História We are young. - (Futuro Incerto)

Estavamos na sala de espera do hospital. Era de madrugada e estava praticamente vazio.

Era incrível como Jason conseguia ficar tão clamo com Leo andando de um lado para o outro o tempo todo uma pilha de nervos.

- Sente e socegue Valdez. Vai fazer um buraco no chão. – falei já tão ansioso quanto ele, mas o garoto apenas me ignorou e andou mais um pouco antes de parar e mecher as mãos como um tique nervoso.

- isso não está demorando demais? – perguntou para ninguém especifico.

Jason que estava sentado ao meu lado riu baixo.

- não está demorando nada e se está tão preocupado deveria ter entrado com ela. – disse impaciente, mas parecia quase divertido com aquilo.

- deveria mesmo, mas eu provavelmente iria desmaiar assim que visse a primeira gota de sangue e ela ficaria furiosa. – ele respondeu pensativo e se jogou no bando ao meu outro lado, seus olhos no teto. – estou nervoso.

- ansioso. – Jason o corrigiu.

- isso é normal cara. Fique tranquilo, logo vamos ver suas duas princesas. – o tranquilizei e ele deu um leve sorriso antes de se levantar como jato.

Uma enfermeira parou perto de nós sorrindo solidaria.

- vocês já podem ir ve-las. – disse ela suavemente.

No quarto Reyna estava deitada na cama com uma expressão de cansaço. Quando ela nos viu sorriu aliviada para Leo que foi até ela sem nem hesitar. Nos braços ela tinha uma manta rosa claro que só pude ver depois de chegar mais perto.

Os olhos de Leo brilharam como nunca para a minuscula pessoa aos braços de Reyna.

- tão linda... – ele suspirou e pegou a bebê dos braços dela.

- com certeza puxou a mãe. – Jason brincou se aproximando comigo ao lado para enxergar o rosto delicado e pequeno da criança.

Leo nem se preocupou em responder a altura, apenas sorriu de leve.

Dei um tapa fraco no braço de Jason.

- pare de ser insuportável. – murmurei para ele já me voltando a Reyna. – Mas com certeza ela puxou a você.

Ela riu assim como Jason, e Leo estava vidrado demais em sua filha para prestar atenção.

4 meses depois Leo e Reyna se casaram apenas no cartório e fizeram uma festa fechada em casa.

Reyna afirmou não ligar para casamentos na igreja e nem com formalidades de religião, o que pareceu deixar Leo bem mais tranquilo considerando que eles não conseguiriam realizar um casamento grande e bem elaborado.

Leo havia conseguido um emprego mais firme em sua área e pagava uma babá para cuidar da pequena Nyssa quando eles precisavam ir para a faculdade. era notável que a Reyna estava exausta, mas apesar disso ela parecia bem, parecia feliz e eu diria até que realizada.

“ – Ela chora a noite toda, não me deixa dormir ou fazer muitas coisas, mas é como se eu tivesse tido ela por toda minha vida e não conseguisse viver sem. Um amor que não se consegue explicar.” Ela me disse uma vez enquanto almoçávamos em sua casa.

Agora dois meses depois no final do ano quando graças aos céus as provas tinham acabado e estávamos nos recuperando, era o casamento da Thalia com a Zoe.

O lugar era grande e amplo, um salão aberto com mesas decoradas de branco e creme com rosas brancas por todos os lados. Luzes amareladas decoravam o local na noite fria de Nova York, mas toda aquela multidão não nos deixava passar frio.

A cerimonia já havia acontecido ali mesmo com um padre que de acordo com Jason foi exigência de seu pai.

“- Thalia sempre foi rebelde em relação a religião, por ela não teria nada disso aqui, mas meu pai disse que pelo menos isso, o orgulho de ter uma filha casando de vestido branco com um padre ele deveria ter. – ele suspirou com um sorriso. – bom, parece que o senhor Zeus sabe fazer chantagem emocional.”

Parece que foi assim que Thalia cedeu ao pedido do pai e fez uma festa de casamento incrível.

Da mesa onde eu estava com Jason ao meu lado conversando com Leo e Reyna podia ver Thalia e Zoe perto da mesa do bolo tirando algumas fotos. Devo admitir que elas estavam lindas. Zoe tinha uma beleza mais rustica, era claro que a menina não gostava de muita produção, mas cedeu a um vestido branco simples com poucas rendas e babados e era o que diferenciava do de Thalia, que tinha um vestido mais trabalhado porem igualmente estiloso. Zoe tinha os cabelos negros soltos com uma tiara prata e Thalia tinha o seu prendido de lado com um penteado ondulado charmoso.

Elas sorriam para as fotos, tiravam com todos, faziam poses, se beijavam e ninguém ali parecia o mínimo incomodado com isso. Até zeus parecia bem com a situação.

- Ei Per já cansou de dançar? – Reyna perguntou para mim me trazendo a realidade.

Já era meio da festa, eu não estava muito no clima de danças e bebedeiras. Olhei para ela que tinha Nyssa em seu colo dormindo como um anjo mesmo em meio a tanto barulho.

- Já. E você não vai dançar? – perguntei inocente. Ela olhou para Nyssa com o lábio franzido. – Eu fico com ela, vá se divertir um pouco.

Estendi meus braços para pegar minha afilhada de cabelos castanhos escuros, pele pálida e olhos fechados como uma fada do sono. Reyna a entregou relutante e olhou para Leo que já estava levantando e a puxando pela mão para irem a pista de dança.

Jason riu.

- Você até parece pai dessa menina. – comentou ele quando percebi que estava a encarando com carinho.

Encarei seus olhos azuis agora mais claros pela iluminação, seu cabelo loiro estava maior do que geralmente e jogado para cima como se ele tivesse levado um choque, mesmo assim ficou incrivelmente lindo combinado com seu terno negro e a gravata vermelha. Era como um rebelde de social, tentando ser contido.

Sorri sem evitar.

- eu a amo como se fosse. – respondi sincero e ele abriu um sorriso leve e doce para mim.

Seus olhos fixaram em mim por um longo tempo antes de desviar para sua irmã e nora que riam estéricas com alguém ao longe. Vi Jason torcer o lábio pensativo antes de falar com a voz distante.

- estão todos se resolvendo. – comentou e eu continuei a fita-lo sem saber o que responder. Ele desviou os olhos das noivas para mim com analise. – Casamentos, filhos... você pensa nisso?

Me surpreendi com aquilo. Não é como se eu não pensasse em ter uma família um dia, mas parecia distante demais para mim naquele momento.

Abaixei meus olhos para a criança aos meus braços e não pude deixar de sentir uma onda de calor fraterno misturada a tristeza de que talvez eu não achasse alguém que eu amasse tanto a ponto de querer uma família. Ninguém além...

- prefiro não pensar nisso por enquanto. – respondi a ele sincero.

- está ai mais uma coisa da qual fui privado. – ele disse pensativo e eu preferi não olha-lo para não demonstrar a dor que aquilo me causou.

Eu sabia que ele não poderia ter filhos.

Ficamos em silencio por um momento, eu me concentrava no rosto sereno de Nyssa enquanto a musica e conversas da festa pareciam abafadas e distantes de nós.

- porque? – ele perguntou me fazendo o olhar confuso. – porque não quer pensar nisso? – reformulou.

Respirei fundo desviando os olhos novamente.

- não sei. Estamos apenas no terceiro ano da faculdade, eu não tenho com quem ter um filho ou me casar para começo de conversa. Realmente não gosto de pensar nisso. – respondi avoado com os pensamentos depressivos me tomando.

Senti o olhar de Jason em mim, mas não me virei para encara-lo.

- estamos quase no quarto ano já e arranjar alguém que queira uma família com você não é nada difícil. – ele disse divertido, mas sua voz tinha uma pontada de ressentimento.

Voltei meus olhos para ele, analisando sua expressão que estava mais seria do que sua voz parecia.

- como eu disse não gosto de pensar nisso e não há ninguém que eu pense em ter uma família agora... – falei com minha voz falhando no final.

- ninguém? – perguntou ele quase ofendido.

Sustentei seu olhar por um momento e me livrando de responder Thalia se aproximou de nós sorrindo e puxou o irmão para dançar.

Olhei para Nyssa novamente pensando sobre aquilo. O que eu disse a Jason era verdade, eu não estava pensando em construir uma família, mas ele fez com que eu refletisse sobre isso.

“Está ai mais uma coisa da qual fui privado.” Ele disse com tanta tristeza que só de lembrar meu coração doía.

No final da festa e da noite Jason me levou para casa. Havíamos ido juntos e voltado juntos como sempre fazíamos.

Seu carro parou a frente da minha casa enquanto conversávamos animadamente sobre os relatos da festa, quando ele desligou o motor fez-se um silencio incomodo.

- você pensa? – perguntei a ele por fim. – em ter uma família, casar...

Era difícil ver seu rosto pela pouca luz de dentro do carro e a leve iluminação da rua, mas eu sabia que seus olhos azuis penetrantes estavam em mim.

- sim. – respondeu simples e triste.

- você sabe que há metados para se ter filhos mesmo... – não terminei a frase e nem precisava.

Jason soltou um sorriso suspirado baixo de descença.

- deve haver, mas eu não acho que encontrarei alguém que concorde com isso. – falou baixo.

Peguei sua mão fazendo uma ponte entre nós, ele apertou de leve a minha abraçando meu toque. Suas mãos estavam frias e macias.

- você realmente mudou Grace. O Jason que eu conhecia jamais diria alto tão insuficiente de si mesmo. – falei tentando mudar a atmosfera tensa.

Ouvi seu sorriso sincero e meu coração se aliviou um pouco. Houve mais um breve silencio onde ficamos apenas ali, nos encarando de mãos dadas.

Nós as vezes tínhamos esses momentos. Jason parecia sempre lutar para se manter afastado de mim de certa forma enquanto eu não me importava em sempre estar perto dele.

- quero voltar ao dormitório nesse ultimo ano. – ele disse suavemente me surpreendendo.

Apertei de leve sua mão.

- serio? Porque isso? – perguntei incrédulo, ele suspirou.

- Nico não será mais seu colega de quarto e o Leo também não. Não quero te deixar sozinho. – explicou, mas eu sabia que ele estava disfarçando.

Segurei o riso.

- ainda tenho o Luke. – garanti e ele ficou brevemente tenso.

- verdade. – murmurou pensativo. – então acho que não preciso voltar.

Com isso não aguentei, ele estava sendo tão fofo, tão amável que eu apenas coloquei minha outra mão em seu rosto e o puxei para mim selando nossos lábios com um impulso de sentimentos instáveis.

Jason ficou rígido por um momento, mas logo amoleceu e retribuiu o beijo com carinho sem aprofundar.

- porque você... – ele começou, mas o cortei.

- xiii... – pedi silencio. Sem me afastar muito de seus lábios quentes e seu hálito fresco. – você já disse que vai voltar então você vai voltar. – falei baixo, mas contente já o beijando novamente.

Desta vez ele reagiu melhor, sua mão alcançou meu pescoço com carinho e me puxou mais para ele quando aprofundava o beijo passando sua língua por toda a minha boca apreciando cada movimento.

The day I first met you
You told me you'd never fall in love
Now that I get you
I know fear is what it really was
Now here we are, so close
Yet so far, haven't I passed the test
When will you realize
Baby, I'm not like the rest

O dia que eu te conheci
Você me disse que nunca iria se apaixonar
Agora que eu te entendo
Eu sei que era medo na verdade
Agora estamos aqui, tão perto
Contudo tão longe, não passei no teste?
Quando você perceberá
Amor, eu não sou como o resto

- acho que o clima de casamento e família mexeu com você. – ele observou quando nos afastamos ofegantes e eu bufei.

- acho que você deveria calar a boca e continuar me beijando. – falei sem vergonha e ele riu baixo antes de nos beijarmos mais um pouco.

Quando as coisas começaram a esquentar ele se afastou com um suspiro triste.

- Per... – interrompeu com sua voz carregada de medo e amargura. Eu já sabia o que ele ia dizer. “não posso fazer isso. não quero te magoar. Não vamos voltar” e isso me deixou um pouco frustrado.

- com você. – falei o cortando firmemente.

Ele parou me olhando nos olhos de perto, seu azul escuro como céu na noite.

- o que? – perguntou confuso.

Apertei sua mão com convicção.

- só com você eu pensaria em me resolver. Só com você eu pensaria em ter uma família. – falei colocando todo meu sentimento ali.

Don't wanna break your heart
Wanna give your heart a break
I know you're scared it's wrong
Like you might make a mistake
There's just one life to live
And theres no time to waste, to waste
So let me give your heart a break

Não quero quebrar seu coração
Quero dar um tempo ao seu coração
Eu sei que você está com medo, que é errado
Como se você fosse cometer um erro
Há apenas uma vida para viver
E não há tempo a perder, perder
Então, me deixe dar um tempo ao seu coração

Ele manteve seus olhos nos meus que ficaram duros, cheios de amor e dor. Era como se ele estivesse mais uma vez em sua batalha interna, seus lábios se apertaram e ele se encolheu um pouco.

- você... – suspirou. – sabe que isso...

- não diga impossível. – o cortei de novo ainda mais serio. – não diga que isso não pode acontecer porque você sabe que pode, não diga que você nunca pensou nisso quando eu sei que já pensou. – coloquei minhas duas mãos em seu rosto o puxando mais para perto colando nossas testas. Minha respiração se acelerou com a emoção que me percorria e eu fechei os olhos. Depois de tanto tempo estávamos ali de novo, falando sobre nosso futuro incerto. – não diga que não quer isso e o pior não diga que não me ama.

Ele murchou com essa ultima frase, sua respiração ficou mais lenta, ele me puxou para ele me surpreendendo e me beijou com paixão, como se o mundo fosse acabar e aquele fosse nosso ultimo beijo.

Por um momento eu me lembrei daquele Jason, aquele que eu conhecia há três anos atrás, aquele que praticamente me atacou na piscina tomando posse da minha boca e corpo como se eu fosse escapar a qualquer momento. Eu me lembrei de como ele costumava não se segurar ao estar comigo.

On sunday, you went home alone
There were tears in your eyes
I called your cellphone, my love
But you did not reply
The world is ours if we want it
We can take it, if you just take my hand
Theres no turn back now
Baby, try to understand

No domingo, você foi para casa sozinho
Havia lágrimas em seus olhos
Eu liguei para o seu celular, meu amor
Mas você não retornou
O mundo é nosso se quisermos
Podemos dominá-lo, basta você segurar a minha mão
Não há volta, agora

Amor, tente entender

- eu quero isso. – falou em um sussurro quando nos afastamos, ele se mantinha perto e meu coração quase parou. Jason sorriu de canto e a pouca luz da rua destacou sua cicatriz no lábio. – Eu quero isso e jamais diria que não amo você.

Quando ele disse isso todo o mundo la fora pareceu parar. Mesmo a rua pouco movimentada pareceu ficar ainda mais silenciosa na madrugada de inverno. A luz do poste acima do carro piscou levemente com o movimento de um inseto, o ar pareceu mais lento ao passar por meus pulmões e a compreensão daquelas palavras veio devagar demais.

- o que... o que isso quer dizer? – perguntei confuso e ele mordeu o lábio com um sorriso leve, seus olhos brilharam nos meus.

- quer dizer que estou cansado de fugir do que sinto por você. – admitiu me fazendo parar de respirar. – quer dizer que com tudo isso nos últimos meses eu comecei a perceber que estamos envelhecendo, mudando e que não seremos jovens para sempre. Muito menos eu. Percebi que não temos tempo a perder Percy, não sabemos do amanhã, não sabemos quando posso pegar uma pneumonia... – ele se limitou a dizer e suspirou pesadamente. – Eu só sei que eu amo você como jamais amaria outro alguém, só sei que toda vez que eu penso em um futuro, em uma vida daqui a alguns anos você está nela. Não, você é ela. Eu te amo Percy Jackson e estou cansado de tentar esconder isso.

Don't wanna break your heart
Wanna give your heart a break
I know you're scared it's wrong
Like you might make a mistake
There's just one life to live
And theres no time to waste, to waste
So let me give your heart a break

Não quero quebrar seu coração
Quero dar um tempo ao seu coração
Eu sei que você está com medo, que é errado
Como se você fosse cometer um erro
Há apenas uma vida para viver
E não há tempo a perder, perder
Então, me deixe dar um tempo ao seu coração

Fiquei imóvel, ali o olhando sem saber o que dizer. Jason sorriu de canto e me beijou com carinho, mas se afastou cedo demais.

- eu sou fraco Per e sei disso. – ele confessou baixo demais, abri a boca para dizer que não era isso, mas ele me impediu com um sorriso repreensivo. – não tente desmentir. Eu sei que sim. Por todas as vezes que nos separamos, que nos magoamos a culpa foi minha. Na verdade, uma foi consequência da outra. – sorriu sem humor. – eu sempre estrago tudo Per e estou propenso a isso de novo.

Finalmente consegui sair do meu transe e segurei suas mãos nas minhas abaixando-as entre nós.

- você é um idiota Jason Grace. – falei em um sorriso contido, ele se manteve me olhando serio. – você é um grande idiota e nós dois sempre soubemos disso, mas você não é fraco, é lindo. Mesmo eu ficando muito irritado com tudo o que você fez, mesmo eu dizendo a mim mesmo que o melhor seria te esquecer de vez, mesmo assim... eu não consigo parar de te amar. – soltei a ultima frase com um alivio que eu nem perceberá estar reprimindo. – quando você me mandou ir embora por causa da... doença, eu fiquei irritado. Porque eu achei que você estava sendo egoísta e insensível, que toda a pressão sobre o que estava acontecendo estava afetando sua cabeça. Afinal como não afetaria? – sorri sem humor balançando a cabeça. – mas não. Você não estava sendo egoísta, pelo contrario. Estava sendo altruísta. Eu via como você ficava e me perguntava o porque de você ainda me afastar e então eu finalmente entendi. Entendi no dia que estávamos naquele mirante, quando você disse que estava tudo bem eu ter dormido com o Luke, que não estava chateado já que eu era solteiro e podia fazer o que quisesse. – sorri ao me lembrar da cena de forma doce-amarga – você sempre mentiu mal e sabe disso. – mesmo eu sorrindo ele me olhava sem expressão, apenas absorvendo tudo que eu dizia com seus olhos fixos nos meus. – mas nesse dia eu vi com mais clareza o quanto você estava lutando para que essas palavras fossem reais. Você não estava bem com isso, nem de longe. Porem jamais iria me admitir isso. – apertei mais forte suas mãos. – então de alguma forma inexplicável eu consegui te amar ainda mais e decidi que aquilo não era por mim e sim por você. – me inclinei e selei nossos lábios, leve e doce. – sabia que iria voltar para mim quando estivesse pronto.

When your lips are on my lips
Then our hearts beat as one
But you slip out of my fingertips
Everytime you run

Quando os seus lábios estão nos meus lábios
Então, nossos corações batem como um só
Mas você escapa da ponta dos meus dedos
Toda vez você corre

Ele ficou me encarando por um momento até seus olhos lagrimejarem os quais só vi rapidamente já que ele me puxou para ele e me abraçou forte, necessitado, rendido. Meu coração se aqueceu e derreteu assim como eu em seus braços, fechei meus olhos para apenas degustar da sensação de tê-lo ao meu redor.

- como você consegue? – perguntou com a voz falha sem se mover.

- o que? – questionei abafado com o rosto em seu pescoço.

- me ver assim? Me ver de um jeito que eu jamais pensei ser. As vezes temo que você esteja cego...

Sorri para mim mesmo e inalei o cheiro dele em seu paletó negro, tinha cheiro de perfume adocicado e champanhe.

- não estou cego, pelo contrario. Eu te vejo com uma clareza absoluta agora, eu te conheço e presenciei todas suas fases Jay. – apertei-me mais contra ele me sentindo aquecido. – e te amei até mesmo nas mais escuras e profundas.

Jason afundou mais o rosto em meu pescoço e ombro me apertando mais contra ele.

- Eu te amo. – disse falhado e eu soube que ele estava chorando.

A gratidão em sua voz deixou claro que eu não precisava responder.

Don't wanna break your heart
Wanna give your heart a break
I know you're scared it's wrong
Like you might make a mistake
There's just one life to live
And theres no time to waste, to waste
So let me give your heart a break

Não quero quebrar seu coração
Quero dar um tempo ao seu coração
Eu sei que você está com medo, que é errado
Como se você fosse cometer um erro
Há apenas uma vida para viver
E não há tempo a perder, perder
Então, me deixe dar um tempo ao seu coração

Ficamos ali pelo que pareceu horas ou poderia ser minutos eu não soube dizer e não me importava.

A única coisa que sempre me importou no mundo é ele.