Kim Taehyung
Três anos e meio atrás. Lembranças.
Era apenas uma sexta-feira normal onde eu iria para mais um dia de aula de teatro na faculdade pela manhã e a tarde iria para o meu emprego de meio período em uma livraria, onde eu apenas trabalhava para conseguir algum dinheiro antes de terminar a faculdade para assim trabalhar com algo que eu realmente amava, dar aulas de teatro para crianças e adolescentes. Seria apenas mais um dia normal, se não fosse por um amigo do meu circulo de amizades dizer que iria dar uma festa naquela noite e que era para eu ir.
Inicialmente eu até que não queria ir, estava cansado quando cheguei em casa e só estava por me atirar em minha cama e vegetar lá até o dia seguinte. Mas por algum motivo quando vi as horas no celular me subiu uma certa animação para comparecer na festa, como se algo estivesse para acontecer. E de fato aconteceu.
Em meio aquela multidão de jovens adultos foi onde eu o vi pela primeira vez. Seus cabelos negros curtos em um topete, deixando sua testa amostra. Seu enorme sorriso com seus dentes brancos perfeitamente alinhados. Sua roupa casual o deixando estiloso e elegante, mesmo que não passasse de apenas uma calça jeans escura e uma camiseta lisa de botões na cor azul. Mesmo com a casa lotada eu sempre o encontrava com meu olhar, era como se ele fosse um imã me chamando para si.
Eu estava naquela casa a mais de duas horas e ainda não sabia seu nome, me sentia extremamente envergonhado em ir falar com ele, o que era raro, já que normalmente eu não ligo muito para a vergonha, mas naquele momento eu estava totalmente amuado em um canto o observando de longe. Lembro como se fosse ontem quando ele olhou em minha direção e nossos olhos se encontraram no meio da multidão, minhas bochechas esquentaram por causa de seu olhar intenso e seu sorriso se abriu novamente me deixando maravilhado com sua beleza.
Um pequeno grupo de conhecidos da faculdade estavam ali comigo, conversando coisas aleatórias, alguns já meio alterados pela bebida. O dono da casa e meu amigo desde que tive minha primeira aula na faculdade, veio na nossa direção com o garoto de topete em seu encalço, o que me deixou um pouco nervoso, mas tentei disfarçar o máximo que podia.
- E ai galera? - ele nos cumprimentou e então começou a apresentar um por um de nós para aquele garoto que estava ao seu lado. - Tae, esse aqui é meu primo, Hoseok.
- Kim Taehyung. - falei um pouco alto por causa da musica e ergui minha mão em sua direção.
- Jung Hoseok. - sua voz grossa me fez estremecer, seu cheiro forte e almiscarado me deixou enebriado quando entrou em minhas narinas. Ali naquele momento em que nossas mãos se juntaram pela primeira vez foi o começo de tudo. A principio uma amizade, depois um caso para futuramente virar um namoro sério e quem sabe em um futuro próximo um casamento.
Agora, três anos e meio depois. Casa da família Jung.
- O que você está fazendo com esse álbum velho? - sua voz grossa soou atrás de mim, me virei devagar vendo Hobi entrar no seu quarto onde eu o esperava sair do banho.
- Olhando suas fotos. - dei de ombros.
- Essas fotos são vergonhosas. - ele fez um bico e eu sorri para sua carinha fofa.
- Não são! E me faz lembrar de quando nos conhecemos, foi um choque saber que você era mais novo que eu! - choraminguei e ele riu alto, se jogou na própria cama de casal e fez sinal para eu me juntar a si.
- Eu fui escondido naquela festa, mamãe não sabe até hoje que fugi aquela noite de casa. - ele riu nostálgico, se lembrando da primeira vez em que nos vimos.
- Você sabia que eu estava te olhando desde o começo da festa, não é? - me deitei ao seu lado, me virando para si e ficando de frente para ele.
- Não tinha certeza, mas eu também estava lhe observando, desde que você entrou naquela casa na verdade. Meu primo não tinha a intenção de me apresentar pra vocês, eu tive que subornar ele pra isso acontecer. Aqueles foram os cinquentas reais mais bem gastos da minha vida.
- Não acredito que você pagou ele pra isso, Hoseok! - olhava para ele surpreso, ele nunca tinha me contado isso.
- Pensa no lado bom, meu amor. Se eu não tivesse pagado, você não estaria aqui comigo agora, nada do que já passamos juntos teria acontecido. Você não seria meu como é agora, e só de pensar nisso eu não me arrependo de ter gasto dinheiro, eu pagaria mais mil vezes se necessário apenas pra ter você! - ele beijou minha testa em um ato carinhoso.
- Não se arrepende de ter me marcado? - perguntei baixo, as vezes me sentia culpado por ele ter me marcado, ele tinha apenas 17 anos, poderia se arrepender mais tarde e eu não iria poder fazer nada a respeito.
- Não, nem em mil anos irei me arrepender Tae! Saber que você esta ligado a mim para sempre me deixa feliz. - sorri pequeno para ele, Hoseok me fez e ainda me faz feliz como ninguém nunca tinha feito.
- Eu te amo, Hobi. - sussurrei como se fosse um segredo.
- Eu também te amo, TaeTae. - ele se abaixou e então grudou seus lábios rosados nos meus. Um beijo calmo, cheio de sentimentos, apaixonado e carinhoso, leve e doce. Quando o ar nos fez falta, nos separamos minimamente, ainda permanecendo com as testas grudadas uma na outra, com nossos narizes se roçando e com pequenos sorrisos em nossas bocas agora avermelhadas pelo beijo.
- Estou um pouco preocupado. - falei enquanto me agarrava ao corpo grande do meu alfa adolescente.
- Com o que? - Hobi fazia um carinho gostoso em minhas costas.
- Com o Kookie e o Chim. A família Jeon não é muito receptiva, se é que você me entende. - seus carinhos pararam na mesma hora.
- Como assim, Tae?
- Olha, o Kookie é meu melhor amigo, mas a família dele é na verdade um ninho de víboras! O único naquela casa que se salva é o Yoongi hyung. A mãe deles é uma falsa, só se importa com roupas e joias, e quais serão as próximas que irá comprar. O senhor Jeon só se preocupa com os lucros da empresa, enquanto os número continuam subindo ele está sempre de bom humor. O Chim não vem de uma família rica como o Kookie, e é obvio que por esse motivo os Jeon iram contra o relacionamento, principalmente porque Jungkookie não marcou o Chim. Mas o Kookie não pode fazer-lo, tipo ele está preocupado com a escola, ele não quer ser o responsável de fazer o Chim perder um ano na escola. - suspirei pesadamente, imagino que nesse momento meus melhores amigos devem estar tendo problemas sérios com a família do diabo, vulgo os Jeon.
- Porque não me contou isso antes?! Eu teria impedido do Chim ir pra lá! - Hobi se sentou na cama com uma expressão preocupada.
- Por isso não te falei, porque quem tem que resolver esses assuntos é o Jungkook. Ele nunca fez algo contra os pais, por isso saiu de casa cedo, para não ter que dar explicações sobre suas escolhas. Mas mesmo assim eles foram atrás dele e o encheram de coisas, eu estava com ele naquela época, foi horrivel ver meu melhor amigo chorando todos os dias por culpa dos proprios pais que o colocaram para baixo. Eu fiquei com tanta raiva que acabei falando umas boas verdades para aquela família. - fiz uma careta lembrando de quase sair na porrada com a mãe do Kookie.
- Mas Tae, o Chim ele vai ficar muito mal. - Hobi falou com a voz embargada.
- Ele vai ser forte, porque assim que ele ver como o Jungkookie vai ficar na primeira conversa com seus pais, ele vai dar um jeito. O Chim é forte Hobi, ele é o único que pode livrar o Kookie desse fardo que é ser um dos Jeon. - fiz um carinho em seus cabelos que agora se encontrava num tom de castanho.
- Promete? - ele fez um bico enorme e eu sorri.
- Prometo, te garanto que eles vão voltar de lá mais unidos do que nunca. - pelo menos assim eu esperava, rezava para que Jungkook não fizesse besteiras que possa se arrepender mais tarde. - Vamos assistir um filme, ok?
Hoseok concordou ainda meio preocupado com seu melhor amigo, eu também estava, mas a diferença entre nós dois era que eu sabia disfarçar e ele não. Hobi escolheu um filme qualquer e colocou no dvd que tinha em seu quarto. Eu tinha vindo passar a noite aqui, já que os pais do Hoseok sairam para curtir uma noite de casal, e a gente aproveitou para fazer o mesmo, só que em casa. Hobi deitou na cama com o controle na mão, ele escorou as costas na cabeceira da cama e então deu uns tapinhas no espaço entre suas pernas indicando para eu me sentar ali. Sorri e então me sentei entre suas pernas, seus braços passaram por minha cintura me abraçando e então escorei minhas costas em seu peitoral no exato momento que ele colocou o filme para passar. Puxei a coberta para cima de nós, nos envolvendo no quentinho da coberta felpuda naquela noite fria.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.