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História Weasel - Capítulo único


Escrita por: LilliTetrazzini

Notas do Autor


Hello, olha eu aqui. (muito influenciada por Saramago).
Desde já espero que o tamanho de alguns parágrafos não assuste muito, ademais, alguns pontos devem ser esclarecidos, Draco é não-binário, não encontrei isso como um aviso, e como não sou um entendedor do assunto por completo decidi não colocar, nenhum outro aviso que pudesse encaixar-se, eu poderia estar errado e ofendendo alguém.
Outro adendo, importante, Draco, quer ser tratado no feminino, mas apenas uma pessoa sabe disso, vai ficar evidente na escrita, então aviso, que, o loiro, tem alguns problemas em se acostumar com o tratamento feminino, e acaba, ele próprio, as vezes, se tratando no masculino; esse aviso é apenas para saberem que eu não errei ao tratar ele no feminino e no masculino com alguma alternância.
Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 1 - Capítulo único


Fanfic / Fanfiction Weasel - Capítulo único

Fora à uma semana que conseguira se transformar, uma doninha branca como a neve com olhos negros a tal modo parecer onix. Vinha tentando atingir uma forma animaga já fazia algum tempo. Estava cansado de observar O Eleito por entre as arquibancadas, isso lhe dava muitas dores, e tinha a impressão de haver sido percebido inúmeras vezes.  

A escolha da doninha foi um tanto óbvia, ao menos para si. O apelido dado, foi de grande ajuda na escolha. Em si, por muito pensou, que era depreciativo, mas no fim a criaturinha é adorável, passou a considerar, em partes, o apelido, um elogio. Agora, dentro da sala precisa, fitava-se diante de um espelho com seus olhinhos negros, branco e comprido, apoiado nas duas, curtas, patas traseiras, a modo, lembrar um humano em pé.  

Enrolou-se em si mesmo, testando assim, a flexibilidade de seu corpo animago. O fato de conseguir fitar suas áreas íntimas sem o auxílio de um espelho, cousou estranhesa; e tocar com o nariz o fim de seu sistema digestivo, deixou-o desconcertado, afinal isso não é algo que ele fizesse com frequência, já que nunca possuiu a flexibilidade que agora carrega. 

Resolveu que retornaria ao dormitório transformado na pequena criatura. Apenas torceria para madame No-r-r-ra não importuná-lo no trajeto. Merlin parece não ter tido complacência com o garoto, mal ele pôs os pés para fora da sala, a gata infernal já cheirava seus calcanhares. Correu como um raio, pouco antes da madame dar um bote, este que quase o apanhou. Não seria uma morte digna de um Malfoy, entre os dentes de uma gata?, jamais. 

Aos saltos, com o felino baforando em seu encalço, possou por Filch, e seguiu caminho. O velho tentou seguir atrás dele e da gata, mas tropeçou, e caiu praguejando aos sete infernos, e a quem pudesse ouvir suas más palavras. Os cinco minutos de perseguição resultaram, em uma gata cansada e desitindo da caça, e um garoto-doninha ofegante se escondendo por baixo das cobertas e retornando a sua real forma. 

O dia havia amanhecido, era sábado, Harry Potter iria ao campo de quadribol treinar, como fazia em todas as semanas, isto depois de visitar o vilarejo de Hogsmeade, durante o período da tarde, o que o levava ao campo quando o céu começava a pintar-se de tons quentes. 

Fazendo seu caminho até o salão principal, para seu desejum, Malfoy pode reparar, havia uma camada considerável de neve sobre o chão. Nevou durante a noite, mas isso não era surpresa, o frio da noite anterior o havia deixado congelado. Se não fosse a corrida com a gata de Filch, provavelmente teria entrado em hipotermia. Ou talvez não precisemos ser tão dramáticos, afinal ele era uma doninha naquele momento, um animal acostumado aos invernos da tundra, o frio não o mataria naquela forma com muita facilidade, ademais, um mago também resistente o é, então hipotermia estaria completamente descartada. De todo modo, os pensamentos o dissiparam da atenção ao exterior, tanto que, ao chegar ao salão, não percebeu que ficou alguns segundos, como uma estátua, parado sob o gigantesco umbral da pesada porta dupla. 

A barulheira no salão era tamanha que fez sua cabeça latejar, lhe parecia muito mais alta que o habitual. Em nenhuma de suas lembranças ouvira tão bem os talheres raspando a porcelana. Fitando uma tigela de maçãs foi atingido por um pensamento, mais uma lembrança, em verdade, duma leitura que fizera, antes de seus treinamentos começarem. As doninhas escutam particularmente bem, face à serem caçadoras natas, será que a capacitade lho caiu por sobre os ombros. Se está sim, poderia ele também mover as orelhas?, não lhe custaria tentar. O fez, sentiu uma sensação totalmente nova, quando os dois órgãos de captação de som, feitos em cartilagem — que seu pai nunca soubesse que ele leu livros de anatomia humana; conhecimento e ciência de domínio único, dos trouxas —, se moveram. Com a habilidade testada, percebeu que podia de certa forma canalizar o que queria ouvir, ou melhor fazer com que as orelhas captassem os sons que desejava da direção que provinham. Lho veio a cabeça uma ideia, moveu as orelhas para a mesa na extrema oposta a sua, ao realizar tal ato, aproveitou para pegar uma maçã, aquelas que fitava intensamente enquanto pensava. Ouviu, Granger perguntar à Harry, se ele iria para Hogsmeade, e pareceu mais aliviada do que pretendia, quando recebeu uma negativa. 

Uma mordida na maçã, estava no ponto que gostava. Firme e apetitosa, odiava maçãs muito maduras, já farelentas, intragáveis a seu ver. Harry havia inquirido, de Granger, o motivo do alívio explícito, a que está respondeu, Rony e eu temos um encontro hoje, não que a gente não queira você por perto, apressou-se em dizer, mas é algo mais pessoal, de casal, entende?, falou, aparentando grande desconforto com o rumo da coversa. Potter, apenas meneou a cabeça, acordando em resposta.  

— Acho que vou treinar mais cedo hoje. — Declamou feliz, mas parecia sentir-se triste, eu também me sentiria se Pansy, ou o ruivinho me excluissem, por mais que cada um tenha sua vida, e neste caso, não falamos de irmãos siameses, então a separação, mesmo que apenas momentânea, se faz ou fará presente, aqui ou ali. 

Já estava no meio da tarde, ele se encontrava dentro do sala precisa. Ouvia em um grande aparelho toca disco, uma famosa cantora de opera, que a ele, pelo controle que ela possuía da voz, parecia uma bruxa, e não uma trouxa. Enrolou-se branco e fofinho, num belo panda vermelho, que lho acompanhava na apreciação sonora. Estava frio, mas o calor dos dois pequenos mamíferos, o panda muito maior que a doninha, mas ainda pequenos os dois, era maravilhoso. Malfoy, como o animal vermelho, a quem se enrolava, sentiam-se confusos sobre seus sentimentos. A criaturinha branca, sempre sentiu algo pelo Eleito, nem sempre foram sentimentos agradáveis, mas agora o eram, também o sentia pelo rapaz de olhos azuis penetrantes que agora acompanha Potter em muitos lugares, bem como pelo ruivo a quem se enrolava na atual situação, ademais, como se todos esses não o fossem suficientes, nutria profunda atração por um garoto de belos olhos vermelhos. 

— Que horas ele disse que iria ao campo? — Perguntou-lhe o portador de uma orbe violeta, e outra em cinza azulado, desenhadas à maneira, lembrar formações de quartzo. 

— Quatro. — Disse, depois de vasculhar em suas lembranças, a resposta que Harry dera a Ginny durante o café. — Está quase na hora, vou indo. 

— Boa sorte. — Desejou, já de olhos fechados, aproveitando o som que reverberava na sala. Os longos cabelos ruivos, volumosos e brilhantes, que lho causavam pensamentos indecentes, para dizer o mínimo, caiam por seu busto e ombros, bem como alguns fios perdidos pelas bochechas, ou em torno do narizinho delicado. 

— Obrigado. — Agradeceu antes de fechar a porta da sala e sumir pelos corredores. 

— Sabe senhor Malfoy. — Foi abordado pela diretora da casa dos leões, Minerva McGonagall. - Dumbledore me informou de certas coisas que tem feito à noite.  

— Que coisas seriam estas? — Perguntou, aparentando, ou ao menos tentando aparentar indiferença à afirmação da docente. 

— Eu esperava que você desse as a cartas. Mas ao que vejo fará-se de desentendido. Vejamos, cá eu começarei, você visita a Sala Precisa com certa frequência, ontem Filch perseguiu um doninha branca, que segundo ele havia invadido a escola. Até Dumbledore me dizer que seus objetivos naquele aposento eram aprender animagia, estava confusa, os fatos não se encaixavam. Mas depois da conversa com o diretor, os acontecimentos, se me permite dizer, caíram como uma luva, a doninha é você. — Disse, aparentando certo entusiamo, mas isso não foi percebido pelo herdeiro da velha e pura — ou talvez nem tanto - casa Malfoy, pudera seu atual estado de surpresa, fora descoberto, estava definitivamente assustado. 

— E-eu... — Sua habilidade em concatenar letras em palavras e estas em orações havia desaparecido.  

— Não fique assustado. Não iremos puní-lo, por mais que as saídas noturnas estejam fora do regulamento. Eu particularmente não esperava menos de você afinal é um dos melhores em minha matéria, nem mesmo Granger, a mais esforçada em minhas aulas conseguiu uma forma animaga, talvez por não desejar uma. Ademais, o motivo dessa conversa é um alerta, não abuse muito da transformação, nem permaneça muito tempo como criatura, ou esquecerá como ser um humano. — Falou, dando-lhe tapinhas nas costas. 

— Obrigado, eu acho. — Estava rubicundo, vendo a professora se afastar, mas não sabia se a condição, o era apenas por vergonha, ou quem sabe outro motivo, por mais que, se parasse para pensar alguns segundos, constataria que era vergonha. 

Não levou muito tempo, para estar pulando entre as montanhas de neve, com pernas curtas, e branco, como os obstáculos que transpunha. O caminho feito à doninha, até o campo de quadrinol, não levou nem mesmo cinco minutos, ao menos em suas contas. Seguiu para o centro do gramado, que agora coberto de neve, já não mais estava verde. Olhou lara cima com os olhinhos negros, e viu um vultinho amarelo, com um muito maior, em uma gama de cores mais elaborada, amarelo, vermelho e marrom, seguindo-o. Era Potter, aquele a quem observava treinar, montado em sua vassoura, perseguindo o pomo; coisinha está extremamente rápida. Uma das coisas, acabou de ocorrer-lhe a mente, que o fizeram agir de maneira rude, dizendo apenas o mínimo, com o eleito, foi o fato deste perseguir e apanhar a bolinha dourada alada com facilidade, quase como um dom natutal, enquanto ele, por mais que treinasse incansavelmente, à época — já que decidira parar de jogar, competição não lhe fazia bem, a frustração geralmente era a resultante —, tinha grande dificuldade em por as mãos na bola mais importante, do maior jogo bruxo. Pôs-se em duas patas, para que os olhos não fossem escondidos pela neve alta. E de lá, sobre duas patas, observou a corrida de Harry Potter e o pomo. 

O pomo estava pouco a sua frente, ele havia sido encantado para correr mais rápido que o normal, decisão está que já causava certo arrependimento por parte do grifinório. Não alcançava a bolinha de maneira alguma, estava tentando a desistir, mas como dito, apenas estava tentado, não o faria. E o fato de sentir-se observado não ajudava em sua concentração; sempre que treinava, já há algumas semanas, sentia que alguém assistia-lhe, mas nunca chegou a ver quem era, por isso concluiu que deveria ser apenas imaginação. Não levou mais dez minuto e a bolinha encontrava-se entre seus dedos, reluzindo conforme movida. Enquanto descia, cansado, pensando em tirar um resguardo, notou duas pedrinhas negras no meio da neve, próximas e colineares; eram olhinhos, disso não restava dúvida, mas de que, e por que o observavam com intensidade, não saberia dizer. 

Desceu até o chão, e pode ver, era uma doninha que lhe olhava, a criaturinha lho fez lembrar de um menino que, não gostaria de admitir, mas queria jogar contra uma parede e fazê-lo delirar, os olhos penetrantes do animalzinho, que pareceram ler seus pensamentos, fizeram-no abanar a cabeça, com propósito único, de desvanecer a imaginação descabida. A criaturinha aproximou-se, farejou com cautela, esticou o pescoço e apertou os olhos, criando duas tênues linhas negras, e ali observou o bruxo em pé, muito mais alto que si, naquela forma, e bem um vinte a mais na forma original, por mais que está última informação não passe pela cabeça do filho de Lily Evans, os dois de alcunha Potter. Subiu por sua perna esquerda a doninha, esbarrou em sua virilidade, e todos sabemos que isso não foi proposital, agarrando com os bracinhos seu uniforme, fez caminho até os ombros do rapaz. E lá aconchegou-se, esbarrando na orelha do garoto, fazendo espalhar-se por sua pele e pelo fio de sua coluna um arrepio. 

— Oi pequenino. — Uma fungada contra sua pele foi a resposta. — Que fazia me olhando? — Nenhuma fungada. — Okay, estou conversando com uma doninha; isso é estranho. — O narizinho correu-lhe o pescoço, sorvendo o ar pelas narinas com avidez. — Isso faz cócegas, sabia? — E como que para provocar, o ato, pelo animal, foi repetido. 

— Acho que meu treino acabou por hoje. Estou muito desanimado para continuar perseguindo pomo. Sabe? Meus amigos me deixaram de lado hoje, e não estou me sentindo muito bem. — A doninha, ou aquele a quem bem conhecemos por outro nome, esfregou o pequeno rosto contra o pescoço do gryffindor, um sutil carinho. — Não é por nada, mas acho que você entende o que eu falo. 

Ditas as palavras, Potter pôs-se a caminho do salão comunal de sua casa, claro que, já sem uniforme de jogo, e trajado adequadamente a temperatura que se fazia no momento. Malfoy, ou a doninha, encondia-se entre as vestes do garoto Potte, não passando pelas roupas mais internas aos casacos de frio, Draco tinha medo de tocar a pele do outro, por um motivo desconhecido até mesmo pelo próprio, e por motivos tais, não sei informá-los. Se fizeram uma boa soma de minutos de caminhada até o quadro onde a mulher gorda ficava, está que ao ver Potter inquiriu, Senha, ao que o menino disse, Focinho de porco, a estrutura rangeu, rebelando o aposento quentinho. Nesse momento pensou em seus outros motivos de confusão, estariam sentindo frio, equanto ele, ali estava, se refestelando no calor de outro de seus motivos?  

De todo modo, era a semana do natal, Harry, um dos únicos a não partir da escola, acabava sempre sendo uma âncora e fazendo parar suas amizades consigo no período. A escola estava fazia, os que tinham permissão para ir a Hogsmeade, habiam ido, face à não haver ninguém na comunal, e o menino não haver trombado com uma única alma viva, afinal à certo ponto, passou pelo Barão Sangrento.  

— Você é minha única companhia hoje. — Disse Harry, Draco, ou doninha, sentiu-se feliz por ser tratado no feminino, se indentificava assim, não como sendo femino, tampouco masculino em verdade, mas queria o tratamento em feminino, por mais que, por vezes, trate-se no masculino ele próprio , o nome gostava, o corpo era seu, às roupas ainda não, mas daria um jeito com o ruivo, quando tivesse oportunidade. 

— Já sentiu-se abandonado? — Harry sentado à poltrona, em frente as chamas. A doninha, agora em seu colo, com o ventre voltado para cima o encarava com os dois pequeninos onix, pareceu concordar, ao menos na visão de Harry. — Bem, estou me sentindo assim hoje, meus amigos me excluíram, eu sei eles namoram, é um pouco de egoísmo não deixar eles terem momentos próprios, mas ainda assim me sinto mal. Queria poder ter com quem ter meus momentos. — Draco, ou pequena besta peluda, rolou pelas coxas de Potter, como que tentando confortá-lo, ao menos essa era premissa na cabeça do menino loiro transfigurado em animal. 

— Vou te contar um segredo, por mais que ache, que você, tenha lido meus pensamentos lá no campo. Você não pode contar a ninguém. Eu até tenho alguém na mira, por Deus, que palavra horrível pra isso. Eu gosto de uma pessoa, ao menos dela tenho certeza, sinto coisas pro outras mas estou confuso. — Draco sentiu-se fraco de repente, McGonagall esquecera de avisar que permanecer como animal, quando a habilide ainda é recente, tem custo muito alto, a prática traz a perfeição, como algum sábio, em algum momento, havia dito. — É Draco, de quem gosto, menino loiro, ele é fofo, até abrir a boca. — As palavras desetabilizaram a doninha, entre surpresa e feliz, e, que já enfraquecida, não manteve a transformação, tornou-se Draco em frente aos olhos de Harry, e sentado em seu colo, na posição que antes a doninha estivera. 

— Draco? — Harry perguntou, saltando na poltrona e por pouco não perdendo os óculos de cima do nariz. — Como? 

— Ah. — Um som estranho deixou a graganta de Draco, que mais parecia uma folha de papel laminado rubra, do que a face de um garoto. — É... e-eu... b-bem... ah, me tornei uma doninha. — Falou, como se isso fosse todo o suficiente para a situação, o que bem sabemos, não o é, e como tal, Harry tornou a perguntar:  

— E por que veio comigo? — Draco pensava em algo para responder, mais interrompido por uma frase assutada de Potter. — Por tudo que é mais sagrado eu disse que gostava de você, pra você. — Parecia-lhe o fim do mundo. 

— A primeira parte eu não quero falar sobre, sério, não pergunte. Já está segunda não é problema. — Draco moveu-se travessa sobre as coxas de Harry; tratarei-a no feminino, como ela própria deseja. O ato da loira fez Harry lembrar-se que estava com o menino no colo — definição aos olhos de Potter, ele ainda não sabe o que sabemos —, e por conseguinte, corou como o outro havia corado quando descoberto; por mais que sua pele mais acobreada escondesse em partes a situação. 

— Como assim a segunda parte não é problema? — Draco riu, achou engraçada a falta de cognição do menino que lhe servia de acento, por tal, resolveu passar o nariz em seu pescoço, torcendo para que, isso, desse ao Eleito uma ideia do que queria dizer. 

Harry pareceu entender a declaração muda de Malfoy, abraçou-lhe a cintura, apertando o corpo menor contra si. Percebeu, por mais que nunca o antes houvesse tocado, seu corpo estava magro, isso lhe fez pensar nos porquês, mas não conseguiria chegar a uma resposta sozinho. Desde o dia no beco diagonal, Harry percebeu, Draco parecia mais abatido do que o habitual, mas nunca havia estado tão próximo dele como agora, sem estar com vontade de esganá-lo, é claro. 

— Sabe, Harry, eu sei que um pedido de desculpas por tudo que eu fiz, nunca será o suficiente. Ainda assim quero pedí-lo. Me perdoe.  

Harry ponderou por alguns segundos. Apertou o loiro mais contra si, e sussurrou: 

— Me prometa que vai mudar, mudar para melhor, sim? 

— Sim, mas você vai ter paciência comigo? — Draco perguntou, entre contente e apreensivo.  

— Sim, se você mostrar melhora. — Harry disse, duro como basalto. 

— Ai. — Foi a única cousa que Draco consegui pronunciar antes de ter uma dos ataques de riso mais fortes de sua vida, face à nunca lha ser permitido rir, ao máximo um sorriso discreto, indiferente o momento. Harry estava a lhe fazer cócegas. Se debateu o máximo que pode, mas não conseuiu desvencilhar-se do menino de cabelo bagunçado. 

Harry adorou a risada do loiro, mas quando este disse que a barriga lhe doía resolveu cessar com a brincadeira. Enquanto Draco arrumava os fios longos acima da cabeça  Harry encaixou-o entre suas coxas de frente para a lareira, que aquecia a ambos, naquela sala tão rica de tons rubros e dourados.  

— Me diga, Malfoy... — Sua fala fora impedida pelo dedo indicador de Draco comprimindo seus lábios. 

— Draco, me chame assim, sim? 

— Tudo bem. Draco, me diga uma coisa, o que fazia transformado em doninha me espionando? 

— Acho que já tem a resposta, não? — Os dois fitavam as chamas da lareira, dançando, quando Harry não deu resposta continuou — Eu estava te espionando, ou melhor dizendo, observando. — A face de Draco estava novamente avermelhada, por mais que já houvesse sido descoberto, ainda conseguia sentir vergonha da situação, se em casa, provavelmente seria advertido por não conseguir conter as emoções. 

Passaram um bom tempo sentados àquela maneira, nem dum dos dois saberia dizer com exatidão o tempo passado. Afinal, Harry com Draco entre suas pernas era mais do que poderia um dia ter sonhado; e Draco não estava diferente, com Harry remexendo em seu cabelo, num carinho mais do que reconfortante. Durante o jantar, o Sonserino juntou-se a sua turma, por dois, ou melhor pensando, três, motivos; um não levantar suspeitas de que fazia algo fora do comum; outro, queria estar sentado com o ruivinho, por mais que esse fosse doze centímetros mais alto, ainda para si, seria ruivinho, principalmente porque o apelido combinava com o rosto fofo; e terceiro, e talvez nem tão importante, ao menos era o que dizia a si mesmo, queria fitar com proximidade os olhos avermelhados, tom maravilhoso, em sua opinião. Havia combinado com Harry, antes de deixar a sala comunal da casa dos leões, que tornaria-se animal, no banheiro, antes do fim do jantar, e encontraria o menino de ouro em sua mesa, para passar a noite com ele, dormir apenas, não tinhamoutra intenção além desta. Seu colega de quarto, que fora obrigado a ter após alguns eísódios que ainda não compreendia com perfeição, o que não lhe dava cacife para explicar, estava ciente do plano; afinal ele sabia de tudo, era ela na sala precisa, hoje mais cedo, com ele, ouvindo música. 

— Eu sei o que quer fazer, mas pelo amor de qualquer divindade, se é que há alguma, coma direito, sim? —  Esse foi o ruivinho, aquele que sabia das coisas, interpelando-o, por ele não haver tocado decentemente na comida do jantar. 

— Tudo bem, vou fazer um esforcinho. — Declarou, agora comendo, e não e importando tanto com algo que não fosse a comida em seu prato. 

Como dito, antes do término do jantar, Malfoy encaminhou-se até aos banheiros mais próximos, e lá tornou-se doninha, novamente, torceu do fundo de seu coração que Potter não se demorasse à mesa, ou teria problemas, já não estava tão forte, não sabia por quanto tempo sustentaria a transformação, e não pretendia transformar-se em cima da mesa de Godric Gryffindor. Depois de transformar-se no banheiro, tendo tomado cuidado para não cair dentro da privada, pois havia feito dentro de uma das cabines para não ser pego. Passou os corredores no retorno de forma lenta e calculada, não queria chamar a atenção da madame ou Filch outra vez, não queria ter de correr e se desgastar. Passou, ao menos era o que pensava, despercebido pelo salão, andando por baixo da mesa de Potter, assustando uma ou outra pessoa que esbarrava ao passar, subiu pelas pernas do menino com quem dormiria, por mais que ele não soubesse explicar como reconhecia os membros inferiores dele, apenas reconhecia. 

Harry, quando setiu algo subir-lhe pela perna direita, entendeu; era Draco. Falou aos amigos um boa noite, que foi recebido com estranheza, dada a hora, faltava quase vinte minutos para  fim do jantar, como justificativa, apenas disse, Estou cansado. E rumou para seu quarto, Malfoy, como doninha, é claro, enrolou-se no pescoço de Harry, como se fosse um cachecol, um aquecendo outro, outro aquecendo um, assim seguindo caminho até o dormitório vermelho e dourado. Quando deitados, de pijama, Draco viera com ele por baixo das roupas que usou no jantar, e tansformado em doninha essa desparecia e tornava ao voltar à forma natural. Harry abraçado a Draco, em baixo, o loiro estava sob o peito do outro, com uma das mãos espalmadas ali, e outra em baixo do maior, isso lhe causaria caimbras, mas não importava-se, Harry tinha as mãos cruzadas ouco acima da cintura do menino menor. Um ruído foi ouvido, a porta da comunal fora aberta, como uma raio Harry fechou o dossel acima de sua cama, e com um feitiço simples, fez com que este não pudesse ser aberto, se não por si. Passado o sobressalto, os dois aconchegaram-se melhor um ao outro, e ali adormeceram, respirando devagar, ressonando baixinho, encaixados perfeitamente, como se tivessem sido esculpidos para isso, pensando um no outro, e em outros já citados, mas não com grande importância, já que se encontravam ausentes, ainda assim sonharam, com os outros três que queriam consigo, talvez isso fosse apenas um grande egoísmo, querer todos eles apenas para si próprios, mas  como algum sábio também disso em algum outro momento, não há como mandar nos desejos do coração. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Indico a leitura de José Saramago, é um pouco confuso até pegar o ritmo, mas eu adorei.
Beijinhos da Lilli.


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