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História We Are Dust In The Wind - Moving, leaving, dying


Escrita por: VengeanceZombie

Capítulo 10 - Moving, leaving, dying


– Graças a Deus vocês chegaram! Não sabia mais o que fazer pra distrair ela. – Frank disse abrindo a porta.

Mentiroso, nem estava tão chata assim... Ok, é verdade que corri atrás dele com uma vassoura, montei em cima dele fingindo que era um cavalo e, quando ele conseguiu deitar no sofá, subi em cima dele e gritei “NOW YOU’RE MY BITCH!”. Mas isso não significa ser chata... ou sim?

– Af Frankie, para de reclamar. – falei, olhando pro povo parado na porta. Eu? Me encontrava estirada no sofá, com a mão na barriga e olhar de tédio. – Você nem conseguiu me distrair mesmo.

Ele mostrou o dedo do meio e mandou os outros entrarem. Vieram me cumprimentar, todos fofos e Mikey não saiu do meu lado.

– EWWW, casal. – Ray fez cara de nojo. Joguei uma almofada na cara dele.

– Cala a boca.

– Mas então me conte a situação. Vocês não foram pra escola pois...? – Ge disse, se jogando na poltrona do lado do sofá.

– Minha mãe saiu com o narigudo-feioso-etc. Bom, ela não disse exatamente isso. Só disse que ia sair e queria que ficasse em casa. Mas qual é. Ela ta fazendo tudo com aquele feioso mesmo.

– Certo... – me ajeitei no sofá. Perigo. Isso é sinal de plano maligno.

– Quero descobrir o que ela tanto faz com o babaca do Robert. – sorri marota.

– E...? – Mikey disse, me encarando. Frank começou a abanar as mãos no ar.

– Fodeu. Essa cara – apontou pra mim – Conheço muito bem essa cara... O que você vai aprontar Elisabeth? – sorri.

– O que vocês acham de seguir eles?

– Liz...

– AH PESSOAL! Preciso saber. Não quero ele como padrasto de novo... Vocês... Não conhecem... ele. – encarei o chão. Droga. Precisava descobrir. E se eles voltassem? Droga, mil vezes droga.

Ficamos discutindo ideias de como seguir minha mãe sem sermos notados. O que não seria fácil. Contratar detetive era fora das cogitações. Tenho dinheiro pra pagar um detetive mas... É minha mãe afinal de contas!

Ray foi embora uma hora depois, disse que não iria participar disso. Gerard estava ali a contragosto porque sabia que Mikey faria tudo o que quisesse. E isso fazia com que me sentisse uma vadia desgraçada.

Seguir sua própria mãe? Sério mesmo Lizzie? Por que você não tenta falar com ela? Bom, talvez porque ela nunca esteja sozinha... Mas...

– Lizzie? – Frank berrou estalando os dedos bem perto do meu rosto.

– Quê? – falei meio mal humorada.

– O que você acha de...

– Quer saber? Vamos esquecer isso. Deve ter outro jeito. – encarei Frank e depois desviei minha atenção pra qualquer canto da casa onde não tivesse olhares me vigiando. – Tem que ter outro jeito. – murmurei mais pra mim mesma do que pros outros. Acho que ninguém ouviu.

–--

Gerard e Mikey tiveram que ir embora cedo. Parece que tinham compromisso. A mãe de Frank já havia ligado reclamando. Ele ficou aqui mesmo assim.

– Que foi? – perguntou. E nesse exato momento mamãe apareceu em casa. Com adivinhem quem? Robert. Bufei.

– Oh, olá queridos. – sorriu. – Não sabia que estariam aqui. Por que não sobem para o quarto? Robert e eu... Precisamos conversar... – sorriu mais ainda.

Patético. Sem dizer nem se quer uma palavra arrastei Frank escada acima.

Ele vai morar nessa casa agora? Vou ter que dividir meu espaço com ele? É isso mesmo mãe? Qual é a sua? Frank me cutucou.

– Perdida em pensamentos de novo? – sorri fraco. – Lizzie... O que exatamente você quis dizer com: “Vocês não conhecem ele”?
Suspirei. Torci ao máximo para Frank não lembrar disso. Esqueci o quando meu querido amigo era bom de memória.

– Frank, esquece...

– Ele... Fez alguma coisa pra você?

– Bom, além de querer me mandar pra um internato na Inglaterra, me chamar de vadia aos treze anos. Falar que meu irmão era um vagabundo e me dar um... Não, ele não fez nada. – sorri cinicamente.

– Te dar um...?

Droga Frank, porque você sempre presta atenção em cada palavra que digo. Não consegue deixar passar?

– Ele... – suspirei – Lembra aquela vez que apareci com um machucado na boca e um roxo na bochecha?

– Sim, você disse que tinha caído da escada e... Ele te empurrou da escada? – arregalou os olhos, dei risada com isso.

– Acredite querido, se pudesse ele teria tentando. – ri novamente. – Bom, você sabe como era quando tinha treze anos...

– O demônio encarnado.

– Exato. – ri – E com ele principalmente. – sorri comigo mesma ao lembrar disso. – Fazia questão de atormentar cada visita dele aqui... Até que um dia mamãe foi ao mercado ali do lado com Mattie, me deixou sozinha com ele e... Ele me deu um tapa na cara. Simples assim. Lembro que eu tava vendo tv, ai ele apareceu me deu o tapa na cara, olhou bem no meu rosto e disse “Isso foi por tudo.” E saiu sorrindo.

– Ah ele te... ELE O QUÊ?

– Shh Frank, mamãe não sabe.

– POIS DEVERIA SABER!

– Frank cala a porcaria da boca. – tapei a boca dele com minha mão. – Olha aqui, sei muito bem o que ele fez. O que me intriga é o que ele quer agora. Voltar com ela do nada? No fucking way. Ele quer algo.

– Mas o quê? – ele perguntou entre meus dedos.

– Não sei.

– Dinheiro?

– Nah, ele não tem problema com dinheiro.

Escutei passos na escada e em seguida Robert apareceu na porta. Sem nem ao menos bater. Ok, vá em frente, sinta-se em casa.

– Sua mãe quer você lá em baixo querida. – sorriu.

Cínico maldito!

– Já vou. – sorri. Ele foi embora. – Maldito. Frank, fique aqui.

O que mamãe queria? E tinha que mandar aquele bastardo.

– Diga mãe. – falei, chegando no fim da escada e olhando pros dois.

– Sente-se. – o fiz. Ela suspirou.

– Lizzie... Decidi que... Bom. Robert e eu decidimos que... seria melhor pra você ir... Morar com sua tia na Califórnia.

Segurei todo o ar que podia. Morar... com a minha tia... na... Califórnia...? Não. Isso é brincadeira. Isso não... Não... Mas por... quê?

– Por que? – foi o que consegui falar. Mamãe suspirou.

– Querida. Vai ser melhor para você... Acredite.

– Melhor? Melhor por que? Mãe – levantei da poltrona alterada – Todos os meus amigos estão aqui! Meu namorado! Meu melhor amigo! Mãe... – comecei, lágrimas tomando conta de meus olhos. – Meu... Irmão está aqui...

E foi com isso que vi... Toquei exatamente na ferida. Ela respirou fundo, se ajeitou no sofá e fez a cara mais temida de todas... A de mãe autoritária.

– Já está mais do que na hora disso acabar. – falou convicta. – Você vai. Fim de papo. Seus amigos podem te visitar. Você pode vir visita-los. Mas você vai SIM.

Encarei mamãe, depois encarei Robert... Sabe qual a pior parte disso tudo? É ter quase certeza de que isso era culpa dele. Aquele cretino me encarava com felicidade. Aquele maldito credito filho de uma mãe. E a pergunta de Frank de repente foi respondida. Mas é claro.

– Ok mãe.

– Arrume suas malas. Você parte amanhã de noite.

Amanh... Respirei fundo. Não, eles não iriam ver mais uma lágrima escorrendo. Nenhuma. Chega. Assenti olhando para eles e subi as escadas entrando no meu quarto e desabando na cama. Sabe quando você segura o choro pra ninguém te ver chorar? Pois foi o que aconteceu, Desabei no choro também. O bom era saber que Frank estava ali do meu lado. Não por muito tempo...

Chorei tudo o que tinha pra chorar. Frank me abraçava e olhava desesperado por não ter respondido o que havia acontecido.

Levantei da cama e peguei as malas que ficavam em baixo da mesma.

– Vai fugir? – ele olhou, olhos arregalados, para as malas. Sorri fraco.

– How I wish... – encarei fundo naqueles olhos que eu conhecia como a minha vida. – Eu sei o que ele quer aqui Frank. – disse, começando a chorar novamente.

– E o que é?

– Vingança. – uma lágrima solitária escorreu de meus olhos. Era óbvio. Queria que pagasse tudo o que fiz pra ele. Mas não mencionemos o que fiz.

– E por que você esta arrumando as malas?

– Frank... – encarei ele parando brevemente de arrumar as malas.

– Vou me mudar.

– O QUÊ? PRA ONDE?

– Laguna Beach.

– CALIFÓRNIA?

– Yup, Orange county.

– Mas isso é tipo no sul da Califórnia...

– A – parei para fazer as contas – Um dia e vinte e uma horas de carro.

– POR QUE?

Soltei uma risada cínica, oras por quê.

– Vai ser melhor para você. – repeti as palavras de mamãe, levemente imitando sua voz.

– Mas Lizzi...

– Frank, eu sei ok. Agora me ajuda a arrumar essas malas, porque vou embora amanhã.

– Elisabeth Moon, por que você está aceitando isso numa boa? – soltei uma risadinha.

– Oras, ele quer a vingança dele e vai ter, e depois querido? Quem se vinga sou eu.

Continuamos a arrumar minhas malas. Coloquei simplesmente tudo. Todas as roupas, sapatos, maquiagens, bagulheiras. Ia até levar meu violão e guitarra. Não que tocasse muito. Ah, claro que levei meus cds até os posters tirei da parede. Não ia ficar nada ali. Absolutamente nada.

Agora vem a hora difícil. Peguei o telefone e disquei o número de Mikey.

– Alô? – ouvi a voz de Gerard no outro lado da linha, respirei fundo.

– Ge, posso falar com o Mikey?

– Já com saudades? – ele zoou.

– Gerard, por favor. – algo em minha voz o convenceu porque não fez mas nenhuma pergunta.

– Oie. – ouvi a voz de Mikey no telefone. E foi nesse momento. Que minha vida passou diante dos meus olhos. O quão triste estava com a morte de Mattie... O quanto sofri nos primeiros dias de aula, quanto ele me ajudou... Tudo pesou em cima das minhas costas. Me senti Atlas segurando o mundo todo nos ombros. Por fim, suspirei.

– Mikey preciso falar com você...

– Que foi?

– Amanhã ok. Amanhã. – desliguei. Me virei para Frank. – Você pode ir pra casa agora.

– Não vou te deixar sozinha.

– Frank... Vai pra casa, por favor. – ele me encarou, bem fundo nos meus olhos e suspirou.

Antes de ir Frank me abraçou forte e disse que me amava. E esse foi meu fim.

Quando ele saiu por aquelas portas. Meu mundo caiu. Atlas que me desculpa mas o céu foi ao chão, Urano e Gaia se encontraram novamente.

Me joguei na cama e chorei. Chorei tudo o que tinha direito. Virei a noite chorando. Não preguei os olhos um minuto se quer. Dormir pra que se minha vida está acabada? Como não percebi? O tempo que mamãe ficou fora? Foi uma manhã e tarde inteira, tempo de ir a Laguna Beach, falar com minha tia, tomar um café e voltar. E agora iria me mandar pra lá. Laguna Beach! CALIFÓRNIA! Olha, nada contra. É um ótimo lugar para passar as férias mas... Morar? Ela ficou maluca? O que foi fazer por lá?

Levantei na manhã da cama e fui tomar um banho. O ultimo banho no meu quarto. O ultimo banho para ir uma ultima vez para a escola, a MINHA escola. De repente nunca amei tanto aquele lugar. O que me esperava na nova cidade? Que tipo de pessoas?

Vesti a única roupa que ainda estava fora das malas e desci as escadas. Mamãe olhou espantada pra mim. Minha cara ou o fato de estar indo pra escola?

– Você não precisa ir...

– Volto no almoço.

E sai. O caminho não era muito longo. Hoje porem, pareceu uma eternidade.

Quando cheguei eles estavam sentados perto do portão. Todos loucos querendo saber o que tinha. Pelo visto Frank não havia contado. Mas primeiro...

– Mikey, posso falar com você na biblioteca? – e fui, sem esperar resposta.

Ninguém nunca ia na biblioteca, pra que lugar melhor? Respirei fundo. Era o único jeito de impedir as lágrimas de chegarem. Sentei numa mesa bem afastada, no fundo da biblioteca. Assim ninguém iria atrapalhar caso aparecesse.

Mikey apareceu em seguida e sentou do meu lado. Encarei o outro lado. Por que? Por que comigo? Agora? Não posso ser feliz um pouco primeiro? Respirei fundo pela milionésima vez só nessa manhã.

– O que foi? – ele perguntou receoso. Era isso, agora ou nunca. Curta e grossa.

– Temos que terminar.

– Mas o q... Por q... Como as... Ein? – os olhos dele se encheram de lágrimas, ah não Mikey, não. Por favor, não.

– Vou me mudar. Não acho justo que você fique preso em um relacionamento a distância, coisa que nunca termina bem. Quero poder ser sua amiga pelo menos. – eu falava tão séria, tão sem emoção que tenho absoluta certeza que isso cortaria o coração dele em mil pedaços.

– Mudar? – falou, a voz falhando. Oh Deus, me de forças.

– Longa história. É isso que tenho a dizer. Desculpa Mikey, eu... Nunca menti sobre... O que sentia por você... Nunca te disse isso mas... – respirei fundo pela, enfim, perdi a conta. – Quase morri quando você estava naquele hospital eu... Não queria te perder e... Mikey, eu te amo ok? Nada disso é culpa sua eu só... Me desculpa.

Me levantei e fui embora. Primeira parada? Banheiro feminino por favor. Me tranquei em um dos boxes, lágrimas se controlem. Vocês tem um longo voo para poderem se libertar. Vamos fazer isso primeiro.

Matei todas as aulas do dia e só sai do banheiro quando meu rosto não estava mais inchado e nem com olhos vermelhos. Marchei em direção ao canto da escola onde costumávamos ficar. Estavam todos ali menos... Menos Mikey.

Quando cheguei, Frank veio me abraçar. Sobre aquilo de ele me conhecer como ninguém? Pois é.

– Tenho que ir. – separei-me dele.

– O que... – Ge começou a falar, mas ficou quieto quando olhou pra mim. LÁGRIMAS, PAREM! VOCÊS NÃO VÃO SAIR AGORA.

– Vou sentir falta de vocês. – sorri. – Me desculpem... Ray, cuida do pessoal, você é o único normal aqui. – ele sorriu. – Ge... Por favor... – olhos ficando marejados ao ponto de não me deixarem ver Gerard direito. – Cuida do Mikey... – respirei fundo, ajudou a mandar as lágrimas embora. – E você, - olhei pras Frank. – Cuide de todos. Seu dever.

Me afastei, andei alguns passos e olhei novamente pra eles.

– N-não... – minha voz saiu falhando – Não me esqueçam por favor... Eu volto. Prometo.

E fui embora. Não esperei respostas, acenos de cabeça nem nada do tipo. Parei no meio do caminho em uma praça e fiquei lá até dar meio dia, chorando descontroladamente, assustando qualquer pessoa que possa passar por ali. Depois limpando todos os vestígios de choro e indo para casa.
Era isso então?



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