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História We made these memories for ourselves - Save me


Escrita por: Kvothez

Notas do Autor


Primeiramente gostaria que não postassem nenhum spoiller do mangá nos comentários. Eu ainda não li o mangá e estou esperando a resolução da história pelo anime.

Bem, eu sou muito fã de Banana Fish e tenho uma paixão enorme pelo Ash e pelo Eiji (como um casal), por isso, naturalmente, fui atrás de fanfics sobre os dois e infelizmente não encontrei muitas, dessa maneira, resolvi escrever minha própria história sobre o romance do meu tão estimado shippe <3

OBS: Essa fanfic se passa durante o tempo que Ash e Eiji compartilharam o mesmo apartamento do lado de um imóvel do Dino.

Gostaria de agradecer a linda @JunoAlBoo pela capa e betagem maravilhosa <3

Espero que gostem da fanfic :3

Capítulo 1 - Save me


Era quase meia noite e Eiji Okumura não conseguia dormir. Algo inesperado, pois adormecer nunca fora um problema para o japonês. Ao seu lado, em uma cama separada, encontrava-se Ash Lynx que descansava profundamente. Por um tempo qualquer pessoa diria que a imagem daquele jovem loiro dormindo poderia comparar-se ao de um anjo entregue ao repouso, mas isto era apenas uma conclusão precipitada, pois nunca tardava para esta imagem desfazer-se em agonia e tristeza, e toda noite Eiji acompanhava isto, e era de fato por este motivo que o jovem não conseguia dormir.

Desde o começo, nunca foi fácil para Eiji acompanhar o sofrimento de Ash enquanto dormia. Os pesadelos do americano sempre eram ligados a perseguição, morte, abusos e Dino... Eiji sabia pelo que Ash havia passado e, sabia que jamais poderia mensurar tudo que o seu amigo passou, mas em seu interior uma dor lacerante sempre cortava seu peito e embrulhava seu estômago com os pensamentos referentes as dores de Ash. E por mais que Eiji quisesse fugir disso, toda noite os pesadelos, as tremulações e os sobressaltos do loiro faziam-no lembrar o que jamais poderia ser de fato ignorado, o passado de Ash Lynx.

Houve uma vez que Eiji atreveu-se a se aproximar da cama de Ash para acalmá-lo, para tanto, segurou sua mão e curiosamente o americano tranquilizou-se, contudo, o menor temia que o amigo descobrisse suas tentativas de ajudá-lo, acreditando que o gesto poderia tratar-se de pena. Foi por isso que o japonês se conformou com sua letargia, o que só piorava suas tentativas de dormir toda noite. Apatia nunca fora familiar ao asiático.

Ash ainda não tinha começado sua longa sabatina de sofrimento no sono, contudo, Eiji sabia que a qualquer momento isso poderia mudar, o fato do loiro suar frio já indicava isso. “Mais uma noite mal dormida”, o asiático pensou culpado por desejar deleita-se com algo que dificilmente seu amigo fazia em muito tempo. “Por hora vou tomar um banho quente”.

Como todo bom japonês, Eiji adorava um bom banho quente e assim que saiu do chuveiro podia sentir-se renovado. Sentia que agora poderia aguentar mais uma noite mal dormida. Ledo engano, seu coração apertou-se instantaneamente ao ver Ash agoniar-se, lutando com uma lembrança antiga de qualquer uma das pessoas que abusou dele enquanto criança. Calmamente, o asiático se sentou na sua cama enquanto assistia o americano debater-se. “Eu preciso mesmo ver isso?”

Ash poderia praguejar o quanto quisesse com ele, mas Eiji não assistiria ao sofrimento de uma pessoa querida por mais uma noite. “Que se dane isso tudo”. O asiático sentou-se ao lado do americano e começou a acariciar os seus cabelos loiros enquanto entoava palavras de conforto. “Eu estou aqui, ninguém mais vai te fazer mal”.

Instantes depois, Ash abriu lentamente suas pálpebras e surpreendeu-se com Eiji ao seu lado acariciando seus cabelos. – Eu não preciso da sua pena, vá se deitar! – Ralhou o mais novo, embora de fato não fizesse nada para impedir que o mais velho parasse de tocá-lo.

– Você pode me bater se quiser, mas eu não saio daqui nem se você me ameaçar com uma arma!

Ash fez menção de responder Eiji, mas conteve-se. O americano sabia mais do que ninguém que absolutamente nada no mundo o faria ameaçar aquele que no momento o acariciava. Sem forças e sem o menor ânimo para impedir o contato com o mais velho, Ash entregou-se às suas dores e começou a chorar no colo do amigo.

Eiji então reparou que Ash estava seminu, apenas coberto por uma cueca, o que possibilitou a visão de todo seu dorso. Antes de deslizar suas mãos sobre as costas do loiro e confortá-lo com algumas batidinhas ali, o mais velho não pode deixar de reparar o quão larga era essa parte do corpo do mais novo, e também não pode deixar de notar as tantas cicatrizes e ferimentos recentes que o cobriam.

– Ash, eu sei o quanto você se esforça para parecer forte, mas se possível, eu gostaria que pelo menos comigo você não se esforçasse tanto. Você poderia por favor me deixar ver esse seu lado?

Ash levantou sua cabeça encontrando seu olhar com a de Eiji, que se acanhou com a ação do mais novo, pois mesmo que frágil, ainda tinha os olhos fortes do líder natural que era. O mais velho esperava que o loiro fosse ralhar novamente com ele, mas surpreendeu-se com as palavras que saíram da boca do outro. – Durma comigo, por favor.

No primeiro momento Eiji ficou tímido com a pergunta, mas entendeu que Ash apenas queria sua companhia no sono.

– Claro. – Foi a resposta do menor que buscou seu travesseiro e deitou ao lado de Ash.

Os olhos verdes de Ash encontraram os olhos castanhos de Eiji que neste momento estava deitado ao seu lado, dividindo o mesmo cobertor.

– Oyasumi, Ash. – Falou o mais velho na sua língua mãe enquanto voltava a acariciar os cabelos do mais novo que aos poucos se rendeu ao tão merecido sono. O japonês vigiou o sono do americano por um tempo até finalmente se render ao cansaço. Ao lado de uma pessoa tão querida para ele, Ash não teve mais pesadelos naquela noite.

[...]

Já era de manhã e Eiji fora o primeiro a acordar. Ao abrir os olhos, o asiático se deu conta de seu estado e ficou profundamente envergonhado. O mais velho estava deitado no peito desnudo de Ash e metade do seu corpo estava sobre o do mais novo. O asiático fez menção de se levantar quando se deu conta do cheiro do americano. “Tão bom...”. Pensou Eiji que Instintivamente começou a inspirar o odor do adormecido da extensão do peito, onde estava deitado, até o pescoço. O asiático sentia que poderia se embriagar com aquele perfume natural.

– Está gostando do que está sentindo? Gosta de como eu cheiro? – Sorriu Ash, estendendo sua mão sobre a cabeleira do moreno.

– Sim... – Falou Eiji sem se dar conta da própria fala. Um segundo depois o asiático pula da cama, dá uma desculpa qualquer e vai para cozinha.

Ash só pode rir da inocência do mais velho. Se dependesse dele a relação que tinham poderia se espreitar, mas no fundo um freio o impedia de se adiantar, era o medo de como os seus inimigos poderiam usar Eiji contra ele. Ash Lynx estava perfeitamente ciente que Eiji Okumura era seu ponto fraco e parte dele se orgulhava disso.

Instantes depois Eiji reaparece com uma bandeja de comida. O asiático tinha preparado o café da manhã para o amigo.

– Isso tudo é para mim? – Indaga o mais novo.

Eiji acena que sim e Ash rebate. – Se você pensa que com isso vai me fazer esquecer o assédio que sofri está tremendamente enganado.

Eiji coloca as mãos no rosto e entre palavras cortadas contrapõe:

– Eu só estava tentando descobrir qual perfume você usa.

– Existem desculpas melhores que essa. – Gargalhou o mais novo.

– E como você dormiu? – O asiático desconversou despropositadamente.

– Sinceramente, eu nunca dormi tão bem na vida. Aliás, você poderia dormir mais vezes comigo.

– Isso é um convite?

– É tudo pela minha saúde. – Ash argumentou com malícia.

– Se é pela sua saúde, tudo bem. – Eiji comentou um tanto tímido e manhoso.

Embora não tenha admitido, Ash ficou feliz que Eiji tenha feito um café da manhã americano com ovos e bacon. O mais novo descobrira recentemente que não era fã da culinária japonesa.

– E como está? – Indagou o asiático em relação a comida.

– Você tem talento na cozinha. Pensei que poderia ter dificuldade em preparar coisas que não fossem japonesas...

– Bem, a teoria é fácil, por isso não tive dificuldades. É uma receita simples.

– Algo preparado por você não pode ser simplesmente chamado de simples. – Ash disse incisivo.

Eiji ficou acanhado pelo comentário, limitando-se a ver Ash comer.

Terminada a refeição, Ash assumiu uma postura rígida. Seu semblante era inconfundível, ele ia sair e não teria hora para voltar.

– Onde você vai? – Eiji perguntou com medo da resposta.

– Saber vai mudar algo?

– Eu poderia ficar mais tranquilo...

– Você realmente ficaria mais tranquilo? – O mais novo tornou a indagar.

Em resposta o mais velho abaixou o rosto e manteve-se em silêncio.

– Eiji... – Ash estendeu suas mãos para alcançar o moreno, mas não teve coragem. Ele merecia ser desprezado.

– Ash... me prometa que vai ficar bem e voltar vivo.

Ash aproximou-se de Eiji estendeu suas mãos até os ombros do mais velho, olhou dentro dos seus olhos castanhos e prometeu. – Eu sempre voltarei vivo até você.

O japonês ergueu sua mão até a mão do mais novo que estava sobre seu ombro e o fitou demoradamente. Antes de sair beijou sua testa e partiu sem dizer mais nenhuma palavra.

[...]

Era quase meia noite e Eiji ainda não havia dormido, pois estava à espera de Ash que estava demorando a chegar. Nem era metade do dia e o japonês já estava angustiado, horas depois e esse sentimento tornava-se perturbador. Perguntas não paravam de surgir na mente do jovem que caminhava de um lado para o outro naquele apartamento luxuoso. Foi quando um estrondo na porta anunciou a chegada de Ash que só teve tempo de cair no chão todo ferido.

– Busque a caixa de remédios, por favor. – Falou Ash ao reunir algumas palavras.

Eiji prontamente foi ao armário buscar a caixa, então se aproximou de Ash e perguntou onde ele tinha se ferido.

– Alguns cortes, um raspão de bala, alguns hematomas... nada demais. Estou mais ofegante do que ferido. Resumindo, estou bem.

– Bem? Como é exatamente estar bem depois de ser esfaqueado? – Eiji alterou o tom de voz.

– Se acalme! – Suplicou Ash que continuou. – Foi só de raspão...

– Que seja, só tire a camisa. – Ordenou o japonês.

– O que você vai fazer comigo? – Perguntou o americano de forma debochada e maliciosa.

O mais velho não reagiu à provocação de Ash que resolveu desistir de qualquer piada e tirar a roupa.

Eiji limpou os cortes de Ash, então costurou o que era necessário para enfim enfaixar o que precisava. Depois deu alguns remédios para o loiro que não protestou. Todo processo foi feito em absoluto silêncio.

Ash se perguntava quando viriam as perguntas. Talvez Eiji o indagasse quantos matou ou algo do tipo, pois claramente quase todo sangue em sua roupa não lhe pertenciam, contudo, as perguntas não vieram. O clima no ar era tenso, então o japonês finalmente fala.

– Você vai sair amanhã?

Ash ficou feliz com a pergunta. – Se quiser posso ficar o dia todo contigo amanhã.

– Ótimo. Amanhã gostaria de tirar umas fotos... se importaria de ser meu modelo?

Os olhos de Ash brilharam. Embora o americano não fosse muito fã de fotos, a ideia de Eiji o usando como modelo lhe soava agradável.

– De maneira nenhuma. Vou adorar posar para você. – Sorriu o mais alto.

Eiji então sorri tímido e troca de assunto:

– Agora é hora de dormir. Amanhã não esqueça de tomar um banho. Você fede a sangue e ferro, e algo a mais que não sei dizer.

– Ok, ok. Chega de sermões. – Suplica Ash que tira as calças e deita, como no dia anterior, apenas de cueca.

– V-você vai ficar assim? – Questiona Eiji.

– Hum? Assim como?

– Seminu...

– Ah, mas qual o problema? Somos dois homens maduros.

O japonês então percebeu que realmente não existia motivos para ficar constrangido, por isso não respondeu e foi deitar na sua cama. Eiji, que de vez em quando dormia apenas com as roupas de baixo ao deitar-se, tirou quase todas as peças embaixo da coberta, permanecendo apenas de cueca.

Ash assistia tudo com malícia imaginando o corpo do nipônico, então teve uma brilhante ideia. – Ei, quem disse que eu te dei permissão para dormir na sua cama? Não lembra que passo mal de noite e tudo mais e preciso de companhia?

– O quê? – Surpreendeu-se o mais velho.

Ash apenas se levantou, pegou seu travesseiro e deitou-se ao lado de Eiji que visivelmente ficou nervoso.

– Algum problema? – Questionou Ash.

– N-nenhum.

Ash e Eiji encararam-se por alguns minutos até que o loiro, não conseguindo esconder as bochechas rubras, virou-se de costas para o japonês. Instantes depois o mais velho começou a acariciar o cabelo loiro do mais novo que se arrepiou com o toque. Foi preciso muita força de vontade da parte do americano para não se virar e atacar o menor.

Eiji se aproximou do ouvido de Ash e sussurrou na língua materna. – Oyasumi, Ash.

O americano mordeu o próprio lábio para conter-se. Ash jamais tivera que se segurar tanto para conter seus impulsos sexuais, e o que ele sentia por Eiji era mais que algo sexual, o que tornava seus impulsos muito mais fortes.

- Boa noite, sweet. – Foi o que Ash conseguiu dizer antes de ser arrastado ao sono.

[...]

Mais uma noite fora vencida sem que Ash tivesse algum pesadelo. O americano alegrou-se por esse motivo ao acordar. Então sua mente foi preenchida por completa malícia e tesão. Eiji estava sobre ele dormindo inocentemente se não fosse por sua ereção que agora roçava sobre a ereção do loiro que ficara instantaneamente duro pelo contato. “Isso já é demais”, pensou Ash que não se conteve e começou a beijar o pescoço do menor enquanto o abraçava. Então Eiji acorda.

Era natural que homens acordassem com ereção, sem necessariamente estarem excitados, foi o caso de Eiji que ao notar o que estava acontecendo mudou de uma ereção espontânea para uma ereção de excitação. O mais velho então geme com a mordida de Ash na sua orelha que vê a reação como consentimento para avançar.

O americano mudou de posição de modo a se posicionar por cima do moreno onde pode observar seu rosto vermelho e sua expressão de submissão. Ash não se conteve e procurou os lábios do japonês arrancando-lhe um beijo molhado e feroz. O asiático deixou-se levar e retribuiu a língua dentro da sua boca com a sua própria. Eiji não sabia se estava fazendo certo, pois nunca havia beijado antes, mas a excitação do americano pulsando na sua perna dissera tudo. O mais novo então afasta sua cabeça apenas para observar o rosto do mais velho. Uma linha de saliva os conectou o que só excitou ainda mais Ash.

Ash estava pronto para atacar Eiji novamente, mas por algum motivo infeliz, o americano recordou-se de um dos abusos que sofreu com Dino e uma ânsia o invadiu.

Eiji notou o que tinha acontecido com o amigo, se é que ainda podia chamar Ash de amigo, então correu para cozinha na busca de água e prontamente trouxe um copo ao loiro que bebeu tudo em um gole.

– Você está melhor? – Indagou o mais velho.

– Sim... – Ash respirou profundamente antes de completar. – Me desculpa.

– Imagina. – Respondeu o japonês. – Eu fiz algo de errado?

– Definitivamente não. – Respondeu Ash resoluto.

– Entendo. – Respondeu o nipônico que nada convencido tratou logo de ignorar tudo o que passou instantes antes.

– Vá tomar um banho. Você me deve um passeio. – O moreno gostaria de ter dito encontro, mas definitivamente o jovem não sabia que tipo de relação estava tendo com o americano. Aquilo tudo que fizeram instantes antes talvez não passasse de mero desejo? O mais velho sabia que o loiro tivera muitas experiências sexuais, a maioria tratava-se de abusos, mas Eiji sabia que nem todas as relações de Ash foram ruins, pelo menos desconfiava disso...

Por sua vez, Ash ficou abatido com a reação de Eiji, mas agora que a racionalidade voltava à sua mente, definitivamente esse era o melhor caminho a se tomar. Era melhor que entre Eiji e ele só existisse uma amizade. Uma bela amizade...


Notas Finais


Essa fanfic vai ter dois capítulos. Este foi o primeiro e em menos de uma semana postarei o segundo capítulo!
E aí, o que acharam?

Recomendação: Leiam minha fanfic "One more time, one more change". Essa história se trata de uma longfic que aborda um final alternativo para Banana Fish, final este que se difere do mangá/anime no sentido de propor um final feliz e merecido para Ash e Eiji. Link: http://fics.me/17304707


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