História We will be like a dream - Travel

Fazia dias que eu andava no mundo da lua, e mesmo sendo ótima em disfarçar as coisas, todo mundo reparava no meu comportamento estranho. Até minha mãe perguntara o que estava acontecendo, e eu apenas levantava os ombros e dizia que não era nada, mas ela sabia que tinha algo. Minha relação com Ben continuava a mesma, talvez eu estivesse um pouco arisca, desde o último acontecimento, ou o nosso último beijo. E era nessas horas, nesses pensamentos, eu passava levemente os dedos em meus lábios, como se eu pudesse sentir os lábios de Ben pressionando eles, e eu sentia um leve formigamento e sorria. Eu sabia que nada seria como antes, mas o que eu poderia fazer? E foi no meio desses pensamentos que eu ouvi meu celular tocar. Era a noite e meus pais ainda não tinham voltado de não sei a onde eles tinham ido.

- Filha, oi.- minha mãe praticamente gritava do outro lado da linha. Parecia que tinha muita pessoas perto dela. -
- Mãe? Oi.
- Kat, eu e seu pai estamos na confraternização da empresa. Não queríamos acorda-la, estava dormindo tão fofa - revirei meus olhos -, aliás, tem que parar com essa mania de dormir a tarde, mas, liguei apenas para dizer que iremos voltar só mais tarde. Ah, e apropósito. Lembra daquela viagem que íamos fazer até a casa da fazenda? Decidimos não ir. Chame seus amigos, e vão - senti uma pontada de felicidade invadir meu corpo -, vou desligar. Se cuida. Beijo.
Ótimo. Teríamos toda a fazenda apenas para nós. Dei um pulinho e liguei para as meninas, que toparam na hora. Liguei para Benjamin.
- Fala, coisa pequena. - sua voz estava preguiçosa.
- Estava dormindo, não é?
- O que acha? - fez voz divertida. - Á que honra devo a essa ligação?
- O quê? Não posso ligar para o meu melhor amigo? - fiz minha voz fofa.
- Fala sério, Kat. - ele riu.
- Queria ouvir sua voz - sorri, e senti ele prender sua respiração -, não, sério. O que acha de passar alguns dias na fazenda da nossa família, perto de Nova Jersey?
- Aquela que íamos quando éramos crianças? - fiz um "uhum" e ele continuou. Mas você não ia com seus pais?
- Mudanças de planos. Eles liberaram a casa. A Luana, Gabriela, vão também. E aí, topa?
- Agora mesmo. - olhei para baixo sorrindo.
- Fortes emoções nessas férias. - eu disse e ouvi sua risada invadir todo o espaço.
- Se depender de mim, vai ter mesmo. - ele riu maliciosamente.
- Benjamin, Benjamin, olha lá.
- Não é nada que você não tenha pensado.
- Tenho que desligar. Até mais.
- Tchau, Katerina.
Desliguei, sentindo o efeito que aquela doce voz fazia comigo. Eu sempre considerei o Ben como um irmão que eu nunca tive. Não, irmão não. Ele estava mais para alma gêmea mesmo. Mesmo que eu fosse um pouco cética sobre essas coisas, acredito que Deus colocou ele em minha vida com um propósito. Nunca conheci alguém como ele. Ele me fazia acreditar em coisas boas, e, de certa forma, me fazia ser uma boa pessoa. Fui tomar um banho, cantando algumas músicas, fazendo um showzinho particular. Imaginando como seria os próximos dias.