História Wedding Day - Um começo preguiçoso

— Você é louco?! — Me levantei do sofá num pulo, meu rosto queimando. Fechei a mão em um punho e desferi na cara do outro.

— Ai! Maluca! Isso doeu porra! — gritou entrando na defensiva. — Ele vai ficar feliz! 

— Pelo amor de Deus, cala a boca! — Rapidamente alcancei minha bolsa, eu só queria um lugar pra me enfiar. O deixei reclamando sozinho, sai em passos apressados para fora do apartamento.

Passei pela recepção sem ligar para o que a recepcionista falava. Meu mundo estava focado em fingir que nada aconteceu e que eu nunca tive uma ideia tão idiota de vir falar com Law, minhas pernas se moveram automaticamente para casa. A tarde pareceu voar, e quando avistei o meu destino percebi Luffy saindo do carro. 

— Luffy? Aonde foi? — perguntei me aproximando da porta, já com as chaves em mão a destranquei para entrarmos.

— Apreciar a vista, tomar um ar e tudo.. — Adentrei na casa logo sendo seguida por ele, que respondia em um tom calmo.

— Saquei. 

Fizemos o mesmo caminho até o quarto em silêncio, acabei arremessando minha bolsa na cadeira da penteadeira.

— E você, onde foi? — Me virei a tempo de vê-lo se jogando na cama e abandonando os sapatos.

— Visitar o Law. E daí voltei a pé. — Segui até a gaveta do guarda-roupa para pegar uma toalha e uma muda de roupas, quando peguei a última peça virei levemente para trás, Luffy se sentou na cama e me encarava silenciosamente. 

— Visitar o Law? — Perguntou com a mesma expressão vazia, sustentei o olhar e tirei as sapatilhas com os pés.

— Uhum. — Murmurei em concordancia. — Qual o problema? 

— Porque? — quis saber.

— É só uma visita, fofocar sobre a vida como sempre. — Juntei a muda de roupas mais perto do peito. — Como duas velhinhas. — Ri sem graça, aquele olhar me deixou completamente desconfortável.

— Ah, tá… Claro. — Luffy desistiu, se jogando contra os lençóis mais uma vez. 

Tropecei meus passos para dentro do banheiro, usando o tempo debaixo do chuveiro para esvaziar a mente, quando fui me secar percebi que não tinha pego uma toalha, suspirando pesadamente me aproximei da porta chamando pelo moreno.

— Ô Luffy, me alcança uma toalha… por favor! — pedi  um pouco alto, mas não recebi nenhuma resposta e sequer notei algum movimento. — Luffy! — Chamei mais alto.

Fiquei algum tempo esperando e quando comecei a sentir o frio me incomodar me convenci de que Luffy estava dormindo e precisava ir pegar a toalha por mim mesma. Espiei pela porta e notei Luffy na mesma posição de antes, olhando pra baixo notei duas toalhas brancas no chão, as alcancei e murmurei um obrigado voltando para dentro do banheiro.

Quando sai ele ainda estava deitado, dessa vez de costas pra mim e mexendo no celular. Me aproximei da penteadeira, colocando minha bolsa em cima da mesma e começando a pentear meus cabelos, passado poucos minutos toquei no secador e senti meu estômago vazio, timidamente voltei a olhar o espelho.

— Eu estou com fome… pode pedir alguma comida? — Esperei por algum tempo e como o silêncio foi mais uma vez minha única resposta, liguei o secador e comecei o trabalho.

Notei Luffy passando por mim e acenando positivamente com um sorriso leve nos lábios, logo mais estava sozinha no quarto.

O moreno voltou depois de alguns minutos com uma bandeja em mãos, havia pão com patê, café e uma barrinha de cereais, ele depositou em cima da penteadeira, onde eu continuava sentada.

— Parece um café da manhã. — Comentei divertida, Luffy voltou para a cama.

— Desculpa… eu não sei o que você consegue comer e pedir comida não parecia uma boa opção… achei que ia passar mal com tanto tempero. — A preocupação era genuína, mas não sabia se ele me olhava enquanto falava, acabei sorrindo boba. 

— Acho que tem razão, mas… você sabe que eu não vou ficar cheia só com isso, não é? — brinquei de novo, mas Luffy pareceu voltar a me ignorar, não me importei muito e comi.

Ia abusar dos meus poderes e pedir para ele ir pegar mais um pouco quando me virei pra trás e notei que ele estava dormindo. Fiquei com dó de acordá-lo e decidi ir atrás de mais algumas barrinhas por conta própria.

Logo mais voltei pro quarto e com uma certa dificuldade arrumei o Luffy na cama e me deitei ao seu lado, por fim peguei no sono. Naquela noite eu sonhei, depois de muito tempo, com algo bem estranho.

Acordo com o som de um celular tocando, com muita preguiça apalpei a cama à procura do objeto, mas em vez de achar o aparelho acabo por tocar nas costas de Luffy. Abri meus olhos instantaneamente, sentei na cama, conferindo se não o tinha acordado e noto o celular dele vibrando com uma ligação, cuidadosamente passei meu braço por cima de seu corpo e alcancei o telefone, logo atendi.

— Alô? Luffy? — uma voz masculina desconhecida chamou.

— Oi, olha eu não sou o Luffy, mas ele tá aqui do meu lado…  quer que eu acorde ele? — perguntei entre um bocejo.

— Não… não precisa e desculpa ter atrapalhado… — Ele estava claramente envergonhado. — Diz pra ele retornar quando puder… — e desligou sem me dar a chance de falar alguma coisa.

Com sono o suficiente abandonei o celular entre os lençóis e não me importei com a ligação, indo a procura do meu proprio aparelho telefonico abandonada na minha bolsa, havia três ligações perdidas sendo uma do meu pai e duas de ligação em grupo, também tinha mais mensagens da minha irmã. Li elas rapidamente, não tinha nada de mais então coloquei meu celular pra carregar. 

Levei um susto com Luffy se mexendo na cama do nada: — Bom dia. — comprimentou esfregando os olhos.

— Bom dia… 

Ele voltou a se aninhar nos travesseiros e bocejou.

— Se quiser voltar a dormir… vou… fazer algo pra comer. — ofereci.

— Que horas são? 

— Algo perto do meio dia. — ele gemeu.

— Hey… eu preciso passar na empresa do meu pai hoje. — avisou, ainda de olhos fechados e despojado na cama. — Vamos almoçar fora antes disso. Tudo bem? — a voz era baixa e arrastada. 

Revirei os olhos.

— Você realmente me avisa isso do nada e praticamente dormindo? — resmunguei.