mulher mais linda que Carol já havia visto grávida.

- Você está chorando? - Piper perguntou com estranheza ao perceber duas finais lagrimas escorrendo pelos olhos da mãe.

- Você está linda!

- Nós nunca concordamos em nada mesmo, não é verdade? - sentou no sofá de couro e colocou os pés na mesa que tinha em frente dele. Vendo que a mãe continuava parada no mesmo lugar fez sinal para que ela se sentasse ao seu lado no sofá. - Se eu não te falei nada sobre a gravidez foi porque eu achei que você não queria saber dos seus netos só porque eles são filhos da Alex também.

- Que tipo de monstro você acha que eu sou? Eu posso não gostar da sua esposa, mas eles ainda são meus netos.

Se Piper falasse que não percebeu que até aquele momento sua mãe não tinha falado nenhuma vez com desdém de Alex ou entortou a cara ao se referir a morena como sua esposa estaria mentindo. Desde o momento que sua mãe pediu para ser anunciada ela estava achando tudo aquilo estranho demais e por incrível que pudesse parecer não era uma estranheza ruim.

- Até agora eu não sei o tipo de monstro que você acha que a Alex é, então... - deu de ombros.

- Você não precisa mais de mim, Piper. - foi encarada com olhares confusos ao dizer aquilo. - Acho que nunca precisou.

- Isso não é verdade. - fez um negativo com a cabeça com um sorrisinho. Nunca pensou que o dia de ter aquela conversa chegaria. - Eu tive que aprender a não precisar mais de você quando eu fui presa porque você me abandonou mãe. - soltou um riso de nervoso. - Você disse que eu não era mais a sua filha. Eu até passei a acreditar por algum tempo. Você pode não ser o exemplo de melhor mãe do mundo, mas você é minha mãe e eu queria te contar sobre a gravidez, só que eu achei que não fazia mais parte da sua vida novamente.

- Piper, você sempre vai fazer parte da minha vida. - a loira conseguia ver sinceridade nos olhos da mãe. - Eu só me afastei porque não sabia admitir que eu estava errada e por causa disso afastei todas as pessoas com quem eu me importo. - limpou uma lágrima teimosa que insistia em cair. - Eu afastei você. - encolheu os ombros procurando a melhor forma de dizer o que estava passando em sua cabeça. - Eu só não sabia como dizer que estava errada sobre você e a Alex e estava morrendo de vergonha por tudo que eu fiz e da minha torcida para que vocês se separassem. O que custou até o meu casamento.

- Se você tivesse dado a chance que eu pedi as coisas poderiam ter sido bem diferentes.

- Eu sei. - concordou com sinceridade. - Mas eu não consigo ir com a cara da sua esposa Piper. Ela é grossa e insuportável.

Ao ouvir aquilo pela primeira vez a vontade que Piper teve foi de rir ao invés de brigar com a mãe. Dessa vez Carol não falava aqui com o intuito de separá-las. De colocá-la contra a esposa. Ela falava aquilo por ser realmente o que sentia sobre Alex e Piper apreciava a sinceridade.

- Alex deve pensar o mesmo. - disse em tom divertido. - Mas ela vai ficar feliz em saber que você não quer mais que a gente se separe. Pelo menos foi o que eu entendi dessa conversa. - Carol soltou um riso e as duas acabaram rindo juntas.

- Me desculpa por ter sumido durante todo esse tempo. - ia levar sua mão até a barriga de Piper só que recuou. Para sua surpresa a filha pegou em sua mão e a pousou na barriga. Carol abriu um sorriso ainda mais quando uma das crianças mexeu. - Mas eu estava certa. Você não precisa mais de mim. Eu nunca vi uma pessoa tão tranquila por estar grávida. Ainda mais de trigêmeos.

- Tranquila? - soltou um riso. - Eu estou apavorada! Só procuro não mostrar porque eu sei que a Alex também está apavora e por mais que eu saiba que ela não vai me deixar parte de mim tem medo que ela deixe. - soltou um suspiro. - Eu não sei como vocês conseguiram. Eu não sei como você conseguiu. Eu e o Cal até que não tivemos uma péssima criação. Tive que pedir conselhos para a tia Nancy e para a Michelle. - Carol fez uma careta e Piper se segurou para não rir. - Michelle sim criou minha irmã bem. - fechou os olhos fazendo um negativo com a cabeça se amaldiçoando mentalmente por ter se referido a Jess daquela forma. - Porra! Eu odeio a Jess. Ela não é minha irmã! - repetia para si mesma. Carol a olhava com confusão. - Meu pai só é o padrasto dela, só isso.

- E você não está incomodada com isso?

- Não... - respondeu sinceramente. - Só você que ficou sendo doida, mãe. Claro que com tantas mulheres em Nova York não entendi o motivo do pai ter escolhido logo a Michelle.

- Eu não ligo do seu pai ter escolhido ela! Meu problema foi aquela fura olho ter começado esse relacionamento com o seu pai. Ela era uma das minhas melhores amigas!

- Poderia dizer que eu sei como é isso, mas a Jess era minha inimiga antes de ser minha amiga. - fez uma pausa passando rapidamente toda sua história com Jess na cabeça. - E agora ela é minha irmã. - fez uma careta por ter dito aquilo em voz alta novamente. - Alex queria entrar pra família Chapman de qualquer jeito.

- Piper... - saiu de seu devaneio quando viu o olhar sério da mãe. - Eu quero fazer parte da vida dos meus netos. Eu quero fazer parte da sua vida e eu não me importo mais da Alex fazer parte dela. Claro que eu e sua esposa nunca vamos ser amigas e nem nos darmos bem, mas eu vou fazer o melhor que eu posso.

Piper respondeu aquilo com um pequeno sorriso. Era só isso que ela queria desde que pediu para os seus pais darem uma chance para a morena.

***

- Pipes? - chamou ao chegar no quarto.

Já tinha passado pela casa inteira e não havia encontrado a esposa, portanto o quarto era o último lugar antes de começar a fazer várias ligações a procurando.

- Aqui. - respondeu do banheiro.

Ao entrar no banheiro Alex encontrou a esposa na banheira. Abriu um pequeno sorriso. Mesmo que Piper nunca tivesse falado nada por todos esses meses ela sabia que quando a esposa passava um bom tempo na banheira era por algo na gravidez estar lhe incomodando. Às vezes ela dizia o que era outras vezes ela lidava sozinha.

Se despiu e juntou-se a esposa na banheira. Aconchegando o corpo dela ao seu.

- Eu conversei com a minha mãe hoje.

- Isso é bom ou é ruim? Nunca sei ao certo quando o assunto é a sua mãe.

Piper soltou um pequeno riso. Mesmo que soubesse que a esposa estava falando sério sobre aquilo.

- Acho que foi bom. Ela disse que quer fazer parte da vida dos netos e que estava errada sobre você. - Alex ergueu uma sobrancelha, desconfiada sobre o que o final do resumo da conversa poderia trazer. - Ela ainda não gosta de você e disse que você é uma grossa - Alex riu. Agora não se afetava mais quando Carol dizia algo do tipo sobre ela. Era como se a relação das duas fosse que nem a dela com a Polly, a única diferença era que ela e a Polly se gostavam e eram amigas. -, mas ela estava errada sobre querer que a gente não desse certo.

- Isso significa que eu vou ter que ser simpática com ela agora?

- Também não precisamos apressar as coisas. – Alex riu e apertou um pouco mais o corpo de Piper contra o seu. Amava ficar daquele jeito com a loira na banheira, mesmo que fosse em completo silêncio. – Você sabe que não precisa fazer isso, não sabe?

- Ser simpática com a sua mãe? – indagou não tão certa se era sobre aquilo mesmo que Piper se referia. – Se ela for simpática comigo claro que eu não vou ser grossa com ela. Diferente do que ela pensa minha mãe me deu educação. – esperava uma risada da loira pelo tom brincalhão que usou aquilo, mas não recebeu.

- Eu não estou falando sobre isso. Estou dizendo que se isso não for o que você quer você não precisa ser esposa e muito menos mãe. Eu conheço o seu espírito aventureiro e a vida que você queria em Camboja tomando drinks.

- Eu vou ter trigêmeos Piper. Não tem aventura maior que essa. Só de pensar em três crianças chorando juntas no próximo mês a adrenalina que toma conta do meu corpo é maior do que quando comecei na vida de traficante. – por mais que estivesse falando sério, tentou fazer com que soasse descontraído, mas mesmo assim não conseguiu arrancar nem um sorriso da esposa. – Eu não sou mais aquela pessoa, Piper. Tomar drinks em Camboja só nas férias. – ergueu o queixo de Piper para que ela pudesse ver o que ela falava, não somente ouvir. - Não tem outro lugar no mundo que eu gostaria de estar que não fosse aqui com você. – abriu um pequeno sorriso. – Eu não vou pra lugar nenhum. Mesmo que você me expulsa de casa, peça o divórcio ou me jogue coisas, enquanto eu te amar e souber que você me ama eu não vou pra lugar nenhum. – deu um leve beijo em Piper. – Eu prometo.

A única resposta que Piper arrumou para o que tinha acabado de ouvir foi beijar Alex com toda doçura e amor que carregava em seu coração.

***

- ... e a cegonha disse que só trazia crianças especiais igual a ela. – fechou o livro. – Fim! – deu um beijo na barriga de Piper. – Por que eles só mexem quando escutam você contar a história de quando nos conhecemos? – se arrastou na cama para deitar ao lado de Piper.

- Eles são românticos que nem a mãe deles, Alex.

- Você está falando de mim, certo? – Piper deu um leve empurrão em Alex, rindo. – Eu vou ler um romance para eles amanhã.

- Não... – Piper fez uma expressão engraçada. Parecia que estava tentando processar algo, mas Alex não sabia o que era. – Você não vai. – tirou o lençol que cobria suas pernas para olhar no meio delas. – Eu acho que minha bolsa estourou.

- Você acha que o que? – Piper apontou para a cama toda molhada e Alex que parada estava ao ouvir o que a esposa disse parada continuou. – Você tem certeza?

- Não Alex, eu não tenho certeza. Talvez eu tenha voltado a ser criança e fiz xixi na cama sem nem ao menos perceber. – respondeu ironicamente. – Claro que eu tenho certeza que minha bolsa estourou!

- Mas... – levantou da cama, ainda processando o que tinha acabado de acontecer. – Eles estavam previstos pra nascer daqui vinte dias.

- Você já deveria saber que essas crianças fazem as coisas quando elas bem querem. – também levantou da cama. – Enquanto você pega as coisas eu vou pegar a chave do carro porque não quero que você me esqueça em casa que nem acontece nos filmes.

- Eu não ia te esquecer em casa, Piper. – abriu a porta do quarto. – Que tipo de esposa você pensa que eu sou? – soltou um riso. – Você tem certeza que foi a bolsa que estourou? – seu olhar era praticamente de suplica. Não estava preparada.

- Alex, caralho, vai logo senão daqui a pouco você que vai ter que fazer o parto.

- Eu não vou... – resolveu ir pegar a bolsa com as coisas dos bebês ao invés de completar. Nessa altura não sabia o que era sério e o que era brincadeira, mas a única coisa que sabia era que não queria fazer o parto de seus filhos.

***

- Eu pensei que quem estava em trabalho de parto era a Piper. - disse Jess ao entrar no quarto e encontrar Alex deitada na cama enquanto Piper estava sentada na poltrona ao lado da cama. - Você está grávida de trigêmeos também? - perguntou com um sorrisinho divertido e ganhou uma careta como resposta.

- Ela estava dormindo até agora.

- Nós estamos aqui desde as duas da manhã. - pegou seu óculos em cima do criado-mudo e se ajeitou na cama. - Isso porque você resolveu tomar banho, comer, brincar com os cachorros antes de vir ao hospital. Eu precisava dormir porque essa é a última vez que vou dormir pelos próximos meses.

- Ainda bem que eu comi antes de vir para cá. Acredita que não vão me deixar comer mais nada até essas crianças saírem de mim? - o tom era indignado. - Estava louca para comer aqueles folheados da cafe... - se contorceu na poltrona, apertando com força os braços dela ao sentir mais uma contração. - Puta que pariu! Vai se foder. Nasçam logo!

- Você tem certeza que ainda não quer deitar? - Alex perguntou tranquilamente, mas internamente estava se divertindo com a teimosia da esposa. Piper só fez um negativo com a cabeça, ajeitando-se na poltrona quando parou de sentir a contração. - O que você está fazendo aqui, afinal?

- Eu trabalho aqui. - as duas encararam Jess com olhares descrente. - Vocês sabem que eu trabalho aqui! E não tem nada melhor do que começar o dia fazendo uma apendoctemia.

- Ela brigou com Nicky. - as duas falaram juntas. Jess fez uma expressão de perplexa. Ela não tinha brigado com a Nicky. - Eu lembro muito bem de você dizendo que só ia voltar a trabalhar quando sua clínica estivesse pronta. - disse Piper. - Que você ia fazer os seus próprios horários para não perder nada do crescimento da Amy.

- Se vocês não sabem a clínica é no prédio daqui do hospital e eu estava cuidando disso, mas precisava operar alguém. - sentou no sofá que tinha ao lado da porta. - Como que eu ia seguir com o meu dia depois da Nicky ter chamado a Amy de "nossa filha"? Eu não estava preparada!

- A Nicky o que? - Alex soltou uma gargalhada. Só não sabia se ria mais da situação ou da expressão de perdida na vida de Jess. - Qual o problema dela ter chamado a Amy de "nossa filha"? Ela é filha de vocês duas. Pelo menos parece.

- Claro. Hoje é "nossa filha" e amanhã ela está terminando comigo porque ela nunca quis isso pra vida dela. Que ela não é boa o suficiente para nós duas...

- Para alguém que deseja bom dia com um sorriso irritante no rosto em plena seis horas da manhã e tem uma positividade que não existe nem em livros de autoajuda você é muito pessimista Jess. - disse Piper. Mordeu o lábio inferior, se contorcendo na poltrona. - Eu te odeio por você ter me deixado engravidar no seu lugar, Alex. Odeio! - a morena a olhou com confusão.

Nunca tinha dito que queria engravidar. Única exceção seria se Piper não pudesse engravidar. Mas logo percebeu que aquilo era sua esposa fora de si por causa da dor das contrações, portanto relevou.

- Eu não sou pessimista! - se defendeu, ofendida. - Eu sou realista. Alguém com um histórico amoroso que nem o meu é normal ficar na defensiva.

- Se você acha que ela vai largar você e sua filha a qualquer momento por que voltou com ela então? - Piper perguntou. - Ou isso é gostar de sofrer  ou você é louca mesmo.

- Se você não sabe as chances dela ter se referido a Amy como "nossa filha" e não se arrepender nenhum pouco por isso são altas. - Alex continuou. - Você só precisa conversar com ela.

- Eu odeio a porra do amor. - repetiu o que a namorada costumava dizer.

- Não, não odeia. - as duas falaram juntas.

- Não, não odeio. - soltou um suspiro. - Se eu tivesse as chances de viver todas as desilusões amorosas novamente eu viveria. - mandou uma piscadela para Alex com um sorrisinho de canto de rosto.

Piper ia abrir a boca para responder aquela ousadia de Jessica, mas sentiu uma nova contração.

- Se essas crianças não saírem de mim daqui cinco minutos eu vou arrancá-las.

- Tudo bem, Piper. - Alex levantou da cama. - Vem deitar logo. - puxou a esposa pelo braço a levantando da poltrona.

- Como se deitar fosse resolver alguma coisa. - se ajeitou na cama. - Essas crianças me odeiam! Eu tenho certeza que elas vão nascer com dente só pra morder meus peitos na hora da amamentação.

Alex queria rir. Cada hora a esposa aparecia com uma paranoia diferente. Mas sempre optava por não rir em alguns momentos por amor a sua vida. Tinha planos de ver seus netos ainda.

- Se quiser eu posso ver o quanto dilatada você já está.

- Não basta conhecer a xoxota da Alex perfeitamente você quer conhecer a minha também? - perguntou com completa indignação. - Você não vai chegar perto do meio das minhas pernas Jess!

- Piper... Jesus! Credo! Não! - fez uma careta. - Você é minha irmã, eu nunca... - outra careta.

- Eu não sou sua irmã. - respondeu em tom de tédio. - E você não tem outros paci... - sentiu outra contração. - Vai se foder! - apertou a mão de Alex com tanta força que a morena poderia jurar que ouviu seus ossos estalarem.

- Respira. - Alex encheu seus pulmões de ar e soltou com a esperança de que a esposa fizesse o mesmo.

- Se eu não tivesse respirando eu já estaria morta, Alex!

***

- Bom... - a médica tirou as luvas. - Em todas essas horas você só dilatou cinco centímetros. Nós vamos ter que fazer uma cesariana.

- Cesariana? - Piper apertou a mão de Alex mostrando o quanto que estava aflita ao ouvir aquilo. - Tem alguma coisa errada? Você viu alguma coisa errada e por isso não quer mais que o parto seja normal?

- Não Piper... Está tudo bem com os filhos de vocês. Só que não tem passagem e se esperarmos muito mais pode haver complicações. - levantou do banco que estava sentada. - Vou pedir para arrumarem a sala de cirurgia.

- Eu vou poder entrar para acompanhar o parto? - Alex perguntou. Tentava não demonstrar, mas também estava preocupada com aquilo. - Eu quero ver meus filhos nascendo doutora.

- Não se preocupe, você vai estar ao lado dela o tempo todo. - mandou um pequeno sorriso para as duas. Pousou sua mão rapidamente no ombro de Jess pedindo com o olhar que ela tranquilizasse as amigas e deixou o quarto.

- Não se preocupem. É super normal fazer uma cesariana quando não tem passagem. - levou as mãos até o bolso do jaleco. - O procedimento é simples. Até eu já fiz algumas cesarianas.

O olhar de Jess ficou distante por alguns segundos. Pensou que nenhuma das duas iam perceber e não queria que elas percebessem para não se preocuparem mais ainda, pois eram situações totalmente diferentes.

- Bom... - disse Piper. Claro que ela percebeu o olhar. - Se você fosse obstetra com toda certeza eu teria te escolhido para ser minha médica.

- Mas eu ia te recusar como paciente. - disse em tom descontraído, agradecendo com o olhar por nenhuma das duas terem levado aquele assunto a frente. - Não sei como a Alex não te deixou.

- Nós já vivemos coisas piores. - retrucou Piper.

- Desculpa amor, mas nada foi pior do que essa gravidez.

Piper encarou a esposa com uma expressão pasma. A gravidez tinha sido tranquila. Ela nem havia enlouquecido a morena da forma que as pessoas falaram que ela iria enlouquecer.

- Eu vou avisar ao clube, suas tias e minha mãe que os bebês estão pra nascer. - disse Jessica tirando o celular do bolso. - Se a Polly me xingar por você não ter a avisado desde cedo que está em trabalho de parto eu vou desligar na cara dela.

- Já não basta ter que aguentar a Alex apavorada, eu não ia ter condições de lidar com a Polly não.

- Eu não estou apavorada. - Piper a encarou com um olhar descrente. - Desculpa se você age como se parisse trigêmeos toda a semana. - completou em tom irônico.

Piper soltou um riso e beijou a mão da esposa que fazia um bom tempo que segurava a sua e em nenhum momento Alex fez menção de soltar.

- Será que tem como avisar a minha mãe primeiro, Jess? - a médica fez um positivo com a cabeça. - Obrigada.

- Não precisa se preocupar, de verdade. - o tom de voz de Jess era doce assim como o seu olhar. Totalmente reconfortante. - Os bebês de vocês estão em boas mãos e quando eles nasceram nós vamos estar aqui para ver quem vai ser a madrinha da menina. - mandou uma piscadela para as duas e deixou o quarto pronta para dar seus telefonemas.

Alguns sentimentos são extremamente difíceis de descrever. Não por falta de palavras, mas sim por nenhuma palavra ser boa o suficiente.

Quem disse que um olhar vale mais do que mil palavras estava absolutamente certo no que dizia.

As vezes tentar descrever um sentimento o torna até menor do que ele realmente é.

Diminui o verdadeiro significado dele.

Por isso que durante todo o parto Alex e Piper não trocaram uma única palavra somente olhares.

Sempre se entenderam com o olhar. Algumas vezes não precisavam nem se olharem ou muito menos estar em um mesmo ambiente para uma saber o que a outra estava sentindo - e as vezes até pensando. Era algo único que poucos casais tinham e, por mais que elas não tivessem ideia da proporção da sintonia que tinham devido ao imenso amor que uma sentia pela outra, elas se sentiam sortudas por ter aquilo.

Todo o medo e insegurança foram embora quando viram o primeiro filho nascendo.

Abriram um largo sorriso e algumas lágrimas de felicidade caírem de seus olhos ao ouvi-lo chorando. E isso se repetiu até o último beber nascer.

Como a médica tinha dito tudo correu perfeitamente bem. Os trigêmeos nasceram saudáveis e eram lindos. Não que duvidassem disso. Eles eram fruto do amor das duas. Mas quando os dois meninos foram entregues para Piper e a menina foi entregue para Alex elas perceberam que estavam erradas. Eles não eram lindos. Eles eram perfeitos.  E, naquele momento, elas tiveram certeza que seriam uma excelente família e que dariam todo amor que estava guardado dentro de si durante meses para cada um deles, o máximo que pudessem.

- Sabe o que temos que fazer? - a pergunta de Alex foi retórica. Já estavam de volta ao quarto e ela segurava um dos filhos, andando de um lado para o outro, enquanto Piper amamentava a filha, sem tirar a atenção do outro filho que dormia tranquilamente no berço ao lado de sua cama. - Temos que calcular o tempo que ficamos com cada um deles no colo. Por exemplo... Eu estou faz uns 8 minutos segurando o número dois. Se eu o colocasse no berço e pegasse a número três eu também teria que ficar com ela 8 minutos no colo e depois pegar o número 1. Senão eles vão ter aquele sentimento de que eu amo mais um do que o outro.

- Alex... - a esposa a olhou com um olhar apreensivo esperando que ela viesse com alguma ideia de como iriam fazer aquilo que ela acabara de sugerir. - Senta aqui. - mesmo que tivesse ouvido a morena continuou andando de um lado para o outro no quarto. - Al, por favor. - o tom era calmo. Doce. Ela sentou na poltrona ao lado da cama, mesmo sem entender no que aquilo resolveria todas suas aflições. - Eles já sabem que são amados e um minuto a mais ou um minuto a menos no colo não vai fazer com que isso mude. Não se preocupe, nós vamos fazer isso dar certo. Nós sempre fazemos dar certo.

Alex abriu um pequeno sorriso e sentou ao lado de Piper na cama lhe dando um beijo na testa.

 Por mais que estivesse apavorada com a maternidade, tinha consciência de que isso não ajudaria em nada na criação dos filhos. Precisava levar em consideração todos os conselhos que já havia recebido e se conformar que não existe um manual de como ser mãe. Por mais que alguns livros ou pessoas que se diziam entendidas no assunto tentassem impor um perfil de ótima mãe, isso não existia. Não da forma que as pessoas desenhavam. Uma mãe é diferente da outra, pois os filhos são diferentes. A maternidade é algo que se aprende no dia a dia a exercendo. Ninguém cresce sabendo ser mãe e não é um livro ou um tutorial na internet que vai ensinar.

- Nós temos que parar de chamá-los por números. Eles precisam de um nome.

- Eles têm um nome. – afirmou Piper. – Os nomes já estavam decididos antes mesmo deles existirem.

- Piper, eu não vou deixar que você batize nossos filhos com o nome do demônio, o personagem do Jamie Camil e um nome que eu acho que nem os indígenas devem batizar seus filhos. Nós conversamos sobre dezenas de nomes nesses últimos meses e três deles tem que servir.

- Tudo bem.

- Tudo bem? – Alex ergueu uma sobrancelha, desconfiada daquela atitude calma. – Você não vai discutir, tentar me convencer do contrário e quando não convencer fazer mesmo assim?

- Não é de um sofá novo que estamos falando Alex. Que, a propósito, foi um dos dinheiros mais bem gastos da minha vida. – Alex revirou os olhos. Com toda certeza Piper jogaria aquilo na cara dela pelo resto da vida. Só porque ela disse que ia fazer o entregador voltar com o sofá para loja e no final das contas ela gostou de como ele havia ficado na sala. – É dos nossos filhos e se engravidamos juntas, temos que escolher o nome deles juntas. Você pensou em algum nome em especial? – ela ergueu os ombros. Quando decidiu que lutaria para colocar nomes decentes em seus filhos tinha esquecido que teria que decidir um nome decente para cada um. – Lucas. – elas falaram juntas e abriram um sorriso ao perceberem.

– O número um tem cara de Lucas mesmo não tem? – perguntou Alex olhando com um sorriso bobo no rosto o filho que ainda dormia tranquilamente ao lado de Piper no berço. – Luc. – Piper fez um positivo com a cabeça com um sorriso. Até o apelido combinava com o bebê.

- Christopher. – Alex a encarou confusa. – Eu acho que o número dois tem mais cara de Christopher do que de Arthur. – o olhar da morena continuou confuso. – Às vezes eu só finjo que não ouço o que você fala. Depois de todo esse tempo você já deveria estar acostumada.

- Pipes, existem coisas que vem de você que eu nunca vou me acostumar e isso não é algo ruim. – a loira mandou um sorriso envergonhado para a esposa. Pensou que de alguma forma toda a gravidez acabaria as afastando, mas a verdade é que parecia que elas estavam mais unidas do que nunca. – Eu acho que a número três tem cara de Emily.

- Diane. – Piper disse junto com Alex. – Ela definitivamente tem cara de Diane. – completou para caso Alex não tivesse entendido o que ela quis dizer.

Claro que ela entendeu. Só não conseguia acreditar que Piper tinha sugerido o nome de sua mãe para colocar em sua filha.

- Piper, você não precisa...

Não conseguiu concluir porque estava emocionada com aquela surpresa até mesmo porque ela sabia que não precisava Piper já tinha entendido.

 - Eu sei, mas eu quero. Sua mãe foi uma das pessoas que mais acreditou em nós duas e se de alguma forma estamos aqui hoje com essas três coisinhas – passou levemente a mão pelos cabelos negros da filha com um pequeno sorriso. Desde que pegou seus pequenos pela primeira vez no colo não conseguia esconder o sorriso bobo e emocionado sempre que passava mais de dez segundos os encarando. – é por causa dela, por causa dos conselhos dela. Desde que voltamos eu sempre disse para mim mesma que se tivéssemos uma filha ela se chamaria Diane e eu tenho certeza que quando ela estiver maior ela vai ter orgulho do nome que tem.

 Às vezes Alex ouvia que ela dava mais amor para Piper do que recebia. Ninguém falava aquilo de uma forma maldosa para tentar separá-las. As pessoas só tentavam entender como um relacionamento daquele poderia dar certo quando uma demonstrava amor demais enquanto a outra jogava objetos. Ela sempre se limitou a dizer que ambas davam amor na proporção e da forma que foram ensinadas a dar e isso não significava exatamente que uma dava menos amor a outra.

Em momentos como esse ela sabia que não tinha falado nenhuma besteira. Cada um demonstra o amor da forma que sabe. E por mais que Piper já tivesse crescido consideravelmente bem quando o assunto era demonstrar o seu amor, Alex não se importava dele não ser demonstrado como as pessoas “normais” costumavam fazer. Ela gostava dos pequenos gestos. Das surpresas. E isso fazia com que ela amasse a loira ainda mais.

Nenhuma palavra precisou ser dita para encerrar aquele momento da escolha do nome dos filhos. Os olhos marejados da Alex denunciavam que ela havia concordado com a escolha e quando ela selou os seus lábios nos de Piper em um beijo lento a agradecendo por aquilo, a loira teve a certeza que seus filhos estavam devidamente batizados.

- Eu não acredito que vocês não esperaram nem levarem as crianças de volta ao berçário pra fazerem isso. – disse Nicky entrando no quarto junto de Jess (que carregava Amy no colo) e Polly (que carregava Finn no colo). Piper não deixou de dar uma gargalhada quando viu o balão de gás que a amiga estava segurando.

- “Bem-vindo Lucifer”? – Alex franziu o cenho. – Por que você acha mesmo que um dos nossos filhos vai se chamar Lucifer?

- Por que você é a trouxa da relação Vause. Quantas vezes vou ter que repetir isso? Já vim preparada porque eu vou ser a madrinha do Lucifer de um jeito ou de outro. E diferente de vocês eu não acho esse nome ridículo.

- Obrigada! – exclamou Piper.

- Será que vocês podem dizer logo quem são as madrinhas dessas crianças ou a Jess vai ter que roubar o prontuário para saber? – perguntou Polly sem paciência.

- Quem te garante que eu não vou alterar a ordem de nascimento caso eu roube o prontuário?

- Jess, você é daquelas pessoas que fica uma semana mal por mentir sobre ter achado a roupa de alguém bonita.

- Isso não é verdade. – Piper discordou. – Quem lembra dela dizendo que eu e Alex não podíamos fazer sexo por causa do braço quebrado? Não vi ninguém se sentindo mal por aquilo.

- Aquela mentira foi um das exceções. Na verdade eu me senti muito bem em fazer aquilo. Claro que hoje eu dia eu não sei se seria a mesma coisa já que somos...

- Se você falar que somos irmãs você não vai ser madrinha de mais bebê nenhum. – Piper a interrompeu.

- Já vou ser tia mesmo. – deu de ombros.

- Será que vocês podem continuar essa discussão de parentesco depois que falarem que o Lucifer é meu afilhado? – perguntou Nicky em um tom de tédio.

- Mas o Lucifer não é seu afilhado. – disse Piper. – Lucifer não tem madrinha. – olhou para Jess e em seguida olhou para o bebê que ainda dormia tranquilamente.

Jessica entregou a filha para Nicky e andou até o berço para pegar o bebê. Já tinha visto os três no berçário antes deles irem para o quarto, mas ter o pequeno em seu colo era uma sensação totalmente diferente. Alex e Piper tinham feito um ótimo trabalho com aquelas crianças.

- O Rogelio – Alex caminhou até Polly com o filho no colo. – É seu afilhado Holly. – a melhor amiga de Piper sentou Finn na beirada da cama e pegou o bebê do colo de Alex.

- E a Sulamita é sua afilhada Nicky. – a loira passou Amy para o colo de Alex e pegou a bebê no colo. – Espero que não a troque por pizza.

Todas as três olhavam para as crianças em seu colo tão encantadas que era capaz de sequestrarem os bebês ao invés de quererem trocar por algo.

- Por que vocês têm três bebês de uma vez? – Finn perguntou confuso. – O certo não é ser um só?

- Nós resolvemos trocar nossos cupons de uma vez. – respondeu Piper.

- Mamãe por que você não troca mais um cupom pra gente ter mais um bebê?

- Por que eu só tinha o cupom para você.

- Eu quero segurar um bebê também, posso?

As três se entreolharam. Isso não era com elas.

As duas se entreolharam também. Confiavam uma na outra e qualquer decisão que fosse tomada naquele momento sabiam que seria a decisão certa.

Alex deu Amelia para que a esposa segurasse. Pegou Finn e o sentou na poltrona. Fez um sinal com o olhar como se perguntasse qual bebê ele queria segurar e ele só ergueu os ombros. Apreciando todo o gesto de confiança que Alex estava tendo com seu filho, Polly estendeu Christopher, indicando que ele podia segurar o seu afilhado se estivesse tudo bem para ela. Alex só mandou um sorriso para a amiga, pegando o seu filho do colo dela. Ela agachou com o bebê no colo, ficando na altura de Finn e ajeitou o bebê no colo dele, mas sem soltá-lo completamente. Só uma forma de mostrar que o garoto também podia segurar um dos bebês. Coisa que ela não se arrependeu nenhum minuto a partir do momento que viu os olhinhos de seu melhor amigo brilhando e a forma toda encantada que ele olhava para o seu filho.

- Agora que você tem três bebês eu não vou mais poder dormir na sua casa, Alex? – o tom era tristonho, de alguém que tinha medo da resposta que poderia ouvir.

- Como assim? Agora que a Nicky está morando com a Jess, eu vou arrumar o quarto que era dela para você dormir sempre que for lá em casa. Meus filhos não tem dente, preciso de alguém para comer uma pizza inteira comigo.

O garoto abriu um sorriso. Era só isso que ele precisava ouvir.

- Vocês vão contar pra gente qual é o nome verdadeiro das crianças ou nós vamos ter que adivinhar? – perguntou Polly. – Não acredito que Alex foi trouxa a ponto de deixar você batizar mesmo as crianças com esses nomes horríveis Piper.

Piper só deu de ombros. Deixaria com que elas acreditassem por alguns minutos que sim.

Ninguém sabe o verdadeiro significado do amor incondicional até se tornar mãe. Mesmo com poucas horas de vida que seus filhos tinham Alex e Piper já compartilhavam esse amor e se sentiam extremamente felizes. Seus filhos eram saudáveis. Toda a gravidez só as uniu mais. E elas tinham as melhores amigas que alguém poderia ter na vida. Não precisavam de mais nada.


Notas Finais


Tão bonita a família Vauseman <3 <3 <3

Lembrando que capítulo que vem (e talvez o 10 também) é todo Jecky contando todo o relacionamento dessas duas durante essa passagem de 9 meses.

E pergunta: Depois do capítulo Jecky vocês querem mais uns 2/3 capítulos no futuro ou preferem que continue da onde esse capítulo parou?

Até o próximo capítulo que com fé em Deus sai no meio da semana <3


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