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História We are infinite - Abstinência de felicidade


Escrita por: lHina e scarletamanda

Notas do Autor


Oi gente <3
Os POV's da Lauren serão menos frequentes, se gostarem dessa coisa de abordar o ponto de vista dela faço mais vezes.

Capítulo 4 - Abstinência de felicidade


POV Lauren

   Minha cabeça doía quando acordei na manhã seguinte eu estava assim há alguns dias devido à falta de álcool no meu organismo, era como um vício do qual jamais conseguiria controlar. Liam tinha me prometido conseguir algo da loja de bebidas do tio dele eu queria acreditar que seria logo, mas não tive notícias do meu amigo desde então, fitei o teto do quarto e bem de longe eu conseguia ouvir Farrah discutindo com Bruce como faziam todo santo dia, era impossível viver sã em uma casa como essa, minha irmã tinha o benefício da grana e de ter amigos de condições financeiras altas já eu gastava meus trocados em bebida para não enlouquecer.

   Sentei na cama e percebi que ainda era muito cedo para me arrumar para ir à escola, eu odiava ir lá, mas eram quatro horas longe das confusões constantes e isso era o melhor presente para minha cabeça. Olhei aos arredores e percebi a bagunça daquele lugar, roupas espalhadas, frascos velhos de bebida no chão e vários papéis amassados por toda a extensão do quarto, além de insuportável Farrah também não fazia merda nenhuma em casa gastava todo o seu tempo em tratamentos de beleza e enchendo nosso saco. Levantei calçando um chinelo e comecei a recolher as blusas e calças jogando tudo dentro do meu armário, depois peguei os papéis e arremessei na lixeira deixando o local com a aparência aceitável.

   Chequei o celular e ninguém tinha me ligado, portanto vi que a única saída para conseguir algo pra beber era contatar um velho amigo do qual queria esquecer. Disquei o número dele e aguardei algum tempo até cair na caixa postal deixando uma mensagem de voz pedindo que me contatasse o quanto antes e implorei que não enrolasse. Abri a porta um pouco receosa já que o barulho tinha cessado e felizmente não vi ninguém por perto, sai a passos leves e corri para o banheiro dando de cara com Amy escovando os dentes.

- Bom dia. – Disse me encarando.

- De bom não tem nada, mas ok. – Respondi cruzando os braços de baixo do peito e recebi um olhar feio enquanto ela enxugava a boca.

- Eu vi você ontem. – Arqueei as sobrancelhas para ela.

- E dai?

- E dai que você não vai meter Liam nessas suas bagunças, ele é um bom rapaz. – Sua feição era séria e acabei deixando escapar um sorrisinho. – Qual a graça?

- Além do fato de achar que manda em mim? – A olhei incisiva.

- Não quero mandar em você, na verdade já cansei de tentar te ajudar Lauren o fato é que se você quer se fuder faça isso sozinha sem arrastar os outros pro seu abismo. – Fiquei indignada com as palavras dela e senti meu nariz inflar de raiva.

- Quer saber de uma coisa? Vai se ferrar. – Eu disse e ela me deu um sorriso sarcástico saindo do banheiro.

   Bati a porta com força e enfiei a mão nos cabelos de raiva, apoiei os cotovelos na pia e tentei acalmar minha respiração sem sucesso, dei um soco leve no espelho e senti um líquido quente escorrer pelos meus dedos, era nesse estado de ódio que eu ficava quando não bebia. A porcaria do espelho já estava trincada e tinha me cortado, lavei a mão e enrolei um pano que tinha no armário encarando meu reflexo, eu passava noventa porcento do meu tempo chapada de preferência com bebidas, mas quando não tinha essa opção usava qualquer coisa que me desse uma vibe relaxante para deixar minha cabeça mais vazia dos problemas.

   Escovei os dentes sentindo minha mão latejar e prendi o cabelo em um rabo de cavalo, voltei para o meu quarto e vesti um short e uma camiseta qualquer, joguei alguns cadernos na mochila e a pus nas costas. Ainda era cedo para ir à escola, mas eu precisava sair daquele lugar e não voltar por um bom tempo e com sorte conseguiria algo para chapar antes das aulas, peguei uma grana na gaveta da escrivaninha, de vez em quando pegava dinheiro da carteira de Farrah e Bruce sem que notassem e o guardava bem para uma emergência, tranquei a porta para evitar bisbilhoteiros e segui para a cozinha em busca de algo para comer.

- Indo pra escola tão cedo? – A voz irritante de Farrah atingiu meus tímpanos e eu senti uma onda de estresse me consumir.

- Algum problema? – Perguntei mordendo uma maçã já que não tinha muitas opções do que comer.

- Você me diz algum problema?

- Além de ter que aguentar essa família de merda? Nada de mais. – Forcei um sorriso irônico e ela avermelhou nervosa.

- Não fale assim comigo sua viciadinha de merda. – A veia na sua testa saltava.

- Não enche o saco Farrah e quer saber eu pouco me fodo para suas crises de raiva. – Continuei mordendo a maçã escorada na bancada.

- Você é muito petulante. – Levantou a mão em minha direção dando um tapa contra meu rosto.

   Eu cambaleei pra trás caindo de costas no chão à maçã acabou voando longe, meu rosto ardia com a marca que ela tinha deixado e posicionei minha mão no local sentindo uma pulsação forte, o corte do dedo ainda ardia e agora mais essa. Meus olhos se avermelharam de ódio e me levantei jogando a mochila nas costas de novo, minha vontade era de pular no pescoço daquela mulher e aperta-lo até os olhos dela saírem, mas me contive já que provavelmente perderia o controle a olhei e tinha um olhar vitorioso no rosto.

- Já pensou que é por isso que sou uma viciadinha de merda? – Gritei dando as costas e batendo a porta atrás de mim com muita força.

   O pano que coloquei na mão parecia encharcado de sangue, mas eu ignorei a dor física sentindo muito mais a dor emocional lágrimas escorreram pelo meu rosto e eu corri sem destino pela rua tropicando em várias pessoas que me xingaram pela falta de atenção. Acabei parando em um parquinho vazio e me joguei no banco pondo as mãos sobre o rosto e chorando de frustração e com uma angústia profunda, funguei um pouco e enxuguei os olhos com o braço pegando meu celular e rezando para que tivesse uma resposta da ligação de mais cedo, encarei o visor e não tinha nenhuma notificação até que começou a vibrar com a ligação de Liam.

- Lau?

- Olá. – Minha voz soou mais chorosa do que eu esperava e pude ouvi-lo suspirando.

- O que aconteceu dessa vez? – Seu tom era preocupado.

- Nada, não precisa se preocupar. – Falei e minha voz falhou novamente.

- Onde você tá?

- Não importa Liam, vai estudar ou sei lá o que os nerds fazem. – Tentei soar firme.

- Os nerds cuidam daqueles que amam, me diz onde tá ou juro que descubro. – Sorri com as palavras dele.

- Naquele parquinho velho a algumas quadras da escola.

- Não sai dai que tenho uma surpresa para você.  

- Tudo bem. – Depois disso ele desligou me deixando sozinha com meus fantasmas de novo.

   Soltei os cabelos na tentativa de esconder o hematoma que Farrah tinha feito e rezei para que tivesse funcionado, por mais que eu odiasse admitir Amy estava certa quando disse que Liam era um bom garoto e não merecia ser arrastado para o abismo junto comigo, suspirei de arrependimento por exigir tanto de alguém tão inocente, o único problema era que ele era tudo que eu tinha no momento e mesmo sendo egoísta da minha parte não o deixaria ir, não podia perdê-lo agora. Não demorou muito para que pontasse na esquina do lugar e acenasse com um sorriso nos lábios.

- E então o que houve? – Se sentou ao meu lado.

- A mesma coisa de sempre, nada que já não saiba. – Falei encarando o chão evitando mostra-lo o machucado.

- Lau você brigou com sua madrasta de novo? Ou dessa vez foi com seu pai? – Me olhava preocupado.

- Aquela mulher não é nada minha, juro por deus que queria mata-la hoje. – O encarei com ódio nos olhos e acabei cometendo o erro de me virar e foi então que ele viu o vergão na minha bochecha.

- Ela te bateu de novo? – Nunca o vi tão indignado. – Aquela vadia não tem o direito... – O interrompi pousando a mão no seu rosto.

- Não importa Liam já me acostumei, nada mudaria se meu pai fosse solteiro ele também é um merda.

- Isso não pode continuar Lauren. – Ele parecia impotente.

- Você disse que tinha uma surpresa para mim. – Mudei de assunto rápido para não preocupa-lo mais.

- Eu não devia apoia-la nessas coisas de beber e tal, mas não consigo arranjar outra forma de te ajudar. – Tinha expressão de culpa. – Podíamos ir à polícia.

- E dizer que sou menor de idade e vivo me esgueirando pelos cantos com bandidos para conseguir bebida?

- Mas o motivo disso tudo pode resolver seu problema.

- Ou me fuder ainda mais, eu sobrevivi até hoje com isso vou aguentar um pouco mais.

- Se mudar de ideia sabe que posso ajudar. Toma. – Estendeu uma garrafa de vodca pequena para mim.

- Obrigada Li. – O abracei com força colocando o rosto na curva de seu pescoço.

- Sua mão tá quente. – Segurou minha mão e viu o corte. – Isso não foi ela né? Se for eu mesmo a mato. – Ele transparecia raiva.

- Claro que não. – Sorri.

   Abracei-o de novo me aconchegando em seus braços e ouvindo seu coração bater de forma acelerada ficamos assim por um tempo até que Liam murmurou algo sobre o horário e termos de ir pra escola, suspirei contrariada e levantei entrando no carro dele e seguindo para mais um dia monótono. 


Notas Finais


O que acharam do POV dela? Vale a pena continuar ou só querem da Amy e Karma?


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