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História We are Better Together - Ta louco hem fia?


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Depois de excluir sem querer o capítulo e ter que escrever tudo de novo... Aqui está!

Ótima leitura!

Capítulo 43 - Ta louco hem fia?


Elas sabiam que não tinha como recuperar o tempo perdido. Com o passar dos dias elas deixaram de se preocupar com isso e concordaram que não iam perder mais tempo.

O tempo que haviam ficado separadas as afetou mais do que a primeira vez. Como não afetaria? Elas não eram mais aquele casal imaturo. Elas não ficaram juntas somente por um ano. Elas se viam todo dia. Elas haviam construído uma vida. Uma família.

Por causa do tempo que passaram separadas, toda parte do corpo delas gritava saudade. Não importava quantas horas do dia passavam juntas, nunca era o suficiente.

- Eu acho que deveríamos pintar a casa. - disse Piper olhando para o teto do quarto.

O plano para aquele dia era levar os filhos para a escola, Alex deixar Piper na PoPi e depois seguir para a Floresta Encantada.

Que bom que a vida nos ensina que planos mudam.

As duas no meio do caminho chegaram a conclusão que trabalhavam demais e mereciam um dia de folga. As empresas sobreviveriam um dia sem elas. Qualquer coisa Nicky saberia muito bem onde encontrá-las.

- Ah não Piper!  - Alex virou-se de lado na cama. - A última vez que pintamos a casa foi em um fim de ano que viajamos. Você sabe como a casa fica uma bagunça e como o cheiro de tinta incomoda as crianças. - com um pequeno sorriso, jogou um pouco do cabelo que tinha no rosto de Piper para trás. - Eu acabei de voltar para casa. Podemos deixar para pintar mais para frente?

- Claro que podemos. - abriu um sorriso e selou os seus lábios com o de Alex. Como Piper poderia dizer o contrário com aqueles olhos verdes quase suplicando para que ela deixasse a ideia de pintar a casa de lado? - Nós podemos tudo.

Piper abriu um sorrisinho malicioso e mordeu o lábio inferior. Convite para que Alex virasse em cima de si e avançasse em seus lábios.

Para que ficar discutindo sobre uma pintura nova na casa quando existiam coisas mais interessantes para fazer?

***

- E o Julian? - Alex perguntou para quebrar o minuto de silêncio.

Piper estava deitada no peito de Alex. O carinho que a morena fazia em seu braço estava tão gostoso que demorou alguns segundos para que ela assimilasse a pergunta da esposa.

- O que tem ele? - resolveu se fazer de desentendida.

- Ele nunca mais te mandou rosas? - deu ênfase na palavra arrancando risos de Piper.

Depois do tempo que passaram separadas, Piper agora achava graça da Alex ciumenta.

- Ele está na Itália. - respondeu tranquilamente. - Acredita que ele nem me convidou para ir junto como costumava fazer sempre que ia viajar?

- Que ótimo! - respondeu entre dentes. - Espera... Ele sempre te convidava para viajar com ele? E você dizia que só eram amigos? Sério Piper?

Piper explodiu em risadas. Estava mesmo amando a Alex ciumenta.

- Ele não me convidava para viajar com ele. - explicou-se ao ver a expressão de Alex de quem não estava achando nada daquilo engraçado. - Você deveria dar uma chance para o Julian. Ele é um ótimo amigo, Alex.

- Eu não. Vai que ele me beija também? - Piper deu um leve tapa no peito da esposa entre risos. - Nós podíamos apresentar ele para a Annie.

- Você o odeia tanto assim a ponto de querer que ele namore a minha tia? - perguntou com o cenho franzido.

- Não! Sua tia não! - riu. Piper fez uma expressão de "ah" e riu também. - Os dois são desiludidos no amor acho que dariam um lindo casal.

- A Annie não é desiludida no amor, ela gosta de curtir a vida enquanto não encontra o homem certo. Tem até um pagode que a Fernanda disse que é a cara dela.

- Além da culinária você anda se interessando pelas músicas brasileiras também? - Alex ergueu uma sobrancelha, desconfiada. - Quanto tempo até eu pegar você treinando português na frente do espelho?

- É por isso que eu treino quando vou trabalhar ou quando estou com o Devon. Assim não preciso aturar esses olhares julgadores. - fez um gesto com a mão apontando para os olhos de Alex.

- Eu não estou te julgando! - exclamou se defendendo da acusação. - Você e o Devon estão aprendendo português? - o tom era surpreso após ter assimilado a informação. - Vocês estão com planos de fugir juntos para o Brasil e viverem somente daquele cachorro-quente horrível?

- Não. - revirou os olhos. - Devon queria um jeito de retribuir o carinho das fãs brasileiras, então ele resolveu aprender a falar mais do que "obrigado" e "amo vocês". - Alex abriu um sorriso completamente encantada ao ouvir a esposa pronunciando as palavras em português. - Depois de todos esses anos ele ainda é o seu melhor autor.

- Eu não acho. - Piper a encarou com confusão. - Eu gosto de autores que dão em cima de mim. - foi a vez de Alex rir da expressão de quem não tinha achado um pingo de graça de Piper.

- Você é ridícula! - exclamou emburrada se afastando de Alex. - Se eu souber que as reuniões para conversar sobre o livro andaram acabando em beijo... - pegou a mão esquerda de Alex. - Eu vou cortar um por um. - completou apertando as pontas dos cinco dedos de Alex.

- Quem vai sair perdendo é você mesmo. - deu de ombros com um sorrisinho. - Mas não se preocupe. Alice está no México e todos os detalhes sobre o lançamento do livro serão feitos pelo computador.

- Ótimo! - respondeu entre dentes. - Para Alice sim nós deveríamos apresentar a tia Annie. - Alex riu, ainda mais por parecer que Piper estava falando sério. - Aliás, acho melhor não. Eu não quero essa ladra de esposas na minha família.

- Ela nunca ia me roubar de você, Pipes. - deu um beijo no rosto da loira. - Nem a Alice, nem mulher nenhum. - desceu a boca até o pescoço de Piper e ficou por ali distribuindo alguns beijos. - Você tem certeza que ia aguentar viver sem os meus dedos? - a pergunta saiu quase em um sussurro.

Para a surpresa de Alex, Piper segurou sua mão antes que ela pudesse terminar o caminho que havia começado pela coxa até o meio das suas pernas.

- Eu te faço a mesma pergunta.

Com um sorrisinho, Piper percorreu o caminho com os dedos até os meios da perna de Alex e, com um beijo, abafou o gemido da esposa.

***

- Eu estou com fome.

O tom manhoso de Piper fez com que Alex risse. Depois a esposa ainda queria saber com quem Diane havia aprendido ser tão manhosa.

- Por que será? - deu dois tapinhas na perna de Piper por cima do lençol e levantou-se da cama vestindo a primeira blusa que encontrou. - Fazia muito tempo que eu não sentia tanta fome assim. - mandou uma piscadela para Piper. Alex riu ao ver as bochechas da esposa ficando vermelhas. - Vem! Vou fazer alguma coisa para repor as suas energias.

- Eu pensei que você ia trazer café para mim na cama.

- Pipes está quase na hora do almoço e com a fome que eu estou se eu descer e não comer algo eu não vou conseguir subir mais.

- A idade chega para todas, não é mesmo? - provocou com um sorrisinho e levantou-se da cama vestindo a famosa blusa Bourbon Street. - Eu esperava mais disposição de você, Alex Vause.

- Eu não fui a primeira a reclamar de fome. - rebateu imitando o sorrisinho debochado de Piper. - E, por favor, deixe para me provocar depois de comermos Chapman.

As duas desceram até a cozinha.

Sentada em cima do balcão, Piper nunca viu Alex colocar tanta coisa dentro de um pão. Parecia até que estava fazendo lanches para um batalhão. Depois ainda tinha a cara de pau de reclamar do cachorro-quente brasileiro.

As duas estavam se divertindo com os olhares pidões dos cachorros. Entre uma passada de maionese e tomates sendo cortados, Alex dava uma fatia de alguma coisa na boca de Piper e completava com um beijo. Os cachorros sempre que a viam pegando uma fatia de presunto, salame, peito de peru ou queijo, balançavam o rabo na maior felicidade achando que finalmente a vez deles de comer algo tinha chegado, mas eram sempre tombados com Alex dando a fatia na boca de Piper ou comendo a fatia.

Cansados de passar vontade, eles deixaram a cozinha.

- O que foi? - Piper perguntou com a boca cheia ao ouvir a crise de riso que Alex estava tendo dentro da geladeira. - O que tem de tão engraçado ai dentro?

- Nada. - começou a cessar o riso. - Não é nada.

- Isso é mania de quando você morava sozinha? - colocou o último pedaço de lanche na boca. - Rir sozinha com a geladeira aberta?

- Não. - soltou um pequeno riso. - É que faz anos que eu tenho esse pensamento horrível. - balançou a cabeça em negativo. - Não é nada.

- Alex de pensamentos horríveis eu entendendo. - o tom era sério. Era estranho ouvir Alex falando de pensamentos estranhos. - O que foi? - Alex tirou um spray de chantilly de dentro da geladeira e mostrou para ela. Piper riu. - Eu também tenho muitos pensamentos horríveis com chantilly. - disse com um sorrisinho debochado. - Você não faz ideia.

- Não é isso Piper! - exclamou ofendida com a insinuação. - Mais ou menos. - a voz abaixou um tom. Piper não estava tão errada assim, só que ela não tinha certeza se deveria dizer o que estava pensando. - Desde que descobrimos a alergia dos nossos filhos eu não consegui encontrar uma fruta que realmente combine com chantilly. - resolveu dizer mesmo com todo o receio da reação de Piper.

Piper ficou a encarando com uma expressão indecifrável. Depois de uma semana essa seria a primeira briga que as duas teriam? Isso se a esposa não a expulsasse de casa novamente.

As coisas estavam maravilhosas comparadas a época que Chris morreu. Elas conseguiam conversar e expor todos os seus sentimentos e as conversas nunca traziam toda a dor de antes. Mesmo assim alguns assuntos eram desnecessários.

Pegando Alex completamente de surpresa, Piper começou a rir. Ainda assim a morena ficou na defensiva. Não sabia se Piper estava rindo por achá-la idiota ou por estar tão nervosa a ponto de não conseguir ter outra reação.

- Nós tivemos morango com chocolate na nossa lua de mel. - Alex respirou aliviada. Piper havia levado o seu comentário com humor. Até o nome da fruta citou. - Não consegui encontrar outra fruta que realmente combine com chocolate também. Acho que perde toda a magia.

- Foi isso que eu pensei! Nós não podemos simplesmente substituir o morango.

- Mas eu cheguei a conclusão que não precisamos. - pegou o chantilly da mão de Alex. - Isso aqui sempre foi o principal. - apertou um pouco do chantilly no nariz de Alex e limpou com um beijo. - O chocolate sempre foi principal. - colocou um pouco de chantilly a bochecha de Alex. Pegou um pouco com o dedo e levou até a boca. Abriu um sorriso de canto de rosto com os olhos verdes de Alex vidrados em cada movimento seu. - O morango sozinho quebra toda a magia. - limpou o resto do chantilly da bochecha de Alex com a língua. - Será que deu para me entender? - disse em um sussurro no pé do ouvido de Alex.

- Perfeitamente. - abriu um meio sorriso e pegou o spray de chantilly da mão de Piper. - Nunca nada fez tanto sentido em toda minha vida. - jogou um pouco do chantilly no pescoço dela e limpou tudo com beijos e ainda deu algumas mordidas. - Nunca mais terei pensamentos horríveis. - tirou a blusa de Piper.

- Ah não... - apertou as costas de Alex segurando o gemido ao sentir o chantilly gelado em seus seios junto com a língua de Alex. - Eu espero que depois disso você tenha muitos pensamentos horríveis.

Depois de acabarem com todo o spray de chantilly na cozinha, elas fizeram uma parada na sala até chegarem ao quarto novamente.

- Porra Alex! - Piper se contorcia na cama sentindo a língua de Alex no meio de suas pernas. - Eu vou gozar! - apertou os lençóis. - Eu vou...

- Piper por que você não atende... Oh meu Deus! - Carol virou de costas para a cama completamente horrorizada com a cena fechando os olhos com a mão.

- Não... - Alex limpou a boca no lençol com um sorrisinho divertido por causa da mistura de irritação com frustração na cara de Piper. - Você não vai. - deu um beijo na bochecha de Piper e se jogou ao lado dela na cama se enrolando no lençol. - O que você quer Carol?

- Por que vocês não atendem ao celular? - antes de se virar completamente Carol deu uma pequena espiada para ter certeza que era seguro olhá-las. Comprovando que sim, teve que lidar com a expressão das duas de "Por que você acha que não te atendemos?". - Eu fiquei preocupada, tudo bem? - precisaria muito mais que isso para Piper mudar sua cara de emburrada. - Eu liguei para a PoPi e a Rebecca dizia que você não tinha ido trabalhar. Eu pensei que você estivesse em uma daquelas crises que você passa o dia inteiro trancada no quarto. Vocês duas voltaram mesmo?

- Não. - Piper respondeu seca. - Nós só gostamos de fazer sexo. - o tom era sarcástico. - Muito sexo. Sem compromisso. É muito melhor assim.

- Eu estava viajando! Não sabia se os boatos eram verdadeiros. Não da para confiar em nada que a Nicky posta no Facebook. Ela tem um senso de humor muito estranho. Desculpa, eu não queria... - fez um gesto com a mão apontando para as duas em cima da cama. - Eu espero que você não expulse mais a Alex de casa. Você nunca vai encontrar na sua vida outra mulher igual ela. - Piper franziu o cenho. Que? - E você sabe que nunca vai encontrar mulher nenhuma igual a Piper, então não estrague tudo por causa de umas autoras oferecidas. - Alex assentiu. Não iria. A assentida sem nenhuma piadinha fez com que Piper ficasse mais confusa ainda. - Já que vocês estão bem, eu vou... - apontou para a saída do quarto. - Podem continuar o que vocês estavam... - acenou com a mão.

- Obrigada pela preocupação, mãe... O que foi que eu perdi? - perguntou ainda bestificada com a cena que acabara de presenciar.

- Tanta coisa. - Alex respondeu se divertindo com a confusão de Piper. - Começando pelo gozo.

- Vai se foder! - deu um tapa em Alex. A morena riu.

Tinha planos de resolver isso nos próximos minutos.

***

- Aqui está. - Alex jogou o original de Carol em cima da cama. - O trauma que você vai carregar pelo resto da vida é por sua conta.

- O livro estava esse tempo todo aqui em casa? - perguntou indignada pegando o original. - Você estava escondendo ele de mim?

- Talvez? - Piper deu com o livro no braço dela. - Eu precisava tirá-lo da Floresta Encantada. Todo dia eu encontrava o livro na mesa de alguém e essa é a única cópia. Não posso perdê-la.

- Minha mãe deletou mesmo a cópia do computador? - Alex fez um positivo com a cabeça. - Eu não vou conseguir ler só um capítulo. - analisou a primeira página antes de começar a ler. - Me deixa ler dois, por favor.

- Não. - colocou sua mão em cima da mão de Piper abaixando a folha. - Só um capítulo hoje.

- Tudo bem. - respondeu contrariada revirando os olhos.

Mentirosa!

Ao invés de ler um capítulo ou ler os dois que havia pedido, Piper leu quatro capítulos e só parou mesmo porque Alex tirou o livro de suas mãos, caso contrário só teria a esposa de volta no outro dia.

- Elisabeth. - Piper ainda estava desacreditada. – Ela sou eu! A Elisabeth sou eu!

- Só a versão lésbica dela. Eu espero que a versão hétero seja inspirada em qualquer outra pessoa menos na sua mãe.

- "Eu só sou uma mulher em um bar procurando pelo meu próximo amor... Ou por uma próxima aventura.". - Piper fingiu ânsia. - Elisabeth? - balançou a cabeça em negativo. - Ela não podia ser um pouco mais criativa? Ela mereceu ver nós duas fazendo sexo só para nunca mais fazer uma coisa dessas. Cadê o livro? Eu quero terminar de ler essa porra!

- Outro dia. - beijou o ombro de Piper. - Hoje temos coisas melhores para fazer.

- Não. - se afastou dos beijos de Alex. - Hoje você pode voltar para o seu apartamento.

- Desculpa? - Alex estava realmente confusa. - Você está me expulsando de novo?

- Você disse que eu só ia ler o livro da minha mãe caso voltássemos... Agora que eu sei que ele está aqui em casa... - fez sinal para que Alex saísse.

- Tudo bem. - levantou da cama, fingindo irritação. - Eu vou embora, mas vou levar o livro comigo e você nunca vai saber por que o capítulo 14 é o melhor capítulo de todo o livro.

- Como um livro horrível desses pode ter um capítulo de destaque? - Alex ergueu os ombros. Ameaçou deixar o quarto, mas caiu de volta na cama quando Piper a puxou pela mão. - Podemos nos separar quando eu terminar de ler o livro então. - deu um beijo em Alex.

***

-Pipes... – Alex fechou os olhos e mordeu os lábios abafando o gemido. – A Nicky... – soltou o celular na cama e se agarrou nos lençóis. Poderia ser chamado de tortura o que Piper estava fazendo com a língua. – Pelo amor de Deus, Piper! – gemeu. – A Nicky está...

- A Nicky está atrapalhando. – Piper colocou só a cabeça para fora do lençol. – É só para isso que ela está ligando.

- Ela já ligou três vezes. Pode ser alguma coisa com as... – mordeu os lábios novamente. Piper havia voltado para debaixo do lençol. – Caralho Piper! Ela está... – balançou o celular. Estava difícil montar uma frase. – Chamada de vídeo. – atendeu o celular para ver se assim a esposa se situava. – O que foi... – soltou um gemido.

- Ah pelo amor de Deus, Alex! – Polly virou o rosto fazendo uma careta. – Eu não acredito... – saiu da frente da câmera do celular. Só voltaria a participar daquela conversa quando tivesse mais conversa e menos gemido.

- Porra! Será que vocês podem parar de transar para falar com a gente? Chapman deixa a vagina da Vause em paz! Não quero ninguém revirando os olhos enquanto eu estou falando.

- Vai se foder, Nicky! – Piper exclamou completamente irritada. – O que você quer? – deitou ao lado de Alex na cama e viu que Jess também fazia parte daquela chamada. – Até você, Jess?

- O que? – o tom era confuso. Dessa vez ela não tinha culpa de nada. - Eu disse para ela que só era mandar uma mensagem.

- O que vocês estão fazendo na Floresta Encantada? – Alex perguntou.

- Tivemos que vir conversar com as crianças. – ainda longe do celular, Polly começou a explicar. – Hoje elas tentaram fazer um iglu no meio da área de lazer da creche.

- Onde que elas conseguiram gelo para fazer um iglu? – Piper perguntou. Sabia das habilidades dos desastres naturais em inventar coisas e deixar as moças da creche enlouquecidas, mas até eles tinham seus limites. Jess olhou para Nicky. Aquilo era mais do que óbvio. – Você não deu gelo para as crianças.

- Eu pensei que fosse para colocar no suco! – se defendeu dos olhares julgadores de Piper. – Como eu ia adivinhar que elas queriam tudo aquilo de gelo para fazer um iglu? Eu estava trabalhando, não tinha tempo para fazer perguntas. Agora eu vou ter que enxugar aquela porra toda. – revirou os olhos.

O que restou para Alex foi rir enquanto Piper olhava para Nicky completamente desacreditada. Depois de todos esses anos não era mais segredo para ninguém o quanto a mãe de Amelia era tão criança quanto as crianças. Alex estava surpresa pela amiga dizer que estava trabalhando ao invés de ter ido ajudar as crianças a fazerem o iglu.

- Vocês virão buscar as crianças? – Jess resolveu perguntar para mudar o assunto. As crianças fingindo que eram esquimós já estava resolvido mesmo. – Por que eu estava pensando em levá-las para jantar em casa e se vocês quiserem aparecer na hora do jantar...

- Por que você não pode chamar as pessoas para jantar no nosso apartamento como uma pessoa normal? – indagou Nicky. – Você está convidada também puritana Molly.

- Infelizmente eu vou jantar na casa dos pais do Larry. – respondeu desanimada. – Eu ainda prefiro ter qualquer refeição com vocês do que com eles.

- Nós vamos aparecer para o jantar. – a confirmação de Alex arrancou um imenso sorriso de Jess. – Espero que você não incentive as crianças a fazer um vulcão com lava de verdade enquanto a Jess prepara o jantar Nicky. – mandou um sorrisinho debochada para a amiga em resposta ganhou um dedo do meio. – Isso é tudo ou vocês querem conversar enquanto fazemos sexo?

A chamada de vídeo foi encerrada com Polly murmurando coisas indecifráveis para aquele absurdo.

***

- Eu senti a sua falta. – Piper disse quase em um sussurro.

Uma estava deitada de frente para a outra. Fazia algum tempo que estavam em silêncio somente se observando. Estavam fazendo muito isso ultimamente e não era somente quando acordavam de manhã. Era uma forma de ambas fazerem o coração entender que a outra estava ali e que dessa vez, independente do que acontecesse, elas não iam para lugar nenhum. Impossível ficarem mais tanto tempo separadas sem poderem se olhar e trocar olhares daquela forma. A vida até perdia um pouco do sentindo sem uma ter aquela imagem da outra diariamente.

- Eu também senti a sua falta, Pipes. – respondeu Alex com um pequeno sorriso.

- Não. – soltou um riso. – Eu senti a sua falta. – levou a mão até o rosto de Alex e começou a fazer um suave carinho. – Eu sempre deitava com o seu travesseiro próximo de mim para dormir sentindo o seu cheiro. Eu demorava para abrir os olhos quando eu acordava porque eu não tinha você assim do meu lado. Eu senti a sua falta. – depositou um leve beijo nos lábios de Alex. – Casa comigo?

Alex soltou um riso, surpresa com o pedido. Tirou a mão esquerda da esposa que estava em seu rosto e alisou o dedo anelar dela que até agora estava sem aliança, assim como o seu próprio dedo. Abriu um pequeno sorriso e beijou os lábios de Piper.

- Eu caso com você quantas vezes você quiser. – deu um beijo no anelar de Piper. – Se quiser podemos casar agora. – levantou-se da cama. – O que você me diz?

- Você é louca! – disse entre gargalhadas. – Nós já casamos duas vezes.

- Ah então é você que não quer casar comigo diversas vezes? – fingiu chateação. – Tudo bem. – deu de ombros. – Existem outras pessoas que querem casar comigo.

- Sério? – sentou-se na cama e cruzou os braços. – Posso saber quem são essas pessoas?

- Eu não tenho tempo para falar a lista agora. – apontou para o relógio em cima do criado-mudo. – Temos que tomar banho senão vamos nos atrasar para o jantar.

- Você me diz que tem várias pretendentes e logo em seguida me chama para tomar banho com você?

- Você é muito convencida Chapman. – caminhou até a porta do banheiro. – Eu disse que estou indo tomar banho, você se juntar a mim é uma decisão toda e exclusiva sua. – mandou uma piscadela para ela e entrou no banheiro.

Piper balançou a cabeça em negativo, rindo. Como era possível amar mais aquela ridícula cada segundo que passava?

- Só para deixar claro... – disse entrando no chuveiro junto com Alex. – Eu só estou vindo tomar banho com você para não nos atrasarmos para o jantar. Somente por isso.

Alex balançou a cabeça em negativo, rindo e puxou Piper para um beijo. Também se perguntava como era possível amar mais aquela ridícula cada segundo que se passava.

***

- Olá esquimós! – disse Piper entrando no apartamento. Como de costume, Amelia correu para abraçá-la.

- Olha mãe... – começou Diane sem nem ao menos levantar do lugar que estava sentada no meio da sala. - A Amy não ficou de castigo então vai ser injusto se eu e o Luc ficarmos.

- Oi Diane, eu também estava com saudades de você, filha. – disse em tom sarcástico. – Eu deveria levar a Amy para morar comigo. Ela sim sabe como me receber.

- Eu posso mamãe? – a garota perguntou com toda a animação do mundo. – Eu posso morar com a tia Pipes?

- Claro que pode. – respondeu Jess tranquilamente. – Mas você vai deixar de ser minha princesinha se for morar com ela.

- Não vou nada! – disse contrariada. – Eu não moro com a tia Pipes e eu sou a princesinha dela do mesmo jeito. Ta errado isso mamãe.

- Ta errado isso mamãe. – repetiu Piper com um sorrisinho divertido. – Não se preocupe. Você ainda pode dormir lá em casa quando você quiser.

- Vejo que vocês curtiram muito bem o dia de folga. – disse Nicky jogando um pouco do cabelo de Piper para trás e revelando um pequeno chupão. – Ta louco hem fia! – deu três tapinhas nas costas de Alex com um sorrisinho.

- Poderia ser melhor... – Piper arrumou o cabelo do jeito que estava. – Mas você não parava de atrapalhar. – mandou um sorrisinho debochado para Nicky.

- Mamãe, vem aqui! – chamou Lucas. – Qual ta melhor? – apontou para mesa de centro cheia de brinquedos feitos com legos. – As duas estão falando que são as casas delas, mas eu fiz dois caminhões.

- Precisam de ajuda? – perguntou Alex se aproximando da mesa de jantar enquanto Piper tentava não mostrar favoritismo.

- A não ser que você ajude a Jess a falar comigo... – colocou um prato na mesa e passou por Alex para colocar o outro prato. – Não, está tudo bem. Obrigada.

- Por que vocês estão sem se falar dessa vez?

- Eu não estou sem falar com ela. – Jess disse tranquilamente colocando algumas taças na mesa. – Eu só estou falando o necessário. Quando ela parar de beijar a Morello, nós podemos voltar a conversar normalmente.

- Você beijou a Morello? – Piper perguntou quase em um grito. Ouviu o final da conversa assim que conseguiu fugir das crianças competitivas. – E você fala isso com toda essa naturalidade como se acontecesse todo dia?

- Eu não beijei a Morello. – disse Nicky sem paciência. – Aquela louca que me beijou! Ela queria que eu tivesse um caso com ela e eu disse não.

- Como se um “não” fosse resolver alguma coisa. – alfinetou Jess. – Mas está tudo bem. Eu já disse que se você não quiser resolver isso nós não precisamos conversar muito. – mandou um sorrisinho para Nicky. – Acho que o jantar está pronto.

- Nós não vamos conversar, mas nós ainda vamos fazer sexo, certo? – perguntando andando atrás de Jess até cozinha. Claro que foi ignorada. – Eu não ganho nem um chupão igual o da Chapman? – Jess lhe entregou uma forma, ainda sem dizer uma única palavra. – Tudo bem... Eu posso deixar a marcar de um chupão em você. – Jess passou por ela segurando uma panela sem dizer absolutamente nada. – Jessica!

Alex e Piper assistiam a cena rindo. Era tão bom ser o casal estável da turma novamente.

***

- O que é isso? – as crianças perguntaram entrando no quarto das mães acompanhadas de Piper. Alex havia colocado em cima da cama o seu arame de noivado, os anéis que usaram no primeiro casamento, os colares e as alianças do segundo casamento. Obvio que isso atiçaria a curiosidade das crianças. – Esse é o anel que a mamãe não quis me emprestar. – Diane apontou para o objeto amarelo de plástico e subiu na cama.

- Por que o negócio que vocês usam pra fechar o pão ta aqui? – Lucas pegou o arame na mão. – Não foi a gente que pegou pra brincar não viu?

As duas riram. Os filhos estavam tão acostumados em aprontar que quando não aprontavam se defendiam logo.

- Nós queremos contar outra história para vocês. – Piper passou os dedos pelo cabelo de Luc e se ajeitou na cama. – Outras histórias, na verdade.

Antes que Alex pudesse começar a contar as histórias, os cachorros entraram no quarto e subiram na cama. Também queriam ouvir as histórias.

- A mãe de vocês teve que improvisar quando me pediu em casamento. Na época ela não tinha como comprar uma aliança de verdade, então ela fez um anel com isso. – pegou o arame na mão.

- Por que não tinha como você comprar um anel pra ela? – os dois perguntaram. – Era por que vocês tavam morando naquele lugar que tem no livro que você escreveu? – Lucas completou a pergunta.

- Isso mesmo. – Piper confirmou. – Eu não podia sair de lá para comprar um anel para a Alex, então eu mesma tive que fazer o anel.

- Depois que eu aceitei casar com a mãe de vocês, a tia Nicky resolveu casar nós duas. – as crianças se entreolharam e depois olharam para Alex. Piper não entendeu nada daquela troca de olhares, era como se a morena tivesse dito uma coisa muito errada. – Está tudo bem. É um segredo de nós... – olhou para os cachorros deitados ao lado das crianças na cama – De nós seis. E da tia Nicky que casou nós duas. – eles assentiram, mostrando que tinham entendido. – Por isso esses dois anéis. – apontou para os objetos de plástico em cima da cama.

- E os colares? – Diane apontou.

- Foi um presente de Natal que a mãe de vocês me deu. – respondeu Piper. – O nosso primeiro Natal depois que saímos do lugar que tem no livro que eu escrevi. Um dos melhores presentes de Natal. – olhou para Alex com um pequeno sorriso.

- Então ta na hora de vocês voltarem a usar.

Luc pegou o colar e ficou de pé na cama. Diane imitou o gesto do irmão. As duas se entreolharam. Desse jeito não iam parar nunca de sorrir.

- Pronto! – falaram juntos assim que terminaram de colocar os colares nas mães. – Essas alianças a gente já viu o vídeo. – disse Diane apontando para as alianças do casamento verdadeiro. – Eu gosto muito de assistir aquele vídeo.

- Eu também! – disse Lucas.

Alex riu. Ela também gostava.

- Mas agora nós vamos fazer uma história que vocês podem contar ao invés da gente contar para vocês. – Alex pegou as alianças em cima da cama e entregou a sua para Piper. – Nós vamos casar de novo.

- Vão nada! – as crianças falaram juntas. – Vocês estão de pijama que nem a gente. – disse Lucas.

- O outro casamento de vocês, vocês tavam de noivas.

- Isso é um casamento do pijama. – explicou Piper. – Um casamento só para a nossa família. – os dois fizeram uma expressão de “ah” e se ajeitaram na cama para assistir o tal casamento. – Posso falar primeiro? – Alex assentiu. – Certo. – pegou a mão esquerda da esposa. – Eu não vou fazer promessas que não tenho certeza se vou cumprir. Eu ainda estou fazendo as contas de quantas quebrei somando os nossos dois casamentos. – as duas soltaram um riso. – Eu prometo que vou te amar. Para sempre. Por que eu entendi que não importa o que a gente enfrente, enquanto nos amarmos nós podemos superar tudo. – colocou a aliança no dedo de Alex. – I heart you.

Automaticamente os olhares das crianças foram para os colares que elas tinham no pescoço das mães. Ainda não entendiam o que aquilo realmente significava, mas iam esperar ansiosamente pelo dia em que as mães iriam contar aquela história também para eles.

- Você leu meus pensamentos? – Alex perguntou em tom divertido tentando espantar as lágrimas que ameaçavam transbordar os seus olhos e os olhos de Piper. Elas riram. – Eu também prometo que vou te amar. – pegou a mão esquerda de Piper. - Para sempre. Por que uma vez alguém disse que éramos melhores juntas e eu acredito nisso, contanto que ainda exista amor entre nós e isso nunca foi o nosso problema. – colocou a aliança no dedo de Piper. – I heart you.

E as duas se beijaram ao som das palmas dos filhos e os latidos dos cachorros.

- Agora você vai me emprestar o anel? – perguntou Diane pegando o anel. – Você já tem um.

- Você também já tem um. – pegou o anel da mãe da filha.

- Mas... – soltou um suspiro.

- Você não entendeu que isso é importante pra mamãe que nem o dinossauro que o Chris me deu quando ele disse que não era pra eu contar pra mamãe que ele que derrubou suco no sofá sendo que eu nem ia contar?

- Igual aquele robô que ele fez pra mim quando eu dei um desenho pra ele? – Luc assentiu. – Tudo bem mamãe, eu não quero mais o anel emprestado.

- Quer dizer que foi o Chris que derrubou o suco no sofá? – Alex puxou Luc para o meio de suas pernas e o abraçou dando um beijo em sua cabeça. Não deixava de se emocionar com a forma doce e inocente que os filhos lembravam do irmão. – E eu esse tempo todo achando que foi a Alex.

- Eu disse que não tinha sido eu. – a morena respondeu com um pequeno sorriso. Também ficava tocada sempre que os filhos falavam do irmão. – Chris deve estar rindo de mim lá do céu por que eu tive que limpar o sofá todinho.

- A gente ficou de castigo do mesmo jeito. – Diane deu de ombros. - Agora nós vamos comer bolo? Todo casamento tem que ter bolo, não é?

- Nós esquecemos do bolo. – disse Alex com medo de ganhar olhinhos de decepção das crianças. – Mas nós podemos fazer um de chocolate para comer com sorvete que nem no nosso outro casamento.

- Agora? – perguntou Lucas. As duas assentiram com um sorriso. – Eu quero ajudar! – ele pulou da cama.

- Eu também. – Diane seguiu os passos do irmão. – Podemos colocar chantilly no bolo também? Amo bolo de chocolate com sorvete e chantilly.

As das se entreolharam e caíram na gargalhada. Os filhos teriam que se contentar só com o bolo de chocolate e o sorvete.


Notas Finais


Agora quero ver falar que eu não escrevo sexo Vauseman, um capítulo todinho só com isso, mais ou menos já que a fic é +16 :P

Para quem pediu a renovação de votos espero que tenha sido valido esse capítulo.

No próximo capítulo as coisas vão ficar bem piores para o lado da Nicky sim.

Até lá <3


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