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História Wedding Tales - Capítulo 3


Escrita por: ladyjack e kety_edm

Notas do Autor


Olá pessoal!!!

Primeiramente quero agradecer muito à todos que favoritaram a nossa fic, espero que estejam gostando!
*Edit.: cara, 250 favoritos, tô muito feliz, sério!!!*

À todos que comentaram suas opiniões e teorias (algumas malucas e outras bem interessantes), muito obrigada mesmo! Isso nos incentiva cada vez mais a escrever o enredo, essa interação é muito importante para nós, vocês são incríveis!

Agora, sem mais delongas, mais um capítulo para vocês!

Capítulo 4 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Wedding Tales - Capítulo 3

Finalmente tinha chegado o tão esperado dia do baile. Já não estava mais aguentando de ansiedade para ver o plano que tinham elaborado ser colocado em prática. Por isso, resolveu chegar o mais rápido que conseguia. Mas, infelizmente, seu pai resolveu que também iria à festa, e isso fez com que se atrasasse.

Não é que Temari não conseguisse conviver com o visconde Rasa, mas era um pouco complicado entrar na mesma charrete que outros três homens, além de sua mãe. Com toda a certeza não havia espaço para todos. Por isso, resolveu esperar até que o cocheiro os levasse e depois voltasse para buscá-la. Sua mãe insistiu em acompanhá-la, mas, no final, acabou a convencendo a ir à frente, ao aceitar a companhia do irmão mais novo. E, com toda essa enrolação, acabou demorando mais do que desejava para chegar ao evento.

Mas, finalmente tinha chegado, e estava a andar sozinha pelo salão, observando todos os detalhes magníficos da decoração, maravilhada com todo o luxo e esplendor que era exibido pelos Uchihas. Estava feliz por naquele dia em especial ter escolhido um vestido mais elaborado, pois, se não tivesse o feito, com toda a certeza estaria se sentindo uma intrusa no meio de tanto glamour. Mas, se sentia bem com o vestido leve e de tecido esvoaçante. Sua saia rodada verde contrastava lindamente com o corpete branco em seu tronco, que, com pequenas e delicadas flores bordadas em seu colo e mangas curtas, realçava ainda mais sua pele clara e bem cuidada. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo alto e pontas onduladas, com mechas cacheadas ao redor de seu rosto, a deixando com uma elegância digna de uma Sabaku no.

 E tinha toda a certeza que estava muito bonita e apresentável. Até mesmo seu pai tinha aprovado a vestimenta. O que era muita coisa.

Mas, nada daquilo importava, o que queria mesmo era encontrar uma das amigas para saber como estava o desenrolar do esquema. 

Olhava a sua volta, entre as inúmeras pessoas, a procura de qualquer uma delas, mas estava com dificuldades. Era impressão sua ou o condado inteiro estava dentro daquele salão? Estava começando a se sentir sufocada com tantas pessoas a sua volta. Estava quase para subir aquela enorme escada para ter uma visão mais ampla, quando acabou por ver uma cabeleira escura, pertencente a uma de suas amigas. Seguiu naquela direção, acabando por se postar ao seu lado, falando:

 

  — Pretende impressionar quem com esse vestido? Ele é maravilhoso, apesar de o tom do tecido não ser o mais usual. Você está de luto por alguém? – perguntou em um gracejo.

 

— Oi para você também, Temari – Izumi disse debochada, revirando os olhos em tédio, a fazendo sorrir.

 

— Custei a te ver. Achei que não iria encontrar ninguém no meio de tanta gente.

 

— Minha tia está muito feliz pela volta dos filhos e resolveu promover um grande evento, convidando várias pessoas.

 

— Entendo. Já deveria ter me acostumado com os exageros da condessa Uchiha – disse brincalhona, fazendo com que a amiga lhe lançasse um olhar de esguelha, nada amigável.

 

— Pensei que não viria. Vi o senhor seu pai e o resto de sua família chegando já há algum tempo, e só agora que a vi – Izumi disse por fim, resolvendo mudar de assunto.

 

— Demorei devido a um problema de superlotação — a morena arqueou a sobrancelha em indagação, a fazendo continuar a falar. – Não tinha espaço o suficiente na charrete e resolvi vir apenas na segunda leva.

 

— Bem, pelo menos está aqui.

 

— É claro. E, a propósito, onde estão as outras?

 

— As Harunos ainda não chegaram, mas acredito que não irão demorar muito – disse séria, parecendo não querer prolongar o assunto.

 

— Entendo. Mas, como está indo o plano? Tudo está se desenrolando como o planejado? – inquiriu curiosa.

 

— Não faço a menor ideia – falou mal-humorada, dando de ombros, olhando fixamente a sua frente, como se estivesse a observar algo.

 

Isso chamou a atenção da loira, que acabou por olhar na mesma direção, mas acabou por não ver nada que pudesse ser o alvo de interesse da outra. Assim, não dando muita importância, voltou a inquirir sobre o que era mais importante naquele instante:

 

— E Lee? Ele já chegou?

 

— Sim, mas no momento não faço ideia de onde esteja – nem se quer a olhava, seu tom de voz ficando cada vez mais irritadiço, como se não estivesse nada satisfeita.

 

— E Karin? Onde ela está?

 

— Não faço ideia.

 

— Meu Deus, mulher. Você não sabe de nada que acontece embaixo de seu teto – Temari falou nervosa com a total falta de interesse e informação da amiga.

 

Não recebeu resposta alguma diante da reprimenda, resolvendo por mais nada falar ao perceber que a mesma estava muito mais interessada em ficar quieta a encarar de forma emburrada o nada.

Voltou a olhar a sua volta, tentando encontrar Karin. Tinha total certeza de que a ruiva não deveria estar seguindo o plano. Era bem a cara dela não cumprir com o combinado. Resolveu naquele mesmo instante que iria procurá-la para a repreender pela falta de consideração.                                                                                                                                                

Estava a procurar pelos inconfundíveis cabelos ruivos e chamativos entre tantos outros, quando acabou por escutar um suspiro lamuriante e nada animado sendo proferido bem ao seu lado. Olhou para a amiga, desconfiada, começando a ficar curiosa para saber o que estava acontecendo. Sabia que Izumi detestava ser interrogada e, muito menos, que se intrometessem em sua vida. Mas, era de sua natureza interrogar e descobrir o que acontecia a sua volta, por isso acabou por indagar:

 

— O que está acontecendo, Izumi? Não me parece nada bem.

 

— Não é nada – falou seca, sem se importar em olhá-la.

 

Naquele mesmo instante soube que algo estava errado. Izumi nunca ficava irritada e menos ainda faltava com a educação. Era uma das mulheres mais prendadas e educadas que conhecia. E se agia daquela maneira, era porque algo estava realmente errado.

 

— Tem certeza? – inquiriu receosa, vendo a outra balançar a cabeça em concordância.

 

Se não iria conseguir informação perguntando de forma direta, iria tentar outra estratégia.

 

— E seu noivo? Já o viu?

 

— Sim – a morena concordou de forma desanimada.

 

— Não me parece muito feliz com isso – disse estranhando a atitude da amiga.

 

— Não é nada demais. Não precisa se preocupar. Apenas acordei um pouco indisposta hoje. Me perdoe se estou agindo de forma rude – disse tentando desconversar.

 

— Não precisa se preocupar com isso. Sempre temos um dia no qual não estamos muito bem – comentou tranquilamente, tentando acalmar a amiga.

 

— E Itachi? Onde ele está? – inquiriu olhando na direção que a morena apontava.

 

Sabia que aquela mau humor deveria ter relação com ele, mas não sabia qual era o motivo, apesar de estar disposta a descobrir.

Olhou mais a frente, vendo o moreno de feições bonitas e atrativas a conversar com uma mulher desconhecida que, apesar de jovem, usava uma bengala. Achou estranho o fato de não saber de quem se tratava, mas é claro que não iria demorar muito a descobrir.

 

— Quem é ela?

 

— Uma convidada.

 

— Isso já deu para perceber. Quero saber de onde ela é?

 

— Da França. Acabou de chegar.

 

— Assim como seus primos.

 

— Sim, mas eles não vieram juntos, se é isso que quer saber.

 

— Bem, mas é uma grande coincidência.

 

— De fato.

 

— Está com ciúmes? – inquiriu por fim, tentando saber se aquele era o verdadeiro motivo de tanta irritação.

 

— É claro que não. Não preciso ter ciúmes – disse, refutando de imediato a ideia.

 

Aquela atitude era muito entranha. Na verdade, tudo aquilo era muito estranho. Até porque, pelo que bem entendia, seria mais que natural uma noiva estar com ciúmes do noivo, ainda mais quando o dito cujo tinha acabado de voltar de uma longa viagem de dois anos e estava a conversar com outra mulher que não fosse a sua futura esposa.

Apesar de desconfiada, resolveu, por enquanto, deixar o assunto de lado. Primeiro tinha que resolver a questão Tenten e somente depois se ateria com maior atenção aquele assunto em questão. Que Izumi a aguardasse!

Voltou a averiguar o salão à sua volta, vendo algumas pessoas desconhecidas pelo mesmo. Isso só a intrigava ainda mais. Não existia ninguém naquela cidade que não conhecesse. Ou, pelo menos, era o que pensava. Mas, parecia que tinha se enganado.

 

— Quem são aquelas pessoas? – inquiriu apontando para um grupo mais afastado.

 

Sabia que ficar apontando as pessoas era algo feio e inapropriado. Se sua mãe a visse fazendo tal gesto a repreenderia de imediato, mas não se importava. No momento estava muito mais interessada em saber de quem se tratavam.

Izumi olhou na direção apontada, parecendo não estar nem um pouco interessada na questão em pauta, limitando-se a falar:

 

— São os Naras.

 

— Naras? Que Naras? Vamos, Izumi, reaja. Você sabe muito bem que preciso de mais informações do que isso – falou impaciente a olhando com intensidade, esperando por mais detalhes.

 

— Eu não sei muitas coisas. Apenas sei que é uma família que acabou de se mudar para a cidade. Mas, não me pergunte mais nada, porque não sei – disse suspirando em desânimo.

 

Estava descrente, se sentindo indignada por não saber de tal acontecimento. Isso era impossível. Sempre estava a par de tudo o que acontecia na cidade e conhecia todos que moravam nela e ao seu redor.

 

— Onde eles moram? Quando chegaram? O que estão fazendo aqui? – começou a bombardear de perguntas a amiga que apenas se limitou a suspirar novamente, balançando a cabeça em negativa, parecendo não estar nada animada em falar.

 

— A única coisa que sei é que eles são convidados do meu tio. Não sei de mais nada, então, por favor, não pergunte – falou ríspida, visivelmente nervosa com a conversa.

 

Temari ficou espantada com a atitude da morena. Nunca antes tinha a visto falar e agir de tal maneira tão grosseira. Como já tinha dito, Izumi era a mulher mais educada que conhecia e aquilo era surpreendente. Realmente não era um bom dia para a Uchiha.

Resolveu que seria melhor se afastar, ou acabaria sobrando para si. De qualquer forma, tinha que encontrar Karin para saber como estava o desenrolar dos planos.

 

— Vou dar uma voltar para ver se encontro Karin – falou casualmente, logo depois depositando com delicadeza a mão sobre seu ombro, voltando a falar. — E, é melhor que você tome um chá de camomila ou vai acabar tendo um troço – terminou de falar, sorrindo minimamente, sem se importar com o olhar de raiva que lhe foi direcionado, se retirando logo em seguida.

 

Resolveu seguir para a mesa do buffet. Estava morta de fome e até aquele momento não tinha comida nada, nem se quer pegado uma bebida. Aqueles garçons não estavam fazendo o serviço direito. Isso ela tinha certeza.

 Acabou por se postar ao lado da mesa dos aperitivos, em um canto estratégico, onde se a vissem não iriam pensar que estava a atacar a comida.

 Ainda olhava a sua volta a procura da desqualificada da amiga, estendendo a mão para uma das bandejas de quitutes, sem nem ao menos olhar. Quando estava se aproximando do lugar tinha gravado todas aquelas maravilhas em sua mente e sabia muito bem onde estavam postadas. Aquela mesa estava divina e se pudesse, comeria tudo, mas, infelizmente, não era bem-visto comer tudo o que estivesse à sua frente. Tinha que fingir educação e decorro.

 Estava distraída, por enquanto que comia e observava o que acontecia a sua volta e quando deu por si, sua mão estava roçando em outra. Se sobressaltou, afastando rapidamente a mão do lugar, vendo um rapaz de semblante despreocupado a olhando de volta com um sorriso de lado. Seus cabelos eram castanho-escuros amarrados em um rabo de cavalo alto, e o tom de pele era mais escura que a sua, apesar de ainda ser clara. Eles tinham praticamente a mesma altura, e ele vestia um terno cinza, aparentando estar mais largo do que deveria.

 

— Pode se servir – ele disse, a encorajando a prosseguir.

 

Olhou para o lugar que segundos antes estava sua mão, percebendo que na bandeja tinha sobrado apenas um canapé, e que ele estava a oferecendo.

 

— Melhor não – se recusou, mesmo que bem em seu íntimo quisesse comer.

 

Mas, se bem se lembrava, aquela bandeja estava cheia há alguns minutos. E isso significava que ela tinha comido tudo sem ao menos perceber. Sempre tendia a comer muito quando ficava nervosa, ansiosa, apreensiva, mal-humorada, etc. Olhando por esse lado, quase tudo a fazia ficar com vontade de comer. Se surpreendia por não ser gorda.

 

— Pode pegar. Prefiro assim ou vou acabar comendo muito e engordar – falou por fim, tentando fingir que não tinha sido ela a comer todo o resto.

 

No mesmo instante viu seus olhos escuros percorrendo a extensão de seu corpo, como se estivesse a analisando, logo depois falando de forma despreocupada:

 

— Não precisa se preocupar, já que acredito que isso irá demorar a acontecer.

 

Sentiu suas bochechas queimarem no mesmo instante com o comentário, e, principalmente, com o olhar. Nunca antes alguém tinha a observado de forma tão direta, sem se preocupar com o que demandava a etiqueta.

 

— O que quer dizer? – inquiriu com uma voz falha, ligeiramente incomodada com a olhadela descarada.

 

— Só estou querendo dizer que você é magra e está ótima. Por isso, não precisa se preocupar em regular o que deve ou não comer.

 

Tal comentário só a fez ficar ainda mais ruborizada. Deveria estar parecendo um pimentão naquele momento. Mas, logo tratou de se recompor, disposta a descobrir de quem se tratava aquele rapaz de sorriso fácil, e de semblante tedioso.

 

— Bem, não o conheço – disse direta, o olhando com intensidade.

 

— E nem eu a senhorita.

 

— É conhecido de quem da festa? – inquiriu como sempre fazia. Seu espírito investigativo começando a se sobressaltar.

 

— De ninguém.

 

Achou estranha a resposta, o olhando com uma sobrancelha arqueada em indagação, fazendo com que ele sorrisse e voltasse a falar:

 

— Meu pai foi o convidado. Mas, o convite se estendia ao resto da família. E como eu não tinha nada melhor para fazer nesta noite... — disse dando de ombros, pegando o último canapé. – E, como soube que teria comida, resolvi vir – terminou de falar, colocando a comida na boca, mastigando.

 

Achou graça da resposta espirituosa, quase rindo, mas conseguindo se conter no último momento, apenas balançando a cabeça em concordância. 

Olhou a sua volta, com o silêncio surgindo de imediato. 

Pensou que ele iria se retirar, a deixando sozinha, mas, ao invés disso, acabou por permanecer ao seu lado, continuando a se servir sem se importar com os olharem que eram lançandos. Ele parecia estar bastante animado, deixando claro que estava gostando do que via, ou melhor, comia.

Temari estava começando a se sentir incomodada com aquele silêncio, já que sua curiosidade sempre gritava mais forte. Mas, não queria aparentar ser enxerida. E a única forma de fazer isso era permanecendo quieta em seu lugar e esperar para que ele tomasse a iniciativa.

Mas, conforme o tempo foi passando, percebeu que não o faria. Isso a irritou, e não conseguindo mais aguentar a curiosidade, acabou o inquirindo:

 

— Não irá se apresentar?

 

Ele a olhou desconfiado, com a testa franzida, achando estranho as palavras.

 

— Por que deveria fazer isso?

 

— Porque é isso que cavalheiros fazem quando veem uma dama pela primeira vez – falou desconfiada, não entendendo o porquê de tanto alarde com algo tão simples.

 

— Ah, entendi. Me desculpe, mas esse costume não é muito comum de onde venho. Além do mais, não vejo o porquê de ter que sair por aí me apresentando a todo mundo, sem ao menos ter certeza se as pessoas querem saber.

 

— Ora, mas isso é uma questão de respeito.

 

— Se é assim, então se apresente.

 

— O que? – falou alterada, se sentindo indignada com todo a situação.

 

Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto. De onde aquele homem tinha saído? Do mato? Só podia ser, para não entender de etiqueta e de bons modos.

 

— Sabia que tal atitude soa muito mau educada? Não irei me apresentar até que o senhor aja como o devido – terminou de falar o lançando um olhar desafiador, se sentindo ultrajada.

 

Mas o único efeito que conseguiu extrair do mesmo foi um suspiro de tédio, logo depois voltando a se servir de mais um aperitivo.

 

— Não sou nenhuma pessoa importante e muito menos interessante, por isso, não vejo o porquê de a senhorita estar tão interessada em minha pessoa.

 

Sentiu de imediato o rosto voltar a queimar com a insinuação. Como se ela fosse mulher de ficar atrás de um ninguém, como ele mesmo tinha se intitulado. Era um desaforado, isso sim. Mas, se ele estava achando que tal atitude iria a afastar, estava muito enganado. Aquilo só tinha feito com que ficasse ainda mais disposta e decidida a fazer com que aquele idiota falasse.

Se postou a frente dele, diminuindo o espaço entre ambos, cruzando o braço  a frente do corpo, prestes a começar a leva de perguntas que sempre fazia quando estava disposta a descobrir algo. Ainda mais, se tratando de alguém que ela não fazia ideia de quem fosse e que estava agindo de maneira indecorosa.

Ao abrir a boca para começar a falar, acabou vendo uma cabeleira ruiva inconfundível invadir seu campo de visão periférico, a fazendo se lembrar do seu objetivo principal. Do porquê de estar ali naquela festa.

Suspirou em desânimo.

Estava começando a se animar com a perspectiva de encurralar aquele rapaz e torturá-lo até que não conseguisse esconder mais nada. Mas, tinha prometido as amigas que iria ajudá-las naquela empreitada, e não poderia apenas fingir que não sabia de nada. Apesar de permanecer disposta a não o deixar de lado por muito tempo, decidiu se afastar alguns passos, falando:

 

— Preciso resolver algo. Mas, não quero que o senhor saia daqui até que eu volte, aí vamos ter uma conversa civilizada, como dois adultos que somos.

 

E antes mesmo de obter uma resposta, começou a se afastar sem mais olhá-lo, tendo total certeza de que ele iria acatar sua ordem.

Saiu em busca da amiga, mas estranhamente ela já tinha sumido novamente de vista.

Suspirou em desânimo. Karin só podia estar brincando com sua paciência.

Olhou mais algumas vezes a sua volta, mas quando não a viu mais, resolveu voltar a questão mais eminente. Ao misterioso rapaz. Ao se virar novamente, o viu a olhando com um sorriso enigmático, levantando uma taça em sua direção como se estivesse a cumprimentando.

É, realmente ela teria muito trabalho ali. Que as garotas a perdoassem, mas tinha que descobrir quem era aquele homem, ou não se chamava Sabaku no Temari.

 

[...]

 

Karin estava bufando de raiva, se sentindo revoltada com toda a situação. Já fazia mais de uma hora que estava tentando convencer as garotas do salão do quão incrível e galanteador Lee poderia ser, mas, até aquele momento, tinha falhado miseravelmente.

Mas, isso não era de se espantar.

É claro que ela sabia que teria dificuldades para convencer alguém, mas já estava começando a perder as esperanças. Até porque, achava meio difícil que alguém daquele baile se interessasse por ele.

 Não é que ele fosse uma má pessoa. Longe disso. Mas, não era o tipo de homem que chamava a atenção de uma garota da alta sociedade, que estava atrás de um bom partido que deveria ter muitas qualidades, nas quais incluíam ter posses, um bom nome de família a zelar e, se possível, algum título de nobreza. Nada com que ele pudesse dispor. Por isso, ninguém se interessava. Talvez, daquela festa inteira somente Tenten poderia ter algum interesse, mas, mesmo assim, duvidava. Eles podiam ser amigos, mas isso não significava que houvesse alguma intenção a mais. Pelo contrário. Não via esperança alguma ali. Só tinha aceitado participar para não parecer desinteressada nas lamúrias da rosada, mas, desde o começo, sabia que não iria conseguir nada dali. É claro, que poderia se enganar, e algo realmente acontecer. Por isso estava disposta a ajudar. Mesmo que não estivesse conseguindo nenhum tipo de progresso em sua missão.

E, para piorar, estava acabando com sua reputação, ao ficar falando de seu interesse. As pessoas estavam começando a olhá-la como se fosse algum tipo de aberração. E isso estava a incomodando bastante.

 E, para agravar ainda mais toda aquela situação, sem querer, tinha enroscado a barra de seu vestido em uma sobressaliência de uma mesa, acabando por rasgar o tecido. Para sua sorte o estrago não era visível e podia permanecer na festa sem que alguém percebesse. Mesmo assim, parecia que a partir daquele momento sua noite tinha começando a desandar. Aquele vestido era seu preferido e não conseguia acreditar que estava arruinado. Sabia que poderia tentar consertá-lo depois, mas, nunca mais seria o mesmo. Ele era um delicado modelo azul-claro com branco, cheio de babados feitos de renda em suas camadas. O laço em meio ao seu colo lhe dava um ar de graça, por enquanto que suas mangas ¾ e o chapéu combinado, a deixavam bem elegantes, digna para uma festa dos Uchihas. A saia bem rodada e com muitos babados cheios de detalhes frágeis lhe deram a certeza de que não poderia mais usá-lo por ser muito complicado de arrumar a renda danificada, e isso a enfurecia.

Além disso, ainda não tinha visto nenhuma das outras meninas fazendo alguma coisa do plano. Só ela que estava, e isso não era nem um pouco justo. Por isso, estava à procura de Temari, para falar umas boas para a loira. De que não iria continuar a fazer aquilo e que se quisesse que ela mesma o fizesse.

Andava pelo salão, mas não conseguia a encontrar. Apostava todas as suas roupas de grife que a mesma deveria estar pelos cantos tentando escutar as conversas de terceiros as escondidas. Bem, isso não seria nenhuma novidade.

Tentava distinguir as pessoas a sua volta, mas suas vistas estavam embaçadas, devido à fumaça das várias velas espalhadas pelo salão, que acabava irritando, e muito, seus olhos. Mal conseguia discernir uma pessoa da outra, só conseguindo quando chegava bastante perto. E, com toda a certeza, ela não estava disposta a colocar sua face bem perto dos outros apenas para reconhecê-los. Isso era humilhante, além de bastante estranho, chamando a atenção dos convidados para si. O que, naquele momento, era o que menos desejava. Não tinha culpa de suas vistas não estarem tão boas naquela noite, começando a incomodá-la com uma leve dor de cabeça. Odiava quando isso acontecia, pois, sabia que até o final da noite teria que tomar algum medicamento para melhorar a mesma.

Estava genuinamente irritada, olhando a sua volta à procura de qualquer uma daquelas tratantes. Eram umas abusadas mesmo, se estavam achavam que ela faria tudo sozinha. Pois, que ficassem sonhando. Não estava disposta a acabar com sua reputação de forma tão fácil.

Andava entre as muitas pessoas, até que, por fim, acabou vendo uma cabeleira loira mais ao canto, que era mais alta do que ela. Não conseguiu distinguir com perfeição se era Temari, mas tinha certeza que era ela. Assim, se aproximou sem pensar, a segurando pelo braço e começando a falar sem se quer se apresentar:

 

— Não adianta, o plano não está dando certo. Já tentei de tudo, mas ninguém está me dando atenção. Duvido que alguém se interesse por Lee. E, com toda a certeza, esse plano de unirmos Tenten a ele não vai dar certo. Até porque, ninguém está ajudando com nada. Estou fazendo tudo sozinha. Se continuarem assim, Sakura nunca irá conseguir se casar – despejou tudo de uma única vez, sem ao menos respirar. Estava sem paciência para enrolações e queria que Temari ficasse a par de todos os acontecimentos quanto antes.

 

— Meu Deus, Karin! Você está louca?

 

Escutou uma voz masculina reverberando alto ao seu lado, a sobressaltando de imediato. Olhou apressadamente para o dono da voz e do braço no qual segurava firmemente, acabando por reconhecer seu irmão, Naruto. Arregalou os olhos com a descoberta, o soltando de imediato, sem saber o que falar. Estava muito surpresa, pois, tinha a total certeza de que se tratava da amiga.

 

— Pensei que fosse Temari – disse simplesmente, ainda perdida.

 

Ele a olhava como se fosse algum tipo de bicho muito esquisito que tinha acabado de surgir do chão, bem à sua frente. Estava prestes a mandá-lo para um lugar nada honrado, quando o ouviu falar:

 

— Não acredito que me confundiu com uma mulher – falou indignado com sua costumeira voz escandalosa, chamando a atenção das pessoas a sua volta.

 

— Não sei do que está reclamando. Deveria se sentir feliz por ter sido confundido por Temari. Ao passo, que é ela que deveria se sentir indignada por ter sido confundida por você – debochou, o olhando sem interesse.

 

— Me poupe Karin. Vá colocar uns óculos para ver se consegue enxerga alguma coisa. E, tente parar de ser uma louca histérica – ainda falava de forma indignada, apesar de ser visível seu tom casual e divertido.

 

Ele estava rindo as suas custas.

Isso acabou a deixando possessa de raiva. A última coisa que queria naquele momento era o idiota do seu irmão rindo de si. Aquilo era ultrajante.

 

— Vá se ferrar – esbravejou saindo do seu lado, batendo os pés de indignação, chamando a atenção de algumas pessoas que estavam mais perto, que ficaram chocadas com suas palavras nada delicadas e cortês.

 

Nem se quer se importou. Estava furiosa.

Andava rapidamente, tentando se afastar o máximo que conseguia daquela situação. Estava cansada, no mínimo, muito indisposta a continuar naquele lugar. Para ela, a festa já tinha acabado e a única coisa que queria era ir embora. Com toda a certeza, aquele baile tinha sido um desastre.

Remoía tais pensamentos, por enquanto que se esgueirava entre a multidão, acabando por notar que sua onda de azar só estava começando, pois, sem perceber acabou por esbarrar em uma pessoa, fazendo com que derrubasse sua bebida em ambas as vestimentas. Se antes achava que o vestido dificilmente teria um concerto, agora, tinha certeza que estava aniquilado. Olhou furiosa para a pessoa em questão, que a olhava com um olhar ainda menos amigável, esbravejando:

 

— Olhe por ande anda. Você não tem olhos? – o rapaz falou de forma indignada, tentando limpar o líquido de seu terno.

 

— É claro que tenho. Na verdade, a culpa é toda sua – falou mais raivosa ainda, não querendo ficar por baixo.

 

— Como a culpa pode ser minha se eu estava aqui parado, e foi a senhorita que se aproximou parecendo uma locomotiva desgovernada e acabou trombando em mim, fazendo com que eu derrubasse o vinho de minha taça em meu terno? – ele disse em um rosnado, tentando conter a nítida raiva que sentia, a encarando com intensidade.

 

— Pare de reclamar, pois, isso não é o fim do mundo. É só limpar – falou debochada, cruzando os braços a frente do corpo, despreocupada.

 

Aproximou-se um pouco, o mínimo aceitável para não chamar ainda mais a atenção, estreitando os olhos para conseguir vê-lo melhor e descobrir de quem se tratava. Realmente, seus olhos não estavam muito bons naquela noite. Se não conseguia nem mais distinguir quem era quem, era melhor dar a noite como encerrada e voltar para a casa.

Mas, antes disso, queria saber quem era o rapaz mal-educado a sua frente que continuava a esbravejar, sem que ela lhe desse muita importância. Percebeu que se tratava de um rapaz diferente, magro e de estatura média, com cabelos bem fora do usual, em um tom claro, quase branco, bem lisos, olhos na cor lilás e dentes estranhamente pontiagudos. Era realmente uma aparência bem exótica, apesar de ser bonitinho. Mas, o fato de ele não calar a boca acabava por estragar todo o encanto, e isso só acaba a aborrecendo ainda mais.

 

— A senhorita é realmente uma desastrada. Acabou por arruinar minha roupa, já que será impossível tirar a mancha de vinho – ele continuava a reclamar, sem se quer reparar que estava sendo observado mais perto do que devia.

 

— Pois me agrada. O senhor não tem nenhum senso de moda ao usar um terno branco. São ridículos e muito fora de tendência. O que acabei de fazer foi um alívio a moda vigente – tratou de responder à altura, não querendo ficar quieta apenas a escutar.

 

Tais palavras fizeram com que ele a olhasse ainda mais indignado, sem acreditar no que ouvia.

 

— Percebo que ficar conversando não vai me adiantar de nada. Vou à toalete para tentar amenizar o estrago – falava balançando a cabeça em negativa, passando a mão pelo tecido sujo, na tentativa de limpá-lo.

 

— Pois, faça isso mesmo – disse de forma petulante, arrebitando o nariz em desafio.

 

Tal atitude só fez com que ele a olhasse ainda mais espantado, com a testa franzida em desconfiança, lhe dando as costas e se afastando, sem nada falar.

 

— Mal-educado – praguejou revoltado por ter se retirado sem avisar.

 

Realmente, não havia mais cavalheiros como antigamente, que se importavam com o bem-estar de uma dama. Se fosse um cavalheiro de verdade, estaria muito mais preocupado com seus sentimentos do que com a roupa.

Bufou descrente.

Naquele momento, decidiu que iria ir embora. Não podia mais permanecer naquele lugar com seu vestido arruinado, além, é claro, de seu humor estar em frangalhos. Sabia que se permanecesse iria surtar. E, a última coisa que queria era causar um vexame. Decidiu voltar a andar, indo em direção a saída, procurando pela mãe para avisar de sua ida. Iria ir embora sem encontrar com Temari. Não estava com paciência para mais nada. Se a loira quisesse, teria a procurado. Mas, pelo que percebia, parecia que ninguém estava interessado em seguir com os planos e, não seria ela que continuaria a insistir.

 

[...]

 

Sakura se sentia ansiosa e eufórica para participar do evento daquela noite. Mas, devido a um incidente com a roupa de sua irmã, acabaram por se atrasar mais do que gostaria.

Mas, finalmente tinha conseguido chegar ao baile, apesar do enorme atraso. Sabia que estava deslumbrante no vestido preto com rosa, que realçava seus olhos e seus cabelos de uma forma que a deixou ainda mais encantadora, atraindo olhares por onde passava sem ao menos perceber. As mangas cheias e o decote quadrado faziam o corpete ficar ainda mais bonito juntamente à sua saia bem rodada que, com pequenos laços na barra, combinava muito bem com todo o luxo e sofisticação do ambiente. Ino não ficava muito atrás, seu vestido azul Royal e branco faziam seus lindos olhos azuis se destacarem em seu rosto. O decote em canoa valorizava bem seu ventre que, por causa do corpete bem encaixado, deixava sua cintura finíssima. Os detalhes dourados em todo seu vestido combinavam harmoniosamente com seus cabelos presos em um coque que ficou abaixo do chapéu branco e dourado que a deixava radiante. Tenten também estava maravilhosa, apesar de todas as reclamações e censuras por não querer vestir aquele vestido que destacava tanto suas curvas. O trançado a frente de seu corpete deixou o azul Royal de seu vestido ainda mais realçado por cima do fino tecido branco. Com mangas ¾ bem soltas. Não quis usar uma saia tão volumosa, então optou por uma mais leve. Seus cabelos estavam soltos com pequenas tranças em suas laterais, mas havia gostado do penteado, pois, no fundo, sabia que isso fazia as irmãs se sentirem mais felizes.

O trio estava parado a margem da pista de dança, olhando as pessoas a dançar uma valsa animada, com dezenas de saias coloridas a balançar em harmonia com o ritmo da música. O que mais desejava naquele momento era encontra Sasuke e dançar com ele pelo resto da noite. Mas, estranhamente, ainda não tinha o visto. Achou estranho. Mas, tinha total certeza que deveria ter um motivo bastante plausível para ele ainda não ter ido a cumprimentar.

 

— Lee? – acabou escutando Tenten murmurar ao seu lado, de forma surpresa, chamando sua atenção para um rapaz bem diferente mais à frente.

 

Tal visão a fez se lembrar de imediato do porquê de estar naquela festa. Confessava que por um momento tinha se esquecido do objetivo principal, mas, agora que via o rapaz e a expressão de desentendimento da irmã, sabia que tinha que seguir com o plano. Até porque, tudo aquilo tinha sido arquitetado para que ela e Sasuke pudessem se casar, e não podia simplesmente esquecer disso.

 

— O que ele está fazendo aqui? – Tenten inquiriu novamente, parecendo estar bastante espantada com a presença do amigo.

 

— Acredito que ele deve ser um convidado – Ino falou ao mesmo tempo que lhe lançava um olhar preocupado.

 

Ainda não era tempo de Tenten se aproximar do rapaz. Antes ela deveria ver como ele podia ser interessante, e no quanto as moças estavam interessadas nele.

 

— Mas, porque a condessa iria convidá-lo? – a morena inquiriu novamente, dando um passo à frente como se fosse em sua direção.

 

— Espere, Tenten – Ino falou novamente, a olhando em busca de ajuda.

 

— Tenten, você poderia pegar uma bebida para mim? – Sakura falou a primeira coisa que surgiu em sua mente, praguejando logo em seguida.

 

Sério que aquela era a melhor coisa que podia pensar?

 

— Você mesma pode fazer isso – a outra retrucou, dando a entender que iria começar a se afastar novamente.

 

— Eu sei. Mas, é que você sabe que Ino não está muito bem hoje. Só queria que você fosse buscar um copo d’água para ela, por enquanto que fico aqui a vigiando.

 

Tenten revirou os olhos visivelmente desanimada, fugando em contradição.

 

— E, porque você não pode ir?

 

— Porquê vou ficar aqui com ela. Para ajudá-la, caso seja preciso.

 

— Você realmente precisa de água, Ino? – inquiriu olhando intensamente para a loira, parecendo desconfiada.

 

— Ah, claro. Depois daquele incidente com o meu vestido, não estou me sentindo muito bem. Minha cabeça está girando – Ino falou rapidamente, de forma desesperada, apesar de a lançar um olhar nada amigável quando a mais velha desviou o olhar.

 

— Tudo bem. Já volto – Tenten disse por fim, suspirando em desânimo, desistindo de argumentar, logo se afastando, apesar de manter o olhar fixo no amigo.

 

— Essa foi por pouco – Sakura falou ao ver a irmã sumindo no meio da multidão.

 

— Por pouco? Essa era a sua melhor desculpa? – Ino perguntou indignada.

 

— Pelo menos tive uma. E você que não pensou em nada.

 

— Tanto faz. Só espero que não tenha esquecido da nossa parte do plano.

 

— É claro que não esqueci.

 

— Acho bom mesmo – a loira falou bufando, cruzando os braços a frente do corpo. – É melhor começarmos isso antes que Tenten volte.

 

— Certo. E quem vai ser a primeira? – inquiriu torcendo mentalmente para que Ino se oferecesse para ir primeiro.

 

Não estava nem um pouco disposta a se ver dançando com Lee. E, muito menos, que a vissem fazendo isso. Não sabia como Sasuke poderia agir ao ver tal cena, e a última coisa que queria era que seu amado ficasse com raiva.

 

— Não sei – Ino falou não estando tão mais animada do que ela. – Acho que você deveria ir primeiro.

 

— Eu? Por que eu? – falou apressadamente, querendo tirar aquela ideia da cabeça da irmã.

 

— Porque, se Tenten voltar, eu tenho que estar aqui, já que estou supostamente muito abalada com a perda do meu vestido – ela falava com um leve sorriso no rosto, parecendo estar satisfeita com o rumo da conversa.

 

— Pois, discordo. Na verdade, penso que uma boa dança vai a deixar muito animada e fazer com que esqueça de todos os problemas.

 

— Mas, preciso da minha água.

 

— Sasuke pode ver e ficar com ciúmes – tentou mudar de argumento, para tentar convencer a mais velha.

 

— De Lee? Não mesmo. O máximo que ele vai fazer é começar a rir.

 

— Não acredito que ele faria isso. Sasuke é muito honrado para ficar fazendo tais gracejos.

 

— Mas, ainda é jovem e pode se deixar levar facilmente.

 

— Pelo amor de Deus, Ino. Não custa você ir primeiro – falou por fim, cansada de tentar contra argumentar. – Até porque, você não é comprometida. Irá chamar menos atenção.

 

— Não me lembro de você também ser comprometida – a outra lançou, a olhando em desafio.

 

— Não oficialmente, mas, você sabe muito bem que estamos juntos e que iremos nos casar – falou sobressaltada, não acreditando na petulância da irmã ao citar tal assunto.

 

— Huhun, claro. Mas, pelo que me lembro, isso tudo está sendo feito por sua causa.

 

Ino realmente estava testando sua paciência naquele dia. O que tinha dado na loira para ficar falando daquela maneira? Tudo isso era apenas para tentar se livrar de uma dança? Isso era ridículo.

Estava prestes a falar umas boas a irmã, quando viu mais ao longe uma figura alta e encantadora se aproximar. Seus olhos brilharam de imediato com tal visão, e seu coração deu um salto em seu peito. Era Sasuke. Perfeito como sempre a se aproximar com um sorriso radiante nos lábios. Como ele podia ser tão encantador? O seu cavalheiro encantado.

Esqueceu de imediato da pequena discussão que travava há instantes, disposta a se aproximar dele e deixar a irmã para trás. Mas, antes mesmo de dar um passo à frente, seu progresso foi impedido por uma mão de ferro que segurou em seu cotovelo, a impedindo de prosseguir. Olhou para o lado, vendo Ino a fulminar com o olhar.

 

— Não ouse – a loira rosnou baixo, para que apenas ela ouvisse.

 

— Desculpe, mas não posso ignorá-lo – falou por fim, sentindo um gosto de vitória, antes de empurrar minimamente a irmã para trás, na direção de Lee.

 

Ino em um primeiro instante ficou espantada, mas logo depois seu semblante foi substituído por puro ódio.

 

— Traidora – ela disse o mais alto que podia, tentando não chamar a atenção de terceiros, mas com a intenção de fazer Sakura ouvi-la.

 

Sabia que o que estava fazendo não era certo. Depois se desculparia. Faria tudo o que a loira quisesse. Mas, naquele momento, só tinha olhos para o cavalheiro que acabava de se postar a sua frente.

 

— Senhorita. Como estás bela hoje – ele a cumprimentou, fazendo uma leve reverência.

 

— O senhor também estais muito bem – falou timidamente, com um sorriso discreto no rosto.

 

— Está sendo muito gentil, como sempre. Sakura, você ilumina esse cômodo com sua presença – ele disse sedutor, se postando ao seu lado, segurando de leve em seu cotovelo, para que ninguém notasse.

 

Ficou ruborizada de imediato com o contato, com seu coração se acelerando em um rompante. Sabia que não era permitido que eles ficassem tão perto, e muito menos que a encostasse. Mas duvidava que alguém iria repreendê-los, já que estavam bem visíveis a quem quisesse olhá-los e não estavam fazendo nada demais. Mesmo assim, aquele mínimo gesto era bem excitante, fazendo com que um arrepiou percorresse seu corpo com a eletricidade produzida pelo toque. Sua maior vontade naquele momento era de sair às escondidas para um canto mais privado, para que pudessem ter mais liberdades. Mas, resolveu se conter, se repreendendo por tais pensamentos, respirando fundo para se conter. Era uma dama, e não podia ficar se escondendo com rapazes pelos cantos da casa. Mesmo que o rapaz em questão fosse o amor de sua vida e seu futuro marido.

 

— Assim acabará me deixando encabulada – respondeu timidamente, tentado focar na conversa.

 

— Estou apenas falando a verdade.

 

Ficaram em silêncio por alguns segundos, até que ela voltou a falar, apenas para ouvir sua voz:

 

— Está sendo um evento muito gratificante.

 

— Está gostando?

 

— Claro. A decoração é maravilhosa e muito bonita. Os meus olhos se enchem com tanto glamour. A comida é divina, de fazer água na boca. E, olha que isso é bem difícil, já que a maioria das pessoas costumam esbanjar na decoração em si e esquecer dos aperitivos, o que acaba deixando bem menos apreciável o evento. E as músicas e danças estão muito divertidas – relatava com bastante vivacidade, ávida por falar sobre suas impressões. – Sua mãe, a condessa, realmente é uma senhora de muitos bons gostos.

 

— Tenho toda a certeza que ela adoraria estar aqui neste exato momento para poder ouvir tais maravilhas sobre seus esforços – Sasuke falou sorrindo largamente, tomando de sua bebida de forma despreocupada.

 

— Adoraria conversar com ela sobre isso.

 

— Não posso discordar. Ambas são muito parecidas. Possuem muito bom gosto e admiração por festividades.

 

Sorriu internamente com a descoberta. Era bom saber que compartilhava dos mesmos gostos de sua futura sogra. Isso significava que iriam se dar muito bem. E, quando a mãe e esposa se davam bem, logo a família tinha mais harmonia e era mais feliz.

 

— Onde estava? Cheguei já faz alguns minutos, mas só agora o vi – disse por fim, curiosa por saber sobre seu paradeiro.

 

Sabia que não era nada cortês inquirir sobre isso, mas sua curiosidade e ansiedade falavam mais alto.

O viu franzindo as sobrancelhas, como se estivesse a pensar, logo depois bebericando de sua bebida.

 

— Estava com minha mãe. Custei a conseguir fugir de suas garras.

 

Sorriu do comentário, se sentindo satisfeita com a resposta. É claro que Sasuke estaria com a família. Onde mais estaria?

 

— E o senhor seu pai? Ainda continua com a ideia de fazer as filhas se casarem por ordem de nascimento? – a inquiriu atencioso, parecendo estar bastante interessado no assunto.

 

— Infelizmente. Ele ainda não mudou de ideia – falou ficando desanimada de imediato ao se lembrar do ocorrido.

 

— Não fique assim minha flor. Estou tão arrasado quanto você. Mas peço para que não fique preocupada, pois, sempre estarei ao seu lado, a ajudando no que for necessário – o moreno falou com um semblante pesaroso, triste, a olhando com ternura.

 

Sentiu que se não estivessem envoltos por uma plateia, naquele momento ele teria a beijado. Suspirou com tal perspectiva, ficando de imediato confiante e radiante por ter seu apoio. Aquilo era o que mais importava.

Por vezes se viu pega pela vontade de contar-lhe sobre o plano elaborado pelas amigas, mas todas as vezes que tinha oportunidade, acabava por desistir. Não sabia muito bem o porquê, mas achava que ele podia pensar que tal ideia era ridícula, e isso a fazia desistir de imediato, como naquele momento.

Desviou o olhar, se afastando um único passo, para que não ficassem tão próximos e as pessoas começassem a falar. Tinha que manter as aparências.

Olhou a sua volta, acabando por ver um loiro alto, de olhos azuis, de aparência estonteante se aproximar. Conhecia aquele rapaz como a palma de sua mão. Era o irmão mais novo de Karin, Naruto. Viu um sorriso de canto galanteador surgir em sua face quando parou a sua frente, a cumprimentando com um galanteio:

 

— Senhorita Haruno, que prazer vê-la. Tu és tão bela quanto a mais bela das flores – terminou de falar, pegando em sua mão e depositando um beijo.

 

Sentiu um arrepio de imediato. Sabia que aquele sorriso tinha sido a perdição de várias garotas. Ele sabia como jogar, como seduzir uma dama, e conduzi-las a fazer o que queria. Mas, Sakura não era idiota, e nunca se deixaria levar por aquele sorriso fácil.

 

— Uzumaki, tenha mais respeito – Sasuke falou, os afastando com um forçado sorriso de respeito.

 

Percebeu de imediato que o moreno estava com ciúmes e que não gostava nada da aproximação do outro.

 

— Não precisa se preocupar, Uchiha. Tenho muita consideração por você, meu amigo. Por isso não irei fazer nada. A menos que ela peça – falou brincalhão, sorrindo radiante diante da expressão séria e nada feliz do moreno.

 

— Posso saber o porquê de estar aqui? – Sasuke falou em um rosnado, tentando manter a compostura.

 

— Não sabe? Fui convidado pela senhora Uchiha.

 

— Não é sobre isso que estou inquerido. Quero saber o que faz aqui na minha frente neste exato momento? – Sasuke já borbulhava de raiva, bastante incomodado com a presença do loiro.

 

— Preciso conversar com você – Naruto falou sério pela primeira vez desde que tinha chegado, o olhando com intensidade.

 

Sasuke mudou de imediato sua postura, parecendo ainda mais incomodado com a situação, mas agora, também deixando transparecer preocupação.

 

— Me desculpe pelo inconveniente, minha querida amiga, mas preciso saber o que Naruto quer comigo. Por isso, solicito que me dê licença.

 

Ambos os rapazes a encaravam em expectativa, no qual ela apenas se limitou a balançar a cabeça em concordância, sorrindo minimante, apesar de não gostar muito daquilo.

 

— Com licença – ambos falaram se afastando para um lugar mais afastando e menos movimentado.

 

Ficou no mesmo lugar, apenas os observando sumir entre as pessoas, chateada por ter se afastado de Sasuke. Não conseguia entender o porquê do moreno ser amigo daquele rapaz, o dando atenção. Naruto não passava de um libertino, um sedutor barato, um perfeito cafajeste, assim como o tio.

Ambos eram tão diferentes. Sasuke era o total oposto daquele rapaz. Era um perfeito cavalheiro, digno e nunca se deixaria influenciar por tais amizades. Confiava com sua vida nele, e não deveria se preocupar.

Balançou a cabeça na tentativa de dissipar tais dissabores, voltando a olhar a sua volta à procura de distração.

Achava muito estranho Tenten ainda não ter voltado. Talvez tenha percebido que as irmãs estavam apenas tentando se livrar dela ou, apenas encontrado algo que fosse mais interessante. Não importava. O que importava era que ela ainda não tinha se aproximado de Lee, já que naquele exato momento podia o ver dançando alegremente com Ino.

De onde estava não dava para saber o que de fato estava acontecendo entre os dois. Mas, achava que deveriam estar se divertindo. De qualquer forma, sabia que sua melhor opção era tentar se afastar o mais discretamente possível, para não ser encontrada pela irmã, que, com toda a certeza, iria tentar a fazer dançar com o rapaz. Não estava nem um pouco disposta a tal aventura no momento. Preferia esperar pela volta de seu galante cavalheiro em um canto seguro, onde ninguém percebesse sua presença.

Começou a afastar-se discretamente, não querendo chamar a atenção de ninguém para si. Sua missão naquele momento era ser a mais discreta e invisível possível. Que Ino a desculpasse, mas estava muito mais interessada em estar na companhia de seu amado do que tentando fazer com que alguém acreditasse que estava interessada no jornalista. Nunca ninguém acreditaria naquilo.


Notas Finais


Comentem se gostaram galera, com esses novos personagens prevejo mais teorias malucas à caminho!!!

Beijos, até a próxima!


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