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História We are Better Together - Cast, birthday and love


Escrita por: brunacezario

Notas do Autor


Eu sei que eu merecia escrever um capítulo de 10k, mas deixa para o próximo, ta bom, Pathy? :P Acho que esse já vai arrancar uma esboça sua miga e espero que de todas vocês também.

Olha essas participações especiais <3

Ótima leitura!

Capítulo 49 - Cast, birthday and love


Jessica Lane sempre amou o dia do seu aniversário.

Ah agora conte uma novidade!

A data não era importante para ela por causa das festas extravagantes que Michelle organizava tentando trazer a vida detalhe por detalhe tudo que a filha pediu para o aniversário daquele ano. Isso contava, claro que contava. Toda criança ama uma festa de aniversário. Mas, o principal motivo de Jessica gostar tanto da data, era por causa de um aniversário em especial.

Quando ela completou 7 anos, Michelle estava fora da cidade.  A advogada fez de tudo para cumprir seus compromissos e voltar voando (literalmente) para casa e comemorar mais um ano de vida de sua garotinha, infelizmente nada saiu como o planejado.

Michelle odiou-se por isso e odiou mais ainda ter que cancelar a festa tão em cima da hora. Seus pais tentaram convencê-la a não cancelar. A neta não era culpada de seus planos darem errado. No fundo ela sabia que eles estavam certos e até pensou em reconsiderar o cancelamento, entretanto quando Jessica ligou praticamente mandando-a não cancelar a festa, Michelle soube que o cancelamento era a coisa certa a fazer. Depois se entenderia com a filha.

A meia-noite em ponto Michelle ligou para desejar feliz aniversário a Jess. A garota sabia que a mãe ligaria, sua avó havia avisado e deixado em cima do criado-mudo o telefone, porém ela não atendeu.

Jamais perdoaria a mãe pelo que havia feito. A única coisa que se falava nas últimas semanas na sala de aula era sobre sua festa com o tema de Marte que estava chegando. Por causa disso havia ganhado muitos amigos. Era injusto Michelle ter estragado tudo. Qual o problema em comemorar o aniversário sem ela? Ninguém mandou ela viajar bem na semana do seu aniversário. Não se importava com sua presença.

Jessica Lane filhinha mimada. Quem diria hem?

Bom... Ela foi presa por estar entediada com a vida. Claro que ela era a filhinha mimada.

Quando faltava cinco minutos para o fim do aniversário de Jess, Michelle apareceu no quarto da filha segurando um cupcake roxo com uma velinha branca em cima. A garota dormia de uma forma tão tranquila, ela tinha uma expressão tão angelical que ninguém diria que aquele serzinho que acabara de completar sete anos passou o dia sendo malcriada com todo mundo que cruzou o seu caminho.

Michelle a acordou com um beijo na ponta do nariz como sempre fazia.

Jess coçou os olhinhos verdes tentando se situar do que estava acontecendo e deu de cara com Michelle sorrindo. Pensou em sorrir de volta e grudar no pescoço da mãe a enchendo de beijos, mas lembrou que não estava falando com ela.

Ao mesmo tempo que Michelle quis rir com a forma que a filha agiu na sua presença, ela também sentiu seu coração despedaçando e odiou-se mais ainda por ter passado o dia inteiro do outro lado do país.

- Não vai apagar a velinha?

Jess respondeu balançando a cabeça em negativo e cobriu a mesma com o edredom. Será que a mãe não entendia que ela não queria conversa?

- Me desculpa. - Michelle disse sinceramente fazendo um carinho nas pernas da filha por cima do edredom. - Eu sei que eu deveria ter estado aqui no dia mais importante da minha vida, mas tudo bem... - colocou o cupcake em cima do criado-mudo e apagou a velinha para que não acontecesse nenhum acidente. - Tenho certeza que outras pessoas devem achar esse dia mais importante que eu. - levantou-se da cama e caminhou até a porta. - Durma bem minha super-heroína.

- Por sua causa ninguém acha! - Michelle soltou a maçaneta ao ouvir a voz abafada pelo edredom da filha. - Só a vovó, o vovô, a tia Carmen, o tio Phill, a Bia e a Lily que lembraram do meu aniversário. -  descobriu o rosto. - Por que você cancelou a minha festa? - a voz estava embargada e os olhinhos verdes começaram a se encher de lágrimas. - Se você não tivesse cancelado a festa ele seria importante pra um montão de gente.

- Isso não é verdade. - Michelle voltou a se sentar na cama. - Com festa ou sem festa, - enxugou com o verso do dedo algumas lágrimas que escorriam pelo rosto da filha. - para essas pessoas, o seu aniversário continuaria sendo sem muita importância. - a garota a olhou com confusão. - Elas lembram da festa, não de você. Mas sabe o que eu lembro sempre que falam do seu aniversário? - Jess fez um negativo com a cabeça, curiosa para saber o que sua mãe diria. - A primeira vez que eu te peguei no colo. - Você era tão pequenininha. - Michelle soltou um riso, emocionada com a lembrança. – De todos os 365 dias do ano, o dia do seu aniversário passou a ser o mais importante da minha vida porque você começou a fazer parte dela. - fez um carinho na bochecha da filha. Deus! Amava tanto aquela criança. E amava mais ainda quando ela ficava com cara de ponto de interrogação sem saber o fim que teria tudo aquilo. - Quem te ama, de verdade, nunca vai esquecer o dia do seu aniversário.

Por causa dessa frase – e da madrugada inteira que passaram comendo bolo com chantilly e bebendo muito refrigerante – Jess começou a ver, não somente o seu aniversário de uma forma diferente, como o dos outros também. Ela não era uma máquina de guardar datas, mas ela tinha o aniversário de todas as pessoas que ela amava em uma agenda para não se esquecer de ninguém. Não queria que as pessoas se sentissem menos importantes. Continuou tendo suas festas de aniversário e com o decorrer dos anos aprendeu a distinguir quem eram seus amigos de verdade.

Foi na sua festa de 21 anos que ela teve seu primeiro porre. Falou que passaria seu aniversário estudando e que à noite poderiam sair para comer uma pizza ou algo do gênero. Foi surpreendida com uma festa a fantasia da Liga da Justiça x Os Vingadores que Annie e outros amigos organizaram.

Em seu primeiro aniversário como mãe, Jessica teve certeza que jamais seria uma daquelas pessoas que odiaria a data.

Acordou com balões com o logo de seus super-heróis favoritos voando pelo quarto e com um cheiro delicioso que vinha de uma bandeja de café da manhã, digna de filmes de romance, ao seu lado da cama. Mas, a imagem que ainda era nítida em sua cabeça, era de Amy no colo de Nicky, as duas tinham um largo sorriso no rosto e a sua princesinha ruiva – que tinha seis meses na época - vestia uma camisa escrita “Quem é Martha perto da minha mamãe Jessica Lane?”. Até hoje ela tinha essa camisa guardada. Até hoje ela considerava esse aniversário, o de 21 anos e o de 7 anos os melhores aniversários que já teve na vida.

Naquela manhã estranhou as duas mulheres de sua vida não terem ido levar seu café da manhã cantando “parabéns pra você” como sempre faziam desde que Amy havia aprendido a falar. Já era algo que Jess estava acostumada e, mesmo assim, nunca deixava de se emocionar com o gesto e agradecer pela linda família que possuía.

Encontrou Nicky na cozinha preparando panquecas, ovo mexido e bacon para o café da manhã. Encostou-se no bancada e abriu um pequeno sorriso. Amava observar a esposa fazendo o que fosse, ainda mais quando nem era percebida.

- Por que você ainda não está arrumada?

O mundo colorido cheio de amor de Jess perdeu algumas cores por causa da pergunta de Nicky ao notar sua presença. Sem sorriso? Sem “bom dia”? E, o mais importante, sem “feliz aniversário”?

- Meu primeiro paciente é só depois das 10 horas. – respondeu tentando esconder sua chateação pelas primeiras palavras de Nicky naquela manhã. – E eu não preciso ir toda produzida levar Amy para a escola, pois não estou à procura de uma esposa. – tentou soar descontraída.

- Agora eu entendi todos os pedidos de casamento que recebi. – disse distribuindo os ovos mexidos pelos três pratos em cima do bancada. – Vou precisar andar com uma placa escrita “Não estou a procura de uma esposa, eu só estou indo trabalhar depois daqui, coisa que vocês deveriam fazer também” agora. – Jess riu pela forma debochada que a esposa disse aquilo. – Bom dia. – depositou um beijo nos lábios de Jess.

- Mamãe! - Amy apareceu parecendo um furação na cozinha. - Mamãe, - repetiu subindo no banco que ficava de frente com o bancada. - mamãe, - se pendurou no pescoço de Jess e começou a distribuir vários beijos pelo rosto dela. Nesse momento o mundo colorido cheio de amor de Jess começou a restabelecer suas cores. - mamãe me da dinheiro para comprar sorvete depois da escola.

O mundo colorido cheio de amor de Jess perdeu todas as cores. O sorriso que a médica estava desapareceu e ela desgrudou Amelia de seu pescoço a colocando sentada em cima do bancada. Até sua filha havia esquecido do seu aniversário? Desde que aprendeu o que era papel e giz de cera, em todo aniversário Amy a presenteava com diversos desenhos. Que brincadeira sem graça era aquela?

- Sua mãe vai te buscar na escola. Ela que pague o seu sorvete. - dessa vez ela fez questão de não esconder sua chateação.

- Eu não posso buscá-la na escola hoje. - Nicky deu um tapinha na perna da filha pedindo para que ela descesse da bancada. - Eu vou estar muito ocupada. - colocou um prato na frente de Amelia. Jess torceu para que toda aquela ocupação fosse com algo relacionado ao seu aniversário. Estava começando a ficar irritada com o pouco caso que sua própria família estava fazendo da data. - Ah... - colocou um prato com o café da manhã na frente da Jess. - Hoje eu não vou almoçar com você. Vou passar o dia inteiro com a Chapman e o Devon vendo as audições.

- Essa é sua ocupação? - também não tentou esconder sua indignação. - Por isso que você não vai buscar sua filha na escola? - Nicky assentiu como se não fosse nada demais. - Eu não acredito nisso! - soltou o garfo que segurava no prato. - Eu vou me arrumar!

- O que foi? - se fez de desentendida. - Eu preciso escolher uma Nicky perfeita para a sua Jess! - gritou da entrada da cozinha e não recebeu nenhuma resposta, mas ouviu muito bem as pisadas duras que a esposa deu enquanto subia para o quarto. - Você pode ir também se quiser. – a porta do quarto bateu. - Ou não. - estendeu a mão direita no alto e Amelia bateu em sua mão. - Ela vai passar o dia inteiro nos odiando Salsicha.

- É por uma boa causa. - mordeu um pedaço de bacon. - Ela vai ficar feliz mãe.

***

- Eu só quero ver se daqui 30 anos você vai continuar me olhando dessa mesma forma. - disse Piper ainda de olhos fechados.

Alex soltou uma risada abafada e envolveu o braço na cintura dela a puxando para mais perto de si. Sem dizer uma única palavra, continuou a olhando com um pequeno sorriso de canto de rosto. Queria tocá-la, mas às vezes ainda achava que era sonho acordar com Piper ao seu lado que tinha medo de acariciá-la e descobrir que ela não era mesmo real.

- Você não precisa ter medo. - disse Piper docemente.

- Eu tenho certeza que você não vai estar tão ruim assim daqui 30 anos.

Piper riu batendo de leve o verso da mão no peito dela.

- Você já pode relaxar Al. - quebrou o silêncio de alguns segundos que havia se instalado. - Não precisa ter medo de me tocar. - pegou a mão de Alex que ainda estava pousada em sua cintura e levou até seu rosto. Mesmo de olhos fechados, ela podia afirmar com certeza que a morena abriu um sorriso. - Você não precisa ter medo de brigarmos. - abriu os olhos dando de cara com dois olhos verdes a olhando com confusão. - Você não precisa ter medo disso tudo ser um sonho. - depositou um leve beijo nos lábios de Alex. - Eu ainda vou estar aqui daqui 30 anos. - Alex soltou um longo suspiro. Ainda acariciando seu rosto, mas o pensamento havia ido dar um passeio fora do quarto. - Você não precisa carregar esse peso nas costas de que vai ter que ficar nos consertando toda hora. Nós não estamos mais quebradas. - fez um carinho com as pontas dos dedos no braço de Alex. Seus olhos finalmente se encontraram indicando que a morena estava de volta ao quarto. Sorriram. - Me amar vai ser cada dia mais fácil de hoje em diante. Eu prometo.

- Não prometa coisas que você não pode cumprir Chapman. - o tom era divertido. Piper fingiu ofensa pela descrença da esposa. - A partir do momento que te amar for fácil nós vamos estar com problemas. Eu amo os desafios do dia a dia que é te amar.

- Eu estava me referindo ao seu coração. Quero que tire dele esse medo de me perder. Ele não vai. Você não vai.

- Ah... Isso. - levou uma mecha do cabelo de Piper para trás da orelha. - Eu pensei que você estava insinuando que seria uma esposa normal. Eu e meu coração estávamos começando a ficar preocupados. - Piper escondeu a cabeça debaixo do edredom, rindo. Como Alex podia ser tão ridícula? - Eu estou falando sério. - puxou o edredom do rosto de Piper. - E meu coração está se adaptando novamente. Só dê um tempo a ele.

- Tudo bem. - colocou a mão no rosto de Alex e a beijou.

- Sabe o que vai fazer meu coração se adaptar mais rápido? - deu uma leve mordida na parte inferior do lábio de Piper.

A loira abriu um sorriso cheio de malícia. Estava disposta a ajudar na adaptação do coração da esposa sem problema algum.

Alex rolou para cima dela avançando em seus lábios.

O celular de Piper notificou a chegada de uma mensagem. Obviamente que era uma mensagem de Nicky avisando sobre a irritação de Jess.

Piper levantou o dedo indicador pedindo um minuto para Alex. Continuariam o que estavam fazendo assim que ela encerrasse a ligação que precisava fazer.

 A morena se jogou ao lado dela na cama, contrariada. Às vezes achava que em seu quarto tinham câmeras instaladas e por isso Nicky sabia exatamente o momento de atrapalhá-las.

- Cadê a sua esposa? - Piper não deixou nem com que Jess falasse alguma coisa do outro lado da linha. - Por que ela não me atende?

- Eu não sei Piper. - o tom era ríspido. Alex se segurou para não rir. Agradeceu por Piper ter colocado o celular no viva-voz. Amava quando Jess ficava brava. - Eu não nasci grudada com ela.

- Avisa para ela que eu vou me atrasar um pouco e pede, por favor, para que ela não enlouqueça a Jenji.

- Eu não sou sua secretária e eu não estou falando com você.

- Ainda isso da camisa? - bufou. - Jess, você tem 37 anos. Então, por favor... - Piper colocou a mão na boca se segurando para não rir. Conseguia ver perfeitamente a expressão enfezada que Jess estava no momento. - Eu vou ligar para ela de novo. Obrigada por nada.

As duas explodiram em risadas assim que Piper encerrou a ligação. Estavam com as passagens só de ida para o inferno compradas. Estavam mesmo.

***

- Corta!

Jenji jogou a caneta que segurava em cima da larga mesa que dividia com mais dois produtores e passou as mãos no rosto buscando paciência. Essa era a sexta vez que Nicky atrapalhava a audição gritando um "corta".

Toda vez que as atrizes entravam para o teste, elas não conseguiam nem concluir a primeira frase do script por serem interrompidas com os gritos de Nicky. A social mídia da Floresta Encantada sempre encontrava dezenas de defeitos nas mulheres sem que elas mal abrissem a boca.

- A voz é grossa demais.

A voz era parecida com a dela.

- A voz é muito fina.

A voz era normal.

- Ela não sabe nem andar.

Ela andava como qualquer pessoa normal anda.

- O cabelo nem com a melhor tinta vai ficar bom loiro.

O cabelo da atriz já era loiro.

- Ela tem cara de que vai ser presa de verdade.

Ela já havia sido presa algumas vezes, mas esse não era o ponto.

- Ela tem cara de que vai brigar com as colegas de elenco.

Uma verdade. Ela tinha cara mesmo.

- Muito baixa.

Ela era dois centímetros mais alta que ela.

- Muito alta.

Ela era quase do tamanho de Jess.

- Ela não vai ter química com a atriz que vai interpretar a Chapman.

Sendo que a atriz nem havia sido escalada ainda.

- Ela não vai ter química com a atriz que vai interpretar a Vause.

A atriz também não existia ainda.

- Ela não vai ter química com a atriz que vai interpretar a Jessica.

Nem preciso dizer que nem estavam atrás de atrizes para interpretar a Jess ainda, certo?

- Eu transei com ela.

Quem nunca?

- Nicky, por favor, desse jeito nós não vamos terminar nunca essa audição. - disse Jenji tentando manter a calma. Pensou que Piper tinha exagerado sobre como Nicky iria se comportar caso fosse mesmo assistir as audiências, mas estava enganada. - Nós ainda temos...

- A Sarah Shahi? - Jenji fez um negativo com a cabeça e respirou fundo contando até dez. - Alguém tem o número da Sarah Shahi? - olhou ao seu redor procurando por alguém que pudesse salvar o fiasco que estava aquela audição lhe dando o número da atriz. Algumas pessoas fizeram um negativo com a cabeça e outras se entreolharam tentando entender se a pergunta era realmente séria. - Ninguém?

Sem se importar com as consequências futuras, Jenji arrumou o número da atriz para Nicky. Precisava de pelo menos cinco minutos de paz antes de expulsar a mãe de Amelia da locação. Gostava de Nicky, se divertia horrores sempre que ela abria a boca, mas precisava dar uma de produtora executiva, caso contrário as gravações de Orange is the New Black não começariam nunca.

Jenji agradeceu a todos os deuses existentes quando Nicky foi fazer a ligação do lado de fora da locação.

- Posso saber por que você ainda não está aqui?

- Desculpa? - o tom de Sarah era confuso.

- Você deveria demitir o incompetente do seu agente, Shahi. Ele está fazendo você perder o papel mais importante da sua carreira.

 - Quem está falando?

- Como assim quem está falando? - bufou. - Nicky Nichols, a mulher que você deveria fazer o teste para interpretar.

- Ah... - soltou uma gargalhada. - Isso é alguma pegadinha? É coisa da Amy, não é?

- Não... - Nicky fez uma pausa. Uma lâmpada havia sido acesa em sua cabeça. - Amy Acker faria uma ótima Jess. As duas tem um sorriso que não cabe na cara. - silêncio. - Porra! Você nunca leu o Orange is the New Black não?

- Você... - soltou um riso, ainda estava confusa. - Você é a Nicky Nichols do livro?

Elas passaram mais de dez minutos conversando. A conversa fluiu tão bem que elas poderiam ter encerrado a ligação com a promessa de serem melhores amigas para sempre. Isso, claro, se Sarah não tivesse dito que adoraria fazer o teste para interpretar Nicky, mas que no momento estava protagonizando uma série nova e, caso conseguisse o papel, ia ser difícil conciliar as duas séries e a maternidade, tendo em vista a importância que a personagem de Nicky tinha para a trama de Orange is the New Black.

Até que Nicky poderia ter levado aquilo numa boa. A culpa não era da Sarah de já ter um emprego. Mas é da Nicky que estamos falando, certo? A loira encerrou a ligação dizendo que se futuramente ela quisesse um papel em Orange ia continuar desempregada. Além de dizer que iria ligar para a Mercedes Mason a convidando para interpretá-la já que ela era uma irmã perdida da Sarah.

- Me diz que não era com a Sarah Shahi que você estava falando. - Piper segurava a risada. A expressão contrariada da amiga estava hilária. - Ela falou que se você ligar novamente a perturbando vai chamar a polícia?

- Acho que vamos ter que tirar a Nicky da série. - disse Devon com um sorrisinho. - Um absurdo Sarah Shahi não abandonar a série que está fazendo para te interpretar! - completou com deboche.

- Vai se foder! Os dois! - eles riram. - Se vocês querem ser interpretados por atores da CW o problema é de vocês. Sabia que a Sarah Michelle Gellar veio fazer o teste para te interpretar Chapman?

- Veio nada! - respondeu confiante. - Jenji disse que tinha algumas atrizes em mente, mas não mencionou a Sarah. - Nicky ergueu os ombros. Se ela não queria acreditar... - Ela não veio! - o tom é choroso. - Toda série que ela protagoniza desde Buffy não faz sucesso. Jenji não pode escolhê-la! - Piper andou em passos largos para dentro da locação. - Sarah Michelle Gellar não vai flopar Orange is New Black. - toda a atenção foi voltada para a Piper por causa do grito. - Corta! - parou na frente da mesa de Jenji. A mulher de cabelos roxos olhou para o alto pedindo paciência. Só podia estar fora de si quando autorizou que elas pudessem assistir as audições. Fez uma nota mentalmente que, fora Devon, ninguém assistiria as gravações. - Você não pode escolher a Sarah Michelle Gellar para me interpretar. - apoiou as mãos na mesa e olhou bem no fundo dos olhos da showrunner. Jenji precisava levar muito a sério o que ela estava dizendo. - Sua série vai a ruína. Aquela mulher é amaldiçoada.

- Quando o problema de vocês com Sarahs? A Sarah não veio fazer o teste. - Jenji respondeu entre dentes. - Vocês querem fazer o meu trabalho? - levantou-se da cadeira. - Podem escolher quem vocês quiserem para interpretá-las! - andou para longe da mesa. - A série é de vocês agora!

As duas se entreolharam sem entender o que acabara de acontecer. Jenji era tão calma. Isso era a prova de que os testes não estavam sendo como ela esperava. E elas estavam certas, mas de uma forma completamente errada.

Antes que Nicky pudesse pensar em sentar no lugar da produtora, Devon a puxou pela blusa. Ninguém ia assumir a série no lugar da Jenji.

O autor também explicou o motivo do surto da mulher de cabelos roxos e as duas acharam um absurdo levarem a culpa. Essa era a primeira vez que Piper estava indo assistir aos testes e ela só tinha ido lá para buscar Nicky, caso contrário a amiga iria se empolgar e esquecer que elas tinham uma festa surpresa para organizar. Sempre dizia para Jenji que confiava no que ela decidisse, mas Sarah Michelle Gellar era demais. Ela só estava pensando no bem da série.

No final, Nicky se deu conta que poderia ter atrapalhado "algumas vezes" as audições. Trataram de pedir desculpas para Jenji e prometeram que isso não iria mais se repetir. Claro que não iria se repetir. Elas estavam proibidas de pisar na locação a partir daquele momento.

***

- O que você está fazendo?

Foi a pergunta que Alex fez tentando segurar o riso assim que entrou no consultório de Jess e a encontrou deitada de cabeça para baixo na maca que usava para examinar os seus pacientes com as pernas para cima.

- Algo que já foi cientificamente comprovado que não funciona para engravidar mais rápido. - o som da voz de Jess saiu um pouco estranho por causa da posição que ela se encontrava.

- E por que você está fazendo, então?

- Por que... - sentou-se abruptamente na maca sem se importar com a tontura que teria por causa de tal movimento. - Por que é a única coisa que eu posso fazer já que eu não posso fazer nada! - bateu as duas mãos na maca.

Jess estava visivelmente irritada e Alex sabia que não tinha nada a ver com o fato de ainda não estar grávida, portanto iria irritá-la mais um pouco.

- Agora quando um paciente morre eles mandam as flores para o seu consultório? - a pergunta veio por causa de um enorme buquê de flores sortidas que estavam em cima da mesa de Jess. - Ou você tem uma admiradora secreta? - pegou o cartão que estava no buquê. - A Nicky sabe disso?

- Ah quer saber? - praticamente pulou da maca e arrancou o cartão das mãos de Alex. - Vai se foder! Todas vocês! - colocou o cartão de volta no buquê. Alex franziu o cenho. Precisava continuar se mantendo forte, caso contrário começaria a rir de toda a irritação da amiga e acabaria estragando tudo. - Foi minha mãe que me deu essas flores. Minha secretária que me deu essa cesta de chocolates. - mexeu no embrulho que estava na outra ponta de sua mesa. - E esse ursinho... - pegou a pelúcia branca que segurava um coração. - Foi um paciente que me deu! Sabe por que?

- Oh meu Deus! - Alex ajeitou os óculos. - Hoje não é... - a médica quase afundou o ursinho em sua mesa branca. - Jess, feliz...

Jess deu dois passos para trás impedindo que Alex se aproximasse dela.

- Não chega perto de mim! - exclamou com uma mão levantada. - Vocês são todas umas falsas. Eu não quero o "feliz aniversário" de nenhuma de vocês.

- Eu juro que eu não queria esquecer. - tentou passar sinceridade. - Mas a Floresta Encantada está uma loucura esses últimos dias. - mentira. - E a Nicky não me ajuda nenhum pouco trocando o emprego pelos testes de Orange is the New Black. - Jess fez um barulho com a boca como se dissesse que já estava saturada daquilo. Alex quis rir. A amiga estava virada quase que completamente de costas com os braços cruzadas. Estava parecendo a Diane e Amelia quando resolviam fazer birra. - Me desculpa. - tentou soar arrependida. - Eu vim aqui te chamar para almoçarmos juntas enquanto esperamos uma ligação da polícia dizendo que Piper e Nicky foram presas por enlouquecer a Jenji, mas isso pode se tornar um almoço de aniversário. - balançou Jess pelos ombros tentando arrancar alguma expressão dela que não fosse aquela cara emburrada. - O que você me diz? Podemos comer o quanto de sushi que você quiser.

- Eu vou mesmo comer o quanto de sushi que eu quiser. - pegou sua bolsa no canto da mesa. - E se você lembrar a Nicky que ela esqueceu do meu aniversário - passou pela porta do consultório e olhou para Alex que estava atrás de si. - Eu nunca mais falo com você. Com a Piper eu já não estou falando mesmo. – fez um barulho de indignação com a boca. – 37 anos.

***

 - Alex disse que Jess está muito puta com a gente. - disse Piper com um sorrisinho. - Já falou a palavra "divórcio" três vezes.

- Você vai para o inferno Chapman. - a bexiga que Nicky tentava amarrar soltou acertando o seu dedo. - Porra! - levou o dedo até a boca. - Eu tenho certeza que isso foi castigo. - balançou a mão tentando espantar a dor.

- Você é muito mulherzinha quando o assunto é a Jess. - disse Polly que estava em cima de uma escada tentando pendurar a faixa escrita "Feliz aniversário Jess". - Se fosse para a Piper essa surpresa você daria até um jeito de inventar que a Alex estava a traindo.

Piper assentiu concordando com a melhor amiga.

- Isso foi só uma vez! E a surpresa era para a Vause. Puta que pariu! - a bexiga lhe acertou o dedo mais uma vez. - Vem encher essa porra Flaca. - entregou o pacote com as bexigas para Devon. - Você também! Sou cárdica, nem deveria fazer esforço.

- Se você não percebeu... - Devon apontou para a escada que estava segurando.

- Eu também... - Flaca apontou para a mesa que estava enfeitando. - Como pode alguém não saber amarrar uma bexiga?

- Como pode alguém esquecer de encomendar as bexigas? - imitou o tom de voz da Flaca. - Deixa... - empurrou Devon para longe da escada e ouviu Polly gritar um palavrão por causa da pequena balançada que a escada deu. - Vai encher as bexigas.

- Nicky se você me deixar cair, mesmo que eu não morra, eu vou te assombrar pelo resto da sua vida.

- Eu pensei que você já fazia isso desde o dia que nos conhecemos. - deu uma leve balançada na escada e Polly proferiu mais alguns palavrões. - Está torta. - apontou para a faixa.

Entre provocações, palavrões e ameaças de abandonar a decoração e só voltar na hora da festa, tudo ficou pronto para a festa surpresa de Jess.

A sala da casa estava decorada com bexigas rosas e estrelas brancas. Atrás da mesa com o bolo estava cada uma das princesas da Disney em suas respectivas camisas do Princesas Sport Club e o bolo tinha o desenho de um campo de futebol.

Qualquer um que entrasse na casa diria que estavam comemorando o aniversário de Amelia novamente. Mas quem disse que adultos não podem ter festas de aniversário das princesas ou de quem bem entendesse? Ainda mais quando esse adulto é Jessica Lane?

- Agora a bonita não atende nem o celular! - Jess bateu a porta da casa. - Antes eu tivesse nascido hétero. - largou a bolsa junto com as chaves em cima da mesinha que tinha no corredor. - Ninguém espera muita coisa quando se casa com um homem mesmo. - as luzes da casa iam acendendo conforme Jess andava. - Eu espero que ela nem volte para a casa hoje por que eu vou matá...

A luz da sala acendeu assim que Jess pisou no cômodo e a médica soltou o celular no chão por causa do susto que levou quando ouviu aquele monte de gente cantando "Parabéns pra você".

Queria entender absolutamente tudo que estava acontecendo, mas seus olhos marejados não estavam colaborando para que isso fosse possível.

Amelia correu em sua direção e lhe estendeu um desenho. Um largo sorriso brotou em seu rosto e as primeiras lágrimas começaram a escorrer pelos seus olhos quando viu que a filha havia a desenhado como uma super-heroína. A Supermom.

Jess pegou a filha no colo a enchendo de beijos e apertando-a em um forte abraço. Sua princesinha ruiva não esqueceu deu aniversário.

- Feliz aniversário Lane. - Nicky se aproximou da esposa com um sorrisinho de canto de rosto e lhe deu um beijo na bochecha. - A Mulan ainda joga melhor do que a Branca de Neve.

Jess riu envergonhada e deu um beijo em Nicky a agradecendo pela surpresa. Era o mínimo que podia fazer após ter passado o dia praguejando a esposa por ter esquecido do seu aniversário.

Só depois de apagar as velinhas em cima do bolo que Jess passou a reparar na decoração e em todos os presentes. Soltou uma risada quando viu que todas as suas amigas usavam uma camisa do time das princesas.

- Feliz aniversário irmãzinha! - disse Piper com um sorriso.

Jess alargou o sorriso emocionado quando viu que a loira carregava sua camisa da Anna em frente ao corpo. Balançou a cabeça em negativo rindo. Por que Piper tinha que ser desse jeito? Foi obrigada a puxar a irmã para um abraço.

- Sempre soube que você me amava. - Jess intercalava os olhares entre Piper e a camisa em sua mão.

- Desde quando isso é um segredo? - mandou uma piscadela para Jess.

Piper foi puxada para mais um abraço. Pelo jeito Jess a abraçaria muito naquela noite.

- Eu passei o dia inteiro odiando vocês. - limpou algumas lágrimas que ainda escorriam. - Eu ia pedir o divórcio Nicky.

- Ia nada! - abraçou a esposa de lado. - No fundo você sabia que eu nunca íamos esquecer o seu aniversário.

- Ela que me lembrou do seu aniversário. - disse Michelle. Jess a encarou com descrença e puxou a mãe para um abraço. - Elas queriam que eu fingisse que eu esqueci, mas eu disse a elas que se eu fizesse isso você ia desconfiar que alguma coisa estava errada. – deu um beijo na bochecha de Jess. – Feliz aniversário, de novo, bebê.

- Única mãe que esquece o aniversário da filha é a minha. - disse Annie. Ainda guardava mágoas pelo que aconteceu a mais de 12 anos. - E eu vou imprimir a mensagem de você me mandando ir se foder. Em todos esses anos de amizade você nunca me mandou ir se foder. - abraçou a amiga. - Feliz aniversário Jessica Lois Lane.

- Como assim você ainda não está bêbada?

- Pode não parecer, mas eu não sou uma alcoólatra. - a amiga respondeu fingindo ofensa. - Eu tenho cirurgias para fazer logo cedo e mesmo assim voei até aqui, então dê mais valor a minha amizade mandando o Devon trocar de camisa comigo. Eu queria a da Cinderela!

- E eu queria que a Gisele fosse considerada uma princesa, mas isso não vai acontecer. - Devon respondeu com um sorrisinho. - Piper, você ainda não disse por quanto vai me vender essa camisa.

- E já disse que não vou te vender! - exclamou sem paciência. – A camisa nem serve direito em você.

Antes que começasse outra discussão por causa daquela camisa, Jess avisou que ia até o banheiro colocar a sua.

A festa correu tranquilamente com muitos pedidos de desculpas, discussões e risadas. Jess disse que as amigas não tinham nada que se desculpar. Seu mundo cheio de amor estava mais colorido do que um arco-íris. Mesmo depois de 31 anos o que Michelle lhe disse ainda fazia todo o sentido do mundo. Ela era amada.

- Terminei! - Devon apareceu na sala gritando ganhando a atenção assustada de todas. Todos os convidados já tinham ido embora e só restaram as integrantes do clube, como sempre. - Eu terminei! - balançou Alex pelos braços. - Terminei!

- Você sumiu da festa para terminar o livro? - Alex se desvencilhou de Devon antes que ele arrancasse os seus braços fora. – Esse é o momento que eu digo que você precisa de ajuda?

- Que história é essa que você terminou o livro? – Nicky deu um tapa no braço de Devon. - E a nossa aposta?

- Você perdeu a aposta faz tempo. - respondeu Danny com um sorrisinho debochado.

- Que aposta? - Jess perguntou confusa.

- Que aposta? - Nicky se fez de desentendida.

- Aquela aposta sobre Devon escrever sua cena de sexo com a Danny caso ela não conseguisse uma foto com uma atriz ou ator que a Jess gosta, mas ainda não tinha. - Alex se fez de sonsa. - Você se esqueceu da aposta?

- Ah... Essa aposta. – Nicky deu dois passos para o lado oposto que Jess estava. A esposa a encarava com os braços cruzados e nenhum sorriso iluminado no rosto. – Essa aposta que eu sabia desde o começo que eu ia perder porque o Devon roubou e contou para a Danny sobre ela? Eu nem lembrava mais dela mesmo.

- Por que você não me contou sobre essa aposta? – indagou Jess. - Eu poderia ter ajudado. Você sabe que minha mãe tem muitos contatos, não é a mesma coisa de encontrar a atriz ou o ator na rua ou em algum painel, mas... – deu de ombros.

- Você entraria nessa aposta só para o Devon escrever uma cena de sexo da sua esposa com a namorada dele? – Polly fez a pergunta que a própria Nicky queria fazer, mas estava muito ocupada tentando entender se a esposa falava sério. – Qual o seu problema?

- É... Qual o seu problema? – Danny repetiu a pergunta.

- Jess é uma pessoa que não tem problema nenhum. – disse Piper arrancando um sorriso convencido da irmã. – O único problema que ela tem é que ela é louca. – o sorriso desmanchou dando espaço para uma expressão ofendida. – Sem ofensa.

- Louca é a sua esposa que teve a oportunidade de se divorciar de você e mesmo assim vocês continuam casadas. – Nicky retrucou com um sorrisinho cínico. – E só eu posso chamar a Jess de louca. – abraçou Jess pela cintura como se os segundos de questionamento sobre a aposta não tivessem existido. – Cadê o livro? Leia um capítulo para a gente. – o sorrisinho de Nicky era perverso.

- Ele não pode ler o primeiro capítulo do livro. – Alex tratou de salvar o seu escritor favorito que nem havia aberto a boca e já estava se embaralhando nas desculpas. – Devon assinou um contrato novo de que, antes do lançamento, além de mim, da Flaca e da revisora, ninguém mais pode ler esse livro.

- Desde quando ele assinou esse contrato? – Danny perguntou contrariada. – Eu espero que isso esteja valendo para a Piper também.

- Se esse livro novo for igual o da minha mãe esse contrato novo está me fazendo um favor.

- Falando nisso... – disse Flaca. – Quando que vamos lançar o livro da Carol?

- Nós não temos uma viagem para o Brasil para terminar de planejar? – Alex mudou de assunto. – Podemos aproveitar esse fim de festa...

Claro que elas não terminaram de planejar nada. Eternas discussões foram iniciadas, começando com Flaca e Maritza revoltadíssimas por terem que trabalhar enquanto elas estariam pulando carnaval no Brasil. Annie mostrou-se muito animada em conhecer o Inferno e, novamente, Polly mandou todas para o inferno. Elas iriam assim que estivessem em solo brasileiro, não precisava ficar mandando.

- Eu ainda não entendi por que você não me contou sobre a aposta. – Jess resolveu trazer o assunto novamente aproveitando que as duas estavam entre as quatro paredes do quarto. – Você achou que eu não fosse ajudar? – puxou o edredom do seu lado da cama. – Por mim você pode até transar de verdade com a Danny. Eu não ligo.

- Você não liga? – soltou um riso descrente. Jess ergueu os ombros, uma expressão de desdém fazia parte de seu rosto, como se confirmasse o que tinha acabado de dizer. – Jessica... – cerrou os olhos tentando achar no rosto da esposa algum vestígio de que aquilo não passava de um simples teste. – Eu não transaria com a Danny nem se ela aparecesse pelada na minha frente. – deu a volta na cama parando de frente para Jess. – Eu só gosto de perturbá-la. – pousou suas mãos nos braços de Jess. Sendo algum tipo de teste ou não, ela queria que a mãe de sua filha tivesse a certeza de que ela estava falando sério. – Eu te falei anos atrás que você é a única mulher com quem eu quero fazer sexo e isso ainda está valendo. Além do mais, Danny tem cara de que é péssima na cama com uma mulher. – com os olhos marejados, Jess soltou uma risada. – Oh me Deus, Jessica! Você estava falando sério? Qual o seu problema? Você é louca? Meus dias de querer fazer sexo com a Danny acabaram tanto na vida real quanto na ficção, tudo bem?

Jess deu uma risada e puxou a esposa para um beijo. Ela poderia ser considerada louca mesmo. Era louca por essas declarações de amor tortas que Nicky fazia e, consequentemente, ela era louca por aquela mulher loira em sua frente.

- A Jenji prometeu escrever a cena de sexo, não prometeu? – a pergunta veio assim que as duas caíram na cama.

- Talvez? – recebeu um tapa no braço de Jess e as duas riram.

- E, para a sua informação, eu não estava falando sério. Eu ainda não sou tão louca assim.

- Não é? – assentiu com um sorriso. – Tem certeza? – outra assentida. Puxou-a para cima de si. – Feliz aniversário. – beijou-a.

- Você já me desejou feliz aniversário o suficiente. – encostou seus lábios nos lábios de Nicky. - O que eu quero mesmo é o meu presente. – sussurrou.

- Eu pensei que você nunca fosse pedir.

 Definitivamente, Jess havia acabado de acrescentar mais um aniversário para a sua lista de favoritos.

***

Após provarem que conseguiam se comportar como pessoas normais, depois de um teste que Jenji fez para ter certeza que podia liberar novamente a entrada das duas nas locações por elas terem falado sério sobre não atrapalharem mais as audições – mesmo que a intenção de Piper, desde o começo, nunca tivesse sido atrapalhar - as duas foram convidadas para assistir a um teste em especial. Piper e Nicky ainda não faziam ideia do que era, mas assim que a esposa de Alex recebeu a ligação da produtora convidando-as para ir até a locação, elas não pensaram duas vezes e ainda chamaram suas esposas para acompanhá-las.

Alex e Piper comentavam sobre o cenário que estava na frente das duas: uma enorme cama e ao lado dela uma penteadeira com um espelho. Diversas cenas do livro – e da vida real das duas – estavam passando pela cabeça delas, portanto elas tentavam adivinhar qual cena elas assistiram e, o mais importante, quem seriam as duas atrizes que as interpretariam na cena.

A conversa foi interrompida assim que ouviram a voz de Nicky juntamente com a de outra mulher. As duas olharam em direção as vozes e ficaram completamente sem reação. Elas não conseguiram formular uma única frase. As bocas de ambas estavam entreabertas. Aquilo só podia ser uma maquiagem muito boa.

Nicky conversava animadamente com uma mulher dos cabelos avermelhados cacheados que aparentava ser somente um único centímetro maior do que ela. Elas eram tão parecidas que não seria surpresa se Marka revelasse que entregou a irmã gêmea de Nicky para adoção. E ambas tinham a sensação de já terem visto aquela mulher em algum lugar.

- Essas são as famosas Piper e Alex? – a mulher disse animadamente, quase gritando. Na hora Piper e Alex tiveram certeza que ela seria uma das pessoas mais animadas do elenco caso ela tivesse sido escalada para o papel de Nicky. Aliás, se ela não tivesse sido escalada, elas perturbariam Jenji até que ela a escalasse. – Natasha Lyonne. – ela estendeu a mão. As duas ao invés de cumprimentá-la ficaram olhando fixamente para a mão dela. Natasha abriu um sorriso divertido. – Estão vendo se meus dedos são grandes o suficiente para interpretar essa lésbica aqui? – apertou Nicky em um abraço de lado. – Querem ver minha língua também? – mostrou a língua para as duas. – Estou aprovada?

- Eu estou apaixonada por essa mulher. – o sorriso idiota que Nicky estava no rosto fez com que Piper e Alex rissem. – O que é estranho porque, teoricamente, eu estou apaixonada por mim mesma.

- Amor, desculpa o atraso, mas você sabe como é quando aquele pacien... – Jess tinha parado na frente de Natasha e só então percebeu que aquela não era a sua esposa. Olhou para o lado e lá estava Nicky. – Você... – apontou para Natasha. Também estava difícil conseguir formular uma frase. – Natasha? Você vai ser interpretada... Natasha?

- Eu não sabia que eu causava esse efeito nas mulheres. – disse em tom brincalhão. - Ela é a sua esposa? – Natasha apontou para Jess com um sorrisinho sacana. – Sério mesmo que não tem previsão de quando ela vai entrar na série? Eu preciso ter uma conversa séria com a Jenji.

- Da onde você conhece a Natasha?

Na hora Jess mostrou duas fotos bem antigas que tinha com Natasha em seu celular. Claro que a atriz não deixou de fazer algumas piadas sobre as fotos.

- Ah vejo que já conheceram a Natasha.

Se Jenji disse mais alguma outra coisa assim que se aproximou delas, ninguém ouviu absolutamente nada. Elas estavam muito ocupadas olhando para a loira de um sorriso encantador dona de um belo par de olhos azuis que a acompanhava.

- Taylor Schilling, Piper Chapman. – a mulher dos cabelos roxos tratou de apresentar as duas.

Dessa vez Piper conseguiu cumprimentar a mulher com um aperto de mão, mas não conseguiu formular nenhuma frase. Felizmente, Taylor a olhava da mesma forma, tanto que se perderam por muito tempo naquele aperto de mão. A semelhança das duas era assustadora.

- Katy Perry, Zooey Deschanel e Taylor Schilling. – começou Nicky, ainda besta com o que via em sua frente. – Seu pai está precisando urgentemente se explicar Chapman.

- Bom dia!

 A mulher dos cabelos loiros, dona daquela voz rouca e grossa levou todas a mais alguns segundos de perplexidade. Aquilo não poderia ser real.

- Hot Donna! – Taylor quebrou o transe de todas.

Laura riu.

- Você assistia a série? – Schilling assentiu e as duas se cumprimentaram com um aperto de mão. – Garota, eu pensei que nós duas fossemos mais parecidas. – se direcionou a Alex.

- Jogue uma tinta preta nesse cabelo e nós vamos ter que fazer um teste de DNA.

- Tudo bem. – Jenji bateu palma com o intuito de chamar a atenção de todos. – Laura, Taylor, podem se posicionar, por favor? Deem o melhor de vocês porque elas – apontou para todas aquelas mulheres em sua frente - que vão dizer se vocês serão o casal Vauseman da série.

- Já quero deixar avisado que eu vou pegar nos seus peitos. – disse Laura a Taylor em tom brincalhão.

Taylor riu.

- Por mim tudo bem. – respondeu no mesmo tom.

As duas se posicionaram no pequeno cenário montado e Jenji autorizou o começo da cena.

- Ela é muito mais gostosa que você. – disse Piper em provocação sem tirar os olhos da cena que acontecia em sua frente.

- Não é nada. – fingiu estar ofendida. – Ela – apontou para Taylor. – daria uma ótima mãe para os meus filhos. Ela é linda! – levou um tapa no braço. Alex teve que segurar a risada, caso contrário acabaria atrapalhando a cena.

- Com essa química... – Natasha se perdeu alguns segundos observando as duas atuarem. – Elas vão ter muito mais shippers do que vocês duas.

- Laylor. – ao perceberam que falaram juntas, Nicky e Natasha deram um high-five.

A verdade era que ambos os ships desgraçariam a cabeça de muita gente. Elas só não sabiam disso ainda.


Notas Finais


Eu até pensei em colocar outras atrizes para interpretá-las, mas acho que não existe atrizes melhores do que as próprias atrizes, certo?

Próximo capítulo tem finalmente esse povo todo aqui no Brasil. Pode acontecer do capítulo demorar um pouquinho mais do que o normal para sair porque eu quero escrevê-lo do jeitinho que está na minha cabeça doida e eu ainda não faço ideia de como eu vou fazer isso já que minha cabeça pensa que é a Netflix hahahahhahaa

Até lá <3


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